Morre aos 90 anos jurista Paulo Brossard

 
Jornal GGN – Faleceu neste domingo (12), em sua residência em Porto Alegre, o ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo Brossard de Souza Pinto. O jurista comandou Ministério da Justiça de 1986 a 1989, foi deputado federal eleito pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1966, e senador em 1974. Brossard ficou conhecido como um grande defensor do parlamentarismo e opositor da Ditadura Militar (1964). 
 
O jurista, nascido em Bagé (RS), em 23 de outubro de 1924, deixa a esposa Lúcia Alves Brossard de Sousa Pinto, com quem teve dois filhos, além de três importantes obras: “O impeachment: aspectos da responsabilidade política do presidente da república”, de 1965; “O Preço oculto da gasolina e mais derivados do petróleo”, de 1980 e “Subsídios Incalculáveis Favores Perigosos”, 1980.
 
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, decretou luto oficial de três dias. O velório deve ocorrer no Palácio Piratini, sede do governo do estado. A Presidente Dilma Rousseff lamentou em nota a morte de Paulo Brossard e destacou a luta do jurista no enfrentamento da ditadura militar, manifestando solidariedade à família do ex-ministro. 
 
Redação

10 Comentários

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  1. A quem interessar possa.

    Ainda tenho em algum lugar o seu livro “Chega de arbítrio”. Um libelo escrito no penúltimo governo da ditadura contra manobras eleitoreiras que tentavam manter a ARENA no poder contra a vontade popular.

    Estou pensando em presentear o velho livro a Aécio Neves. Ele parece ter perdido o exemplar que o avô mantinha em sua biblioteca. O exemplar de FHC, sabe-se que foi usado na latrina.

  2. Apesar dos pesares…

    Foi-se um dos maiores pensadores desta nação, um dos baluartes na luta da redemocratização brasileira, que apesar de ser um político pouco firme, em suas posições(pois deixava-se comandar, pelas “raposas” do partido) jamais cedeu às tentações que desmerecem a maioria dos políticos brasileiros.

    Enquanto jurista, foi quase espetacular; Enquanto Ministro, manteve-se na penumbra, e jamais brilhou num ministério de tamanha importancia;

    Quando esteve na Câmara e depois no Senado, era um marionete, nas mãos dos líderes do MDB, e “não cheirava nem fedia”;

    Como Ministro do STF, foi inoperante, e sempre foi voto vencido, pois era normalmente “vencido” pela maioria de juízes que não o aceitavam como voto importante, apesar de ter sido um dos mais vibrantes defensores do parlamentarismo, e contra a ingerência militar na política.

     

    1. A morte de Paulo Brossard

      Com esse seu comentário, Raí, podemos concluir que perdemos pouco. Não vale gastar muita vela para esse defunto.

    2. Hoje ele faria 92 anos.
       
      E

      Hoje ele faria 92 anos.

       

      E desculpe, mas dizer que Paulo Brossard foi inoperante no Senado, desculpe-me, é apenas ignorância histórica. Chega a ser grosseira a falta de informação.  

      Sofremos muito, os brasileiros, com esse particular defeito do caráter nacional: o pouco estudo da ciência histórica, em particular a história do próprio país. 

      Seguimos assim. Pena. 

  3.  “Ruy Barbosa em compotas”,

     “Ruy Barbosa em compotas”, assim o chamava Leonel Brizola. Brossard ,pedante e pernóstico,  jurista apreciador  de chapéu gelot,que supunha combinar com o cargo de ministro do STF.

    1. “Em conserva” seria melhor,

      “Em conserva” seria melhor, por que o homem não era doce; mas não é uma má analogia.

      Mas por falar em compota, quem seria o nosso Leonel Brizola em compota? Cristovam Buarque? Naaah, esse aí está mais para mofado do que em compota. E, com todas as críticas que tenho ao Brizola, está mais para alguma outra coisa mofada do que para Leonel Brizola mofado. Aliás, olhando para o PDT como um todo, não vejo ninguém com jeito de Leonel Brizola, nem em conserva, nem em compota, nem mofado, nem pasteurizado, nem marinado, nem rançoso, nem liofilizado…

      Parece que o velho caudilho desencarnou por completo, nem herança deixou.

    2. Brizola criou apelido para

      Brizola criou apelido para todo mundo, inclusive Lula. Não pode ser critério. 

      Quanto a ser pedante ou pernóstico, pode ser hiperssensibilidade sua. Se acha Brossard assim, não poderia ficar perto de quase nenhum líder de esquerda com perfil mais intelectual – todos mais arrogantes que o velho. 

      Brossard foi um grande jurista, grande orador, liberal das antigas e grande opositor dos militares naquela excelente bancada do MDB de 74. 

      Hoje completaria 92 anos. 

      Defendeu Herzog em pleno Senado, debaixo do nariz de Geisel. Se isso não é para ter respeito, não sei o que é. 

  4. Início dos anos 80,

    Início dos anos 80, restaurante Floresta Negra, Porto Alegre: chegamos, minha mulher e eu; seu Fridolino, o dono, avisou-nos que estava lotado, mas, como não aceitava fazer reservas, pediu-nos para aguardarmos vagar uma mesa e nos levou até o conjunto de sofás que servia como hall de recepção; sentamo-nos, aguardando; logo após, abriu-se a porta e entraram o então senador Brossard e sua mulher; Fridolino os atendeu como nos havia atendido e encaminhou o casal para o outro sofá. Cumprimentamo-nos e ficamos aguardando. Pensei com os meus botões: lá se foi a nossa mesa… Engano meu, tão logo vagou a primeira mesa, o proprietário veio nos convidar para passar à mesma; o dr. Brossard e sua mulher, sorriram e continuaram aguardando. Lição de civilidade. Posso não ter concordado com as ideias do ínclito senador e até achar que ninguém deveria falar como se escreve em petições oficiais, mas, devo respeitar o republicanismo de sua atuação política.

  5. Um liberal-conservador, da

    Um liberal-conservador, da velha tradição do Partido Libertador, tendo sido secretário de Raul Pilla. Homem da fronteira, de bombacha e lenço colorado…

    Apoiou o golpe, mas saiu na primeira onda, quando a ditadura escancarou, no AI-2. Acho que era da turminha que imaginava mais uma quartelada, com os milicos devolvendo o poder depois de alguns meses.

    Merece respeito, ficou do lado certo na hora ruim. Como disse Perón certa vez, se do nosso lado só estivessem os puros, que poucos seríamos…

     

     

  6. corajoso tribuno contra a ditadura

    Meu testemunho é a de um tribuno corajoso e de grande capacidade de oratória, que durante o governo Geisel, em especial, foi uma das principais vozes contra a ditadura. Alguns dos seus melhores discursos dessa época estão nos livros “O ballet proibido”, “É hora de mudar”  e “Chega de arbítrio”.

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