O debate sobre a lei antiterrorismo

Por Jorge Nogueira Rebolla

Do Vermelhos não

Por quê agora o PT quer uma lei antiterrorismo? 

O paladino dos movimentos sociais quer aprovar uma lei tipificando o crime de terrorismo. No passado o PT jamais cogitou em apoiar uma medida como esta, mas agora a quer rápido. No momento vários projetos estão em discussão, como os dois que tramitam no senado, o Projeto de Lei do Senado 728/2011, que também poderíamos chamar Lei FIFA, destinada exclusivamente ao período da soberania da empresa suíça que explora o futebol sobre o Brasil, e o PLS 499/2013, que insere o crime de terrorismo de modo permanente na legislação brasileira, que parece será o escolhido para tramitar em regime de urgência.

O primeiro projeto por ser temporário e limitado às cidades sedes do evento, a copa do mundo da FIFA, mesmo possuindo uma tipificação genérica para o crime de terrorismo teria um impacto limitado nas nossas liberdades civis. Em agosto deste ano cessariam os seus efeitos, menos é claro para os enquadrados/condenados por ela no período. O outro é extremamente perigoso. De autoria do senador Romero Jucá (PMDB, ex-PSDB, ex-DEM, ex-PFL, ex-etc.), o mais longevo líder do governo federal petista no Congresso Nacional, e do deputado petista Cândido Vaccarezza, recebeu o sinal verde rumo à aprovação.
É certo que a bancada esquerdista tentará e provavelmente emendará o texto com algo de teor semelhante ao inserido no anteprojeto de reforma do Código Penal: Não constitui crime de terrorismo a conduta individual ou coletiva de pessoas movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios, desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados à sua finalidade.Caso isto não ocorra as invasões com depredações, como as praticadas pelo MST, poderão transformar-se em atos terroristas. Porém não é essa possibilidade de tratamento diferenciado o maior problema.

O terrorismo é a tentativa de obter alguma vantagem de cunho político ou social por meios violentos. Ameaças contra o governo e/ou a sociedade para atingir um determinado fim. Mesmo que essas também sejam de caráter religioso, racial, etc. No projeto de lei 499/2013 as definições para o crime de terrorismo são as seguintes: “Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física ou à saúde ou à privação de liberdade da pessoa” e “Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante dano a bem ou serviço essencial”. A primeira contra pessoas e a segunda coisas. Não é preciso existir um porquê, uma motivação, basta provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou dano, ou então sua tentativa. Não será preciso também utilizar armas ou meios capazes de infligir dano real, tendo em vista o agravante estabelecido no parágrafo 2º, do artigo 2º, pois bastará a existência da ofensa. Neste caso como poderemos conceituá-la? Um tapa para o caput do artigo será o suficiente?

O ato terrorista ficará sujeito a livre interpretação. Poderá ou não ser, dependerá de quem analisará o acontecimento e também da repercussão nos meios de comunicação. Pretendem criar um fato típico extremamente elástico, adaptável a inúmeras situações que talvez nada terão a ver com o verdadeiro terrorismo. Uma encomenda sob medida para um regime qualquer enquadrar os seus adversários como terroristas.

Estão utilizando para fins políticos a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da Band. O clamor popular provocado pelas circunstâncias da sua morte é o catalisador para aprovar sem discussão uma lei que será extremamente perniciosa se mantido o seu atual texto. Para enfrentar os grupos violentos durante as manifestações bastaria utilizar as leis já existentes, como a Lei de Segurança Nacional, ou então incluir as práticas dos manifestantes violentos no título dos crimes contra a incolumidade pública, do Código Penal. 

Para os atos terroristas que tal seguir a definição dos americanosprecisa ser um ato violento ou perigoso à vida humana; contrário às leis; pareça destinado: a coagir ou intimidar a população civil ou para influenciar as decisões do governo por intimidação ou coerção ou afetar a conduta do governo por destruição em massa, assassinato ou sequestro.

As propostas em análises no Brasil não se importam com os motivos ou resultados do terror, mas sim com as consequências de ordem psicológica sobre a população ou parte dela, o que é passível de manipulação. É uma porta que se aberta não passará por ela apenas terroristas literais, mas também os conotativos.

Redação

42 Comentários

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  1. Desnecessário

    Retrocesso.

    Legislação desnecessária. Tudo já contemplado na lei, é só ir lá e buscar. Terrorismo mesmo é falta de direito de resposta e o vácuo criado na leis sobre conduta da imprensa.

    É a mentalidade fundamentalista estadunidense fazendo escola. Só falta criarem um “Patriot Act” tupiniquim, que em conjunção com as nossas forças policiais com ranço do governo militar iniciarão uma nova era do novifacismo. Felinto Mueller deliraria.

    1. Lionel…

      … a grande preocupação é com a definição extremamente genérica do projeto de lei em discussão no Brasil, onde praticamente tudo, caso sofra uma manipulação eficiente, poderá ser enquadrado como terrorismo.

      Brasil:

      Contra pessoas: Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física ou à saúde ou à privação de liberdade da pessoa.

      Contra coisas: Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante dano a bem ou serviço essencial.

      Estados Unidos: (também deixa margem a interpretações, mas é bem mais específico)

      Precisa destas características

      A) um ato violento ou perigoso à vida humana

      B) contrário às leis

      C) E que pareça destinado a:

      coagir ou intimidar a população civil

      ou

      influenciar as decisões do governo por intimidação ou coerção

      ou

      afetar a conduta do governo por destruição em massa, assassinato ou sequestro

       

  2. Na última semana um

    Na última semana um manifestante de São Paulo deu entrevista para a Folha (eu li na Uol) dizendo que durante a Copa os manifestantes iriam ocupar aeroportos e atacar delegações. O que tem o turista tem a ver com os problemas brasileiros? O que as delegações esportivas tem a ver com os problemas brasileiros? Cadeia para esses irresponsáveis.

    Como você classifica este tipo de comportamento?

  3. Terrorismo

    Este artigo que isenta os movimentos sociais de serem enquadrados no ato de terrorismo na verdade vai legalizar os atos de vandalismo/terrorismo cometidos pelos odiosos Black Blocs, MST, sem teto e outras aberrações. Basta dizer que está reivindicando asfalto no bairro por exemplo. Vai ser um tiro no pé das pessoas decentes e um prêmio para os talebans tropicais.

     

  4. Pra mim, isso cheira a um

    Pra mim, isso cheira a um “Patriot Act” brasileiro. Do jeito que é o Judiciário, blogueiros acabarão sendo enquadrados como “terroristas”, e teremos vários Bradley Mannings que cometerem atos “terroristas”, como vazar informações sobre sonegadores bilionários e outros casos de corrupção do colarinho branco.

    A banda podre do PT, obviamente, apóia.

  5. Sem dúvida, que as leis já

    Sem dúvida, que as leis já existentes já seriam suficientes, em tese.

    Mas o que se verifica, na prática, é que não têm sido suficientes.

    Portanto, se caso se aprove uma lei dessas bem feita, poderia sim ser bom para botar as coisas nos seus devidos lugares. O sujeito vai saber que se for bagunçar na rua, depredar, etc, será punido e preso. Vai pensar duas vezes antes de agir.

    Essa nova lei também seria ótima para pegar os bandidos da torcidas organizadas.

    1. Ai que esta o problema

      ótima para pegar os bandidos da torcidas organizadas.

      Efeito bombril. Não há especifidade. Serviria para repressão a qualquer ato “desagradável”.

      Um princípio de estado de excessão.

      Vide o “Patriot Act”, Gore Vidal  chamava-o de fim do Estado Democrático nos EUA (e com total razão).

      Com a legislação existente e o cenário atual  estamos no limite. Imagina poder ser enquadrado em algo tão amplo como a noção de “terrorismo”.

      Minha memória do passado recente é muito viva. O caminho do inferno esta atapetado de “boas intenções”.

    2. O que significa “botar as

      O que significa “botar as coisas nos seus devidos lugares”.

      Você acha que lei acaba com conflito social? Se as origens estrutais do conflito não são tocadas, o que a lei faz é criminalizar um dos lados do conflito.

      As forças do Estado nunca serão enquadradas em lei antiterrorismo.

      Em qualquer país que você pesquisar, sempre a esquerda teve muito mais condenados por essas leis mesmo que a direita tenha perpetrado mais “crimes” iguais.

      1. Vou tentar explicar:
        Se eu ou

        Vou tentar explicar:

        Se eu ou voce depredarmos lojas e patrimonio público, seremos presos. Se eu ou voce brigarmos e espancarmos pessoas em estádios ou redondezas seremos presos. Se eu ou voce atacarmos um policital, seremos presos e teremos sorte se não levarmos tiros. O que é justo, é o que tem que acontecer mesmo.

        Por que não vem acontecendo exatamente isso com esses vagabundos baderneiros ? Por que são de “torcidas organizadas ” ? Por que estão em manifestações ? Então quem é manifestante ou torcedor organizado está acima da lei ?

        Ora, eu não sou jurista, mas se a lei atual não pega esse pessoal outra lei tem que pegar.

          1. Não, porque a Constituição

            Não, porque a Constituição Federal garante liberdade de expressão. Tá lá no artigo 5º.

          2. E esse artigo garante o

            E esse artigo garante o direito de fazer afirmações racistas, preconceituosas, caluniosas e apologia ao crime, não é mesmo?

          3. Por incrível que pareça,

            Por incrível que pareça, garante. E aí, quem se sente ofendido entra na justiça contra o ofensor. E rola o devido processo legal. Não é lindo o estado democrático e de direto? Eu acho…

          4. Racismo e apologia ao crime

            Racismo e apologia ao crime são crimes. Não sabia que a prática de crimes era algo previsto como direito. Então o criminosos tem o direito constitucionalmente garantido de ser criminoso?Que maravilha seu comentário, não?

             

    3. Pois é, já até vejo a

      Pois é, já até vejo a interpretação dessa lei pelo nosso maravilhoso Judiciário. Vão passar a mão na cabeça de fascistóides filhinhos de papai e condenar a 30 anos de prisão membros do MST, Sindicatos, estudantes, e todos esses outros grupos reivindicatórios que “não conhecem o seu lugar”.

    4. São suficientes, sim. Como de

      São suficientes, sim. Como de resto a porrada de lei que existe no Brasil. O que não são é APLICADAS. Porque, para aplicá-las, é necessário ter CORAGEM. São duras, fazem previsão minunciosa dos atos enquadráveis e suas consequencias.

      QUEM iria amarrar esse guiozo no gato. Respondo, de antemão: NINGUÈM.

      1. Carreiristas

        Neste país, os políticos se elegem e mal assumem seus postos já estão pensando nas próximas eleições. São carreiristas da pior espécie. Tomar uma decisão séria e justa que poderá prejudicar sua imagem perante os eleitores, mesmo sendo estes os maiores beneficiados, jamais.

        É isto que acontece neste país. Poucos tem coragem de falar a verdade; Quase ninguém assume nada. COVARDES e IRRESPONSÁVEIS.

    5. Processo

      Quando neste país será feita uma revisão do Código de PROCESSO Penal, extinguindo de uma vez por todas essas liminares, habeas-corpus e tantos outros mecanismos que só beneficiam bandidos (com raras excessões) e enchem os bolsos dos advogados.

       

      Acho que aí está o motivo desta acomodação do judiciário. Há muita gente ganhando muiiiito dinheiro com isto.

  6. Os blocs e esse episódio

    Os blocs e esse episódio serão usados para criminalizar os movimentos sociais, leis draconianas e esse conceito subjetivo do que seria terrorismo tem a intenção de manietar os movimentos sociais, logo veremos militantes do MST enquadrados como terroristas, assim como de outros movimentos sociais.

    Nesse momento tem que agir  os orgãos de inteligência e aplicar as leis que já existem, o PT não pode cair nessa armadilha e armar a bomba que explodirá no própio colo.

    1. Desde o início a intenção foi

      Desde o início a intenção foi essa: infiltrar esses black blocs, agentes provocadores, para legitimar a criminalização de movimentos sociais.

  7. Não é preciso criar lei

    Não é preciso criar lei nenhuma. Arruaça, agressão física e ataque ao patrimônio alheio (público ou privado) são contra a lei, não são? Basta tratar os vagabundos com rigor e descobrir quem os está manipulando, insuflando ou até mesno financiando, é só começar pelos bobos-alegres mascarados.

  8. Essa Lei legitimará o Estado

    Essa Lei legitimará o Estado a te atacar quando bem entender.

    Voce e um amigo tomando cerveja falando mal da PM (com uma frase do tipo: esses PM´s sao todos corruptos, tem de morrer)?

    CANA!!!! 15 a 30 anos, seu TERRORISTA!

  9. “Menas”. Como diz o tabareu.

    “Menas”. Como diz o tabareu. É muito facil distinguir um protesto legitimo, de um ato de violencia gratuita e baderna. Só um tonto que não distingue. A minha vida toda eu participei de manifestações. Tenho mais de 50 anos e ja  participei de todas as campanhas de rua possiveis e imaginaveis. Nos monstruosos comicios das Diretas Já, ou nas passeatas do movimento sindical, nenhuma janela, vidraça, carro ou equipamento publico foi depredado ou incediado. Eram milhares de pessoas nas ruas na mais completa paz, e convictos  da legitimidade do seu ato de manifestação. Só um palerma manipulador acha que isso pode ser confundido com terrorismo. Não pode, nem nunca será, em nenhum regime ou governo do mundo.  Minha categoria profissional, os professores, são eximios organizadores de passeatas. Quando a gente passa, nehuma loja fecha suas portas, e todos saem para aplaudir ou simplesmente obeservar, pacificamente. Há muito tempo que se faz isso no Brasil. Sem problemas. Agora me aparecem um bando de urubus e aves de mau agouro, querendo esculhambar com a democracia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. As distinções são bem claras. É preciso muita má fé prá misturar as duas coisas. Que as instituições democraticas façam seu trabalham e contenham esses corvos, antes que seja tarde demais.

  10. Bom texto do Sr. Rebolla.

    Bom texto do Sr. Rebolla. Concordo integralmente com o que foi dito.

    O problema com o Patriot Act não está exatamente no conceito de terrorismo. Está nos métodos que eles utilizam para a investigação, a vigilância e a proteção, assim como no desrespeito ao due process of law (devido processo legal) em seus aspectos procedure (processual) e substantive (direito material) e a outros direitos e garantias fundamentais. Nesse sentido, o Patriot Act é uma ode ao direito penal do inimigo.

  11. Terrorismo de Estado

    Se os atos de violência em sinal de protesto contra o governo forem enquadrados como terrorismo, então, os governos da Síria, Egito e outros países insuflados, estão, na verdade, apenas combatendo “terroristas”.

    1. O Brasil não é a Síria nem é

      O Brasil não é a Síria nem é o Egito. Vamos dar às coisas o tratamento devido, com todos os efeitos disso. A realidade dos protestos brasileiros promovidos pelos Black Blocs, quando se valem de violência, implica ato perpetrado contra o Estado Democrático de Direito. Nem mais, nem menos. O Brasil é uma democracia. A violência é injustificável nesse contexto. Quem abdica dos canais tradicionais de diálogo, do debate político, e parte para a violência, não tem razão, dentro de parâmetros democráticos. É assim que as coisas funcionam em todo o mundo.

      Na Síria, o caso é de guerra civil declarada. No Egito, foi processo revolucionário de deposição do governo, com embates entre forças contrárias (forças pró-governo e contra o governo), numa dimensão menor do que a observada na Síria atualmente.

      No Brasil, o que temos, exatamente? Não é uma coisa nem outra, ao menos ainda. O que temos são grupos de manifestantes, reunidos em volta de uma auto-denominada “tática” (Black Bloc), querendo provocar instabilidade na ordem democrática por meio de violência praticada em grandes centros urbanos. As motivações, ainda um tanto obscuras, são as mais diversas. Ora alegam que é uma luta por melhores condições de vida, melhor oferta de serviços públicos, ora dizem que é contra a Copa do Mundo, etc. Todas as manifestações, apesar das mais diversas supostas motivações, acabam em violência. Isso não é aceitável no ordenamento jurídico-constitucional brasileiro. Os Black Bloc agem com certeza promovendo um clima de terror. Basta ver as imagens, as correrias, a depredação, etc. Isso gera pânico nas pessoas, terror mesmo.

      O Black Bloc há muito tempo se constitui em grupo paramilitar e age à margem da lei. A liberdade com que eles protestaram desde que apareceram no cenário brasileiro é sem precedentes. Já deveriam ter sido enquadrados há muito tempo. Isso não é um desejo exatamente. É apenas a constatação de como as coisas são previstas para acontecer dentro do que temos em termos de legislação.

      Se o Black Bloc quer continuar a fazer o que faz, que pelo menos seus membros ou adeptos da “tática” saibam exatamente das implicações de suas ações, do que elas significam dentro do ordenamento jurídico-constitucional. Em outras palavras, que eles saibam que estão à margem da lei. Pelo menos isso deixa as coisas claras. Enfim, o Black Bloc tem perfil revolucionário, de contrariedade ao status quo, à ordem democrática. E é assim que eles serão tratados. Eles não podem, feito enfant gâté, reclamar disso. Que assumam as suas posições, o que querem, com todas as consequências. É mais digno. Revolucionário que titubeia, que vacila, que não sabe direito o que quer ou o que faz, é coisa de menino criado a leite com pera.

       

       

      1. Reacionário se fazendo de

        Reacionário se fazendo de bobo para defender o Estado de Exceção.

        Black Blocs apenas justificam a criminalização de movimentos sociais, leis já existem para punir os responsáveis pela violência(o que sempre é feito de maneira unilateral, apenas determinados grupos são responsabilizados e punidos), pra que criar uma lei cuja única diferença consiste na criminalização, em termos vagos e ambíguos, de manifestações populares?
         

        Que prendam os responsáveis por essa violência, black blocs ou não(nada foi cogitado sobre os bufões fascistas que pregavam a violência na televisão). Só os muito inocentes ou maliciosos pra dizer que a lei antiterrorismo vise proteger a Democracia(lembrando, Argolo é daqueles que exaltam a revolução democrática” de 1964, e exalta também a “grande conciliação nacional” que promulgou a Lei de Anistia, livrando a cara de torturadores e assassinos do Estado. Essa explicação explicam seu entusiasmo por uma lei que pune com até 30 anos de prisão participantes de movimentos sociais).

         

        1. Exatamente!

          O grande lance está na tipificação  genérica, subjetiva, açambarcando tudo que é movimento social. Ainda mais tendo como autor Aloysio Nunes… 

        2. Daytona é fake e distorce

          Daytona é fake e distorce propositalmente tudo hehehe. Eu me divirto com esse zé mané. Nunca exaltei a “revolução democrática” (sic) de 1964. Quem está fazendo isso, emulando o papel de advogado de defesa do Black Bloc e que tais, é o Elio Gaspari, por exemplo. Leia o texto que foi divulgado dele no post “As consequências da morte do cinegrafista“, que você não leu. Se leu, não surpreende a falta de visão das coisas, conhecendo a tua já famosa falta de inteligência como eu conheço rsrs. O texto de Gaspari inclusive virou post, ver aqui: https://jornalggn.com.br/noticia/elio-gaspari-histeria-diante-da-violencia-resulta-em-nada.

          Como deixei claro no primeiro comentário abaixo, sou contra o projeto de lei da forma como ele foi apresentado. Inclusive considero que para enfrentar o que o Black Bloc faz, as leis atuais são eficazes, sem prejuízo do debate sobre uma lei brasileira que combata o terrorismo, que existe e deve sim ser combatido. Ou seja, a criminalização do que será conceituado como terrorismo deve ser aprovada mesmo, independentemente do momento atual. Isso está inclusive atrasado. Já era para existir no Brasil há muito tempo uma lei moderna sobre terrorismo, ainda mais sendo o Brasil um país que se prontificou a sediar grandes eventos internacionais, como Copa do Mundo e Olimpíadas.

          No entanto, como conheço o processo legislativo brasileiro, diferentemente de você, que nada sabe sobre isso, estou tranquilo quanto ao papel social que o texto final terá, pois é praticamente certo que ele será modificado.

          Como disse no primeiro comentário, concordo com o que escreveu o Rebolla a respeito. O conceito legal de terrorismo está elástico, muito amplo, e muita coisa poderia ser indevidamente enquadrada.

          Sobre a Lei de Anistia, minha posição há muito tempo é a mesma que foi difundida em algumas ações propostas pelo MPF(como a que foi proposta contra o Brilhante Ustra), posição esta que, mais uma vez, você desconhece, porque é desinformado e nada sabe sobre o assunto.

          Sou contra, a rigor, a anistia como ela foi apresentada. Considero que havia meios jurídicos para não considerar válida a anistia ampla e irrestrita.

          O que eu disse certa feita, num debate com o sujeitinho que comanda esse perfil chamado Dá-e-Toma, digo, Daytonto, ou melhor, Daytona, comentando a decisão do STF, foi que entendia os fundamentos da decisão e não via nela necessariamente uma autorização à afronta aos direitos fundamentais, como ele alopradamente afirmou, inclusive atacando a figura do ministro Eros Grau, relator daquela ADPF nº 153, que chegou a ser advogado de torturados e perseguidos políticos nos tempos da ditadura militar, ele mesmo que chegou a ser torturado e vítima de perseguição enquanto advogado de presos políticos e pessoas ligadas à oposição ao regime ditatorial. Considerei, na ocasião, o ataque ao eminente ministro Eros Grau, vindo de um fake desclassificado de Internet, uma ignomínia. Expliquei, na ocasião, para o fake acima, o ignorante Daytonto, digo Dá-e-Toma, ou melhor Daytona, que a decisão se prendeu a um momento histórico, mas que muitas questões jurídicas sustentavam a interpretação do STF. Não significa que os ministros que julgaram improcedentes os pedidos da ADPF proposta pelo professor Comparato e outros sejam contra direitos humanos. Houve uma decisão sobre a recepção da Lei de Anistia pela Constituição Federal de 1988. Daytona, que nada sabe sobre tais assuntos, não entende o que significa a nuance desse tipo de afirmação. Ele sequer conhece a natureza de uma ação judicial, não entende a relação entre pedido e decisão, não conhece os limites objetivos de uma lide judicial, enfim, não conhece o básico para se habilitar a um debate. É complicado rsrs.

          Daytona, o fake que nada sabe sobre coisa alguma, chega ao absurdo de defender que a Lei de Anistia é inválida por incidência de dispositivos da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, que tem por objeto tratados e convenções internacionais e não leis internas, como a Lei de Anistia, além de dizer, do alto de sua falta de conhecimento, aplicando de forma vergonhosa autores consagrados, como Cançado Trindade, que o Pacto de San José da Costa Rica, apenas internalizado no ordenamento jurídico brasileiro em 1992, tornaria a Lei de Anistia inválida, quando a referida lei perdeu o seu objeto já no exato dia em que entrou em vigor, no longínquo ano de 1979 (lei de efeitos concretos, entrou em vigor e gerou seus efeitos imediatamente). Ou seja, eu mostrei para o fake Daytonto que os argumentos dele eram ruins, que ele falava besteira, que ele nada sabia sobre o assunto.

          Como se observa, ele até hoje não me perdoou por isso rsrsrs.

          Para quem quiser entender os melhores argumentos contra a anistia, sugiro fazer uma pesquisa no Google sobre as ações que o MPF vem propondo contra algumas pessoas. Mas jamais concordem com o fake Daytona. Ele não sabe diferenciar tomada de focinho de porco rsrs

  12. “O ato terrorista ficará

    “O ato terrorista ficará sujeito a livre interpretação. Poderá ou não ser, dependerá de quem analisará o acontecimento e também da repercussão nos meios de comunicação. Pretendem criar um fato típico extremamente elástico, adaptável a inúmeras situações que talvez nada terão a ver com o verdadeiro terrorismo. Uma encomenda sob medida para um regime qualquer enquadrar os seus adversários como terroristas.”

    Concordo plenamente, e essa lei deve ser entendida também sob o contexto da marcha do PT rumo ao centro-direita, característica do governo de Dilma Roussef.

    O governo Dilma não pode ser considerado um governo progressista, a reclamação das minorias, como o movimento LGBT, o MST, os indígenas entre outros demonstra que esse não é um governo pautado por ideias progressistas, apenas pelo pragmatismo eleitoral. 

    Minoriais que não dão voto?Fodam-se.

    Na atualidade, as políticas sociais preservadas são apenas aquelas que garantem votos, e essa é a pura definição do populismo, o que, combinado com a crescente aproximação do governo com valores e propostas da direita, deve ser visto com muita preocupação por aqueles que realmente estimam os valores democráticos. O objetivo, desde o ponto de vista do governo, com esta lei é simplesmente reprimir e coibir manifestações durante a Copa e assim garantir a reeleição, um objetivo de curto prazo, e de interesse particular, às custas de liberdades civis gerais no longo prazo.

    1. ” É certo que a bancada

      ” É certo que a bancada esquerdista tentará e provavelmente emendará o texto com algo de teor semelhante ao inserido no anteprojeto de reforma do Código Penal: Não constitui crime de terrorismo a conduta individual ou coletiva de pessoas movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios, desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados à sua finalidade.Caso isto não ocorra as invasões com depredações, como as praticadas pelo MST, poderão transformar-se em atos terroristas. “

      Agora vejam novamente complementação sugerida: ” desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados à sua finalidade”

      Quem duvida que mesmo assim  os juízes do Brasil inteiro, do Oiapoque ao Chuí, não iriam deixar de enquadrar os movimentos sociais como terroristas, bastando para isso, por exemplo, uma simples derrubada de porteira de uma fazenda improdutiva ?

      1. Exato, ficará a cabo do

        Exato, ficará a cabo do Judiciário – o poder mais conservador, autoritário e anti-democrático – interpretar quem é terrorista ou não.

        Parece que o PT não apredneu nada com a AP 470, aliás, a banda podre aprendeu, e já mudou de lado.

        1. É simples, fake, é só mudar a

          É simples, fake, é só mudar a lei. Seu discursinho aloprado não tem espaço entre pessoas racionais.

          Lembro de você criticando a lei da ficha limpa. O argumento era exatamente esse, de que não se podia confiar no Judiciário kkkkk. Por esse argumento, muitas leis importantes, como a lei de improbidade administrativa, só para citar um exemplo, jamais seriam aprovadas. Afinal, juiz da “casa-grande” pode apenas voltar o arsenal da improbidade administrativa contra os heróis “da esquerda” que o Daytona gosta (atenção, ele é reaça, do tipo “proleta” alienado que sonha em ser bem sucedido no capitalismo; abomina o socialismo, acha Marx um pensador atrasado, esse tipo de pérola que ele, iletrado, não tem fundamento para sustentar;já o vi brigando várias vezes com socialistas em outros fóruns; é reaça mesmo, do tipo que é fã do capitalismo americano, que ele se esforça para dizer que conhece hehehe; Daytona é american dream rsrs).

          O problema ser o Judiciário, fake, vale para todas as leis e não apenas para essa ou aquela lei.

          Ruim é um site que deveria ser sério abrir espaço para um fake, um anônimo, ficar querendo influenciar as pessoas por meio de argumentos e opiniões alopradas como essa. São pessoas como Daytona, o fake, que ajudam a colocar lenha na fogueira, valendo-se de perfis falsos, sabotando o debate público na Internet. Vejam que o discurso dele é o do ódio e da intolerância, sempre.

          Daytona é recalque puro rsrs.

          1. A questão do ficha limpa está

            A questão do ficha limpa está inserida no contexto da judicialização da política, o que repudio. Claro que Argola, que considera a AP 470 um primor de respeito ao devido processo legal, não vê qualquer risco de instrumentalização política de leis que promovam a judicialização da polítca, pois ele considera o judiciário brasileiro completamente neutro.

            Os comentários sobre Marx e as outras asneiras são apenas parte do delírio que frequentemente acomete Argolo, ou “Al”, notório débil mental da “Casa do Aumentador”, comunidade do Orkut conhecida pelos debates entre um pequeno grupo de retardados, mediada pelo Al Argola.

            Por fim, após mais um de seus showzinhos, Al Argola – fã da “revolução democrática de 1964”, da lei de anistia, que garantiu a impunidade de torturadores e assassinos da ditadura, da AP 470, exemplo de respeito ao devido processo legal, e de um eventual Patriot Act brasileiro, que venha criminalizar movimentos sociais – conclui pedindo a censura de comentários que não concordem com sua visão tosca de mundo, ele gostaria de transformar o blog do Nassif em um asilo de lunáticos, fortemente censurado, como a “Casa do Aumentador” no Orkut, antiga UTI psiquiátrica na qual Al Argolo descarregava suas frustrações!

             

             

    2. A incoerência do fake Daytona

      A incoerência do fake Daytona, sua falta de noção das coisa, é mesmo supreendente. É uma falta de inteligência que nunca deixa de surpreender rsrs

      Eu disse que concordei com o texto do Rebolla na íntegra. Ele concordou com o ponto central do texto, as críticas à lei. Pela forma como Daytona, que nada sabe sobre coisa alguma, concluiu a respeito do que eu escrevi, estou autorizado a dizer que ele defende a ditadura militar de 1964 rsrs.

      Mas quando o assunto é Daytona, nunca está tão ruim que não possa ficar ainda pior. Daytona, o fake que nada sabe sobre coisa alguma, concluiu isso quando eu, em resposta a um participante de nome João Alexandre, não estava falando exatamente da lei, mas sim sobre as diferenças dos cenários sírio e egípcio quando comparados com o cenário brasileiro, além de analisar o quanto o Black Bloc poder ser considerado um grupo paramilitar que atenta contra a ordem democrática ou, dependendo, até mesmo de índole terrorista (algumas ações podem ter um caráter mesmo de terrorismo, tais como incendiar ônibus, fechar rodovias, interferindo no direito de ir e vir, depredar patrimônio público, revirar carros etc). Como se observa, comentar esse tipo de coisa nada tem a ver com se debruçar sobre a questão específica da lei.

  13. URGENTE

    Prezao Nassif,

    Veja se  você consegue obter as declarações do Advogado Jonas Tadeu sobre a questão de aliciamento e pagamento dos sicários, grifo meu, para atos de violência nas manifestações que vem ocorrendo no País prestadas no GloboNews a Sandra Steremberg agora às 14h00min. Ele soltou os bichos na entrevista  e deitou falação!

    Ele praticamente dá o mapa da mina do esquema de aliciamento de jovens muitos deles miseráveis da periferia num esquema tipo pirâmide ao preço de R$150,00 por manifestação. Só não dá os nomes aos bois, mas diz que existem deputados, vereadores, organizações etc.. envolvidas e que estas informações a ele foram prestadas em sigilo profissional conversando com pessoas no processo que culminou na identificação do suspeito do assassinato do Santiago. Disse que os rapazes envolvidos nas violências são buscados em seus domicílios em veículos dos organizadores e a eles é dado camâras(sic) de gás, suponho máscaras contra gás, e demais itens para a participação deles nos protestos, ressaltando que os demais participantes não seriam pagos sendo a participação destes expontâneas.

    Disse ainda que o suspeito Caio revelou ter medo de ser morto por estas pessoas que os aliciam.

    Repórteres sérios de faro-fino, do tipo sabujo, de culhões no meio das pernas, sem coleira e rabo preso nas Editorias o desafio está lançado!

     

  14. UMA SOLUÇÃO

    Penso que as questões levantadas é de solução muito simples. Se o movimento tem um objetivo, como, por exemplo: protestos contra aumento de passagens; luta por um pedaço de terra, por uma moradia, por aumento de salário, por condições dignas de trabalho, etc. etc. etc, mesmo que haja violência durante os atos, está aí o Código Penal para punir os excessos.

    Já as badernas, os vandalismos, os assassinatos, .. SEM CAUSA, como a dos black blocs, têm que ser tratados como TERRORISMO, sim. 

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