Jornal GGN – A bolsa brasileira começou as operações da semana em queda, mas inverteu o movimento no fim da manhã e encerrou o dia em alta , após duas sessões consecutivas em baixa. Contudo, o clima de aversão ao risco ainda era perceptível nas negociações.
O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou a segunda-feira em alta de 0,48%, aos 49.660 pontos e com um volume negociado de R$ 4,533 bilhões.
No exterior, os investidores mostravam-se preocupados com a possibilidade de o Reino Unido deixar a União Europeia (UE) – as últimas pesquisas de intenção de voto no referendo mostrou uma vantagem de 10 pontos percentuais para a opção de retirada do país da UE -, ao mesmo tempo em que esperavam por movimentações relacionadas à reunião do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) que irá ocorrer nos próximos dias. Tal percepção acabou por derrubar os principais mercados internacionais.
No Brasil, o índice doméstico abriu em baixa, mas, após alguns minutos, seguiu reagindo na primeira hora e meia do pregão. A partir daí, passou a oscilar com curtas variações ao redor da estabilidade, avançando um pouco mais nos 40 minutos finais. “A aversão ao risco global subiu com a possibilidade do Reino Unido deixar a União Europeia – que deve continuar a ser o mote dos próximos dias até o referendo decisório do próximo dia 23 de junho”, explicam os analistas do BB Investimentos, em relatório. “Mesmo assim, o índice brasileiro operou taxativamente acima dos principais índices bursáteis do mundo, talvez influenciado pelos vencimentos de índice futuro e opções sobre o índice na próxima quarta-feira (15), auxiliado também por um repique das firmes baixas dos dois últimos pregões”.
No Brasil, a falta de uma agenda de dados relevante levou os investidores a voltarem suas expectativas para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para limitar o aumento de gastos da União. Segundo informações da agência de notícias Reuters, fontes do Palácio do Planalto informaram que o presidente interino Michel Temer decidiu levar pessoalmente a PEC ao Congresso.
Em termos acionários, um dos destaques do dia ficou com a Vale: as ações preferenciais da empresa (VALE5) tiveram alta de 1,76%, a R$ 12,11, ao passo que as ações ordinárias da Vale (VALE3) ganharam 1,67%, a R$ 15,20. No setor financeiro, os papéis do Bradesco (BBDC4) avançaram 1,66% e fecharam a R$ 24,44, enquanto as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 0,45%, a R$ 29,03, e as ações do Banco do Brasil (BBAS3) se valorizaram 0,85%, a R$ 16,69.
No sentido oposto da Bolsa, os papéis da Petrobras fecharam em queda. As ações ordinárias da estatal (PETR3) caíram 1,9%, a R$ 10,82, e as ações preferenciais (PETR4) tiveram perdas de 1,82%, a R$ 8,62.
No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta de 1,62%, a R$ 3,487 na venda. A divisa registrou seu terceiro avanço consecutivo, e também registrou sua maior alta percentual diária desde o último dia 23 de maio, quando os ganhos chegaram a 1,82%.
Assim como ocorreu na bolsa, os agentes acompanharam com preocupação as notícias sobre a vitória da saída do Reino Unido da União Europeia, além das perspectivas em torno do Federal Reserve. No Brasil, investidores mantinham expectativas de que o Banco Central sob a liderança de Ilan Goldfajn deve intervir menos no mercado. O economista recebeu o cargo de Alexandre Tombini na tarde desta segunda-feira. Na gestão anterior, a autoridade monetária intervinha no câmbio sempre que a cotação do dólar recuava abaixo dos R$ 3,50, o que muitos interpretavam como uma tentativa de proteger as exportações brasileiras.
Para terça-feira, os agentes aguardam a divulgação da pesquisa mensal de comércio no Brasil; produção industrial no Japão; índice de preços ao produtor e ao consumidor no Reino Unido; produção industrial na zona do euro; vendas no varejo, indicadores de estoques e o índice de preços de produtos importados nos Estados Unidos.
(com Reuters)
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.