Os passos do ajuste fiscal e o adiamento do sonho

O Ministério do Planejamento divulgou o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 2016) que deverá nortear o desenho do PPA (Plano Plurianual).

Para o superávit primário definiu uma meta de 2% do PIB até 2018. “Consideramos que num contexto macro mais favorável será suficiente para manter a estabilidade fiscal”, explica o Ministro Nelson Barbosa. Por tal entenda-se estabilizar a dívida líquida do setor público em 35% e reduzir gradualmente a dívida bruta de 62% para 60%.

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Para que essa hipótese se realize, o Planejamento trabalha com os cenários de mercado:

  1. PIB com queda de 0,9% este ano e crescimento de 1,3%, 1,9% e 2,4% nos próximos três anos.

  2. IPCA batendo em 8,2% este ano e caindo para 5,6%, 4,5% e 4,5%.

  3. Selic no final de período de 13,25% este ano e, depois, em 11,5%, 10,5% e 10%.

  4. Câmbio se estabilizando entre R$ 3,20 e R$ 3,30.

Com essas hipóteses, o resultado nominal (despesa menos receita incluindo juros) seria de -5,16% este ano, caindo para -2,93%, -2,33% e -2,26%. A dívida bruta recuaria de 62,5% para 60,4% do PIB por conta do aumento do numerador (o PIB) e do fim de algumas operações financeiras onerosas.

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O PLDO definiu metas para os principais itens de despesa:

  1. A folha de pagamentos deverá ter a mesma taxa de crescimento em todos os poderes.

  2. Valores disponíveis deverão ser distribuídos proporcionalmente entre os poderes.

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A redução da dívida bruta advirá mesmo do desmonte gradual de um conjunto de operações financeiras, especialmente os swap cambiais do Banco Central e o diferencial entre a Selic e as taxas de juros do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

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Buscou-se um meio termo mais realista do que os impossíveis 3,5% a 4% defendidos por cabeças de planilha; e mais do que o desejado pelas alas menos ortodoxas da economia.

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Esse cenário será necessário para garantir a aprovação das agências de risco e o fluxo de capitais de curto prazo necessário para fechar as contas externas.

Trata-se do desfecho do sonho de criar uma economia equilibrada, com taxas de juros compatíveis com as praticadas em países desenvolvidos.

Chegou-se a uma Selic de 7,5%, a uma redução dos spreads bancários, a uma competição entre os bancos.

Volta-se agora à antiga receita de juros altos, spreads altos, financiamento externo de curto prazo para fechar as contas, swaps cambiais, juros, tudo corroendo os recursos orçamentários. E louvem-se os céus se a fórmula for bem sucedida.

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O que leva as nações latino-americanas a esses movimentos pendulares sucessivos?

De um lado, a falta de um pensamento macroeconômico sistematizado, nas universidades e nos partidos, capaz de se contrapor à poderosa cortina de expectativas alimentada pela dupla mercado-mídia.

De outro, as atitudes atabalhoadas, a maldição do voluntarismo tipicamente do continente e a falta de limites institucionais a experimentalismos.

É todo esse conjunto de vulnerabilidades culturais e institucionais que leva uma presidente a chegar ao feito de uma Selic a 7,5% e, depois, piscar ao primeiro sinal de uma inflação que nada tinha a ver com a demanda.

Luis Nassif

54 Comentários

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  1. Na parte experimentalismos,

    Na parte experimentalismos, destacaria a contabilidade criativa. Esse foi o principal erro, pois começou a jogar descredito no governo. E o preço é que agora estamos vendo todos os números ruins da economia – mas, pelo menos, mais próximos à realidade. Agora a parte mais complexa será quando a retração da economia atingir o emprego da população assalariada. 

  2. Fogo de morro acima, água de morro abaixo…

    E banqueiro no comando da economia, NINGUÉM SEGURA!

    É triste perceber que, do mesmo modo como não souberam evitar que chegássemos “aqui”, não saberão como fazer para que cheguemos “lá”… Ou alguém tem esperança de que se confirme “uma só linha”, de toda essa porcaria?

    O que é fato é que mexeram nos preços básicos da economia e produziram uma inflação de custos em todo o setor produtivo (não se produz sem energia), que reagirá e acomodará cada um desses custos nos seus preços e os repassará ao consumidor, aumentando a “bola de neve” da inflação, dos juros, e da dívida!

    Mas os sócios (donos) do país, os rentistas, surfarão nessa onda com gosto e, talvez até, comecem a elogiar a Dilma.

    Bom, né? 

    1. Dilma errou antes, quando

      Dilma errou antes, quando quis baixar selic na marra, para isos, segurando preços básicos, como energia e gasolina.

      Com isso ela bagunçou a economia, atrapalhou a Petrobras,  o setor sucro alcooleiro e o setor de energia. E mesmo assim não adiantou , agora teve que dar os aumentos, pois não dava mais para segurar.

      Sem falar nas desonerações sem fazer nenhuma conta, atrapalhando a área fiscal.

      Sem falar ainda nos absurdos de passar a conta do Govenro para bancos públicos, que tiveram que antecipar recursos, para pagar bolsa família, por exemplo.

      O Nassif praticamente antecipou isso tudo aqui e pouca gente se apercebeu desses erros crassos.

      O Governo na verdade tem sorte que essas manobras fiscais não causaram maiores problemas.

       

      1. Continua a errar agora!

        Continua a errar agora; Ela tem reservas suficientes. Poderia segurar tranquilamente a inflação sem depreciar o real e sem aumentar desbragadamente os juros que paga a quem não produz, enquanto derruba as margens de quem produz e provoca realinhamento dos preços, com consequente arrocho salarial pela via da corrosão do poder de compra e desemprego pela recessão econômica.

        Qual é a “gordura” que o empresário corta primeiro, quando as vendas (e lucros) diminuem e as despesas aumentam?

        1. José, o Brasil não é uma ilha

          José, o Brasil não é uma ilha isolada do resto do mundo, e precisa de capital e investimento estrangeiro pra crescer e gerar emprego. A Dilma com sua gestão econômica desastrada fez o investidor, nacional e estrangeiro, perder a confiança no país. Menor a credibilidade maior é o risco, e o que atrai investidor ao risco é juro alto amigo. Com a Selic a 7,5% hoje, teríamos inflação de 2 dígitos sim. Não por excesso de demanda, mas por falta de oferta, oferta de dinheiro. E o dolar, ia queimar as reservas do país pra segurar a cotação até quando? Vai ao FMI? Nossa indústria segue em forte retração e cada vez mais produtos e componentes importados tomam conta da nossa cadeia de abastecimento. Não tem outra coisa a fazer, agora é pagar a conta da incompetência.

          1. Cristiano, remédios tem dose certa, até os amargos

            O Brasil não é uma ilha, mas a exposição da nossa economia ao mundo, via exportações/importações, não chega a 13% do PIB e não podemos, por causa de 13%, ferrar com a vida dos outros 87%. 

            Esse suposto “ajuste fiscal”, que representaria economia da ordem de 30 Bilhões nos gastos de governo, com desinvestimento, recessão econômica e desemprego, corresponde a 1% dos juros da dívida (cada 0,25% de juros na Selic nos custa 7,5 Bilhões) e, coincidentemente, o reajuste da Selic que se projeta, até o final do ano corrente, corresponde a esse 1%. Ou seja, tira do investimento e da assistência para dar aos rentistas, ao passo em que gera arrocho salarial (perda do poder aquisitivo ao induzir realinhamento de preços) recessão econômica e desemprego…

            Bonito, né? Só que não…

            Juro REAL de 5 a 6% aa no mundo de hoje, amigo? Só MALUCO!

            E outra: Pro rentista vai dar 6% acima da inflação, e o poupador, o infeliz que tem o seu suor guardado na Caderneta de Poupança, como é que fica? “MENOS QUANTO” de juro real?

          2. Afinal quem é esse rentista

            Afinal quem é esse rentista que vocês tanto demonizam? Qual a diferença entre o rentista e o que você chama de poupador? Todos todos tem a disposição os mesmos tipos de investimentos, com pequena variação de taxa pro volume investido. Qualquer um inclusive pode comprar títulos da divida do tesouro e ser remunerado pela Selic. Letra, Tesouro Direto. Estes rentistas financiam o desenvolvimento do país, porque é deles o dinheiro que o banco utiliza para emprestar ao empreendedor. Sem rentista ou poupador não tem capital, não tem emprego. E sem juros compativel com o risco, que hoje é alto, esse rentista vai investir em outra freguesia (ou ilha). Não existe almoço de graça.

          3. Eu acho que você sabe, né?

            Mas vamos lá…

            O “rentista”, com conotação negativa, não é o investidor nem o poupador que, enquanto não acumula o necessário para os seus projetos, sabedor que guardando o dinheiro em casa a inflação o derreteria, deposita o resultado dos seus esforços em uma situação PROTEGIDA. O poupador não tem a finalidade precípua de fazer o dinheiro parir dinheiro, como tem o “rentista” e o nome que se dá a esses dinheiros é POUPANÇA INTERNA e de fato ajuda o desenvolvimento do país, ao financiar a produção. Já o nome que se dá ao conjunto dos dinheiros desses “rentistas” é CAPITAL ESPECULATIVO, também conhecido como DINHEIRO SEM PÁTRIA, tão rápido e fugaz que não está na mira de NENHUM EMPREENDEDOR que queira continuar sendo empreendedor.

            Esse tipo de PIRATA não está incomodado com os fundamentos de nenhuma economia nem se interessa pelos efeitos do seu comportamento PREDADOR; Usa o mercado, não está à disposição dele e não se importa de especular contra uma empresa (Naji Nahas/Petrobrás), ou contra um país (George Soros/libra esterlina), desde que retire o que foi buscar, que não é financiar desenvolvimento nenhum em nenhum país de nenhum lugar do mundo mundial, muito ao contrário, se uma economia der sinais de fraqueza esse tipo de PARASITA estará apostando na QUEBRA, não na recuperação.

            Entendeu a diferença?

            Já a Dilma, no governo anterior e num ato de “grande coragem”, como noticiado à época, desindexou a poupança e mexeu nas garantias antinflacionárias do poupador… Agora traz de volta a inflação.

  3. Perfeito

    Perfeito.

    Ao meu ver finalmente voltamos, depois de um longo período de trevas, ao cerne do problema, que está onde sempre esteve: a política monetária.

    O resto é jogo político-midiático.

     

    1. A Dilma tentou fazer e não

      A Dilma tentou fazer e não deu certo.

      Voce queria que a selic estivesse hoje em 7,5%, com taxa real negativa ? E a inflação, estaria em quanto, 12, 15% ?

      Hoje a taxa real líquida está em torno de 4%, no máximo, ao ano, não é nada demais.

      1. É demais sim…

        Daniel, de acordo com a projeção que o Nassif mostrou, a taxa real estará em 5% este ano e manter-se-á nesse patamar, ou um pouco acima, chegando a 6%.

        Com taxas desse nível numa economia mundial onde as taxas reais são negativas, vai ser totalmente impossível segurar o câmbio em R$ 3,20 em função de operações de carry trade de grandes especuladores internacionais.

        Assim que a crise atual passar, com a redução das tensões políticas, veremos a volta das entradas de capital financeiro buscando uma rentabilidde que não existe em nenhum outro lugar do mundo. Com isso o dólar deve voltar a cair, sendo usado para segurar a inflação eprejudicando como sempre a indústria.

        Ou seja, continuaremos com a gangorra que tem sido a sina da economia brasileira desde pelo menos 1994.

        Além disso, como o Nassif também cansou de explicar, não é a alta dos juros que tem segurado a inflação. Esse raciocínio é simplista demais para explicar a realidade da inflação no país.

        1. Eu disse taxa real líquida,

          Eu disse taxa real líquida, já que todo mundo que aplica paga IR na hora de sacar.

          É óbvio que se estivessesmos hoje com uma taxa de juros muito mais baixa, a inflação estaria maior.

          1. Disso não tenho tanta

            Disso não tenho tanta certeza. Um pouco maior talvez, mas o impacto no estrangulamento da atividade econômica é gigantesco, muito maior para mim do que a redução de 1 ou 2 pontos percentuais de inflação.

            Os “danos colaterais”, para usar uma linguagem de guerra, são imensos. A disparada da inflação não se deve à queda da taxa de juros, e se juros resolvessem já faria um bom tempo que a inflação teria caído: afinal já faz mais de ano que a Selic voltou a patamares de 2 dígitos, sem nenhuma consequência na trajetória da inflação.

          2. Pelo seu comentário da a

            Pelo seu comentário da a entender que a taxa de juros não tem nada a ver com a ijnflação e não é verdade. Uma taxa de juros menor apresenta uma tendencia de alta da inflação. Com ela já está alta por outros motivos, não é prudente que a taxa de juros seja baixa no momento.

          3. Entao prova, Quireza.¡Te
            Entao prova, Quireza.¡Te desafio que prove a correlacao mencionada, estatiaticamente

          4. Taxa de juros mais baixa

            Taxa de juros mais baixa incentiva a demandar, usar recursos em investimentos reais e consumo, isso gera uma tendência de aumento de inflação. Qualquer um sabe disso.

            Voces ainda estão na ilusão de se abaixar as taxas na marra, isso não existe.

            Seria preciso um grande trabalho na economia, de desindexação (mas só se consegue isso com inflação baixa), uma reforma tributária decente para acabar com o caos atual também seria muito bom.

            Sem falar na parte fiscal consistente, sem desonerações malucas e inconsequentes, muito menos uso de bancos públicos para adiantar recursos ao tesouro.

             

             

          5. Vc nao entendeu, Quireza,
            Vc nao entendeu, Quireza, demandei que vc provasse matematicamente as suas afirmacoes. Pegue as duas variaveis, no minimo, e demonstre, estatisticamente, que a selic alta causa tendencia.de baixa inflacao, com uma correlacao forte. Acrescente outra variavel: o cambio. Teste a correlacao.entre aa variaveis de novo. Demonstre que.ha uma.correlacao forte de juros altos e inflacao baixa. Ai veremos quem esta iludido.
            Eh 15 min.de excel, nao custa.

          6. Então explicaí por que inflação baixa em países com juros baixos

            Eu trabalhei num conhecido país onde aplicava, num famoso refúgio fiscal (eu ganhava lá e declarava lá), a 4%% ao … ano (ganhava mais no câmbio mensal), a taxa interbancária era ~6% ao ano e a inflação 3,5% ao ano.

            Neste país, que é o segundo centro financeiro do mundo, as taxas de juros vem caindo sistematicamente há anos, e hoje estão abaixo de 1%. e a inflação idem, mantendo-se tipicamente entre 1 e 2% a/a em todos estes anos.

            Não é só o exemplo do Reino Unido que se comporta assim, são os países chamados desenvolvidos em geral.

            Um dia os economistas vão entender que a pressão dos pneus afeta sim o consumo de combustível.

            Mas está longe de ser a única ou principal variável.

            Quem propaga bem esse mantra “mui desinteressadamente” é uma tal de banca …

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=c-Oecn6hIGk%5D

          7. É que, evidentemente, existem

            É que, evidentemente, existem várias outras variaveis envolvidas.

            De certo é porque o Brasil nãno é um País desenvolvido que não dá certo, não seria isso ?

  4. Eu também fiz o meu plano

    Eu também fiz o meu plano plurianual…

    Vou receber de aposentadoria R$ 1.600 por mês este ano, R$ 2.500,00 em 2016 e R$ 4.200,00 em 2017 e 2018…

    Só falta, agora, convencer o INSS me pagar…

  5. Quem cavou o buraco foi a

    Quem cavou o buraco foi a própria Presidente ao permitir a Mantega e Augustin fazer todo o tipo de estripulias com desonerações sem planejamento e inclusive onerando bancos públicos, que tiveram que antecipar recursos que não chegavam do Governo.

    Eles desmoralizaram a política anti-cíclica por absoluta falta de planejamento e foi voce que antecipou bem isso aqui Nassif, quando começou a criticar sistematicamente o Mantega e a maioria aqui foi contra. Agora pagamos o preço inverso.

     

    1. É isso aí Daniel, o nome

      É isso aí Daniel, o nome disso pra mim é incompetência. Toda a classe econômica do país alertando para o resultado futuro dessa irresponsabilidade fiscal, mas Dilma e seu ministro se referiam a quem os criticava como “pessimistas de plantão”. Conseguiu, está reeleita.

  6. O último parágrafo resume tudo.

    Nassif, realmente tudo se resumiu ao que consta no último parágrafo. Dilma piscou quando os “analistas financeiros” da imprensa, patrocinado pelos  bancos privados, começaram a bater que o Governo não ultrapassaria à meta de inflação e não deixou o câmbio subir – ou flutuar.

    Mais um ponto de inflação em 2012/2013 em razão da variação cambial não seria nada demais. Os “rentistas” têm os deles garantido. Boa parte dos tributos vai satisfazer a sanha deles,. O “jurão” pago por títulos da dívida pública só tendem a minorar o investiemento privado de capital brasileiro.

    Pelo visto, só o Banco de Investimento da China vai poder patrocinar a infra-estrutura do Brasil – especialmente a ferroviária e a petrolífera.

  7. Caiu da cama.

    Ai vocês caíram da cama e descobriram que jogaram fora todas as chances que tiveram para mostrar ao Brasil que quem governava era o inimigo. Como desgraça pouca é bobagem, vocês descobriram que são bilhões de vezes PIOR do que aqueles que vocês chamavam de inimigo. Como precisamos fazer uma limonada cada vez que a vida nos dá limões, vocês se descobriram sózinhos, na companhia de sindicalistas, algns servidores públicos, une e todas essas gaiolas de pelegos espalhadas Brasil a fora.

  8. Nassif, 
    O que levou o Brasil

    Nassif, 

    O que levou o Brasil ao desastre foi exatamente blogs como o seu, que por afinidade ideológica e/ou financeira, aceitaram sem críticas, todos os desvarios da equipe econômica do Lula/Dilma. Está mais do que na hora de parar de pensar só em seus botões e pensar um pouquinho no Brasil também.

  9. “É todo esse conjunto de

    “É todo esse conjunto de vulnerabilidades culturais e institucionais que leva uma presidente a chegar ao feito de uma Selic a 7,5% e, depois, piscar ao primeiro sinal de uma inflação que nada tinha a ver com a demanda.”

    Vou ser chato e insistir. É a política, Nassif. Essa piscada de que voce fala, foi nada mais nada menos, do que não fazer política, não se comunicar. 

    Quando o conluio mercado-pig utilizou a “disparada do tomate” para fazer terrorismo econômico, a presidenta nada fêz. Apenas “intuiu” que as pessoas iriam “normalmente” perceber que preço de tomate e outras verduras do hortifruti tem a ver com questões climáticas. Por acaso estava havendo um estouro no consumo de macarrão à bolonhesa?

    O ponto simbólico da derrota da Dilma foi a Ana Maria Braga com aquele ridículo colar de tomates. Ali o discurso do pânico passaria a contaminar a quitanda da esquina, se ela não fosse para a TV explicar didaticamente que “a volta da hiperinflação” não reencarnou no tomate. E ela não foi. 

    Daí, voce mesmo explicou aqui. Chegou no ponto, almejado pelo pig-rentismo, em que se o Tombini não aumentasse a Selic, a maquininha de remarcação de preços desembestava. Foram jogados num beco sem saída por inação. Isso porque nesse ponto a unica coisa que sinalizaria que não era verdade que o governo “não estava nem aí” era o famijerado aumento dos juros

    Nunca é ruim lembrar. Como o Lula transformou a crise de 2008 em marolinha?

  10. Como resistir sem um grande estadista?

    “De um lado, a falta de um pensamento macroeconômico sistematizado, nas universidades e nos partidos, capaz de se contrapor à poderosa cortina de expectativas alimentada pela dupla mercado-mídia.”

    Esse foi o trecho mais contundente e importante da análise. Sem Estadistas, quem irá, primeiro, fazer essa congregação de fatores e, o principal, resistir à essa dupla? Ou, ainda que resista, quanto tempo durará? Veja o que ocorre na Argentina, Venezuela, Equador, Bolívia…é um massacre interno e externo.

    Não sei até que ponto a mídia perdeu poder, mas criou um enorme nicho de analfabetos políticos que a seguem feito os mais lunáticos e aguerridos fiéis. Dividiu-se ainda mais o Brasil e está firmado um bloco de resistência constante na mídia e opinião pública (e publicada) que favorece a eleição contínua de representantes do conservadorismo – que contarão com o beneplácito midiático em relação às suas estripulias, má gestão e corrupção.

    É indecente o patamar da SELIC. É igualmente indecente o fato de um governo trabalhista, que se diz de esquerda, NUNCA ter promovido qualquer medida de auditoria da dívida, sem que isso representasse qualquer tipo de calote ou moratória, mas simples análise da sua formação e composição, pois não devem ter sido poucas as “pedaladas” e estripulias da gestão militar, Sarney, Collor e o próprio FHC.

    Até que ponto podemos acreditar no fato de que o governo ignora (ou acredita, de fato) nas conjunturas traçadas pelo Mercado? Nada leva a crer que são ingênuos a esse ponto. Trazer um nome do mercado (ainda que para conseguir credibilidade política) é só mais um fato significativo na manutenção de um esquema de ortodoxia e conservadorismo econômico que já sugou trilhões de reais.

    Por mais que possamos acreditar na honestidade de Dilma – e, de fato, não duvido nem um pouco disso -, não consigo acreditar que ela seja ingênua ao ponto de achar que está, de fato, tomando as medidas realmente corretas. O que me parece concreto é que o governo adota um discurso eleitoral de esquerda e administra para agradar principalmente – ou não criar atritos – com a direita. Qualquer migalha para os trabalhdores, micro e pequenas empresas, à classe média, servidores públicos, é encarada como “populismo” ou irresponsabilidade fiscal. 

    Não se está pedindo uma administração radical, socialista ou qualquer coisa desse tipo, mas, pelo menos, um governo que promova uma gestão que atenda rigorosamente aos interesses nacionais, sem medo, que pare de sangrar os recursos públicos com transferências bilionárias para o grande capital e repasse a fatura integralmente ao trabalhador comum. 

    Sou um dos maiores defensores do governo e confesso que, principalmente, pelo fato de presumir que um governo tucano ou liberal seria um desastre ainda maior para as classes menos favorecidas – e não porque acredito realmente na capacidade do governo petista virar esse jogo. Lamentavelmente, vamos ver mais do mesmo nos próximos 4 anos de gestão da Dilma. E o que é pior: quem virá depois dela?

    Temos que torcer para a vitória de Haddad em SP e que ele não complete o segundo mandato e, ainda, que o PT ressurja como um partido coeso e coerente nos próximos anos. O cenário, ao meu ver, não é dos melhores. 

  11. O que leva os latino-americanos a esses movimentos pendulares?

    Uma soma de populismo, messianismo, marxismo de banheiro, keynesianismo de compadrio, corrupção e, claro, a total falta de amizade com a Matemática, ciência vista com muito maus olhos aqui nessas bandas.

    Enfim,… é o de sempre. Mais um vôo de galinha, mais dez anos perdidos. O triste é ver a moçada batendo tambor considerando que esses 10 anos foram “um sucesso”. 

    Não fosse o demonizado agronegócio, estávamos ferrados. 

     

     

    1. Não fosse também uma Vale do

      Não fosse também uma Vale do Rio Doce, privatizada pelo “satã” FHC, estávamos ferrados…

       

       

       

  12. Seria a Demanda Agregada da Cabeleireira Inelástica?

    Para os “primos” dos Cabeças de Planilha, em Tese, a Selic nada teria a ver com a Demanda pelos Cortes Capilares.

    O problema é quando o Financiamento de Bens Duráveis e Semi Duráveis faz os Pedreiros e Balconistas (e, suas respectivas Esposas) terem a Sensação de possuirem um maior Poder Aquisitivo.

    Aí, ter as Unhas “bem feitas” passa a ser essencial.

    Povo (e, Analistas)  sem Memória.

    Alguém ainda se lembra em quanto aumentou um Corte de Cabelo?

    E, de um Implante Dentário?

    E, da dificuldade para se encontrar um Pedreiro?

    No início de 2014 Dilma, a Solitária, pressentiu que a Inflação de Demanda estava latente.

    A pressão vinha do Setor de Serviços.

    O baixo Nível de Desemprego faria o estrago restante…

    Ela foi a primeira a “piscar”.

    A Inflação não se descontrolou.

    Por isso, ganhou a Eleição.

    Por isso o tal Ajuste será mais Breve e menos Amargo, agora…

     

  13. Tripalium

    Caros debatedores,bom dia.

    Selecionei a conclusão do seu texto ,  r. jornalista, para tecer meus comentários. Primeiro o texto e em seguida,  meu comentário. Vejamos.

    1)O que leva as nações latino-americanas a esses movimentos pendulares sucessivos?

    2)De um lado, a falta de um pensamento macroeconômico sistematizado, nas universidades e nos partidos, capaz de se contrapor à poderosa cortina de expectativas alimentada pela dupla mercado-mídia.

    3)De outro, as atitudes atabalhoadas, a maldição do voluntarismo tipicamente do continente e a falta de limites institucionais a experimentalismos.

    4)É todo esse conjunto de vulnerabilidades culturais e institucionais que leva uma presidente a chegar ao feito de uma Selic a 7,5% e, depois, piscar ao primeiro sinal de uma inflação que nada tinha a ver com a demanda.

     

    Meus comentários.

    As premissas econômicas que o r. jornalista elencou para chegar a essa conclusão não ajudam a resolver o problema.

    Apenas indicam uma ou outra possibilidade.

    Pega o que se entende por “fluxo” e congela num “estoque”. Noutras palavras, tira “fotos” de  um ou outro momento.

    Pode dar um norte, como num plano estratégico qualquer, mas não traduz o que realmente “é”.

    O próprio Nassif reconheceu isso em sua conclusão. Aqui:  O que leva as nações latino-americanas a esses movimentos pendulares sucessivos?”

    Ora, o que leva? Eis a pergunta!

    E o r. jornalista, com a habilidade que lhe é peculiar, sugere uma resposta. Veja no item 2 e 3 no texto que copiei coloquei números para facilitar na localização)

    Noten, no entanto, que esse “pensamento” econôncio latino americano já foi objeto de estudo da CEPAL.

    No Brasil ( e no Chile) quando colocado em prática, aqui com o economista( que não era economista!) dr. Furtado, deu no que deu.

    Prova cabal de que a  “ciência econômica” de meia tigela! não resolve problema algum, a não ser, é claro, se a solução contemple em primeiro lugar “os interesses” dos interessados de sempre.

    Como Saint Simon e Comte. Um cria a coisa e o outro, ao agradar os interesses dos interessados de sempre, torna-se o paí da criança. Positiva o que “interessa”!

    Quem sabe não usamos o modelo  “exportador” do tigres?

    Será que o modelo de “substituições de importações” deu certo?

    Vamos proteger ( protecionismo) ou não? Ou vamos usar a “linguagem” liberal , que se diz liberal, mas que , no fundo, protege! E como! Não?

    Vamos vender recursos naturais e comprar tecnologia ou vamos criar tecnologia? VAmos fazer o que, afinal de contas?

    Vamos usar a economia para “justificar”, isto é, dá um “ar ” de gestão para , ao fundo, ratificar nossa Lei de responsabilidade fiscal, mormente, em seu artigo 9 , “não será objeto de limitação de despesas… PAGAMENTO do serviço da dívida!

    *****( com sua licença r. jornalista)

    Aqui na américa latina, no continente do labor( antunes) parece que agimos como o vento:

    E o vento, como sabemos, venteia. A formiga, com sua ética, apenas “formiga”. Ela formiga porque formiga e pronto.

    O cachorro late porque late e deve latir, naturalmente! Naturalmente, o gato, gateia! O vento venteia.

    E nós, latino americanos, “latinamos americadamente”.

    Ora, isso é natural não?

    É natural como David Ricardo. “cada país deve se especializar naquilo que for mais eficiente”.

    Ora, como somos latinos ( aqueles que latem) cabe a nós a especialização naquilo que somos “eficientes”.

    E com resiliência heim! Olha lá!

    *****( licença 2)

    Aqueles que me julgarem pesimista eu perdoo o equivoco ou a falta do advérvio. Sou, muito pesimista. Afinal, sou latino americano!

    Como “player” do mercado entro com o “trabalho”. O capital a gente “atrai”.

    E se precisar, não tem problemas, podemos fazer uma reforma disfarçada. Ou melhor, a gente “terceiriza” a reforma!

    Tudo em prol da “segurança” jurídica para enganar os otários!

    E não se enganem: menor que não trabalha é vagabundo, logo, deve ir pra cadeia! Cadeia Já!

    Nosso pensamento macroeconômico visa erradicar a pobreza “de espírito” dos trabalhadores brasileiros.

    Trabalhe! O trabalho “dignifica o homem!.

    Etimologia da palavra trabalho:  Tripaliu , instrumento de tortura. Trabalhar significa torturar nos tres paus! kkkk

     

    Saudações

  14. Vale a pena?

    Eu considero que o Barbosa, além do Levy e Janine, faz parte da parte técnica e propositiva do ministério.

    Aí ele solta essa previsão oficial: “PIB com queda de 0,9% este ano e crescimento de 1,3%, 1,9% e 2,4% nos próximos três anos.”

    Em comparação com Mantega, que a cada ano dizia que os próximos seriam 4%, achei realista.

    Só que a experiência diz que projeção de governo é sempre otimista. Então devemos considerar essas projeções teto?

    4,7% acumulados em 4 anos? Depois de 7% já decepcionantes no período 2011-2014?

    Enquanto permanecer nessa toada o Brasil não vai se desenvolver. O Brasil irá acumular, com sorte, algo como 12% em 8 anos. Nos quais a Aliança do Pacífico pode ficar entre 20% (México) e 40% (Peru)

    Quanto tempo mais vamos ficar apostando no neodesenvolvimentismo? Vale a pena para quem?

    Não seria melhor fazermos o que outros fazem, liberalizar um pouco a economia, atrair investimentos, etc?

    1. “Não seria melhor fazermos o

      “Não seria melhor fazermos o que outros fazem, liberalizar um pouco a economia, atrair investimentos, etc?”

       

      Aí você mata de vez a turma deste blog.

    2. O Problema é olhar economia

      O Problema é olhar economia sem povo. Quanto desse quinhão, caso ocorra, será partilhado pelo povo mexicano e peruano? Torna o país atraente pela precarização da sua população (força trabalhadora), é uma boa estratégia? Pode ser ótimo para acumulo de riqueza, mas péssimo para o desenvolvimento de uma nação. Compare o crescimento da Noruega e o de Serra Leoa, mas em qual país você escolheria para viver?

  15. Problemas culturais e institucionais

    Refletindo sobre o final do artigo, que na minha opinião disse a verdade nua e crua. Instituições fracas, povo sem capacidade de discernimento e reflexão sobre os verdadeiros problemas que o aflige.

    Um mísero aumento de preço de passagens de ônibus causou um estardalhaço enorme, o que seria uma revolução talvez em outro país de cultara menos autoritária (por aqui basta sentar a borracha e acabar com as manifestações na base da pancada)

    Mas ninguém se levanta contra a taxa básica de juros da economia, esteja ela onde estiver, 5, 15, 25 ou 45%.

    Pelo contrário, ainda aparecem os idiots savant (de sempre) para argumentar que não, na verdade a taxa nem está tão alta, afinal de contas, o que são 4%a.a. de rendimentos líquidos, aliados a liquidez imediata e segurança (em qualquer outro lugar do mundo seria considerado escorchante)

    O meu maior receio é que a população assiste aos atos deste governo e os questiona como se fosse um governo de esquerda, quando na verdade talvez nunca na história do Brasil um governo tenha cedido tanto ao capital quanto cede este governo.

    Até banqueiro na MF chegou ao cúmulo de colocar.

     

  16. o que leva ?

    O que leva as nações latino-americanas a esses movimentos pendulares sucessivos?

     

    Resposta: uma parte da resposta está em nossa fragilidade enquanto economia, pois a inserção internacional da américa latina é históricamente precária e só piorou nos últimos anos de ajuste liberal, pois este tende a especializar estas economias em setores de baixo valor agregado e de componentes pouco elaborados com pouco teor de tecnologia. A outra parte da resposta vem do pensamento das elites econômicas e financeiras. É mais que sabido que o sonho dessa elite latino-americana é se tornar norte-americana e por conta disso, tende a fazer seu estilo de vida norteado por esta nação, trazendo suas opções de consumo para dentro de suas nações. Tudo isso é sabido há muito tempo, qualquer um que tenha contato com os pensadores do Brasil nas décadas de 60 já tinham conhecimento disso, mas ao que se parece, isso se perdeu com a ditadura. Pobre Celso Furtado…

  17. minha sugestão…como não sou economista tem tudo pra dar certo.

    Continuo divulgando, a minha sugestão:

    1- Separa-se a economia em setores

    2-Trimestralmente se avalia a variação de preços em cada setor

    3- Naqueles em que houver diminuição de preços, premia-os com uma vantajosa desoneração tributária nos próximos tres meses, proporcionais às variações dos respectivos preços

    4-Continua-se com esta prática de leiloar desonerações condicionadas à diminuição dos preços.

    5- Inicia-se uma desvalorização gradual da Selic, simultâneamente a uma gradativa diminuição dos gastos públicos.

    …esta é a minha sugestão

    As desonerações tributárias devem ser feitas como prêmio e não como presentes para se aumentar a demanda.

    Como não sou economista, tem tudo pra dar certo…né não ???

    Alguém poderia comentá-la ???

     

    1. Tripalium 2, o retorno

      Cardo debatedor Everaldo, boa tarde.

      concordando com sua premissa incial: minha sugestão… como não sou economista tem tudo para dar certo.

      sem duvidas, quando há economistas envolvidos na “economia”, já é o bastante para dar errado. rsrsss

      Brincadeiras a parte, sua tese, assim como, dezenas, centenas, talvez, milhares de outros pode dar certo, principalmente, nesse ramos do conhecimento humano. 

      Mas, pode dar errado também, não é mesmo? Portanto, precisa ser testada.

      Ocorre que quando for testada, encontraremos nós mesmos, os humanos “complexos”.

      Em suma, seria mais ou menos o seguinte:

      Criamos a teoria cujo objeto de estudo “é” : “nós mesmos”

      Vamos criar a “teoria pura do economia” ? Então o homem, natural, racional, egoísta, atemporal, decide, por si só, o que “é” bom para ele mesmo. E a partir daí, a partir de sua “própria” ação desencadeia uma série de etapas econômicas, cujas forças “naturais” do “mercado”, via sistema de preços, definirão os rumos “mais racionais”. 

      Em tese é lindo. 

      Então você sai do laboratório, olha ao redor, vê o mundo que só você consegue ver, acredita que sua “tese” , a priori, vá resolver o conflito de “vontades humanas”. 

      Ledo engano.

      Porém, não dá o braço a torcer e começa a criar um conjunto de “ideias” para justificar toda a sua tese.  

      E por ai vai a sua ideologia….

       

      *****

      Vamos olhar bem para sua tese e separar alguns pontos. Vejamos.

      1) Separa-se a economia em setores.

      Você está dizendo que a economia é fechada? Ou está separando a “economia mundial” em setores? 

      Aliás, o que é mesmo economia? Defina economia por gentileza.

      Evidentemente, essa “economia”  não é ou não deve ser um controle de receitas e despesas dométisco, isto é, “da casa”.

      2) Trimestralmente avalia a variação de preço em cada setor.

      Ora, que preço? O que é preço? O que é valor? Qual “é” o valor de uma “coisa”? E se essa “coisa” for abstrata?

      Por que devo pagar “caro” num diamante e “barato” na água? Ops, água não foi um bom exemplo, vez que “são pedro”, dizem,  tem penalizado “alguns gestores racionais”. Também pudera,  são pedro,  você já viu né, é um “petralha”!

      Vamos substituir água pelo   “ar” que respiramos então. Logo, o diamente é caro e o ar é “de graça”. ( mais cuidado! só o “ar” heim! e por enquanto.  Um almoço não é de graça!)

      Ocorre  que num certo dia ensolarado,  chega alguém e solta um pum tóxico  no elevador fechado com pouco ar. ( para os economistas de escol de meia tigela, seria uma “externalidade”) . Coisa para lhe matar em poucos minutos, compreende?

      Nesse momento, é de se supor que o “preço” do diamante que está no dedo de sua(eu)  companheira(o) vai cair e a demanda por ar vai aumentar.Resultado. Uma externalidade mudou os “valores” dos bens e a culpa não foi sua, conquanto, você, para sobreviver, não teve escolha, entregou o diamante para o peidorreiro que levava consigo um balão de oxigênio.

      E nessa linha , continua dezenas, centenas, milhares de exemplos de puns econômicos que muda a sua “demanda”.

      Logo, não dá para premiar ninguém por isso.  Muito menos avaliar , seguramente, o “valor” de uma “coisa”. 

      Nesses “mercados” de meia tigela, assim como os economistas de escol, há inúmeros Puns econômicos diários. 

      Por exemplo, um  cara qualquer, um irresponsável qualquer,  solta um pum e diz que a culpa foi do tomate. 

      Logo, o “valor” do tomate – que está lá paradinho coitado, em sua INÉRCIA! – sofre um delta. 

      E a boiada vai atrás…

      Fica difícil “premiar” puns não?, sobretudo, quando estes puns são soltados por  “formadores de opinião”…

       

      3- Naqueles em que houver diminuição de preços, premia-os com uma vantajosa desoneração tributária nos próximos tres meses, proporcionais às variações dos respectivos preçosVeja parte do comentário acima.

       

       Vou tratar aqui só da questão  tributária. Quanto aos prêmios veja item 2.

      Tributo, ora, o que é tributo?

      Você pensa que podemos sair por ai praticando desonerações tributárias assim, genericamente? Claro que não.

      Desonera-se o que é PERMITIDO desonerar. 

      Tributo é gênero. 

      Temos de definir  as espécies.

      Por exemplo: não dá para desonerar , e portanto, premiar aqueles que soltaram algum pum com o imposto sobre grandes fortunas. Isso porque, esses peidorreiros já estão sendo “premiados” desde sempre.

      Soltam pum toda hora e ainda são premiados. 

      Tem um pessoal ai, que vai pra rua só para soltar pum.

      Mas, note bem, nem a lei se atreve a regulamentar  esse tipo de pum. 

      É claro que os economistas de escol de plantão vão se referir à lei das leis. A lei que criou o universo . A lei criada por “Deus”, ou “Zeus”, Maomé, Jesus, Buda, Pajé, à sua escolha: 

      A lei da demanda e da oferta. Demandou? Subiu. Ofertou? Desceu. Equilibrou? Fica no muro ou na corda bamba. 

      Tudo isso, é claro, regrado com vários e importantes puns!

      Itens 4 e 5 – de sua tese acaba sendo um desdobramento das anteriores.

      Mas, quanto a selic é importante comentar.

      Ora, o que “é” a selic? Para que serve? Porque foi criada? Quando foi criada? etc?

      Convenhamos, aquele que comeu algum “tomate” estragado, ficou sem trabalhar e só fica por ai, soltando pum, não me parece que deva receber o “prêmio” da selic, certo? Parece lógico não?

      Que “preço” é esse? Que “valor” é esse?

      O valor do “mérito” de outrora? O valor do “mérito” acumulado? Seria fruto de bons puns soltados no passado?

      E outra: esse puns podem ser transferidos de pai para filho…

      ****

      Desculpem-me pelas brincadeiras. Não estou desdenhando nínguem ok?

      Precisamos compreender que as “regras do nosso jogo”, o jogo brasileiro de interesses, ainda não estão claras. 

      Suponho que o jogo é ainda muito sujo. Desonesto. Imoral. 

      E nisso não me refiro à classe política. Todos nós estamos jogando esse jogo. E tem gente de fora nesse jogo também. 

      Fica difícil estabelecer alguma regra diferente da regra já estabelecida.  E qual é a regra: a regra da oferta e demanda do jogo imoral. 

      E nisso, entendam, não me refiro à lavajato ou qualquer outro “problemão” desses que passa na telinha todos os dias. O problema vem muito antes disso. Ai é que tá.

      Espero ter contribuido  para o debate do pum econômico brasileiro,  com uma certa tonalidade de humor de sexta feira véspera de feriadão. Ops! 

      Feriadão? Que feriadão coisa nenhuma!  Precisamos trabalhar! Trabalhem, trabalhem! Seja resiliente!

      Volte ao trabalho. O trabalho dignifica o homem( só o homem hein, reparem…)

      Os “players” do mercado – escondidos e entrincheirados lá nas profundezas dos conselhos de administração, estão ai aguardando entrega de nossas “valias”.

      E já estão viajando e soltando vários puns.

      Saudações 

       

       

       

       

       

       

       

      1. em resumo:
        chega de

        em resumo:

        chega de inventar…vamos fazer o básico: estabilizar a moeda, controlar a gastança pública, ter regras claras para investimento, reduzir a corrupção etc

  18. Mergulhamos em profunda submissão

    Mergulhamos em profunda submissão abstrata ao deixar de compor as atividades de produção (umas em relação com as outras nas partes do todo), para que aja diligente à realização do organismo social – de ser para si – o qual nos elevaria à compreensão encadeada para atribuirmos a representação natural das propriedades do dinheiro.

    Nisso reside a dificuldade de se constituir qualquer conteúdo ideal pelos valores do processo de desenvolvimento (por mim apreendido); e, assim, por duas moedas opostas contra a vida real, dependemos de ir ajustando o crescimento econômico pelas determinações de ganhos dos juros, situando o plano superior da sociedade para o ajuste fiscal.

    Os políticos consoantes e os membros influentes dessa idealidade particular, ou seja, os especuladores do mercado financeiro, quer mediante função extraída com os partidos, quer como negação das diferenças com a própria realidade, não passam de agregados de sociedades privadas – entre a corrente interior dos bancos, organismos exteriores e mídia, – ligando o poder intencional do país dominante (EUA) com a autonomia de interpenetração dos Bancos Centrais.

     

     

  19. Entre a Coragem e a Covardia

    O pêndulo é uma oscilação entre a Coragem de Lula ao baixar a Selic ( e confiar que a inflação não subiria, como não subiu) e a covardia de Dilma, de subir a Selic ao menos sinal de alta na safra de tomates.

    Agora, Dilma está com uma inflação real que a própria desaceleração economica criou, pela baixa da Selic, e não sabe o que fazer com isto.

    A Selic alta, num primeiro momento pode até conter a inflação, contendo o câmbio,mas depois ela desacelera o crescimento do PIB, gerando mais inflação ainda. Aumentar a Selic é um vicio, para govenantes acoelhados em seu medo de governar.

    O câmbio sobe se achar de subir, e não tem Selic nenhuma que o segure, apenas o atrasa um pouco.

     

    Entre outras “pérolas” da absurdidade, este texto peca por propor uma inflação à 4,5%, nenhum Governante conseguiu isto, nem FHC (Argh!), nem Lula, nem Dilma.Não seria mais saudável assumir uma meta realista, abaixar a Selic e deixar o Brasil crescer, como Lula fez?

     

    Dilma acha que não. Ela acha normal as milhares de demissões, o desemprego batendo 7,4% e subindo rapidamente, no fundo ela tenta agradar os coxinhas e o mercado, buscando uma meta inflacionária impossível, e não percebe que são inagradáveis, e a meta inflacinária inalcansável.

     

    Este erro só vai ser percebido em 2018, quando os números do crescimento economicos forem “jogados’ no rosto do futuro candidato do PT no horário da propaganda eleitoral.

     

    E um Excelente Governo Lula, será julgado pelas futuras gerações por ter nomeado uma sucessora inepta e sem coragem para seguir seus passos.

     

     

     

  20. O preço do tomate usado pela

    O preço do tomate usado pela mídia, para simbolizar a alta da inflação, destruiu o governo Dilma, que subiu a taxa selic de 7,25% para 12,75%. aumentando o custo da dívida pública em mais de R$ 100 bilhões de reais. O país tem uma inflação de custos e não de demanda. Com o aumento dos juros, compromete-se o orçamento das famílias, das empresas, dos estados, dos municípios e o orçamento do governo federal, que torra anualmente R$ 400 bilhões de reais para pagar os juros, enquanto os gastos com saúde, educação não correspondem a 50% dos gastos com os juros. Inacreditável a fraqueza deste governo diante do capital especulativo.

    1. Fabiana pergunto:
      E se o

      Fabiana pergunto:

      E se o governo duplicar a quantidade de moeda na economia o que acontece?

      E se o nivel de poupança nacional se elevasse para 35% o que aconteceria com os juros e investimentos?

  21. Bom, lendo todos os

    Bom, lendo todos os comentários eu cheguei a óbvia conclusão de que quem errou mesmo foi o Lula… O maior erro de sua vida politica. Ninguém aqui vai negar o valor da mulher Dilma Rousseff, de toda a sua história de vida. Porém ao decidir sozinho que a sua Ministra da Casa Civil seria a proxima Presidente, ele errou feio. Primeiro que Dilma não é e nunca foi politica, nunca praticou a politica e isso não tem a ver com cargos, porque Lula também nunca tinha exercido nenhum cargo público, mas sempre foi um polìtico no sentido da palavra. E para sobreviver a esse massacre diário que a imprensa faz contra o governo do PT precisa saber muito de politica, precisa ter bagagem. Depois porque Dilma nunca foi uma petista da gema, haviam outros quadros muito melhores para assumir. Tarso Genro, por exemplo. Mas haviam outros. Então Lula errou feio. E vai ser difícil se recuperar desse erro, infelizmente. Vamos lebrar que Brizola era um politico muito forte, experiente, uma velha raposa da politca. E acabou por errar feio também ao defender Collor do Impeachment e depois em sua última eleição pra presidente acabou em 5o lugar como um nanico estreante. E olha que Brizola não tinha a imprensa massacrando a ele dia a dia no nível que acontece com Lula…

    1. Lula….

      Fico imaginando se o Brasil nao tivesse ganho na loteria ao eleger o Lula que energisou geral,aumentou a auto-estima,a sensaçao de pertecimento,transformou toda a crise inevntada/vendida em marolinha impulsionando o povo para aquele abraço.Quem viveu os anos 90 e o FHC e sobreviveu ate 2002/3 pode contar historias, Como dizia garrinha aos tecnico depois de um palno de jogo: voce combinou com o adverida sario?Ora bolas,trabalhei a vida toda no cartel da malha ate que econiomistas quebrou todo mundo com seus planos mirabolantes. Obrasil ta lotado de emresarios lorenzete que pregam sustentabilidade e vendem uma tranqueira de chuveiro que consome meio mundo de energia ao ser ligado.Esses parasitas vieram de uma economia protegida onde havia ate concessionaria de liquidificadores walita.Economista é um praga que nao aprende,ainda omtem vi mailsom da Nobrega dando pitacos.Mas o elefante brasileiro naotem memoria,nuinguem sabe que o FHC quebrou o brasil e esmagou a fé do brasileiro e o mailsom tinha inflaçao de 80%.

  22. Desaprenderam a pensar macro-economicamente…

    Apesar do caráter progressista, os governos latinos pouco fizeram para apagar a devastação neoliberal na economia dos anos 90, avançaram muito apenas na área social.

    Desde a saída do Celso Amorim, a diplomacia brasileira voltou a pensar pequeno, apenas administrando seu legado. Um exemplo…Por quê o governo brasileiro não aconselha o Maduro a fazer abastecimento público de alimento?? Algo que o Brasil faz desde 1989 (CONAB) e ajudou a controlar um pouco inflação/especulação nessa área.

    A Venezuela pode servir de laboratório ao Brasil, já que as condições políticas (governabilidade) são muito melhores que as nossas.

    O MST alega que não existe uma lei obrigando o governo a fazer abastecimento permanente por causa do lobby dos ruralistas, impedindo uma queda mais acentuada na inflação e consequentemente juros menores.

    Cooperação é a arma de nossas economias latinas, alô Patrus, alô Stédile!!! Basta um telefonema do ministério do Desenvolvimento Agrário e um contato mais íntimo da liderança do MST.

  23. Análise excelente (como um engenheiro faria)

    Gostei, Nassif. Muito mesmo. Curtas e grossas as duas conclusões. Mas continue num segundo artigo: o que fazer para que se crie um pensamento macroeconômico consistente e capaz de “peitar” a dupla mercado-mídia? (Lembrando que a mídia muitas vezes escreve sem entender o que escreve). Quais são suas sugestões concretas para isso?

  24. Entendo também que é preciso

    Entendo também que é preciso trazer conceitos econômicos para o grande público, por maior que seja o desafio, de maneira que as famílias possam melhor compreender o que se passa. É um enorme desafio, porque macroeconomia não é fácil nem para economistas. Mas é um belo desafio. 

    Chega de ver esses economistas do PIG usando uma linguagem empolada no Valor Econômico, na Folha de SP e em outros veículos, que vem mais para confundir do que para esclarecer.

    E entendo que o governo deveria ter um Relatório Trimestral para a população, com indicadores econômicos, sociais e ambientais, que são os indicadores clássicos da sustentabilidade.

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