Déficit em transações correntes soma US$ 8,1 bilhões

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O deficit em transações correntes apurado em outubro somou US$ 8,1 bilhões no mês, o maior valor apurado para o mês na série histórica, levando a perda acumulada no ano para US$70,7 bilhões no ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O balanço de pagamentos apresentou superavit de US$ 267 milhões no período.

Nos doze meses encerrados em outubro, as transações correntes acumularam deficit de US$84,4 bilhões, valor equivalente a 3,73% do PIB (Produto Interno Bruto). Na conta financeira, destacaram-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros em carteira, com um total de US$ 5,3 bilhões, e investimentos estrangeiros diretos (IED), no valor de US$ 5 bilhões.

A conta de serviços apresentou déficit de US$ 4,3 bilhões em outubro, recuo de 11,8% frente ao observado no mesmo mês de 2013. O gasto líquido com viagens internacionais alcançou US$ 1,6 bilhão, redução de 7% relativamente ao verificado em outubro do ano anterior. O saldo decorreu de recuos de 8,6% nos gastos de viajantes estrangeiros ao Brasil e de 7,4% nos gastos de residentes brasileiros em viagens ao exterior.

As despesas líquidas com transportes somaram US$ 766 milhões, decréscimo de 20,4% comparativamente ao resultado de mês equivalente, em 2013. Dentre os demais itens da conta de serviços, destacaram-se, em outubro, as reduções nas despesas líquidas relativas a aluguel de equipamentos, royalties e licenças, e computação e informações, na ordem, 5,2%, 10,1%, e 24,8%, na mesma base de comparação.

As remessas líquidas de renda para o exterior alcançaram US$ 2,8 bilhões no mês, elevação de 8,9% relativamente ao resultado de outubro de 2013, quando o total ficou em US$ 2,6 bilhões. As remessas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$ 1,6 bilhão no mês, ante US$ 1,3 bilhão, ocorridos no mesmo período de 2013. Em 2014, até outubro, as remessas brutas de lucros e dividendos totalizaram US$ 20,9 bilhões, recuo de 8,3% em relação aos dez primeiros meses de 2013. As despesas líquidas de juros somaram US$1,2 bilhão no mês, recuo de 4,4% na comparação com outubro de 2013.

No mês, as transferências unilaterais atingiram ingressos líquidos de US$ 199 milhões, inferiores ao resultado de outubro de 2013, US$635 milhões. O ingresso bruto de manutenção de residentes somou US$175 milhões, elevação de 5,5% na mesma base de comparação.

Segundo informações da Agência Brasil, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, atribuiu o déficit principalmente ao desempenho da balança comercial e que, para o mês de novembro, a projeção é de saldo negativo de US$ 8 bilhões nas transações correntes. “A queda [nos preços das exportações], de janeiro a outubro, é 4,2%. O carro-chefe do processo é o minério de ferro. O preço recuou 20% [no período]. A soja teve queda de 5%. A celulose, de 8%, e o milho, de 23%”, enumerou Maciel.

Ele ressaltou que as importações também estão recuando, tanto em preço quanto em quantidade, o que resulta em corrente de comércio menor. Isso influi, por exemplo, nas contas de transportes. Para o final do ano, o BC mantém, até o momento, previsão de déficit das transações correntes de US$ 80 bilhões. No entanto, a estimativa pode ser revista em dezembro.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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