Enquanto o país tiver legiões de marginalizados, o pessedismo seguirá tendo força

Por Fernando G Trindade

Comentário ao post “A força hegemônica do PMDB

O Marcos Nobre e sua nostalgia dos tempos em que o PSDB e o PT  flertavam e se insinuava uma aliança dos ‘modernos’ (com a elite paulista nacomissão de frente decerto…) para derrotar o ‘atraso’, vale dizer, o pessedismo (o verdadeiro nome do que Nobre chama peemedebismo).

Ocorre que a solução sonhada por Nobre (e tantos outros que pairam na metafísica) pressupõe uma ‘ocidentalização’ do Brasil que não existe e nunca existiu por aqui. Aqui não houve revolução democrática burguesa, que proporcionou alguma igualdade formal e material.

Aqui, o que há desde sempre é a Casa Grande e a Senzala – e, no meio, a miríade de agregados que formam a imensa clientela da Casa Grande e que é base histórica do pessedismo (ou peemedebismo como quer Nobre).

E à imensa base pessedista, simétrica à informalidade (e à ilegalidade) que permeia a formação social brasileira, de alto a baixo, como notou o melhor dos pessedistas (com a argúcia que falta à sociologia uspiana ou unicampiana) tem mais serventia diário oficial do que O Capital de Marx ou a Bíblia Sagrada.

Historicamente a Casa Grande passou a ceder alguma coisa aos agregados para deixar isolada a Senzala. E quando alguns dos seus ousaram ceder também àquela foram expurgados (1954 e 1964).

O 1964 ocorreu em razão da divisão entre a Senzala e os agregados e (re)aproximação desses da Casa Grande.

Ocorre que maís à frente um rebento da senzala com os agregados, depois de levar muito no couro, percebeu que para incluir a Senzala no jogo só neutralizando em parte o poder de fogo da Casa Grande e para isso só buscando algum apoio dos agregados (essa é a grande lição da derrota de 64).

Fisiológico é ato primeiro e primário de qualquer ser humano, incluídos os intelectuais paulistas.

Desse modo, enquanto este País tiver na sua estrutura social as legiões de marginalizados, excluídos, informalizados terceirizados etc etc o pessedismo (o peemedebismo do Dr. Nobre) seguirá tendo a força que tem.

A conclusão é no sentido de que a dialética do Dr. Nobre anda invertida.

Luis Nassif

2 Comentários

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  1. Moleza

    Criam-se 100 áreas de exclusão, zonas especiais de produção, com 100 hectares no mínimo cada, por este Brasilzão afora.

    Um lugar onde ninguém que queira produzir, lucrar, empreender seja um fora da Lei, muito pelo contrário, ganha uma medalha de cidadão útil para o país.

    Solução que a  China e muitos outros países já fizeram com sucesso absoluto. 

    O Brasil entra como um foguete no concerto das nações desenvolvidas.

    Vontade política.

    É SÓ ELEGER O CARA CERTO!

    Meu candidato hoje é o Requião.

  2. Foi no centro da questão.

       Esse é o ponto de partida para reformas mais profundas, incluindo aí mudanças no judiciário,  tirar os “pe**bistas”  da jogada. O legislativo pode impedir qualquer vôo mais alto do Brasil que se levanta, o PMDB atualmente é o monstro a ser derrotado, esse deveria ser o objetivo mais imediato da esquerda considerando que é  difícil uma vitória da oposição nas eleições,  para isso há dois caminhos, ou aumentar a presença do PT e PCdoB no parlamento ou se aposta em um novo partido de esquerda, mas essa esquerda teria que ser governada pela cabeça, não pelo fígado como se vê normalmente em opções que se dizem à esquerda do PT, esse novo partido jamais poderia fazer uma campanha contra o PT, perderia,  pelo contrário tem que se mostrar o maior dos amigos, como faz o PMDB nas eleições, mas no parlamento agir de forma oposta ao PMDB puxando o governo para a esquerda.

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