Papa pede renovação da Igreja e ataca ‘idolatria ao dinheiro’

Sugerido por Cláudio José

Da Reuters

Papa ataca “tirania dos mercados” e pede renovação da Igreja

Por Naomi O’Leary
 
CIDADE DO VATICANO, 26 Nov (Reuters) – O papa Francisco pediu uma renovação na Igreja Católica, chamou o capitalismo desenfreado de uma “nova tirania” e pediu aos líderes mundiais que combatam a pobreza e o crescimento desigual, no primeiro grande trabalho de sua autoria desde que foi eleito pontífice.
 
O documento de 84 páginas, denominado Exortação Apostólica, equivale a uma plataforma oficial do papado, com base em opiniões que ele tem expressado em sermões e comentários desde que tornou-se, em março, o primeiro pontífice não europeu em 1.300 anos.
 
No texto, Francisco foi além de criticar o sistema econômico mundial, ao atacar a “idolatria ao dinheiro” e implorar aos políticos que garantam a todos os cidadãos “trabalho, atendimento de saúde e educação dignos”.
 
Ele também pediu às pessoas ricas que compartilhem sua riqueza. “Do mesmo modo como o mandamento ‘Não matarás’ estabelece um claro limite para salvaguardar o valor da vida humana, hoje nós também temos de dizer “Não deves” para uma economia de exclusão e desigualdade. Tal tipo de economia mata”, escreveu Francisco no documento divulgado nesta terça-feira.

 
“Como pode ser que não seja assunto para notícia quando uma pessoa sem teto morre por abandono às intempéries, mas é notícia quando o mercado de ações perde 2 pontos?”.
 
O papa disse que a renovação da Igreja não poderá ser adiada e que o Vaticano e sua arraigada hierarquia “também precisam ouvir o chamado da conversão pastoral”.
 
“Eu prefiro uma Igreja que esteja machucada, ferida e suja porque tem saído às ruas do que uma Igreja doente por estar confinada e se agarrar à própria segurança”, escreveu.
 
Em julho, Francisco encerrou uma encíclica iniciada pelo papa Bento 16, mas deixou claro que era de modo geral o trabalho de seu antecessor, que renunciou em fevereiro.

Chamada “Evangelii Gaudium” (A Alegria do Evangelho), a exortação é apresentada no estilo de pregação simples e caloroso de Francisco, distinto dos escritos acadêmicos de papas anteriores, e enfatiza a missão central da Igreja de pregar “a beleza do amor salvador de Deus manifestada em Jesus Cristo”.

Nele, Francisco reitera afirmações anteriores de que a Igreja não pode ordenar mulheres ou aceitar o aborto. O sacerdócio exclusivo para os homens, disse ele, “não é uma questão aberta à discussão”, mas as mulheres têm de ter mais influência na liderança da Igreja.

POBREZA

Como uma meditação sobre como revitalizar uma Igreja sofrendo com os avanços da secularização nos países ocidentais, a exortação ecoa o zelo missionário ouvido frequentemente dos evangélicos, que ganharam fiéis entre os católicos desencantados na América Latina, região natal do papa.

A desigualdade econômica é um dos temas com os quais Francisco, de 76 anos, mais se preocupa no texto. O papa pede uma mudança no sistema financeiro e alerta que a distribuição desigual das riquezas inevitavelmente conduz à violência.

“Enquanto os problemas dos pobres não forem radicalmente resolvidos por meio da rejeição da autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira, e pelo ataque às causas estruturais da desigualdade, nenhuma solução será encontrada para os problemas do mundo ou, nessa matéria, para quaisquer problemas”, escreveu.

 

Redação

14 Comentários

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  1. O papa mexe na ferida da humanidade.

    “Enquanto os problemas dos pobres não forem radicalmente resolvidos por meio da rejeição da autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira, e pelo ataque às causas estruturais da desigualdade, nenhuma solução será encontrada para os problemas do mundo ou, nessa matéria, para quaisquer problemas”,

  2. deus seja louvado

    deus seja louvado, já diria a nota de 2 reais… O CEO o Vaticano deve querer voltar à Idade Média, quando eles definiam quem podia brincar ou não com dinheiro.

  3. Enquanto isso…Banco do Vaticano quadruplica lucro em 2012

    CIDADE DO VATICANO — O Instituto para as Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano, deu mais um passo em seus esforços para ser financeiramente mais transparente com a publicação de um relatório anual na internet pela primeira vez nesta terça-feira, que indica o resultado de um lucro líquido de € 86,6 milhões em 2012 – quatro vezes mais que em 2011. O lucro permitiu ao IOR realizar uma contribuição de € 54,7 milhões ao orçamento da Santa Sé.

    – Somos fiéis ao nosso compromisso de garantir a transparência de nossas atividades, respondendo às expectativas legítimas da Igreja Católica, das autoridades vaticanas, de nossos clientes, dos bancos com os quais nos relacionamos – afirmou o alemão Ernst von Freyberg, presidente do IOR desde fevereiro.

    Em 2012, os clientes confiaram € 6,3 bilhões de fundos ao IOR, segundo o documento. Agora, o presidente prevê para 2013 um balanço “marcado por gastos extraordinários vinculados ao processo de reforma e reorganização em curso e pelos efeitos produzidos pelo aumento das taxas de juros.

    Em junho, o Papa Francisco determinou uma reforma do banco como parte da revisão das estruturas do Vaticano. A decisão surgiu depois de uma investigação de dois anos e meio ter levado a justiça italiana a concluir que o banco não cumpria os padrões de transparência internacionais.

    “Há um risco elevado no modo de funcionamento do IOR que, ao não identificar com precisão os seus clientes, pode ser utilizado como cobertura para dissimular operações ilegais”, escreveram os procuradores nas conclusões do inquérito.

    Atualmente, o IOR administra milhares de contas, principalmente de sacerdotes, religiosos, bispos, congregações, que atualmente são controladas por consultores externos. E também serve para fazer circular os fundos necessários para as obras da Igreja no mundo.

    http://oglobo.globo.com/mundo/banco-do-vaticano-quadruplica-lucro-em-2012-10211965

      1. Que tenha lucro mas não com dinheiro sujo…

        Claro! Que tenha lucro, mas não com dinheiro sujo…

        O Vaticano ocupa o 8º lugar do mundo entre os países que lavam dinheiro sujo, oriundo da sonegação de impostos, da obtenção de lucros ilícitos, do tráfico de armas e de drogas, entre outras fontes criminosas. O Vaticano conseguiu deixar para trás, em matéria de lavagem de dinheiro, países como a Suíça, Bahamas, Liechtenstein, Nauru e as Ilhas Maurício.

        Uma bela lavanderia, que os cardeais que votaram no argentino como novo papa querem que seja desmontada. 

  4. Avanço

    De fato o Papa francisco demonstra com seu procedimento e lisura um avanço enorme em realção aos dois papas anteriores. Não dá nem pra comparar.

  5. brasil.elpais.com
     
    Enquanto

    brasil.elpais.com

     

    Enquanto isso em Terra Brasilis,

    O Tea Party à brasileira

    O crescente poder das igrejas evangélicas no Brasil impõe uma agenda cada vez mais conservadora ao país

      Río de Janeiro 25 NOV 2013 – 23:37 BRST  Dilma Rousseff Gays Aborto Direitos humanos Brasil Homossexualidade América do Sul América Latina Igreja católica Política Cristianismo América Religião Sociedade Saúde

    Protesta contra o aborto e o casamento gay em Brasília. / VALTER CAMPANATO (EFE)

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    No Brasil, o reino de Deus é cada vez mais deste mundo. Como ocorre em outras partes da América Latina, o poder das igrejas evangélicas e pentecostais, que funcionam como um tea party à brasileira, está alterando a política. A tal ponto que a classe dirigente, mesmo se estiver a anos-luz da sua ideologia conservadora, entoa suas melhores preces quando tem de negociar assuntos espinhosos com seus representantes no Congresso Nacional, algo muito frequente.

    Conhecedores de seu crescente poder, todos os partidos sonham em ter candidatos evangélicos nas suas listas eleitorais, porque sabem que seus seguidores, na maioria pobres e pouco instruídos intelectualmente, são muito mais obedientes na hora de seguir as ordens de seus pastores nas eleições do que, por exemplo, os católicos. “As forças políticas procuram ter evangélicos em seus quadros porque eles são um componente substancial do eleitorado. Essa religião está crescendo e interessa como massa eleitoral”, afirma João Paulo Peixoto, professor titular da Universidade de Brasília. Por exemplo: a própria presidente Dilma Rousseff, quando disputou a eleição presidencial de 2010 com o apoio de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, teve de apresentar um documento aos evangélicos no qual se comprometia a não defender, caso vencesse, a liberação do aborto. Do contrário, é muito provável que tivesse perdido.


     

    A teologia da libertação foi substituída pela teologia da prosperidade. O teólogo Leonardo Boff, pelos pregadores televisivos, dizem os democratas, preocupados com a expansão dessas igrejas entre a classe C – as camadas médias que se incorporam ao consumismo, muito conservadoras politicamente, e às quais se promete algo melhor do que o paraíso: a cura das enfermidades mortais aqui na terra. Já são 42 milhões de fiéis (uma progressão incontrolável desde 1977, um em cada quatro brasileiros), distribuídos, sobretudo, entre a Assembleia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus. No total, contam com 71 congressistas (68 deputados e 3 senadores) e, desde março, com a presidência da emblemática e importante comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, para cuja direção foi escolhido um personagem considerado homofóbico e racista. Mas as cadeiras parlamentares não são suficientes; eles aspiram a ter o primeiro presidente evangélico da história.

    “Deus tem um grande projeto de nação elaborado por ele mesmo, e é nossa responsabilidade colocá-lo em prática”, confessou o bispo Edir Macedo, fundador da poderosa Igreja Universal, em seu livro Plano de Poder. Ao estilo norte-americano, Macedo é dono da Rede Record, segunda em audiência, depois da Rede Globo, e possui o quarto maior grupo de comunicação do país. Sua igreja tem ainda 23 emissoras de televisão, 40 rádios e uma dúzia de editoras próprias.

    “Meu Deus, os cristãos e a política neopentecostal do bispo Macedo dão medo”, afirma o jornalista Plinio Bortolotti, diretor do grupo de comunicação O Povo. “Ele está obcecado com o poder e tem um plano para tomá-lo. Parece um novo Moisés que está convencido de atuar sob as ordens diretas de Deus.”

    Carlos Eduardo Calvani, da Igreja Anglicana no Brasil, vai além. Segundo ele, os evangélicos brasileiros pregam uma política muito parecida com a dos fundamentalistas islâmicos, com a única diferença de que atuam dentro de uma democracia. Com seu sonho de chegar ao poder, poderiam, nas palavras de Calvani, levar o Brasil a uma espécie de “regime talibã evangélico”. Em um país aparentemente aberto, embora de um conservadorismo latente, os evangélicos se opõem, por exemplo, à laicidade do Estado, ao aborto, ao casamento gay, ao uso de células-tronco e à descriminalização do uso de drogas. Seus membros conseguiram estar presentes em 16 formações políticas e criaram três partidos próprios: o Partido Republicano do Brasil (PRB), o Partido Social-Cristão (PSC) e o Partido da República (PR). Às forças evangélicas se une uma série de deputados alinhados à Frente Parlamentar em Defesa da Vida e Preservação da Família, com 192 parlamentares, ou cerca de 40% do Congresso – uma força que até agora vem sendo capaz de paralisar qualquer abertura na aprovação de leis progressistas a respeito desses temas. O Congresso ainda não conseguiu, por exemplo, aprovar a regularização do aborto, e a aprovação do casamento entre homossexuais foi obra do Supremo Tribunal Federal, que o considerou constitucional.

    Mas o maior êxito dos evangélicos foi sem dúvida a nomeação para a presidência de uma das comissões mais emblemáticas e sensíveis do Congresso, a de Direitos Humanos e Minorias, do pastor evangélico Marco Feliciano, 40 anos, figura polêmica e inimigo número 1 do movimento gay. Feliciano defende, de Bíblia na mão, que Deus criou o ser humano “macho e fêmea” e que não pode existir um “terceiro sexo”. O pastor chegou a afirmar que os africanos carregam sobre si uma “maldição divina” desde os tempos de Noé, o que os faz serem negros e pobres. A conquista da Comissão de Direitos Humanos da Câmara simboliza, segundo o colunista político Janio de Freitas, da Folha de S.Paulo, “o primeiro embate relevante em que os evangélicos se põem como um novo bloco orgânico, ideologicamente bem definido e poderoso” no Congresso. “Estamos no caminho para uma república teocrática”, diz o escritor Luiz Manfredini.

    Feliciano já anunciou que se candidatará ao Senado e proclama a seus fiéis, muitas vezes em atos multitudinários que reúnem mais de 100 mil pessoas, entre cantos e exclamações religiosas, que sua meta também é chegar a conquistar a Presidência da República. Com a Bíblia erguida e enquanto seus seguidores choram e rezam, Feliciano profetiza: “Pelo nome e pela paz de Cristo, um evangélico chegará a ser presidente do Brasil”. Feliciano fundou há cinco anos a sua própria igreja dentro da Assembleia de Deus. Em 2010, foi eleito deputado em São Paulo com o maior número de votos entre os candidatos evangélicos. Aos 13 anos era católico, até chegou a servir como coroinha. Abraçou a nova fé depois de deixar as drogas.

    Poderes terrenos

    A força do movimento não diminui, apesar de deputados evangélicos já terem sido denunciados muitas vezes à Justiça por corrupção. Em 2003, 23 deles se viram envolvidos na chamada “máfia dos sanguessugas” e foram levados aos tribunais. Agora mesmo, 50% dos congressistas evangélicos enfrentam acusações judiciais por vários crimes, de corrupção ativa e passiva a lavagem de dinheiro, passando por evasão de divisas e delitos contra o fisco. No entanto, a fé de seus seguidores neles passa por cima de todas as acusações. Quando chegam as eleições, não existe candidato que não deseje o apoio dos milhões de fiéis evangélicos com suas centenas de centros de propaganda, que vão desde os templos às antenas de rádio e televisão.

    Se um dia seu sonho se cumprir, o Brasil deixaria, dizem os analistas políticos, de ser um Estado laico, e sua segunda ou primeira Constituição seria a Bíblia, que já é o livro que Feliciano empunha na comissão que preside, esquecendo-se da Carta Magna, à qual considera sujeita aos livros sagrados.

     

  6. Santa ingenuidade

    Se o Papa Francisco, quer mesmo criticar o capitalismo selvagem, deveria começar proibindo o Banco do Vaticano (IOR), de lavar dinheiro!

    Há pouco, foi denunciado que o mesmo investia em armamentos, drogas, prostituição, e outras, mas sem entrar no mérito ou demérito da Instituição ICAR, julgo que todos os que comerciam com a fé, também o fazem!

    Se realmente for comprovado algum avanço nesta sua gestão da ICAR, corre ele grave risco de vida, em virtude da Santá Sé,  Cúria Romana, Opus Dei, Universidades Católicas e Ordens Religiosas, serem autonomas,  e estarem sobrevivendo por estarem praticando este capitalismo que ele em seu documento tanto condena!

    Assim, meus caros, digo-lhes que entre o real e o ideal, há enormes diferenças!

    Como disse Einstein – ” ….. “Para mim, a religião judaica é, da mesma forma que todas as outras, uma incarnação das superstições mais infantis. (…)”

    “(…) a palavra Deus é uma expressão e um produto da fraqueza humana, e a Bíblia é uma colecção de honrosas mas primitivas lendas que são bastante infantis”

    Tenho dito!!!!!!!!!!!!!!!

     

     

  7. Noticia ta um pouco atrasa em

    Noticia ta um pouco atrasa em uns 100 anos eu acho.

    Ler DSI, Doutrina Social da Igreja.

    Puts, conservadores a favor dos pobres!

    Tudo que me ensinaram estava errado, sempre me fizeram pensar que a direita era contra os pobres, era preconceituosa, era a favor do imobilismo.

    Princípio da Subsidiariedade; não que isso, o estado centralizado que sabe o que é melhor para todos. 

    RERUM NOVARUM

    http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.html

  8. Nassif;
    Graças a Deus a

    Nassif;

    Graças a Deus a cúpula da Igreja Católica está dando a prioridade devida às Comunidades Eclesiais de Base.

    As Bases da Igreja Católica da América Latina e da África  jamais  deixaram de comungar os pricípios agora explicitados por este grande Francisco.Que por sua vez vão de encontro as mudanças ocorridas no nosso Brasil nos últimos dez anos.

    Tenho esperança e certeza num mundo melhor.abraços a todos.

    Genaro

     

     

     

     

  9. O Guiné Tatu do Universo em Desencanto

    LORD CAREY

    Cristianismo em risco de desaparecer em uma geração

    Reverendo Dr. George Carey, o ex-arcebispo de Canterbury, pede mudança urgente de atrair os jovens para a igreja

    O ex-arcebispo de Canterbury, o mais alto cargo da igreja na Inglaterra, adverte que o cristianismo ser extinto no país por falta de jovens.

    TIM MALHA A RÁ… PADURA

    [video:http://youtu.be/gBZJJyQ61DU%5D

     

  10.               HÁBITO DA

                  HÁBITO DA CANONIZAÇÃO PSIQUICA

     

                                        VIVA JESUS!

    Bom-dia! queridos irmãos.

                          Na idolatria encontra-se o mecanismo defensivo da mente, pelo qual é projetado no outro aquilo que gostaríamos de ser. 
    “Desde os mais recuados tempos, até o presente, a idolatria continua a oferecer – fartamente – as ‘muletas psicológicas’ às criaturas de fé simples e quase ingênua.” – François C. Liran
    Nada menos que 392 personalidades de antanho estão na “alça de mira” da alta hierarquia da Igreja Católica para a investidura da canonização. Tal proliferação de candidatos a santo está causando desconforto até mesmo entre os partidários dessa grei.
    Vem de longa data a idolatria!… Antes do advento do Cristo todos os povos, exceto os hebreus, eram idólatras e politeístas. 
    Na Idade Média, Lutero lhe deu ferrenho combate, mas não teve sucesso com relação à “idolatria da letra”, pois se seus seguidores não mais adoravam as imagens, os fetiches, por outro lado, enros-caram-se na “letra que mata” distanciando-se do “espírito que vivi-fica”. E os ídolos de pés de barro continuam em seus pedestais sus-tentados pela ignorância humana e pela sagacidade dos “atravessadores da fé”, dos ecônomos infiéis de todos os tempos e em especial dos tempos hodiernos.Os judeus há muito abandonaram a idolatria, mas a substituíram pelos cerimoniais dos cultos exteriores, sendo nisso – hodiernamente – imitados pelos cristãos das mais varia-das vertentes.
    Como desde Lutero as rentáveis vendas das indulgências se apresen-tam como um mercado em baixa, descobriu-se que os “santuários” podem ser formidáveis sucedâneos daquele ancestral comércio, uma vez que não faltarão fiéis de fé simples e ingênua para frequentá-los religiosamente, fomentando, dessa forma, um enorme mercado paralelo para os setores de turismo e para a indústria e comércio de quinquilharias, com farto aporte monetário, em que pese o pagamento de gorda fatia aos cofres do Vaticano.

    Engana-se, porém, quem pensa que só existe idolatria no seio das vetustas religiões.  Ela também – infelizmente – existe no meio espírita!
    Analisando a triste questão da idolatria no meio espírita, Ermancel Du-faux afirma(1): “ idolatria é o excessivo entusiasmo e admiração por uma pessoa com a qual partilhamos ou não a convivência… São oradores, médiuns e trabalhadores que costumam destacar-se pelas virtudes ou pelas experiências, e que são tomados à conta de ícones, com os quais delineamos a noção pessoal de “limite máximo” ou “modelo” para os novos passos assumidos na caminhada espiritual.
    Sem considerar os naturais sentimentos de admiração e entusiasmo dirigidos a quem fez por merecê-los, quase sempre nas causas dessa idolatria encontra-se o mecanismo defensivo da mente, pelo qual é projetado no outro aquilo que gostaríamos de ser.
    Dois graves problemas, entre os muitos, decorrem dessa relação idó-latra: as exageradas expectativas e a prisão dos estereótipos.As expectativas transferidas ao ícone carreiam desejos e anseios que se tornam âncoras de segurança para os problemas individuais. Caso a criatura se habitue ao conforto de “escorar-se” psicologicamente no outro e fugir do seu esforço autoeducativo, passará ao terreno das ilusões, sentindo-se e acreditando-se tão virtuosa ou capaz quanto ele. Ocorre então uma absorção da “identidade alheia” como se fosse sua… É como “ser alguém” através dos valores do outro.
    Quanto aos estereótipos, vamos verificar outra questão que tem trazido muitos desajustes: o hábito do dogmatismo, uma velha tendência humana de ouvir a palavra dos “homens santificados” pela hierarquia religiosa. Pessoas que se tornam carismáticas pela sua natural forma de ser ou pelo valoroso desempenho doutrinário são, comumente, colocadas como “astros” ou “missionários” de grande envergadura.
    Quaisquer dessas vivências, expectativas elevadas ou criação de modelos podem nos trazer muita decepção e revolta. Somos todos aprendizes, uns com mais, outros com menos experiência; todos, no entanto, sem exceção, como aprendizes do progresso e gestores do bem. Podemos sempre aprender algo com alguém, desde que tenha-mos visão e predisposição à alteridade. O que hoje entendemos como sendo excepcional em alguém, amanhã poderá não ser tão útil para nossa percepção mutável e ascensional.
    Por mais bem-sucedida a reencarnação na melhoria espiritual, isso será apenas o primeiro passo de uma longa jornada. Então, por que glórias fictícias com ídolos com pés de barro? Missionários e virtuosos? São muito raros na Terra!  Para conhecê-los é muito fácil, nenhum deles aceita uma relação de idolatria, enquanto se verifica outro gênero de conduta com muitos que se julgam ou são julgados como tais.
    Quando refletimos sobre esta questão é no intuito de chamar a atenção de todos nós para os prejuízos de continuarmos cultivando semelhantes expressões de infantilidade emocional. Existe, de fato, uma velha tendência que nos acompanha, a qual podemos declinar como “hábito da canonização . Muitos ídolos adoram as bajulações e burburinhos em torno de seu nome. São folgas que não deveríamos buscar para nossa vida, quando deveriam educar-se e educar os outros para assumirem a condição de condutores, aqueles que lideram promovendo, libertando, e não fazendo “coleção de admiradores” para alimentar seu personalismo.
    Como bons espíritas, apenas começamos os serviços de transformar a autoimagem de orgulho, profundamente cristalizada nos recessos da mente. Quando nos adornamos com qualidade e virtudes que ima-ginamos possuir, perdemos a oportunidade de sermos nós mesmos, de eleger a autenticidade como nossa conduta, de construir quanto antes a “nova identidade” que almejamos.
    Inspiremo-nos em nossas referências, todavia não façamos deles ídolos. Ouçamo-los, tiremos proveito de suas conquistas, mas façamos tudo isso com equilíbrio, nem mais nem menos!
     
    (1) OLIVEIRA, W. Soares. Reforma íntima sem martírio. B. Hte: INEDE, 2003, cap. 24, p. 146-148

                                    Rogério Coelho

    Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/auto-conhecimento/o-habito-da-canonizacao-psiquica/#ixzz4hd06I6bV

     

    CONCLUSÃO: Por mais cegos que possam estar, agora os idólatras estão conscientes de que: Toda alma que troca o Espírito de Deus por imagens de escultura, tem perpetuado a ignorância e o sofrimento na terra, e que também que deverá  reencarnar neste purgatório até que se converta para alcançar  a sua redenção.

    (MT.8.10) OUVINDO ISTO, ADMIROU-SE JESUS E DISSE AOS QUE O SEGUIAM: (GL.1.9) ASSIM COMO JÁ DISSEMOS, AGORA REPITO: (JS.24.23) AGORA, POIS, DEITAI FORA OS DEUSES ESTRANHOS QUE HÁ NO MEIO DE VÓS E INCLINAI O CORAÇÃO AO SENHOR DEUS DE ISRAEL.

     

     

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