O impacto da onda de lama no mar

Enviado por JNS

Da BBC Brasil

‘Impacto de lama no mar seria como dizimar Pantanal’, diz biólogo

Por Luís Barrucho

Onda de lama de rejeitos atingiriam 10 mil km² em região conhecida como Giro de Vitória, importante celeiro de nutrientes para animais marinhos

A chegada da onda de lama, resultado do rompimento de uma barragem em Mariana (MG) há duas semanas, ao Oceano Atlântico ─ prevista para ocorrer neste domingo ─ teria um impacto ambiental equivalente à contaminação de uma floresta tropical do tamanho do Pantanal brasileiro.

A afirmação é do biólogo André Ruschi, diretor da escola Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi, em Aracruz, Santa Cruz, no Espírito Santo.

De acordo com Ruschi, os 62 bilhões de litros de rejeitos do beneficiamento do minério de ferro ─ o equivalente a 25 mil piscinas olímpicas ─ despejados ao longo de 500 km da bacia do rio Doce atingiriam cerca de 10 mil km² numa região conhecida como Giro de Vitória, importante celeiro de nutrientes para animais marinhos, como a tartaruga-de-couro (ameaçada de extinção), o golfinho pontoporia e as baleias jubartes.

A foz do rio Doce está localizada no distrito de Regência, na cidade de Linhares, litoral norte do Espírito Santo.

Ele estima que a descarga tóxica contaminaria principalmente três Unidades de Conservação marinhas ─ Comboios, Costa das Algas e Santa Cruz, que juntas somam 200.000 hectares (2.000 km²) no oceano.

Ruschi lembra, contudo, que como o ecossistema marinho é mais vulnerável do que o terrestre, o impacto no mar seria proporcional à contaminação de uma área continental dez vezes maior ─ ou 20.000.000 hectares (200.000 km²) ─ de floresta tropical primária.

“Seria como dizimar, de uma só vez, todo o Pantanal”, afirma Ruschi à BBC Brasil. O Pantanal se estende por 250.000 km² pelo Brasil, Bolívia e Paraguai.

Ameaçada de extinção, tartaruga-de-couro pode ser afetada por mancha de lama

“O ecossistema marinho é muito mais eficiente na biossíntese do que o terrestre. Cerca de dois terços de toda a biomassa do planeta é produzida em apenas 5% ou 6% dos oceanos. Trata-se da borda dos continentes ou de regiões com menos de 200 metros de profundidade, onde as algas podem receber luz e fazer fotossíntese”, explica.

Ruschi acredita que, se nada for feito, o prejuízo ambiental do ‘tsunami marrom’ pode demorar 100 anos para ser revertido.

“Precisamos impedir a todo custo que essa lama chegue ao mar. Caso contrário, pode se tornar um desastre de proporções mundiais, com consequências difíceis de imaginar. É um risco que não podemos correr. E o preço que pagaremos por ele será enorme”, alerta.

“O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de 1/2 do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos”, afirma.

‘Desastre ambiental’

Segundo Ruschi, prejuízo ambiental causado por ‘tsunami marrom’ pode demorar 100 anos para ser revertido

Há cerca de duas semanas, toneladas de lama vazaram no rompimento de uma barragem da empresa Samarco em Mariana (MG), no maior desastre ambiental da indústria da mineração brasileira.

A Samarco, fruto da sociedade entre a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, é responsável pela exploração de minério de ferro no município.

Até agora, o ‘tsunami marrom’ destruiu vilarejos, como o distrito de Bento Rodrigues, deixando pelo menos 11 mortos ─ sendo sete já identificados ─ e 12 desaparecidos.

Na quinta-feira, a onda de lama chegou à cidade de Colatina, no Espírito Santo, distante 400 km de Mariana. O abastecimento foi interrompido e os moradores estão recebendo água em caminhões-pipa.

A previsão, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que monitora a evolução da mancha de lama, é de que o contato do material contaminado com o mar, no litoral do Estado, ocorra no domingo, 22.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) confirmou o prognóstico à BBC Brasil. Inicialmente, o órgão havia previsto que a lama contaminada atingiria o mar na sexta-feira.

Biodiversidade ameaçada

Biólogo ressalvou que contaminação não seria imediata

Ruschi prevê que a lama poderia ser levada para uma área maior do que o Giro de Vitória, afetando o banco de Abrolhos (em cujo extremo norte se localiza o arquipélago de mesmo nome) e a Cordilheira submarina, uma cadeia de montanhas submersas originadas do afastamento das placas tectônicas.

“É este Giro de Vitória (área de ressurgência de nutrientes) que nutre toda a região (cordilheira Vitória Trindade e banco de Abrolhos) por efeito das variações estacionais e climáticas que influenciam essa dispersão”, explica.

Segundo o biólogo, a longo prazo, os efeitos ambientais poderiam ser sentidos em até 20 milhões de km² no oceano, o equivalente a cinco vezes o tamanho da Floresta Amazônica.

“A lama que chega carregada pelas correntes vai se depositar inicialmente numa área menor, mas como o tempo ─ devido a chuvas, por exemplo ─ pode afetar áreas maiores”, explica Ruschi.

“Estamos falando do eixo de funcionamento de todo o Atlântico Sul. Essa é a região de maior biodiversidade marinha do mundo. É um sistema especial, único, importante e fundamental”, acrescenta ele.

Ruschi ressalva, porém, que a contaminação não se daria de forma imediata.

“Isso depende da caracaterização química desses resíduos industriais minerais e de outros poluentes que essa lama vem trazendo na calha do rio Doce”, diz ele.

Na quinta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a mancha de lama proveniente do rompimento da barragem em Mariana deve se espalhar por uma extensão de 9 km quando chegar ao mar. A estimativa foi baseada em um estudo feito pelo grupo de pesquisa do oceanógrafo Paulo Rosman, da UFRJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Teixeira descartou qualquer impacto ambiental no arquipélago de Abrolhos (250 km ao norte da foz do rio Doce) e nos manguezais da região de Vitória (120 km ao sul).

Segundo a ministra, foi concluída a escavação de um canal na região para tentar desviar a lama da área de desova de tartarugas de couro, espécie ameaçada. Desde o último sábado, funcionários do projeto Tamar vêm recolhendo ovos de tartaruga-de-couro na região.

O rejeito de mineração de ferro é composto por terra, areia, água e resíduos de ferro, alumínio e manganês. Ainda não se sabe se a composição é tóxica para humanos, mas, de acordo com especialistas, ela funcionaria como uma “esponja”, absorvendo outros poluentes para dentro do rio.

Aquecimento global

Segundo Ruschi, descarga tóxica poderia provocar aumento na temperatura da Terra

Ruschi também diz que a chegada da lama ao mar poderia, em última instância, elevar a temperatura da Terra.

Isso porque, segundo ele, a foz do rio Doce concentra 83% das algas calcárias da costa brasileira, um dos principais ‘fixadores’ de gás carbônico da atmosfera.

“Como os sedimentos tendem a cobrir as algas, impedindo a luz e a troca de gases, esses animais tendem a desaparecer da área. Quanto mais ampla for a dispersão, maior o impacto, pois pelas correntes tudo vai acabar na região da Cordilheiras e do banco de Abrolhos”, explica.

“Quando não existia esse banco de algas, há 100 milhões de anos, a temperatura da Terra era 10 graus Celsius maior, assim como a concentração de CO2. Naquela ocasião, esse gás era emitido pelos vulcões. Desde então, a atividade dos vulcões diminuiu significativamente, mas o CO2 passou a ser emitido por outras fontes, como as indústrias”.

“Por isso, o impacto desse material (lama tóxica) pode induzir a reprodução do clima daquele período”.

Multas

Samarco, responsável pela barragem que rompeu, já foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama

Na quinta-feira, a Justiça Federal do Espírito Santo determinou que a Samarco apresentasse e adotasse em 24 horas medidas para barrar a chegada ao litoral capixaba da lama oriunda do rompimento da barragem em Mariana. Se não cumprir a decisão, a mineradora será multada em R$ 10 milhões por dia.

A empresa já havia sido multada em R$ 250 milhões pelo Ibama na semana passada. Caso a lama chegue ao mar, o órgão prevê novas multas, cada uma no valor máximo de R$ 50 milhões.

Também na semana passada, a Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de R$ 350 milhões na conta da Samarco. O montante deverá ser revertido para reparação dos danos às vítimas do desastre, que já produziu mais de 500 desabrigados.

Procurada pela BBC Brasil, a Samarco informou que está tomando “providências para mitigar as consequências geradas com o avanço da mancha pelo Rio Doce, no Espírito Santo”. Diz ainda ter iniciado “a coleta de amostras de água nos trechos impactados”.

“Nove mil metros de barreiras de contenção offshore e Sea Fence começaram a ser instaladas 18/11, na foz do Rio Doce, no Espírito Santo. Outra ação em andamento é o resgate de espécies de ictiofauna (peixes), principalmente aquelas endêmicas e ameaçadas de extinção, nas regiões de Baixo Guandu, Colatina e Linhares – Regência, seguindo as diretrizes técnicas do Ibama e Iema”, disse a empresa, em nota.

Redação

15 Comentários

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  1. Porquê os presidentes da VALE

    Porquê os presidentes da VALE e da SAMARCO ainda não forampresos? Tô careca de ver gerentes de comércios de secos e molhados serem conduzidos, ALGEMADOS,  à delegacias de polícia por venda de bandejas de YOGURTES VENCIDOS.

  2. buenos governo y mercado y

    buenos

    governo y mercado y economia y política agem no modo analógico desonerativo tangível 1 + 1 = 3

    catástrofes fenomenais ambientais reagem no modo holístico, sistêmico, exponencial, intangível 011011

  3. Creio que está na hora de se

    Creio que está na hora de se cogitar sobre a reestatização da Cia. Vale do Rio Doce. Enquanto for uma empresa privada, a Vale jamais trará qualquer benefício ao país. Ao contrário, tragédias como a que estamos presenciando poderão se repetir. O processo de reestatização deve levar em conta o valor que foi pago ao governo FHC pela venda da empresa, de forma a que, pelo mesmo valor sem correção, seja agora comprada de volta pelo Brasil   

  4. Começou o achismo!

    Os números quando manipulados ao seu bel prazer podem resultar em frases fantásticas. Vamos aos grandes números para entender como é possível dizer bobagens sobre problemas importantes.

    Primeira grande bobagem é o efeito que esta lama fara ao ambiente costeiro e marítimo em geral. Fala-se em 62 bilhões de litros de rejeitos, ou melhor, 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos, metros cúbicos apesar de dar um número menor e aparecer o Milhão no Lugar do Bilhão permite que se calcule o problema real.

    Primeira falácia do achismo, grande parte deste volume despejado fez e continuará fazendo o estrago nas regiões próximas a barragem, grande parte destes resíduos se depositará nos primeiros 10 a 50 km da região em que ocorreu a ruptura da barragem, transformando a vida de quem mora perto desta um verdadeiro inferno.

    Conforme a granulometria do material, este se depositará aos poucos e devido a suas características químicas formará um tapete sólido e que impede a vida sobre este tapete. Porém este tapete, por infelicidade dos moradores próximos a barragem ficará por décadas depositado no fundo do rio e nas suas margens. Ou seja, os 62 milhões de resíduos NÃO CHEGARÃO AO MAR.

    Segunda coisa que esquecem esta pluma de material em suspensão NÃO SE DEPOSITARÁ IMEDIATAMENTE NAS REGIÕES COSTEIRAS, por ser uma pluma que vem do continente e certamente tem uma temperatura maior e uma salinidade menor do que as águas do oceano ela formará uma pluma HIPOPICNAL que flutuará sobre as águas do oceano se depositando aos poucos numa área razoável.

    Agora supondo (isto é uma hipótese, não está baseada em dados sobre o material, mas é uma hipótese não conservadora em relação aos impactos no oceano, provavelmente será bem menos) que 30% do material provindo dos rejeitos da ruptura da barragem chegue ao mar isto reduziria os 62 milhões de metros cúbicos para 18,6 milhões de metros cúbicos, o que é um volume considerável. Porém este volume, conforme o achismo proposto no artigo teria condições de atingir uma área de 10 mil quilômetros quadrados, transformando estes 10000 km² em metros quadrados para poder comparar com o volume despejado, se tem 10000x1000x1000 m² o que resultaria em 10.000.000.000 m² daria em média uma espessura de 2mm na área considerada. Ou seja, o que provavelmente não chegará ao mar se for distribuído na área considerada agregará 2 mm de depósito de material na região em questão.

    Todos sabem que organismos marinhos tem capacidade de resistir a pequenos impactos, principalmente devido a suas dimensões que são bem maiores de 2 mm. Pore exemplo os corais que são colocados como um dos principais abalados por este horror com a deposição de sedimentos da ordem de 2 mm de espessura ou mesmo de até 2 cm de espessura simplesmente não sofrerão nada, pois este sedimento se depositará na base de cada coral deixando a parte superior, responsável pela alimentação do mesmo, livre.

    O que há é um pequeno grau de oportunismo das pessoas, procurando magnificar o impacto nas suas áreas de atuação e conseguindo recursos para estas áreas.

    É importante também destacar, que com a diluição destes recursos para todos e quaisquer que aleguem grandes impactos, retirará recursos daqueles que REALMENTE terão suas vidas alteradas por anos ou décadas devido a impactos ambientais diretos que sofreram.

    Não é a hora de todos tentarem tirar uma casquinha do desastre de forma um pouco oportunista, pois retirando recursos daqueles que realmente sofrerão na carne o desastre ambiental estarão não protegendo a natureza, mas sim achando um agente financeiro para suas pesquisas.

    1. Esclarecedor

       

      Obrigado rdmaestri pelos comentários esclarecedores.

      Não sei se você tem razão, mas meu achismo de leigo me dizia que no oceano a lama teria mais possibilidades de ser dispersada do que no continente.

      Espero que ambos tenhamos razão.

      De qualquer forma, o impacto no continente e nas pessoas atingidas parece ser, infelizmente, catastrófico. Como gostaria de uma opinião abalisada mostrando o contrário. De que, em breve, o ecosistema estaria recuperado outra vez.

       

      1. Caro Galileo, como dizes o impacto no continente já é …

        Caro Galileo, como dizes o impacto no continente já é catastrófico, não precisamos procurar expandir para outras regiões pois enfraquece a luta de quem realmente foi prejudicado.

        O desastre é uma verdadeira catástrofe, e um evento que poderia ser evitado com um pequeníssimo investimento em relação aos lucros das mineradoras.

        Não é hora de ficar tirando casquinha e procurando conseguir algum dinheiro para pesquisas que são importantes em ambientes sensíveis como os mangues e outras regiões costeiras.

        Que haverá um impacto na zona costeira, haverá, mas chegar a dizer que a quantidade de lama pode modificar a temperatura global devido a ação contra os corais, já é ir longe demais, acho um grande oportunismo, tirando o foco das regiões mais afetadas.

        Quanto os efeitos que ocorrerão quando a lama chegar ao mar tem dois aspectos, um positivo e outro negativo, o positivo é que a dispersão é muito maior, função da agitação das ondas e as correntes costeiras, por outro lado, conforme a composição química da lama não sei se haverá uma decantação mais rápida devido a salinidade do mar, meus conhecimentos de físico-química são menos que rudimentares, logo teremos que esperar ou ouvir alguém que entenda do assunto.

  5. Creio que depois deste crime

    Creio que depois deste crime brutal, a saída mais natural não seria aplicar uma simples multa mas processar criminalmente as empresas envolvidas e expulsá-las do país; recuperando as reservas do povo e também o estado do povo.

  6. Em momentos assim, os

    Em momentos assim, os comentários mais apocalípticos têm mais destaque. Algumas questões e informações que até agora não foram tratadas nas matérias sobre o desastre:

    1- Como assim a lama é tóxica, se ela é apenas o material extraído das montanhas de Mariana, sem transformação química, após lavagem com água para retirada do minério de ferro? Se é tóxico agora, por que não seria antes, na montanha? Ou quando a chuva erodisse a montanha e lixiviasse a terra?

    2-  O quanto de sólido chega ao mar, da quantidade inicial vazada e o que é esse sólido? a parcela mais grossa e mais densa do material sedimentou nas margens e no fundo do rio nas regiões mais próximas das barragens. Foi a fração mais fina que prosseguiu, levado pela enxurrada e pela corrente dos rios.

    3- Há notícias sobre densidade de resíduos sólidos na água e sua granulometria para estimar o volume de resíduos que chega ao mar e o tempo de sedimentação? Como prever danos sem informações básicas como essa? a maior parte do resíduo que chega ao mar é uma fração fina, rica em argilominerais, o mesmo material com que se faz tijolos e telhas. Este é o mesmo material que os rios carregam em épocas de enchentes, quando a água dos rios se colore como se fosse um achocolatado. Que saibamos, enchentes não provocam desastres ambientais. Como acham que as planícies de aluvião se formaram? Não seriam essas planícies biomas equilibrados? onde está o dano que durará séculos?

    Informação de qualidade é sempre boa conselheira para encarar e enfretar problemas. 

    1. O danos perto da região das barragens são imensos, porém …

      O danos perto da região das barragens são imensos, porém o resto está sendo um enorme achismo, as quesões levantadas são pertinentes e nenhuma ONG nenhum grupo de professores que estão recolhendo dinheiro para estudar não dão informações corretas e convcretas.

      O item 3 sobre a granulometria já poderia ser respondido em questão de dias, e eu diria que o que está chegando ao baixo rio Doce já é mais cor do que sedimentos, a concentração deve ser mínima pois o trajeto foi longo e tudo que deveria de sedimentar já sedimentou no caminho.

      Estão fazendo um estardalhaço e desta forma enfraquecendo a luta por aqueles que são prejudicados, os moradores da região próxima as barragens.

      O MP mais uma vez tomou uma atitude ridícula, mandar a companhia impedir que a lama chegasse no mar, nunca vi coisa mais estúpida do que isto, as barreiras empregadas servem para sobrenadantes como manchas de óleo, não em material diluído e dissolvido na água.

      O MP capixaba fez como aquele vereador da cidade do interior que quando a água não chegava a um determinado ponto da água devido a lei da gravidade ele pronunciou a seguinte frase:

      – Me digam se esta lei é municipal, estadual ou federal, pois se for de estadual para baixo mando revogar!

      1. Moro em uma cidade atingida

        Moro em uma cidade atingida pela lama que fica a 400KM de Mariana. Sempre vivi às margens do Rio Doce. Se tem uma coisa que posso de garantir é que a água que está passando por aqui neste momento não se parece me nada com agua de uma enchente normal.

        Se assim fosse não haveria necessidade do SANEAR suspender a captação de água no rio nem de haver uma tropa de carros pipa levando água pára todos os lados da cidade para abastecer a população e evitar o caos, assim como não seria preciso ter vários caminhões distribuindo água mineral.

        Ah. Também nunca vi agua de enchente causar mortandade de peixes, muitos, muitos mesmo com mais de 10kG.

  7. Responsabilidade da Vale e do Governo do PT

    Para aqueles que não sabem, o governo é dono de 49,8% da Vale, que é dona da Samarco. O governo através do fundos federais e de empresas estatais, participam do conselho administrativo da Vale e da Samarco. E sabem porque que o governo correu para multar a Samarco? Para desviar a nossa atenção de que o governo também é responsável por ser sócio dessas empresas. Não precisam acreditar em mim, que quiser é só entrar no site da Bovespa que tem toda a informação da composição acionária da Vale. Petistas, nem tentem pesquisar, é muito informação para o QI limitado de vocês.

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