Enviado por Mota
Em 2015 o mundo da música foi pego de surpresa com a redescoberta dos filmes do espetacular Duo Abreu, do final dos anos 1960. Agora a GuitarCoop orgulhosamente começa o ano de 2016 com uma entrevista exclusiva com o próprio Sérgio Abreu, falando sobre o processo de gravar os célebres LPs daquela época. Esta é uma oportunidade única para se ver o legendário violonista Sergio Abreu, que abandonou os palcos 35 anos atrás e agora é um respeitado luthier.
CRÉDITOS
Entrevistador: Marcelo Kayath
Imagens e Áudio: Ricardo Marui
Editor: Eduardo Sardinha
Produção: Lilah Kuhn
Transcrição e Legendas: Luciano Morais, Fabio Zanon e Renato Oliveira
Intro Vinil: Renato Nickel
Vídeo histórico – Rameau: Meloclassic Label
Produzido por GuitarCoop
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Correção na matéria
Sérgio Abreu é um dos mais renomados Lutiers do país, bem como integrou um dos mais expressivos duos de violão.
Seu objeto de trabalho é o violão e não o violino. Sugiro a correção da chamada da matéria em que se lê “violinista”, com “i”, para “violonista”, com “o”.
Sérgio Abreu é um gigante
Belíssimo e precioso post, Mota!
Quem julga pelas aparências e vê o tímido e desajeitado, mas boa-praça, Sérgio Abreu contando seus “causos” talvez não se dê conta de estar diante de um dos maiores artistas brasileiros vivos.
Sua carreira pode ser dividida em 3 etapas: o fabuloso duo que fez com seu irmão Eduardo, tema dos vídeos; a breve carreira solo que realizou após seu irmão desistir dos palcos e a longa carreira como luthier de violões, trabalho que desenvolve até hoje, desde que desistiu dos palcos.
Nunca houve um duo como os irmãos Abreu na história do violão mundial, segundo o Fábio Zanon. A sonoridade, a riqueza de nuances, a perfeição técnica e a harmonia entre ambos são únicas. O Brasil tem incríveis duos, como os irmãos Assad, o Duo Siqueira Lima e o Brasil Guitar Duo, todos com nível internacional, mas nenhum chega aos pés dos Abreu fizeram. Daí a importância dos vídeos descobertos e do LP citado. Como solista, Sérgio foi um dos gigantes. Como luthier, é simplesmente um dos mais importantes do mundo na construção de violôes tradicionais para música clássica.
Penso que há em Sérgio algo em sua personalidade que se assemelha a de Nelson Freire: um certo autismo, memória prodigiosa, ouvido absoluto e uma obsessão por repetições até a perfeição. Era assim como instrumentista, é assim como luthier. Diferente de Freire, contudo, assim como o irmão Eduardo, ele não suportou a insana rotina de viagens pelo mundo, entrevistas, gravações e concertos. Esse é um problema comum no universo dos grandes talentos da música clássica. O próprio entrevistador, Marcelo Kayath, tem uma história de vida parecida: desistiu da carreia internacional muito jovem, após receber alguns prêmios importantes como violonista clássico, e atua hoje no mercado financeiro.
O livro indicado no post é bem legal e conta um pouco da incrível trajetória de Sérgio Abreu, um gênio reconhecido no mundo, mas ainda desconhecido no Brasil.
Violonista
A interpretação mais arrebatadora da Grande Sonata de Paganini (sem a parte do violino).