Alunos que participam de ocupações devem ser delatados pelas escolas, determina MEC

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Mendonça Filho (DEM) decidiu usar a estrutura do Ministério da Educação para ajudar Michel Temer (PMDB) a coibir as ocupações que se alastram por centenas de escolas em todo o País contra a reforma do ensino médio e a PEC 241, que congela os investimentos em saúde e educação, entre outras áreas, pelos próximos 20 anos.

Na quarta (19), o MEC enviou à direção das escolas um comunicando exigindo um feedback sobre a situação de cada unidade e, “se for o caso”, uma lista com os alunos resistem em encerrar as ocupações.

A Frente Brasil Popular divulgou o documento e classificou o ato como perseguição aos estudantes. “O pedido é frontalmente contra a liberdade de manifestação, uma vez que pode resultar em sanções aos ocupantes.”

Ontem, Mendonça Filho também disse à imprensa que vai mandar cancelar o ENEM nas escolas que estiverem ocupadas. Além disso, prometeu estudar medidas judiciais para cobrar dos manifestantes o ressarcimento da taxa de 90 reais que foi cobrada dos alunos que podem ser “prejudicados” pelo cancelamento do exame. 

O ministro também classificou as ocupações como “invasões” que atentam contra a democracia e o direito e ir e vir de estudantes que não querem participar dos atos.

Segundo a União dos Secundaristas, mais de 800 escolas já estão ocupadas em todo o País, sendo que a maioria encontra-se no Paraná, estado governado por Beto Richa (PSDB). 

Leia mais aqui: Contra ocupações, ministro da Educação ameaça cancelar ENEM

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A repressão se espalha a cada dia
    Abaixo, post do cafezinho sobre o colégio Pedro II e UERJ:

    “Diretores do Sindscope são intimados a depor e fornecer lista de sindicalizados
    no Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior

    Os coordenadores-gerais do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II (Sindscope), no Rio de Janeiro, foram intimados pelo Ministério Público Federal do RJ, na última sexta-feira (14), a prestar depoimento e fornecer listagem com o nome de todos os sindicalizados da entidade, indicando quais são docentes.

    A arbitrariedade ocorreu dias após o MPF-RJ ter notificado a administração do Colégio Pedro II, recomendando à Reitoria e às direções de dois campi – Humaitá e Realengo II – que retirassem as faixas e cartazes do Sindscope afixadas nas dependências do CPII. O ofício diz que a “liberdade sindical não significa conferir um escudo para a salvaguarda da prática de atos ilícitos”, numa referência à afixação de materiais com os dizeres ‘Fora Temer’.

    “Estamos novamente no terreno dos regimes de exceção? Não nos é mais garantido o direito de livre associação sindical, de autonomia de nossa entidade? Quem salvaguarda nossos direitos se quem o deveria fazê-lo transige da sua autoridade e passa a nos perseguir por exercê-los? Quem vigiará aqueles que nos vigiam? Quem mostrará aos que nos perseguem que nenhum poder é absoluto e que vivemos, ainda, em uma sociedade regulamentada por deveres, mas também por direitos e garantias individuais, dentre elas, a mais preciosa – a livre expressão de pensamento? Quem avisará aos nossos acusadores de que a linha a ser cruzada com seu arbítrio pode ser um caminho de volta às trevas?”, questiona a diretoria do Sindscope, em nota de repúdio ao MPF-RJ.

    No documento, a diretoria da entidade ressalta ainda que “a nossa dignidade como servidores públicos federais da Educação não se negociará. Temos o direito de sermos pessoas que escolheram estar ao lado da defesa da liberdade, da educação pública laica, gratuita e com referência social”.

    A nota afirma ainda que o “Sindscope, entidade cuja história de combatividade é orgulho para todas e todos nós, continuará como instrumento de luta de seus sindicalizados, sem temer nem mesmo a escuridão de nossos dias. Resistiremos! Não passarão!”. Confira a íntegra.

    Repúdio às ações do TRE na UERJ

    O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro notificou a reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) no início do mês (5/10) ordenando que a universidade não permita propaganda eleitoral no interior das dependências da instituição.

    Ao ser notificada, a reitoria da Uerj vedou, na semana, murais com cartazes de cunho político. De acordo com manifestação da Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj SSind.), localizados no “hall do queijo”, esses espaços são tradicionalmente reservados à divulgação de agremiações políticas partidárias ou não.

    “A livre expressão política e também a partidária são constitutivas da democracia, em especial a exercida num ambiente destinado ao debate, como a universidade. É preciso repudiar com veemência esta ação da Justiça Eleitoral e a reação da Reitoria, que sem se pronunciar sobre o assunto, agiu imediatamente à revelia da comunidade”, afirmou a Asduerj SSind em repúdio às ações do TRE na Uerj”

    1. É a DITADURA.
      Vai piorar

      É a DITADURA.

      Vai piorar muito se as pessoas não reagirem fortemente neste momento. Infelizmente o nível de alienação da população em geral está muito alto. Quando começarem a perder seus empregos, bens pessoais e até passar fome, talvez aí e gente bronzeada comece a mostrar seu valor. Só que pode ser tarde demais.

  2. Mano, na boa….
    Não chega a

    Mano, na boa….

    Não chega a ser novidade um regime criminoso tentar criminalizar qualquer tipo de oposição. 

    Mais criminosa, porém, é a falta de memória do Ministro.

    Além de esquecer capítulos importantes da CF/88 que dizem respeito à educação e aos direitos dos cidadãos, o nóia nomeado por MichelTemer está confundindo política educacional com patrulhamento político-ideológico.

    A pedagogia do oprimido deu lugar à pedagogia do carcereiro. 

    Entre ambas, a pedadogia do opressor sobre a qual já teci alguns comentários. 

    Agora só falta Temer fazer uma coisa: RENUNCIAR. 

  3. Destruir a educação e a saúde pública.

    Vem a lembrança pensar onde estarão aqueles revoltados que foram às ruas enfurecidos, em 2014, contra a Copa do Mundo, quebrando lojas e incendiando carros, bradando ameaças contra a realização dos jogos porque, segundo diziam, o dinheiro gasto com a construção das infra-estruturas para os jogos ia faltar para a EDUCAÇÃO e para a SAÚDE.

    Onde andará Sininho, a Elisa Quadros, musa dos brake bros e toda aquela gente empenhada em exigir do Governo serviços públicos de qualidade? Onde estão? O que queriam, na realidade, e o que querem? Aparentemente estão satisfeitos agora.

  4. O “Decreto-lei 477” de

    O “Decreto-lei 477” de Mendoncinha, É A DEDURAGEM OFICIAL, nas escolas. Caramba, não achei que “avançaríamos TÃO depressa”, e que os “escrúpulos fossem às favas” tão cedo.

    – “O AI-5 foi levado para dentro das escolas pelo Decreto-lei 477 que proibiu por três anos a matrícula de 245 estudantes considerados subversivos e intimidou outros tantos. Os jovens organizados ofereciam uma grande ameaça à ditadura. Nesse período, o presidente da UNE, Jean Marc, foi preso e torturado no Centro de Informações da Marinha (Cenimar) e só foi libertado com outras 69 pessoas na troca pelo embaixador suíço sequestrado, em 1971, quando foi banido do país.”

  5. Mendonça Filho, você foi
    Mendonça Filho, você foi nomeado pela presidenta eleita da República, excelentíssima senhora Dilma Vana Rousseff? Então você não é ministro de nada.

  6. Herdeiros da ARENA e UDN…

    Na verdade só mesmo repetindo as palavras do senador Lindeberg:

    CANALHAS, CANALHAS, CANALHAS!

    Esse pessoal do DEM  e grande parte do PSDB de hoje, assim como essa canalhada do centrão, são herdeiros políticos da Ditadura.

    Durante os governos do PT viviam apregoando e denunciando supostas ditadura, aparelhamento do estado, corrupção, apadrinhamento político, etc.

    Pois era estritamente baseado em seu jeito de ser, no fundo tiravam todas essas acusações do espelho.

  7. Alguém sabe porque policiais

    Alguém sabe porque policiais da tropa de choque (estão vestidos com fardamento a tropa)  fazem policiamento à pé no centro de São Paulo? Vi hoje no horário de meu almoço.

  8. É hora de mobilização. Pena

    É hora de mobilização. Pena que a nossa esquerda está tentando até agora negociar com a extrema-direita. Realmente lamentável.

    Mas pelo menos temos os nossos estudantes ainda idealistas e pouco interessados em cargos, salões nobres e benesses.

  9. Mendoncinha está com saudades do AI-5?

    Lendo a notícia, lembrei do famigerado Decreto-lei 477, de 1969, baseado nos poderes  conferidos pelo AI-5 e destinado a punir estudantes, professores  e  funcionários de instituições de ensino.

    Ops, falar nesse  decreto é um risco nos dias de hoje. Vai que o Temerário se inspira…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador