Segunda lista de políticos implicados na Lava Jato deve ser lançada após protestos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O Painel da Folha desta segunda-feira (10) afirma que auxiliares de Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da República, estão fazendo “suspense” sobre a publicação de uma segunda lista de políticos implicados nas investigações da Operação Lava Jato. Segundo a coluna, havia expectativa de que as novas denúncias fosse apresentadas ao Supremo Tribunal Federal essa semana, mas os auxiliares são “evasivos sobre a probabilidade”.

“Procuradores dizem que é ‘possível’ que Janot apresente ao STF algumas peças ainda antes dos protestos do dia 16, mas o mais provável é que as denúncias sejam na semana que vem. Argumentam que a semana é ‘curta’ com o feriado da Justiça na terça.”

No dia 11 de agosto comemora-se o Dia do Magistrado em todo o País, além do Dia dos Advogados e a Criação dos Cursos Jurídicos. Já no dia 16 está marcado um grande protesto encabeçado por grupos anti-PT que vão pedir a renúncia de Dilma e a convocação de novas eleições.

O deadline para a entrega da segunda leva de políticos possivelmente envolvidos em esquema de corrupção na Petrobras é o dia 16 de setembro, quando encerra-se este mandato do procurador-geral. Janot já foi eleito pelo Ministério Público Federal o magistrado com mais votos para ser reconduzido ao posto. A presidente Dilma Rousseff acatou a sugestão e encaminhou a indicação para o Senado, que deverá promover uma sabatina. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), diz que não vai trabalhar contra a reeleição de Janot. O senador é investigado na Operação Lava Jato e desde que apareceu na primeira lista de envolvidos, em março, passou a retaliar o governo Dilma sob a justificativa velada de que nada foi feito para evitar que Renan tivesse sua imagem arranhada em função da Operação.

No Painel da Folha ainda consta que a ala palaciana do governo aposta que Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara, vai instaurar um processo de impeachment contra Dilma, mais cedo ou mais tarde. Por isso, traçaram como meta conquistar a fidelidade de ao menos 200 parlamentares que podem deter o avanço do impeachment.

O maior obstáculo ao sucesso dessa estratégia é justamente a Lava Jato. Com uma nova lista de investigados em vista, é impossível conter os ânimos do Parlamento. Por isso, os movimentos de Janot serão acompanhados de perto.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. A “elite” apoiará Dilma no Domingo.

    Aproveitando o ensejo, apresento-lhes o dilema  das panelas:

    No próximo dia 16, logo após o almoço, a “elite”, enfim, vai apoiar a Dilma.

    Também pudera, todas as panelas estarão sujas na pia da cozinha à espera dos serviços da mucamba.

     

     

     

      1. E você acreditou nessa

        E você acreditou nessa história dos 8 por cento? É porque não perguntaram pra mim, pro nordeste, pra muita gente que eu conheço, etc, etc.

  2. Esqueletos dos inimputáveis tucanos mineiros..

    Lava Jato: Copa e obras em MG ficaram pelo caminho

    por Henrique Beirangê — publicado 06/08/2015 04p8Documentos e planilhas de dois casos pouco explorados até agora indicam uma investigação ainda mais longa     Nélio Rodrigues/ Estadão Conteúdolinha-verde-visita

    O ex-secretário Paulo Paiva e seu subordinado Fernando Janotti “fiscalizam” a obra em Belo Horizonte. O preço final subiu quase 400%

      

    Após um ano e quatro meses, a Operação Lava Jato acumula números expressivos. As 16 primeiras fases levaram à abertura de 160 inquéritos, à investigação de 500 suspeitos, 96 mandados de prisão, 53 pedidos de cooperação internacional, 28 denúncias e 30 condenações, sem contar os 42 políticos cujo destino depende doSupremo Tribunal Federal (STF). Segundo os investigadores, os prejuízos à Petrobras somam 19 bilhões de reais. Na última terça-feira 28, o caso avançou sobre o Programa Nuclear Brasileiro, com a prisão do almirante Othon Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear. Na segunda-feira 3, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no “mensalão”, foi preso

    Em uma investigação tão complexa e com tantas ramificações, é natural que algumas pontas fiquem soltas pelo caminho. Como define nos bastidores o ministro do STF Teori Zavascki, na Lava Jato, quando se puxa uma pena, vem uma galinha. E a sensação é de que o galinheiro ainda está longe de ser devidamente preenchido.CartaCapital selecionou dois casos que ainda podem resultar em apurações futuras, dado o emaranhado de nomes, planilhas e menções a contratos. São eles:

      

    Obras em Minas Gerais

     Um arquivo encontrado durante a busca e apreensão na casa de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, detalha o relacionamento da construtora com os responsáveis por obras em Minas Gerais nos tempos dos governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia, hoje senadores. Avancini já foi condenado a 15 anos de prisão por envolvimento no escândalo da Petrobras, mas acabou beneficiado pelo acordo de delação premiada.

    Se a sentença for mantida por instâncias superiores, o executivo cumprirá dois anos em regime semiaberto. Para prosperar, a investigação em Minas precisa despertar o interesse do Ministério Público do estado. Procuradores estaduais têm liberdade de solicitar à força-tarefa instalada em Curitiba a documentação referente aos contratos. 

    No computador de Avancini havia uma pasta de arquivos com um sugestivo título: “Item arrecadação”. No relatório de análise de mídia 335/2015, surge uma série de nomes de funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais e do ex-secretário estadual de Transportes Paulo Paiva. Os arquivos, dizem os investigadores, referem-se à obra da Linha Verde na capital Belo Horizonte.  

    A Linha Verde, lançada em maio de 2005, é um conjunto de obras viárias que incluiu intervenções nas avenidas Andradas e Cristiano Machado, além da Rodovia MG-010. Uma via de trânsito rápido, com 35,4 quilômetros de extensão, para ligar o centro da capital mineira ao aeroporto de Confins. A planilha de Avancini indica que as estimativas de gastos eram bem mais modestas no início das obras. Um arquivo em formato de apresentação inclui a previsão de 99,9 milhões de reais. Em 2006, o valor saltou para 139,6 milhões. 

    O executivo, avalia a força-tarefa, esforçava-se para aumentar os gastos na obra. Ele descreve em uma das mensagens: “Relacionamento vem transcorrendo de forma adequada. Existem ações a serem tomadas para garantir andamento da obra e revisão de valores contratuais”.

    Realmente, os custos foram revistos. Os investimentos na Linha Verde totalizaram 483 milhões de reais, alta de 382%. Aécio Neves, então governador, assinou o contrato. O nome de Paiva, seu secretário de Transporte, aparece logo antes do de um subordinado, Fernando Janotti, secretário-adjunto. Os dois acompanhavam de perto o andamento do projeto, como revelam fotos do período.

     Na sequência dos dois nomes desfia-se a indicação de uma lista de funcionários do DER e uma tabela de valores que totaliza 34 milhões de reais. Por que os nomes aparecem na planilha de Avancini? A que se referem os valores? Qual o motivo de insistir na revisão dos valores da obra? São perguntas ainda em aberto. Vários desses funcionários continuam a ocupar cargos no órgão estadual ou arrumaram emprego na prefeitura de Belo Horizonte.

    Copa do Mundo

    Outro mistério a ser elucidado vem da rede de relações do doleiro Alberto Youssef. Em uma das mensagens interceptadas pela Polícia Federal, uma das filhas do doleiro garante que o pai arrumaria emprego para uma delas na Organização das Nações Unidas. “O pai disse que vai arrumar um estágio na ONU para a Su.”  

    Diz o relatório da Polícia Federal: “Chama muito a atenção uma anotação em que, possivelmente, Taminy (filha do doleiro) escreve que Alberto Youssef vai ‘arrumar’ um emprego na ONU para sua outra filha Surraily. Tal indicação demonstra a influência do alvo”.  Não há informações sobre o suposto contato do contraventor nas Nações Unidas. 

     

    copa-lava-jatoFornecedora da Petrobras obteve contratos na Copa de 2014, com apoio de Paulo Roberto da Costa. Créditos: J.P Engelbrecht/PCRJ

    A força-tarefa também não se debruçou sobre os contatos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, no mundo do futebol. Documentos apreendidos em sua casa expõem seu envolvimento em negócios esportivos. Um dos documentos é uma procuração em nome de Alberto Antonioli, italiano dono de uma empresa chamada Value Partners. A companhia participou do Consórcio Copa 2014, responsável pelo “suporte de gerenciamento” ao Ministério do Esporte no Mundial no Brasil. O contrato somava 15 milhões de reais. 

    O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a auditar os contratos e encontrou irregularidades nos pagamentos feitos ao consórcio integrado pela Value Partners. O Ministério do Esporte desembolsou 48 milhões de reais por quatro anos de consultoria. Custo 270% superior ao preço inicial previsto, de 13 milhões. Nas auditorias do TCU, foi identificado o pagamento a funcionários cuja prestação de serviços não restou comprovada.

     A Value Partners não atuava apenas no meio esportivo. Segundo documentos apreendidos na casa de Costa, a empresa detinha um “contrato de consultoria” para serviços na Petrobras na área “de eficiência energética”. 

    O envolvimento de Costa em contratos do Ministério do Esporte é mais um mistério da Lava Jato, uma operação com começo certo, mas sem fim à vista. 

     

  3. Porque Aécio não está sendo investigado?

    Depois de ter citado por Alberto Yousseff em depoimento judicial é difícil de compreender porque Janot não incluiu Aécio na lista dos investigados.

    1. Por que Aécio não está sendo investigado?

      Por que Aécio Não está sendo investigado?

      A pergunta deve ser dirigida ao PGR Janot. De todas as denúncias contra políticos essa é a mais grave; mais grave do que a feita contra Eduardo Cunha.

      O bandido profissional Youssef disse em juízo, com o compromisso de falar a verdade, que esse malandro recebeu entre 1996 e 2002, todo mês, uma lasca entre 100 e 120 mil dólares de Furnas, citando, inclusive, a empresa que era a responsável pela entrega da propina, a Bauruense. A propina, então, girou em torno de U$D 7 mi (mi de milhões).

      Até as pedras sabem que tudo isso é verdade. Bastava o MPF investigar os contratos entre a Bauruense e Furnas e quebrar o sigilo dele e da “santa” irmazinha dele. Mas o PGR, por frouxidão ou proteção, não viu indício criminoso nessa imputação gravíssima.

      Se a imputação fosse contra um petista, já estava comido antes de sentenciado, segundo a pitoresca pregação de Padre Vieira, no famoso Sermão de Santo Antonio Pregando aos Peixes:

      “Vede um homem desses que andam perseguidos de pleitos, ou acusados de crimes, e olhai quantos o estão comendo. Come-o o Meirinho, come-o o Carcereiro, come-o o Escrivão, come-o o Solicitador, come-o o Advogado, come-o o Inquiridor, come-o a Testemunha, come-o o Julgador, e ainda não está sentenciado e já está comido. São piores os homens que os corvos. O triste que foi à forca, não o comem os corvos senão depois de executado e morto; e o que anda em juízo, ainda não está executado nem sentenciado, e já está comido.” (Pregado em São Luís do Maranhão em 1654).

      1. E também responder

        E também responder crininalmente Aécio pela campanha insidiosa de subversão à ordem Constitucional e Estado Democrático (art. 5,XLIV, da Constituição Federal) .

    2. E outros mais…

      Se for para investigar todos os  citados, Dilma tem que entrar na dança, visto  que foi citada onze  vezes na

      delação de  Alberto Yousseff…

  4. “Grande” protesto marcado?

    Grande protesto marcado? Onde? Grande protesto é wishful thinking de alguns. Não entendi o adjetivo na notícia.

    Se o protesto não for “grande”, voltarei ao assunto “inserção de desejos em notícias”.

    PS. Marcam-se protestos: grandes, serão, ou não.

  5. Não sei se é verdade ou mentira, mas um passarinho me soprou

    Sabe como é, assobio de passarinho. Mas ficar fora da lista…

    Da série, maldades inconsequentes (#ficarforadalista) rsrsrsrsrs….

    Dilma, acorda! É nessas horas que a onça bebe água.

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