O financiamento da tortura no Brasil

Enviado por jns

Empresários do GPMI, Paulo Maluf, Abreu Sodré, Delfim Neto e Henning Boilesen

A participação dos empresários no desenvolvimento do sistema de repressão brasileiro, preocupação central dos militares, ocorreu a partir do Grupo Permanente de Mobilização Industrial – GPMI.

Formado nos primeiros dias após o Golpe Civil-Militar de 1964, o GPMI reunia não só empresários interessados na possibilidade de abertura de um novo campo para a iniciativa privada, mas também cidadãos como o industrial Henning Albert Boilensen, que colocou aos integrantes do GPMI a questão da participação do empresariado na luta pela manutenção da segurança interna, em 1969.

A ideia era de que, como na guerra externa, todos os setores da sociedade deveriam participar da a luta contra a subversão, incluindo-se aí os empresários, na defesa da segurança nacional,.

Antes, ainda é importante notar que a Carta Constituinte, outorgada em 1967, considerada a institucionalização do Golpe Civil-Militar de 1964, ao tempo em que havia estabelecido a eleição indireta para presidente da República, também tornou a Segurança Nacional responsabilidade de todos os cidadãos, conforme seu artigo 89: ‘Toda pessoa natural ou jurídica é responsável pela segurança nacional, nos limites definidos em lei’.

De toda forma, segundo as memórias do General Sylvio Frota, Ministro do Exército do Governo Geisel, havia assédio dos industriais ao Comando do II Exército, em São Paulo, tendo em vista que‘o Comando do II Exército era procurado, diariamente, por industriais e pessoas da mais alta categoria social, que lançavam insistentes apelos para que o Exército interviesse na situação, proporcionando, deste modo, segurança e tranquilidade ao laborioso povo paulistano’.

O surgimento da Operação Bandeirante – OBAN promoveu a união de forças para combater à dissidência política em São Paulo. Os esforços realizados, para combater os opositores da Ditadura Civil-Militar, contaram com a participação do prefeito da cidade, Paulo Maluf, do governador do Estado de São Paulo, Roberto Costa de Abreu Sodré e de grandes grupos comerciais e industriais paulistas, nas palavras do jornalista Elio Gaspari:

‘A reestruturação da PE paulista e a Operação Bandeirante foram socorridas por uma caixinha a que compareceu o empresariado paulista. A banca chegou-se no segundo semestre de 1969, reunida com Delfim num almoço no palacete do clube São Paulo, velha casa de dona Veridiana Prado. O encontro foi organizado por Gastão Vidigal, dono do Mercantil de São Paulo e uma espécie de paradigma do gênero. Sentaram-se à mesa cerca de quinze pessoas. Representavam os grandes bancos brasileiros. Delfim explicou que as Forças Armadas não tinham equipamentos nem verbas para enfrentar a subversão. Precisava de bastante dinheiro’.

As ações de resistência armada, compreendidas em sentido amplo, remontam aos primeiros estudos contratualistas e as concepções da relação entre o Estado e a Sociedade Civil.

Cabe mencionar a versão oficial, acerca das circunstâncias da morte do industrial Henning Boilesen, chancelada pelos facilitadores da violência e os operadores direto da violência.

O empresário, de acordo com testemunhos de militares e militantes da época, gostava de assistir as sessões de tortura praticadas nos porões da ditadura.

O documentário de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário Cidadão Boilesen  com depoimentos de amigos, antigos colaboradores civis e militares, do filho mais velho deste, do cônsul americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos militantes que participaram da morte de Boilesen.

Contém ainda depoimentos do ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Paulo Egídio Martins, do Secretário de Segurançã Pública do Estado de São Paulo, Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época.

A ação foi executada pelo Comando Revolucionário, composto de integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), sendo um dos seus motivos a morte de Devanir José de Carvalho (codinomes Henrique, Justino, Heitor), líder do MRT.

‘No dia seguinte, 15 de abril de 1971, o Comando Revolucionário tomou posição e dessa vez, pontual, Boilesen saiu da casa de seus filhos, às 0910 horas. O planejamento, no entanto, não fora bem feito. Ao entrarem na [Rua] Estados Unidos, os terroristas observaram, surpresos, que o Ford Gálaxie do industrial já virava à direita, tomando a Rua Peixoto Gomide. Após alguns segundos de hesitação, decidiram agir assim mesmo e saíram em perseguição ao carro. Para evitar uma feira livre, Boilesen entrou na Rua Professor Azevedo Amaral e pegou a Barão de Capanema. Na esquina da Alameda Casa Branca, parou para entrar à esquerda. Nesse momento, os dois carros emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando o fuzil para fora da janela, disparou um tiro que raspou a cabeça de Boilesen. Este saiu do Gálaxie e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil: José Milton descarregou a metralhadora em suas costas e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros, indo cair na sarjeta, junto de um outro Volkswagen’.

Projeto Unisinos

Redação

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  1. O Claudio Lembo, no último

    O Claudio Lembo, no último programa Brasilianas, colocou com bastante clareza a participação da sociedade civil brasileira no Golpe de 64. Lembo, com a sabedoria da idade e  o despojamento de quem já viu tudo no cenário político brasileiro deu um depoimento esclarecedor sobre o período. A entrevista foi “deliciosa” especialmente pela ironia do velho político e foi engraçado ver o Nassif ser intimado toda hora pelos erros e omissões da classe jornalística.

  2. OS aCELERADOS que sempre

    OS aCELERADOS que sempre trazem 

    espantalhos distantes 

    para próxima assombração

    podiam ir mais distante que venezuela & cuba

    praver como perderia A CLASSE

    em SANGRENTA revolução

  3. ESQUADRÕES DA MORTE & CIA

    Joaquim Barbosa frequentou a Escola de Golpes da CIA

    Os Estados Unidos patrocinou a construção e forneceu os equipamentos do Centro Nacional de Telecomunicações e do Instituto Nacional de Criminalística e Identificação e desenvolveu o currículo e o corpo docente da Academia Nacional de Polícia Brasil.

    Como oposição à junta militar aumentou, o controle do aparelho do Estado tornou-se sinônimo de aumento da vigilância, prisões e tortura de quem se envolvia em atividades políticas. Em resposta, Golbery do Couto e Silva, o chefe de equipe do IPES, usou as suas centenas de milhares de arquivos para configurar o primeiro Serviço Nacional de Inteligência, o SNI. Tal como aconteceu com a criação da DINA no Chile, o SNI do Brasil foi criado imediatamente depois de um golpe militar apoiado pela CIA. Inevitavelmente, o SNI se voltou para o seu concorrente mais poderoso do Norte. Nos quartéis em todo o Brasil, era de conhecimento comum que muitos oficiais recebiam dinheiro e se reportavam diretamente às estações da CIA. Em troca, a CIA e o SNI começaram a exigir resultados e a polícia foi duramente pressionada para obter provas incriminatórias de ações subversivas. O aparato policial concluiu que não faria nada a um detento menos disposto a falar do que um pouco de tortura. Além disso, trabalhando em estreita colaboração com as forças militares, a CIA abriu até lojas de equipamento especiais, variando de gás lacrimogêneo a instrumentos para administrar choques elétricos, que eram entregues imediatamente a partir do ramo da Technical Services Division-TSD, sediada no Panamá, porque a solicitação de tais materiais através dos canais normais poderia demorar meses.

    No entanto, as informações sobre os dissidentes em arquivos do General Golbery do Couto e Silva eram inconclusivas e o tratamento aos prisioneiros era complicado. Um recurso alternativo tinha que ser encontrado. O sentido das limitações por parte da polícia brasileira logo deu origem a grupos de vigilantes que procuravam apaziguar os temores dos novos líderes do Brasil e seus aliados norte-americanos. Um dos homens que atuaram sobre essas preocupações foi Henning Albert Boilesen, presidente de uma companhia de gás. A suspeita de que Boilesen estava a soldo da CIA cresceu quando ele começou a solicitar o dinheiro de ricos industriais para uma nova organização chamada Operação Bandeirantes – OBAN. A OBAN uniu vários serviços de inteligência da polícia militar em uma organização paramilitar que não conhecia limites.

    Esquadrões da Morte não eram um fenômeno novo no Brasil. Eles tinham sido uma fonte de renda extra para os policiais, antes do golpe e, se um bandido precisava eliminar um rival, ele poderia encomendar o assassinato através de um membro de um esquadrão. Apesar dos aumentos salariais da AID, seis anos após o golpe, as execuções realizadas pelos Esquadrões da Morte, integrados por pessoal da polícia fora de serviço, ainda estavam ocorrendo. E agora, um novo lema militar tinha sido adicionado à violência extremada: O “Dez por Um”, significando que, para cada morte de um membro do esquadrão, dez pessoas morreriam. Quando um investigador de polícia de São Paulo foi morto em 1970, cerca de vinte pessoas foram executadas pela polícia.

    Oficiais dos EUA sabiam e apoiavam a participação de policiais em Esquadrões da Morte. No Uruguai, um oficial de operações da CIA, William Cantrell, usando o disfarce de Assessor de Segurança Pública, ajudou a configurar o Departamento de Informação e Inteligência – DII. Nelson Bardesio, o motorista de Cantrell, foi ele próprio um membro do Esquadrão da Morte, em Montevidéu. Interrogado por guerrilheiros Tupamaros, em 1972, Bardesio testemunhou que o DII serviu como uma cobertura legal para o Esquadrão da Morte. O testemunho de Bardesio revelou ainda que um diplomata brasileiro ofereceu para configurar as comunicações de rádio entre Brasília e Montevidéu. Autoridades de inteligência uruguaios alegou Bardesio, receberam treinamento do Esquadrão da Morte no Brasil. O link entre Esquadrões da Morte dos dois países foi Sergio Fleury, um oficial superior da polícia política no Brasil. Um líder na eliminação da esquerda brasileira, Fleury foi identificado por centenas de presos políticos como o homem que supervisionava, pessoalmente, as torturas. Através de seu trabalho nos esquadrões da morte, a infâmia de Fleury se espalhou a partir de São Paulo para todo o Brasil e para o Uruguai. Em pelo menos duas ocasiões, ele se reuniu com grupos de policiais uruguaios mediante contatos da CIA.

    O uso sistemático da tortura também foi tolerada, se não incentivada, por funcionários da USAID. A polícia brasileira especulou sobre o que o Assessor de Segurança Pública, Dan Mitrione faria se fosse testemunhar a tortura de um prisioneiro. Um oficial disse que ele iria embora e outro perguntou: “De onde… do país?”. “Não… ele iria sair da sala”, disse o primeiro. Até hoje, o Programa de Segurança Pública dos EUA no Brasil ajudou na formação de mais de 100 mil policiais federais e estaduais. Além disso, 600 oficiais de alta patente receberam treinamento na agora extinta International Police Academy  – IPA, no campus da Universidade de Georgetown, em Washington DC. Os Estados Unidos também é responsável pela construção, equipamento e desenvolvimento do currículo e corpo docente da Academia Nacional de Polícia Brasil, o seu Centro Nacional de Telecomunicações e o Instituto Nacional de Criminalística e Identificação.

    Na tortura imposta de prisioneiros, os policiais militares e civis trabalharam lado a lado. Era uma prática comum as prisões serem realizadas pelos policiais civis para, em seguida, transferir os suspeitos a um ramo das Forças Armadas e, o mesmo modo, serem devolvidos de volta para uma instalação policial. O CENIMAR, seção de inteligência da Marinha, teve o seu principal centro de prisão e tortura no porão do Ministério da Marinha, perto do cais do porto do Rio de Janeiro. Oficiais da Marinha dos EUA, servindo em uma base na missão naval, muitas vezes ouviam os gritos do outro lado do pátio, mas nenhum deles – nem mesmo o comandante da missão, o contra-almirante C. Thor Hanson – nunca levantou a questão com os seus anfitriões.

    A partir da instalação do CENIMAR, os prisioneiros foram enviados através da Baía de Guanabara, por lancha a motor, para uma prisão na Ilha das Flores. Especialistas em tortura, integrado por membros do Departamento de Ordem Política e Social – DOPS interrogavam os aprisionados no interior dos edifícios brancos e baixos do CENIMAR. O comandante da ilha era Clemente José Monteiro Filho, um graduado da School of the Americas – Escuela de Golpes – em Fort Gulick na Zona do Canal do Panamá. O líder do interrogatório e tortura era Alfredo Poeck, um comandante da marinha que tinha recebido um curso de três meses na Special Warfare School  em Fort Bragg em 1961.

    A rotina de tortura consistia de uma surra preliminar dada por uma pá de madeira plana, com buracos perfurados chamada de palmatória. Esta recepção seria seguida por uma aplicação concentrada de fios elétricos nos órgãos genitais, concebidos para extrair as informações das vítima. Se este método falhasse, o prisioneiro era submetido a mais uma rodada com a palmatória e, muitas vezes, durante por seis horas. Hoje, a tecnologia do terror do Brasil avançou além do bastão elétrico e a pá de madeira. Depoimentos de presos políticos verificados pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB lista entre as mais novas invenções, um cubículo refrigerado chamado de ‘geladeira’. Prisioneiros nus são encaixotados na ‘geladeira’ por vários dias e frequentemente molhados com água gelada. Todo o tempo, alto-falantes emitem sons ensurdecedores. Um prisioneiro descreveu esta tortura como uma “máquina para enlouquecer as pessoas.” 

    Os egressos dos programas policiais da CIA são uma preocupação inegável para o povo brasileiro.

    A lista apresenta os nomes de formandos durante o período de 1961 a 1964.

    Alceu Drummond Oliveira (15/07/63 – 15/10/63)

    Antonio Candido Abreu  (15/04/63 – 15/07/63)

    Antonio Fernandes (15/07/63 – 15/10/63)

    Antonio Soares de Almada (15//04/63 – 15/07/63)

    Arlindo Bento Ribeiro (15/07/63 – 15/10/63)

    Carlos Alberto Boffa (15/07/63 – 15/10/63)

    Dilson de Almeida Souza (15/01/63 – 15/04/63)

    Dioran Teixeira (15/07/63 – 15/10/63)

    Eudes Batista Almeida (15/07/63 – 15/10/63)

    Eudes Coutinho de Abreu (15/01/63 – 15/04/63)

    Firmiand Pacheco de Arruda (15//01/63 – 15/04/63)

    Heitor Martins Mafra (15/07/63 – 15/10/63)

    Helio Pestana Rosa (15/01/63 – 15/04/63)

    Hever da Silva Nogueira (15/01/63 – 15/02/63)

    Iaci Cruz Saraiva (15/01/63 – 15/02/63)

    Ismar Concalves da Costa (15/01/63 – 15/04/63)

    Joao Firmo Sereno (15/04/63 – 15/07/63)

    JOAQUIM BARBOSA (15/04/63 – 15/07/63)

    Jose Eduardo Araujo (15/07/63 – 15/10/63)

    Jose Luiz Costa (15/07/63 – 15/10/63)

    Jose Mario Hostin (15/04/63 – 15/07/63)

    Jose Tabosa Almeida (15/04/63 – 15/07/63)

    Leonel Archanjo Affonso (15/04/63 – 15/07/63)

    Neylor Vasconcellos Andrade (15/40/63 – 15/07/63)

    Oezer Carvalho Fernandes (15/01/63 – 15/02/63)

    Paulo Agemiro da Silveira Filho (15/07/63 – 15/10/63)

    Paulo Fernandes Pereira (15/01/63 – 15/04/63)

    Paulo Souza da Silva (15/04/63 – 15/07/63)

     Raimundo Valerio Dias Lage (15/07/63 – 15/10/63)

    Raul Brandao  (15/04/63 – 15/07/63)

    Ricardo Frazao do Nascimento (15/04/63 – 15/07/63)

    Rubens Jose Ferreira (15/07/63 – 15/10/63)

    Saulo Nunes Sousa (15/04/63 – 15/07/63)

    Taltibio Delivalle y Araujo (15/04/63 – 15/07/63)

    Vilmar Leal Arnaut (15/7/63 – 15/10/63)

    Walter Dantas (15/01/63 – 15/04/63)

    Wilson Gomes da Silva (15/07/63 – 15/10/63)

    por Peter Gribbin

    ***

    O golpista Joaquim Barbosa supra-citado é homônimo do outro golpista do STF que, em 1963, tinha apenas 9 anos de idade e não poderia, tão precocemente, ter recebido treinamento da CIA.

    Mas será o Benedito?

  4. Estou lendo o livro ” A

    Estou lendo o livro ” A Argentina Facista” que relata o golpe militar no país. Gente, é igualzinho. O USA não muda as táticas, porque sempre tem sua perfeita bucha de canhão para  concretizar seus golpes sangrentos nas democracias populares, que são: a igreja, a mídia, ex-esquerdistas, intelectuais frustrados e, até, a copa do mundo. A única diferença em relação à copa (1978), é que na Argentina  foi para beneficiar o governo golpista e, aqui, está sendo utilizada para derrubar governo democrático popular. Quando será que os bestiais adoradores dos USA, se permitirão ter um país SEU, INDEPENDENTE? É difícil, como é difícil quando se tem frustrados lutando contra o que poderia ser sua pátria. Os USA não os querem (apenas os usam) e, eles, frustrados, não querem o Brasil. É dose…

    1. As Revoluções Coloridas

      “Como imagem num espelho, a situação na Ucrânia reflete o que se passa e o que vem acontecendo no mundo ao longo das últimas várias décadas. Depois do fim da bipolaridade no planeta, acabou-se a estabilidade.

      Instituições internacionais chaves não se estão fortalecendo; ao contrário, em muitos casos, estão em degradação. Nossos parceiros ocidentais, liderados pelos EUA, preferem não se deixar guiar pela lei internacional; preferem, como orientação, a lei das armas.

      Com o tempo, acabaram por se autoconvencer do próprio exclusivismo, do próprio excepcionalismo; que poderiam decidir os destinos do mundo; que só eles e sempre eles, estão sempre certos. Fazem o que bem entendam: aqui, ali, acolá, por toda parte usam força bruta contra estados soberanos, construindo ‘coalizões’ baseadas no princípio de ‘se você não está conosco, está contra nós’.

      Para dar a essa agressão ares de legitimidade, forçam as necessárias ‘resoluções’ nas organizações. E, se por alguma razão, o ardil não funciona, então simplesmente ignoram e atropelam o Conselho de Segurança da ONU e a ONU inteira.”

      “E houve toda uma série de revoluções ‘coloridas’ controladas. Claramente, o povo naquelas nações, onde esses eventos aconteceram, estavam fartos de tirania e de pobreza, da falta de possibilidades; mas esses sentimentos foram cinicamente manipulados para deles extrair vantagens que nada tinham a ver com as necessidades e carências populares. Impuseram-se padrões a essas nações que, de modo algum, correspondem aos padrões de vida, às tradições e à cultura de cada um desses países. Como resultado, em vez de democracia e liberdade, o que há lá é o caos; surtos de violência e levantes. A Primavera Árabe virou Inverno Árabe.”

      Trechos da longa fala de Vladimir Putin aos deputados da Duma, aos membros do Conselho da Federação, Governadores Regionais da Rússia e membros da sociedade civil no Kremlin, em 18/3/2014.

      O discurso completo do ‘Russinho Encardido’ é uma reflexão sobre as agitações teleguiadas que encontraram um freio na Criméia.

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