PGR não usa delação que pode incriminar Alckmin e a mantém em sigilo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Ciete Silvério/Fotos públicas
 
Jornal GGN – Os avanços da Operação Lava Jato sobre nomes do PSDB de São Paulo sofreram um revés: Luiz Bueno, um dos delatores que poderia entregar o esquema de financiamento por caixa dois da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), em 2014, foi excluído da investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Bueno chegou a prestar delação, mas o conteúdo foi mantido em sigilo e não foi usado pela PGR.
 
Segundo depoimentos de empresários da Odebrecht aos investigadores, Alckmin recebeu R$ 8,3 milhões em 2014 e outros R$ 2 milhões em 2010 de recursos não contabilizados da empreiteira, em esquema de caixa dois.
 
Entre os executivos que informaram os repasses está Benedicto Júnior, presidente da construtora Odebrecht em São Paulo. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, foi ele que anunciou a importância de Luiz Bueno, responsável por negociar valores de campanhas e os repasses a um interlocutor do tucano em São Paulo.
 
Junto a Marcos Monteiro, hoje o secretário do governo paulista, Bueno foi o articulador da operação ilícita, segundo os executivos da Odebrecht. 
 
Outro diretor da empreiteira, Arnaldo Cumplido, contou aos procuradores da Lava Jato que Bueno “mandava cada programação com codinome e o valor”. “Eu não tinha contato com o governador ou com o Marcos Monteiro”, explicou, completando: “o Bueno que me avisava que era para fazer aporte de recursos na modalidade de caixa dois para a campanha do governador Geraldo Alckmin”.
 
Os investigadores chegaram a questionar Arnaldo Cumplido e Benedicto Junior sobre “quem saberia explicar em detalhes a contrapartida e o motivo pelo qual os pagamentos foram feitos”. Cumplido foi direto, disse que dentro do que imagina, “o Luiz Bueno”.
 
Ao jornal Folha de S. Paulo, a Procuradoria não trouxe explicações ou esclarecimentos sobre por que Bueno não foi incluído no documento entregue ao STF, e depois encaminhado ao STJ. Mas alertou que a Justiça pode requerer os depoimentos do suposto interlocutor dos repasses, se for dada sequência ao caso.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

13 Comentários

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  1. Imaginação.

    Imaginem Fernandinho Beira-Mar anistiado, solto, entra para uma faculdade de direito. Não precisa ser de primeira linha, a Veiga de Almeida e similares servem. Cinco anos depois, ele presta os exames da Ordem, aprovado, durante dois anos defende todo tipo de traficante, inocentando todos. Depois, presta concurso para juiz de direitoe e é aprovado. Vai para a vara criminal, e passa a julgar seus antigos clientes e amigos deles (de todas as quadrilhas). Dou um quilo de rapadura para quem achar que, como juiz, ele vai condenar algum antigo colega de profissão.

  2. Bazófia,
     
    só isso me vem à

    Bazófia,

     

    só isso me vem à cabeça ao ler uma notícia dessas, bazófia, acredito que nos dias atuais o nosso país se cercar vira hospicio, se cobrir vira circo………

  3. Alkimin em sigilo
    Assim como Gilmar livrou o eike para defender os seus, Ali Kimin foi blindado. Serão decretados honestos pelo estado de exceção brasileiro, a república dos não comuns. Eike fugido na Alemanha seria extraditado para os USA, xadrez e multa de bilhões de verdinhas. Aí entregou-se no baratzil onde é mimetizando em trabalhador e gente do bem, desde que não abra o bico, of course. Zear klar !

  4. PGR…..

    Paulo Preto já é figura histórica e lendária do Tucanistão. Já poderia ter pedido aposentadoria por tempo de serviço como Testa de Ferro. De Montoro a Covas, de CDHU a Despoluição do Tiête. De Serra, FHC, Alckmin de Rodoanel, Trensalão, Privatarias, Mensalão Tucano, Duplicação das Marginais, Canalização do Tiête… O cara é um fenômeno. O MP/SP/Tucano não encontrou o Dossiê Cayman. Não encontrou bilhões dados por empreiteiras aos “honestos” da República da USP, enquanto passeavam com tudo pago na Europa, pelo governo paulista, atras de dinheiro do Maluf. Enquanto tentavam descobrir uma pulga não conseguiram enxergar um elefante. Agora novamente vem o PGR tentando destruir a economia e empresas brasileiras como Odebrecht, enquanto liberou a toque de caixa Alstom, Siemens, CAF ou Bombardier. O Brasil se explica. E se lamenta. 

  5. ffhh

    Quando jucá informou, num paroxismo de sinceridade,  que estava TUDO dominado para

    o esquema golpista, pensei que estivesse blefando.

    Devemos  considerar a GREVE GERAL apenas como o primeiro grande passo pra varrer

    mimi e corriola bandida Vai ter também pro PIG e pra banda  vendida de  MP, PF e judiciário.

  6. janot, janot, janot! .quem é

    janot, janot, janot! .quem é o maior traira da pátria brasilis: janot, moro, aécio, cunha, fhc ? O inferno não deve ter tantos lugares pra essa gente que faz josé silvério dos reis ser um patriota

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