Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Miriam, esqueça a inflação, por André Araújo

Por André Araújo

No seu comentário de hoje na CBN, a jornalista Miriam Leitão assinala, com razão, a ambivalência da política econômica entre notícias de abertura de crédito pelos bancos públicos exatamente quando o BC dá sinais que vai aumentar os juros, e coroa seu pensamento com a afirmação “neste momento tem que combater a inflação”, seguindo o mantra antigo dos economistas da Casa das Garças, todos eles ligados ao mundo rentista, para quem a inflação é pecado mortal porque corroe seus ganhos sem trabalhar e espalham que a inflação é mortal para todos.
 
É um pensamento econômico ortodoxo e convencional, do passado. O pensamento econômico mudou consideravelmente depois da crise de 2008. Novas fontes de discussão como o Institute for New Economic Thinking, o INET, reunindo 790 economistas de grande peso no mundo vem propondo uma REVISÃO dos conceitos que prevaleceram no “mainstream” ortodoxo a quem atribuem por suas falhas a grande crise de 2008.  O INET conta com Prêmios Nobel (Sehn e Stiglitz), economistas de ponta de Harvard (Rogoff), MIT (Simon Johnson), London School of Economics (Helene Rey, Charles Goodhart), New School (Foley), UC Berkerley (Eichengren), Oxford (Beinhocker, Hendry) Bank of England (Aldane), Fundo Monetário (Zhu Min, Vice Diretor), U. of Chicago (Heckman),  todos esses nomes preparam papers fundamentais de rediscussão das premissas congeladas do pensamento monetarista clássico. Até a própria Universidade de Chicago está revisando esses cânones, um dos quais é o combate à inflação via taxa de juros e a austeridade contra a recessão.

 
Política econômica é fazer opções e estabelecer prioridades. Não se pode fazer todos os bons fundamentos de uma vez, às vezes uns são opostos a outros, como bem apontou Miriam Leitão, então é preciso ESCOLHER o mais urgente.
 
Miriam usou exemplos médicos na sua fala de hoje, vou aproveitar esse gancho da própria jornalista com meu exemplo médico. Quando um paciente entra no hospital com pneumonia e é diabético, o protocolo é o medico tratar da doença aguda, a pneumonia, que pode matá-lo em dias ou horas e deixar de lado a doença crônica, a diabetes, que pode matar, mas só a longo prazo. Todos os esforços então se concentram no mal mais perigoso, sem desconhecer que existe outra doença que, depois, deve ser também tratada quando passar o perigo da doença aguda.
 
Não teria sentido o médico tratar do diabetes e deixar a pnumonia solta. A inflação é o diabetes e a pneumonia é a recessão e seus corolários de paralisia de setores, quebra de empresas, miséria e desemprego.
 
Para tratar da recessão é preciso esquecer da inflação por enquanto, todas as forças e ações tem que ser no sentido de tratar da crise e por consequência do emprego, é a questão fatal, a inflação incomoda mas não mata.
 
A razão do BC subir juros é combater a inflação mas para quê? Em primeiro lugar não vai conseguir aumentando 0,5 %, nem se puxar a SELIC para 50% vai fazer abaixar o preço do tomate, da cebola e da batata. Derrubar a produção acaba com os empregos, mas não baixa os preços porque estes agora são determinados pelos custos. O industrial prefere não fabricar se for para vender abaixo do custo portanto os preços não vão baixar por mais alto que subam os juros.
 
Essa é a crença errada de Miriam e de muitos outros que se guiam por conceitos cristalizados sem perceber enormes mudanças no ambiente social, político, demográfico, energético, geopoíitico internacional.
 
O tomateiro prefere não plantar do que vender abaixo do mínimo. Portanto a alta da SELIC vai apenas engordar o rendimento dos rentistas e estourar mais o orçamento da União, não vai baixar a inflação depois de promover estragos.
 
O Prêmio Nobel Joseph Stiglitz, em recente entrevista, disse algo importante: Os economistas dos países emergentes e os professores de economia que lecionam nas Universidades desses países estudaram nos Estados Unidos ou Inglaterra ANTES da crise de 2008, absorveram as lições que hoje são superadas, a visão da economia e de seus conceitos e modelos está mudando em todo o mundo, temo que os economistas do Brasil estão usando cadernos antigos e superados.
 
Amanhã vou postar artigo com base em paper da economista Lynn Parramode do INET sobre a falácia do conceito de AUSTERIDADE, que ela desmonta do começo ao fim, mostra o caráter mitológico e falso do AJUSTE FISCAL e critica a lógica desses conceitos como ferramentas de política econômica atual.
Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

41 Comentários

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  1. Bancos são alguns dos maiores

    Bancos são alguns dos maiores anunciantes, tanto na TV Globo, quanto nos jornais e revistas. O Itaú e “parceiro” da Globo em diversos programas.

    A cúpula do BC é do mercado financeiro.

    Será que as reflexões levantadas pelo André já não passaram pela cabeça dos jornalistas econômicos da mídia ou pelos integrantes do COPOM no BC?

    Claro que já. A questão aí não é a de que eles não sabem que o aumento de juros não tem eficácia contra a inflação. A questão é de interesses privados mesmo. E o povo? “Quero que se exploda”, como diria Justo Veríssimo, personagem do saudoso Chico Anysio.

    1. Meu caro Jorge, agradeço o

      Meu caro Jorge, agradeço o comentario. Eu creio que pode haver o aspecto da representação de grupos de interesse, como são os bancos MAS eu tambem acredito na cristalização do conheimento antigo, muitos jornalistas economicos fecharam a porta a  novas percepções do mundo e vivem do conhecimento acumulado no passado. Ter sempre duvidas e nunca certezas é proprio de espiritos não acomodados, dá trabalho buscar ideias novas, é mais confortavel ficar com o que se apreendeu lá atras.  As grandes mudanças se dão a cada decada e a maioria das pessoas fecha a mente no diploma da universidade.

      É impressionante o volume de “papers” dessas novas correntes de economistas, grande parte do que se considera o “mainstream” do economics está sendo contestado. Não é desenvolvimentista contra neoliberal, é outro tipo de contestação,

      da propria mecanica dos instrumentos, o juro negativo da taxa basica americana é um exemplo das duvidas que temos hoje na economia mundial e a nossa insistencia, da quase totalidade dos analistas economicas, em dar validade às agencias de rating

      sem discutir a sua reduzida importancia hoje, é outro sinal de baixa capacidade de analise do pensamento economico oficial e

      privado brasileiro. O nivel dos diretores do Banco Central é impressionantemente ruim, as atas do COPOM são o supra sumo da banalidade em pensamento economico burocratico, sem maiores indagações, é o arroz com feijão mal feito.

      1. arroz com feijão?

        Esta mais para pão com ovo, Andy e o pão esta embolorado!

        Qualquer estufdante de 2º ano de economia que não cabula as aulas e não é anafalbeto funcional é capaz de chegar as mesmas platitudes que permeiam as atas do COPOM.

  2. André

    Se o tomateiro não plantar, basta não comer tomates.

    Tratar a pneumonia e depois deixar a diabetes correndo solta também não vai dar certo.

    Com os políticos que estão aí vai ser difícil, mas se o país não “aproveitar” a crise para tratar de questões estruturais, então pode esquecer. Reforma tributária, por exemplo. Já ajudaria muito desmontar este cipoal ridículo que inibe investimentos e gera custos indiretos improdutivos. Com uma década de comodities e arrecadação em alta pouco foi feito. Será que agora vai?

    1. Se o tomateiro não plantar

      Se o tomateiro não plantar porque o preço de venda não cobre os custos, isso se repetirá no batateiro, no produtor de leite,

      de farinha e de geladeiras. Chama-se esse fenomeno DEPRESSÃO, é pior que recessão, não se conhece a receita para sair dela, é a pior coisa que pode acontecer a um Pais, a inflação é brincadeira perto disso, a Depressão de 1929 só acabou com a Segunda Guerra, o Brasil não aguenta uma Depressão mas estamos caminhando para ela para evitar a inflação e chegaremos ao pior de todos os mundos INFLAÇÃO com DEPRESSÃO, musica e letra de Tombini e seu Conjunto.

      1. Quem quiser ter uma boa idéia

        Quem quiser ter uma boa idéia do que foi a depressão na América, basta assistir “A Noite dos Desesperados”.

  3.  
    Mario Prata no Roda Viva:

     

    Mario Prata no Roda Viva: “A imprensa, atualmente, está muito careta, muito séria e, principalmente, muito mentirosa. (…) Hoje só tem cronista caga regras na imprensa brasileira” 

    Por jornalista Carlos Eduardo
    13/01/2016 

    Em entrevista memorável ao programa Roda Viva, o cronista Mario Prata critica a falta de imparcialidade da imprensa brasileira e seus cronistas que espalham o ódio pelo país.

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.ocafezinho.com/2016/01/13/mario-prata-no-roda-viva-hoje-so-tem-cronista-caga-regras-na-imprensa-brasileira/

    https://www.youtube.com/watch?v=B02cgjFAMQo

  4. Sem falar das outra zilhões de coisas a fazer

    Inclusive as que ainda nem foram inventadas.

    Para um país diabético, que nunca efetivamente se livrou da “insulina” da indexação, ultrapassar a barreira dos dois dígitos é bastante arriscado.

  5. Bom post
    Bom post.
    Por outro lado já deixei de ler e ouvir esses economistas tipo Casa das Garças pela simples razão que não os considero isentos (nem muito competentes).

    Eles sempre vão pensar antes: será o que vou escrever / dizer vai agradar ao “mercado’?

    Botar falação sobre fatos passados estão que ao alcançe de todos não precisa ser muito capaz. Prefiro ouvir os comentarios do feirante.

  6. Eu gostaria muito de obter

    Eu gostaria muito de obter esta informação:

    Do lucro total dos principais conglomerados empresariais do setor produtivo, qual a participação dos ganhos com aplicação financeira de seu caixa?

    Quero lembrar de uma discussão que houve só aqui no blog, sobre a tentativa que a Dilma fez de enfrentar o rentismo, baixando a Selic em 2013, e que teve como consequência a elevação dos preços dos principais produtos consumidos pelos brasileiros, como forma do oligopólio se defender da queda de suas receitas financeiras.

    1. Foi exatamente o que aconteceu

      Os oligopólios aumentaram os preços como forma de compensar a queda da rentabilidade financeira.

      E aí vem o governo e fortalece os oligopólios criando os campeões nacionais com crédito subsidiado pelo povo.

      O mesmo povo que vai engordar o lucro dos apaniguados submetendo-se aos preços dos cartéis.

  7. A Míriam Leitão é porta-voz

    A Míriam Leitão é porta-voz do mainstream financista-rentista. Por esse aspecto, suas análises são contaminadas apesar de aqui e ali proclamar o óbvio ululante.

    Claro que a inflação é uma “doença” que deve ser enfrentada de pronto. Afinal, quem tem coragem de desdizer isso? O que se discute são os “remédios” e as dosagens. E estes dependem de um diagnóstico correto e de coragem para aplicar os corretivos necessários e não aqueles prescritos em manuais. 

    Já que estamos no terreno das analogias, tenho a minha: tratar inflação num contexto de retração econômica; do produto despencando e com isso deteriorando o quadro social(desemprego) com aumento dos juros básicos(SELIC), é o mesmo que cuidar da diarreia tomando purgante. 

    Vivemos num mundo muito mais complexo que o existente quando da sistematização do que se chama Ciências Econômicas. No caso presente, quando ainda era possível, dada a simplicidade e dimensão dos fatores e fenômenos econômicos, apreender e combater desajustes com o processo inflacionário como de origem unicamente monetária(papel-moeda) e não como a resultante de desequilíbrios ou até mesmo de “consentimentos” ocasionados por matrizes variadas. 

    O que ninguém, ou quase ninguém discute, é a “inflação jabuticaba”, aquela genuinamente tupiniquim, que responde pelo apelido de “inercial” onde a singularidade não está no processo(ela pode emergir em qualquer tipo de economia), mas nas CAUSAS que são os tais de “preços administrados”. Uma excrescência que faz lembrar em termos de indução inflacionária mais outra analogia: a do cachorro correndo atrás do rabo. 

     

     

    1. Há posições muito mais radicais do que a Míriam Leitão

      Não há analista econômico mais fundamentalista – uma mescla do tipo wahabista com xiita, com tendência vorazes, do que aquele o Alexandre Schwatsman. Esse é capaz de de partir pra violência, se necessário, para fazer impor a sua opinião mercantilista.

      Cito um outro economista da midia que também que tem posições mais radiais que o da Míriam. É o “darling” das meninas, o Ricardo Amorim, do Manhattan.

  8. Você trata inflação como

    Você trata inflação como causa quando o que se entende como inflação hoje é o efeito, o aumento generalizado dos preços.

    Inflação é a expansão monetária, por isso o BC aumenta os juros para “enxugar” o excesso de moeda, não para baixar os preços gerais da economia. 

    O problema é que o governo não para de “imprimir moeda”, esta é a contradição, ele joga gasolina e água no fogo.

    A consequência desta intervenção excessiva é a destruição do sistema de formação de preços, e por consequência o cálculo econômico racional, por isso que estamos em recessão, que é o efeito, a consequência da perca do cálculo econômico racional dos agentes econômicos.

     

     

    1. Preso ao século XVII

      Cálculo econômico racional?

      Em 2002 o psicólogo israelense Dr. Daniel Kahneman ganhou o Prêmio Nobel de Economia com trabalho sobre o aspecto não racional da Economia.

      Raciocinio do AL parou no século XVII e só acordou de novo no século XIX onde encharcou e se lambuzou no positivismo de orelhada, depois disso continua hibernando e soltando a fermentação da má-digestão de suas “mudernas idéia”!

      Deste jeito vai perder a bolsa-troll!!!!!!!!!!!

      1. “positivismo ” não tem nada

        “positivismo ” não tem nada de positivismo.

        São as ordens expontâneas que criam o sistema de formação de preços, comumente chamado de mercado.

        O “Cálculo econômico racional” e o resultado das escolhas e experiências dos agentes econômicos em decidir corretamentre o que produzir, por quanto pagar, por quanto vender.

        Quanto mais correto este cálculo mais eficiente é os esforços da sociedade em suprir as suas necessidades.

        A crise acontece quando todos os agentes economicos erram este cálculo de forma coletiva.

    2. Faltou explicar porque o

      Faltou explicar porque o governo faz esta bagunça toda, não é porque é malvadinho, ou biruta da cabeça.

      Todo governo que se elege tem compromissos politicos, que implicam em gastos para permanecer no poder.  mas de onde ele vai tirar recursos se já estão todos esgotados, não tem poupança interna para cobrir o gasto publico, a divida já consome grande parte do orçamento.

      Aumentar impostos sempre encontra dificuldades, então para financiar os gastos ele “cria” moeda, o imposto inflacionário que ninguém coloca a culpa no governo.

      Expandir moeda tem um efeito imediato de falsa poupança, os juros baixam(1), temos agora  financiamento barato(1) e a longo prazo, a arrecadação aumenta, o desemprego diminui, os salários aumentam. 1 – para alguns escolhidos.

      Ate que se esgote os recursos demandados em excesso, os preços sobem, o governo aumenta os juros para “enxugar” o excesso de moeda. o investimento para porque não sabem o que é realmente necessário produzir e a que preço comprar e vender. 

    3. Todos nós sabemos que o

      Todos nós sabemos que o governo gasta demais MAS é IMPOSSIVEL cortar rapidamente o grosso do custeio porque 90% do orçamento brasileiro é VINCULADO a leis e direitos adquiridos, erro magno e absurdo da Constituição de 88.

      Para cortar custeio é preciso ABOLIR DIREITOS ADQUIRIDOS, sem isso não há corte de despesas verdadeiramente importantes, o Judiciario brasileiro custa DEZ vezes mais que os judiciarios europeus mas dá para cortar aqui?

      Aposentadorias e pensões de funcionarios publicos tambem são abusivas, dá para cortar? Só com ditadura.

      Então é preciso ajustar em algum lugar, a inflação é uma das formas de ajuste. Se queriam moeda estavel DEVERIAM em 1994 ter feito outra Constituição, essa ai é INFLACIONARIA por sua propria natureza.

      Que tal aposentadoria com 65 anos de idade minima, para homens e mulheres? Dá para fazer?

    4. Todos nós sabemos que o

      Todos nós sabemos que o governo gasta demais MAS é IMPOSSIVEL cortar rapidamente o grosso do custeio porque 90% do orçamento brasileiro é VINCULADO a leis e direitos adquiridos, erro magno e absurdo da Constituição de 88.

      Para cortar custeio é preciso ABOLIR DIREITOS ADQUIRIDOS, sem isso não há corte de despesas verdadeiramente importantes, o Judiciario brasileiro custa DEZ vezes mais que os judiciarios europeus mas dá para cortar aqui?

      Aposentadorias e pensões de funcionarios publicos tambem são abusivas, dá para cortar? Só com ditadura.

      Então é preciso ajustar em algum lugar, a inflação é uma das formas de ajuste. Se queriam moeda estavel DEVERIAM em 1994 ter feito outra Constituição, essa ai é INFLACIONARIA por sua propria natureza.

      Que tal aposentadoria com 65 anos de idade minima, para homens e mulheres? Dá para fazer?

      1. revolução republicana

        O problema é ao abismo entre o Estado e a sociedade. A voz das ruas (junho de 2013) e o dia-a-dia do povo se manifestando cotidianamente está indignada com o Estado e seus três poderes. Estas instituições não representam mais ninguém . O legislativo é o mais caro do mundo depois dos Estados Unidos, no executivo municipal estadual e federal reina os privilégios corporativos e a corrupção, o judiciário então é o pior dos poderes. As instiuições estão falidas, a política é o jogo do dinheiro, com raras excessões são eleitos os mais espertos que amealham grana para pagar campanhas caríssimas. É  a barbárie “ea abarbárie é a era do fato e é necessário que a era da ordem seja o império das ficções…” expressou Paul Valery. Vivemos hoje esta barbárie de fatos puros ao rés do chão. Não existe valores e transcendência. A República nunca visitou Brasília. Não quero entrar na necessária análise de Marx da incompatibilidade de um Estado gerido pelo interese burguês. Acho que existe no horizonte subjetivo um sinal de utopia, uma revolução republicana. Certo está que do Congresso Nacional não virá nenhuma mudança. Ditadura não, mas revoução republicana é a única via da construção de um novo pacto social, trazendo os poderes para mais perto da sociedade. Sobre o artigo concordo com tudo. A eutanázia do capital rentista é uma tarefa que Keynes nos deixou e ainda não realizamos. 

      2. revolução republicana

        O problema é ao abismo entre o Estado e a sociedade. A voz das ruas (junho de 2013) e o dia-a-dia do povo se manifestando cotidianamente está indignada com o Estado e seus três poderes. Estas instituições não representam mais ninguém . O legislativo é o mais caro do mundo depois dos Estados Unidos, no executivo municipal estadual e federal reina os privilégios corporativos e a corrupção, o judiciário então é o pior dos poderes. As instiuições estão falidas, a política é o jogo do dinheiro, com raras excessões são eleitos os mais espertos que amealham grana para pagar campanhas caríssimas. É  a barbárie “ea abarbárie é a era do fato e é necessário que a era da ordem seja o império das ficções…” expressou Paul Valery. Vivemos hoje esta barbárie de fatos puros ao rés do chão. Não existe valores e transcendência. A República nunca visitou Brasília. Não quero entrar na necessária análise de Marx da incompatibilidade de um Estado gerido pelo interese burguês. Acho que existe no horizonte subjetivo um sinal de utopia, uma revolução republicana. Certo está que do Congresso Nacional não virá nenhuma mudança. Ditadura não, mas revoução republicana é a única via da construção de um novo pacto social, trazendo os poderes para mais perto da sociedade. Sobre o artigo concordo com tudo. A eutanázia do capital rentista é uma tarefa que Keynes nos deixou e ainda não realizamos. 

    5. Aliança,
      Isso é demodê. Ainda

      Aliança,

      Isso é demodê. Ainda dos tempos do “padrão ouro”, da economia quase 100% monetizada. O processo inflacionário hoje deriva de várias causas: algumas monetárias, outras econômicas. O exemplo melhor está no texto: os chamados “preços administrados”, quando o governo aumenta os preços de insumos básicos por força de contratos, ou seja, “fabrica inflação”. 

  9. Chegamos a um ponto em que a

    Chegamos a um ponto em que a empresa pega dinheiro emprestado do BNDES a 11% a.a., via BNDES EXIM PSI e aplica este dinheiro no mercado financeiro. O BNDES empresta com juros de 11% com um ano de carência a juros efetivos de 0,8548% a.m., com pagamentos trimestral.

    É uma maravilha.

  10. Não dá para esquecer a inflação …

    Não dá para esquecer a inflação quando está cada vez mais difícil pagar as contas e a minhas dívidas estão aumentando.

  11. ótimo artigo.
    que venha o

    ótimo artigo.

    que venha o próximo.

    mas os comentaristas daqui já criticaram o tal ajuste europeu

    um montão de vezs no blog….

  12. Hoje a economista Monica de

    Hoje a economista Monica de Bolle, ligada a Casa das Garças, novamente propõe abolir as metas de inflação por serem inuteis nas atuais circunstancias. Vale a pena ouvi-la no podcast da CBN, apesar de dois terriveis “”isso daí””expressão de balconista de padaria,  inadmissivel para quem tem doutorado em Londres.

  13. O Brasil está virando um país

    O Brasil está virando um país em que as pessoas que produzem são punidas – tanto pelos juros que coram até o mais implacável dos agiotas quanto pela burocracia que cada vez mais faz de tudo para infernizar ( a última é o drama de quem quer despedir o empregado doméstico. Simplesmente ele não consegue. Aliás, sobre esse inferno não vi nenhum post por aqui. ).  Concordo com André Araújo= tem que cuidar da pneumonia o mais rápido possível. Acho que esse é o diagnóstico correto pro momento. Agora, além de torcer pra que o doutora concorde com esse diagnóstico, temos que torcer  pra que a doutora escolha o remédio certo e ministre a dose correto . O pior dos mundos é ela não tratar de forma adequada a pneumonia e aí o paciente  com diabetis acabar entubada numa uti, ou seja, a depressão. 

  14. E …………….

    Tantos comentários e não atacam ou comnetam o óbvio.

    A Banca é que dá as ordens, e no presente caso, da elevação dos juros para combater a inflação é apenas lorota, pois os lucros da especulação supera qualquer investimento em  produção.

    Haja imposto para pagamento dos juros da divida interna que já anda pelos trilhões !!!

    A plebe que se exploda, pois o que eles querem é o lucro fácil sem trabalho !!!!!!!!!!!!!

    Bando de gafanhotos e  sanguessugas. E o AA sabe muito bem quem são eles !!!

    Diga AA !!!!!!!!!!!!! 

  15. Se me permite. “o tomateiro

    Se me permite. “o tomateiro prefere não plantar à vender abaixo do custo…”. Eu diria que qualquer coisa vendida abaixo do custo não é o caso de preferencia. 

    É de viabilidade. E diminuir a produção encarece mais ainda pois, se a procura for maior que a oferta…

    Então quer dizer que o pobre pode ter seus salários corrídos pela inflação, os poupadores podem perder da inflação, até os pequenos investidores, através de aluguéis podem perder da inflação, mas os barões rentistas NÃO PODEM perder da inflação!

    1. O pobre que tem seus salarios

      O pobre que tem seus salarios corroidos é o que tem emprego.

      O pobre que não tem emprego preferiria ter emprego e alguma inflação do que pastar sem emprego e sem dinheiro  mesmo desvalorizado.

      O desempregado é o mais desprotegido e ele que deve ser amparado.

      1. Mais uma vez insiste na dicotomia

        Mais uma vez você insiste na dicotomia de que Mais inflação = Mais emprego. Você devia examinar a história recente pré-Plano Real para verificar se essa assertiva é verdadeira.

  16. UM ABRAÇO ANDRÉ ARAÚJO,QUEREM
    UM ABRAÇO ANDRÉ ARAÚJO,QUEREM NOS VENDER
    A MENTIRA Q A CULPA É DA INFLAÇÃO,DO LULA
    DA DILMA,PT ELES SEMPRE DESVIAM O FOCO E
    INVENTAM “TEORIAS” PARA CONSEGUIREM MANI-
    PULAR A TODOS,SÃO SUJOS!!!!!!

  17. Só quem faz dinheiro pode esquecer a inflação

    Só quem pode esquecer a inflação é o governo que emite o dinheiro. Há um deficit? Basta rodar a maquininha da Casa da Moeda. Já o cidadão comum, esse pode até tentar esquecer a inflação, mas é obrigado a lembrar-se dela sempre que vê os preços no supermercado.

    Dizer que inflação é pecado mortal para os rentistas é uma inversão total da realidade. Você não se lembra dos tempos anteriores ao real? Quem tinha algum capital punha tudo no over e fica vendo o dinheiro ser criado do nada entre o anoitecer e o amanhecer. Se quem faz isso não é rentista, então não sei o que é um rentista. Você também insiste na dicotomia Mais inflação = Menos recessão. Você se esqueceu dos longos anos de estagflação, quanto recessão e inflação alta conviveram como duas irmãs? Eu não esqueci.

    Enfim, é isso: inflação é o fim dos problemas do governo, que cobre todos os seus deficit´s, e o início dos problemas da população, que paga os deficiti´s do governo com a perda de seu poder aquisitivo. Só pode defender a inflação quem está montado no Estado, ou quem é ingênuo o suficiente para acreditar que tudo o que é bom para o Estado é bom para o povo.

    1. Meu caro Pedro >  Não defendo

      Meu caro Pedro >  Não defendo a inflação enquanto politica economica. Não se trata disso. Trata-se colocar na balança duas doenças e ver qual é a mais grave e que exige mais urgente tratamento. Inflação e recessão são duas coisas ruins mas uma

      é pior que a outra. É a Reapolitik em economia, ver as coisas como elas são e não como desajariamos que fossem.

      O Brasil teve inflação continuadamente de 1946 a 1994 mas durante esse periodo teve o maior crescimento do mundo. As  taxas por decadas

      50-59 = 7,1%

      60-69 = 6,1%

      70-79 – 8,9%

      80-89 – 3%

      90-99 = 1,7%  Neste periodo foi criado o Plano Real na metade da decada , o que travou o crescimento

      1. Mas não foi um crescimento sustentável

        O Brasil teve as mais altas taxas de crescimento do mundo, mas não deixou de ser um país de terceiro mundo. Isso porque o crescimento não era sustentável, e logo em seguida vinha a inflação e levava tudo embora. Dos anos 60 até a época atual, os ditos países emergentes da Ásia conciliaram inflação em queda com crescimento alto, e saíram do terceiro mundo.

        Você manipulou as estatísticas ao creditar ao Plano Real o baixo crescimento de 90-99. O Plano Real somente foi implantado em 1994, e os três primeiros anos da década foram os de pior recessão de nossa história, puxando assim para baixo os indicadores da década de 90. Pode-se dizer que a década de 90 só começou de fato em 1994 e desde então tem havido um lento, porém contante aumento do consumo das classes baixas e diminuição da desigualdade. O ciclo de crescimento dos anos Lula foi o primeiro ciclo de crescimento de nossa história sustentado na estabilidade econômica, que permitiu uma enorme expansão do crédito, e portanto do consumo das classes populares.

        A impressão que eu tenho é que você está obcecado. Apegou-se a uma ilusão do passado.

  18. Achar que a inflação preocupa

    Achar que a inflação preocupa os rentistas pq “corrói seus ganhos sem trabalhar” não é digno da inteligência do André Araújo. Qual é o rentista que num cenário de alta da inflação não consegue se proteger dela? Acha que tem amadores nesse meio? Afe.

    1. Se fosse assim tão facil

      Se fosse assim tão facil porque essa obsessão com a meta de inflação?  Porque o BC aumenta os juros em plena recessão?

      Os fundos de renda fixa são os maiores detentores de CDB e titulos do Tesouro, o que eles fariam se a inflação superasse o rendimento dos papeis?  A unica alternativa seria imoveis ou ações, qual outra proteção?

  19. Pode ser meu caro mas não é

    Pode ser meu caro mas não é nada disso. A crise chegou na mídia e pelo jeito bateu forte, aliás se eles tem reserva de mercado é pra quê se não defender os interesses nacionais?

    Além do direito de resposta o que está fervilhando na cabeça dos planilheiros são os efeitos da política de valorização do salário mínimo iniciada no governo Lula.

    Baixou uma lei que está fora do perfil crise-privatizante para os economistas da banca já não saberem mais o que fazer. Se a inflação sobe 10% o salário sobe mais 10, se sobe mais ano que vem o SM tá mais de mil. Daí já não bate mais com os interesses de quem embarcou na onda de apodrecer a república para se tornar presidente.

  20. já vimos tudo isso…

    “Enquanto o feijão dá sumiço, e o dólar se perde de vista, o Globo diz que tudo isso, é culpa de comunista”

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    https://en.wikipedia.org/wiki/Infinite_loop

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