Pressionado por aliados, Temer quer manter política de indicações em estatais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Preparando-se para sancionar a Lei das Estatais, nesta terça-feira (28), o governo interino Michel Temer resolveu não apenas adiar a sanção, como também pensa em reavaliar o projeto, por considerá-lo excessivamente restritivo. Temer estuda, agora, uma forma de flexibilizar as regras que criam obstáculos à corrupção, para atender a aliados, bancada peemedebista e antiga oposição.
 
O projeto tem como base dificultar as indicações políticas em empresas públicas, consideradas um dos principais alicerces para a prática de corrupção, a exemplo do que se deflagrou com as investigações da Operação Lava Jato. O PLS 555/2015, apesar de aprovado pelo Senado, contudo, não agradou parlamentares aliados.
 
O ponto de maior discussão é o que trata da proibição de dirigentes partidários de ocuparem cargos. O trecho já havia sido alterado pela base aliada de Temer na Câmara, afrouxando regras para nomeações. O projeto original estabelecia que vagas de presidente, diretor ou em conselho de administração de estatais só poderiam ser preenchidas por quem deixou de ser dirigente partidário ou sindical há, pelo menos, três ano.
 
A mudança na Câmara excluiu esse período, mas manteve que dirigentes partidários ou sindicais assumam os postos, podendo deixar as funções antes de serem nomeados. Ainda assim, o trecho incomodou aliados. “É ilógico. Do jeito que está, Michel, que pode ser presidente da República, não poderia ser diretor da Eletrobras”, reclamou um ministro ao Painel da Folha.
 
Com a pressão, nas últimas 24 horas, o governo interino de Temer autorizou quase 140 nomeações em postos federais para empresas públicas. Apesar de “liberar geral”, peemedebistas ainda criticam que desses cargos a sigla não foi beneficiada: “a situação está chegando ao limite. Qualquer hora ele [Temer] toma uma invertida no Plenário”, disse um deputado, segundo o jornal.
 
Por outro lado, membros da Secretaria de Governo estão desapontados por Temer permitir que o Senado modificasse o projeto das estatais, após os funcionários empenharem esforço na adaptação do texto ao gosto da bancada na Câmara.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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    1. Ou Lei Do Tico Butico?
      Boa tarde.
      “Que tal mudar o nome do cara para QueroMeu (ver Henfil)?
      A sua famosa frase, caro José Carlos Vieira Filho, logo após aquele empolado discurso anticorrupção (dos outros, claro) é:
      — “Tem que chover na minha horta, neguinho”. Leia sobre isso aqui.

        1. Ubuntu No Trabalho; Fedora Em Casa
          Boa noite.
          Bom saber.
          Utilizo o Ubuntu no trabalho, pois é a distro GNU-Linux lá homologada. Mas, em casa, desde 2003 que utilizo Fedora (comecei com Conectiva 9, extinta; passei para RH 9 e depois migrei para o Fedora Red Hat).

  1. O governo não é RESULTADO DAS

    O governo não é RESULTADO DAS URNAS, mas de mentiras QUE PRECISAM SER SUSTENTADAS PELO TOMA LÁ, DA CÁ!

    Está CLARAMENTE buscando agradar públicos diversos até o momento em que Dilma não puder retornar…

    A arrecadação está caindo e a mídia fala que esta tudo melhorando.

    O Bom Dia Brasil nem parece o mau augúrio de todos os dias enquanto Dilma governava…

  2. A/s mão/s do Temer

    A/s mão/s do Temer tem vida própria! 

    E as expressões que elas nos trazem a cada foto entregam o dono de maneira subliminar e às vezes nem tanto. Às vezes parecem mãos de morto. Às vezes uma delas é mais ‘faladeira’ que a outra.

    A forma que ele entrega a mão para um aperto é típica daquelas pessoas traiçoeiras. A mão vem com a palma na horizontal e os dedos na vertical formando um ângulo de 90 graus com a palma. Os dedos vem prontos para dar um leve apertãozinho na ponta dos dedos do contraparte e nada mais. Não é um aperto com “mão de macho” de boas intenções (ou mão de fêmea de boas intenções, se preferir), que vem espalmada toda na vertical e pronta para mostrar sinceridade.

    Será que ninguém vai se debruçar neste assunto interessantíssimo? Nenhum chargista se habilita?

    Na foto desse post a mão está numa situação bem interessante. Mas não vou me atrever a falar nada da Sra Interina recatada e do lar. Mas torço para que tenha fumaça e fogo!

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