Ato Nacional no dia 20 de maio alerta sobre contrarreforma política

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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As organizações querem trazer uma resposta à demonstração autoritária de Cunha, que agendou pautas de contrareforma para o final de maio
 
 
Jornal GGN – A OAB, CNBB, CUT e diversas entidades e organizações reúnem-se para preparar o Dia Nacional de Mobilização pela Reforma Política Democrática, em 20 de maio. O ato propõe a luta contra a corrupção, o fim do financiamento de campanha por empresas, defesa do financiamento democrático de campanha, luta contra as propostas de Distritão, Distrital Misto, defesa do sistema proporcional de voto transparente, da paridade de gênero na lista eleitoral e o fortalecimento dos mecanismos da democracia direta.
 
A mobilização ocorre com as tramitações de duas PECs no Congresso da contrarreforma política (PECs 352/13 e 344/13), que constitucionalizam o financiamento de campanha por empresas. 
 
“A influência do poder econômico nas eleições é dos mais graves fatores de degradação do atual sistema político brasileiro, sendo responsável pela eleição de um parlamento distante do povo e canal da corrupção eleitoral”, defendeu, em nota, o movimento Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, que reúne as entidades.
 
As organizações querem trazer com o Dia Nacional uma resposta à demonstração autoritária de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. “Numa demonstração clara de autoritarismo inaceitável, a Presidência da Câmara proclama que colocará as PECs da Reforma Política em votação no Plenário, na última semana de maio”, afirmou.
 
Segundo a Coalizão, as PECs também não abordam a sub-representação das mulheres, da população negra, povos indígenas, juventudes e setores excludentes da sociedade. 
 
O Dia Nacional de Mobilização pela Reforma Política Democrática terá, em Brasília, uma caminhada e estão sendo programados atos públicos em diversos estados.
 
Organizam o manifesto a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), CTB Nacional (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CUT Brasil (Central Única dos Trabalhadores), MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político e a UNE (União Nacional dos Estudantes).
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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    1. Por colocar em votação uma

      Por colocar em votação uma proposta de reforma política? Até onde sei, o Congresso tem autonomia para votar isso. A Constituição deu essa autonomia.

       

  1. temerário e imoral

    Essa pessoa veio com a agenda de fazer todo serviço sujo da direita e dos reacionários. Tudo contra os interesses do povo.

    Agora a PEC da bengala….Se tiram as indicações das mãos de Dilma,

    de 2003 a 2010 e de 2018 a 2026, Lula terá indicado TODOS ! os juizes do STF.

    Isso se o Brasil não acabar antes pelas mãos desse Cunha….

  2. São duas as palavras que

    São duas as palavras que definem a aprovação da PEC da Bengala – Irresponsabilidade e irresponsabilidade.

  3. Como seria um mundo sem este senhor?

    Um mundo sem Eduardo Cunha é possível?

    por : Marcelo Zorzanelli

     

    Como disse Arnold Schwarzenegger no filme “O Predador”: “Se ele pode sangrar, ele pode ser morto.”

    Eu sou um otimista e gosto de pensar num mundo sem Eduardo Cunha. Não mais dia do orgulho hétero. Não mais votação de aborto só sobre seu cadáver. Acabou a terceirização para ontem. Etc etc.

    Escreveu Rodrigo Janot que “Alberto Youssef reiterou, e com razoável detalhamento, que Eduardo Cunha era beneficiário dos recursos e que participou de procedimentos como forma de pressionar o restabelecimento do repasse dos valores (…)”

    A decisão sobre o pedido, sem data para acontecer, caberá ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Como presidente da Câmara, Eduardo Cunha só poderá ser julgado pelo conjunto dos integrantes da Corte.

    Leio sobre Cunha e me lembro da história do mentiroso compulsivo que ao pousar a cabeça no travesseiro de noite conta as inverdades que disse no dia e se pergunta: “Não terei mentido pouco? Vou acordar mais cedo para mentir mais e melhor amanhã. Aleluia.”

    Para quem tem a memória curta, Cunha foi aquele que se ofereceu para desmentir entre os evangélicos, em 2010, um tal boato de que Dilma aprovaria casamento gay e aborto se ganhasse. Boato que ninguém… ninguém imagina quem poderia ter plantado, não é?

    Com ele é assim: se os fatos o desmentem, pior para os fatos. Ele vai à CPI da Petrobras distribuir sorrisos e dizer que nada tem a ver com propinas investigadas pela Lava Jato.

    Eis que, há semana passada, sua assinatura digital aparece nos registros eletrônicos de dois requerimentos sob investigação.

    Pior para os fatos.

    Sua primeira providência foi demitir o chefe da informática da Câmara dos Deputados, funcionário concursado e com 25 anos de casa. Não se sabe se o tal funcionário foi demitido por vazar as informações. Ou se foi demitido exatamente porque não evitou que tal vazamento ocorresse.

    Nunca se saberá. Porque Cunha deu esta justificativa: “Demiti porque a área de TI não está cumprindo a carga horária de toda a Casa, de 40 horas semanais. Ele quebrou minha confiança”.

    Mas o pior foi na última sexta-feira. Cunha negou que tenha feito troça com aliados durante um jantar recente com 45 deputados do PMDB. O Globo deu que ele disse: “O PT não ganha uma votação. Só quando a gente fica com pena na última hora.”

    Negou de pés juntos e mãos postas.

    Escreveu Cunha: “Boa noite a todos. Na correria de hoje esqueci de passar por aqui para desmentir a frase a mim atribuída no jornal O Globo sobre o PT”

    Deve ter sido com delícia que os jornalistas esperaram duas horas para colocar no ar os áudios que corroboravam a matéria.

    Aí, claro, Cunha teve que mentir mais. Falou, sim, mas não lembrava. Ou talvez não tenha falado.

    Escreveu no Twitter: “Realmente não fiz discurso e fiz várias pequenas intervenções. Se me enganei e falei algo que não me lembrava e possa ter sido agressivo ao Pt, peço desculpas, nao era a intenção.

    Há uma deputada, de nome Renata Abreu (PTN-SP), que está em seu primeiro mandato e abriu um blog em que descreve, da melhor maneira que pode (paciência), a vida de um novato na Câmara.

    Renata que é, na melhor das hipóteses, uma pessoa esforçada, parece fã de Cunha, que costuma lhe dar conversa.

    A singela Renata escreveu: “O Eduardo Cunha, presidente da Câmara, é meio terroristinha. Ele coloca pra votar e, um minuto depois, já começa a anunciar no microfone ‘vou encerrar a votação, vou encerrar a votação’. E ele faz de propósito, sabe, só pra ver a galera correr, se matando, brigando. Ele fala ‘vou encerrar votação’ e dá uma risadinha de lado.”

    Eduardo Cunha vive mesmo rindo. E ele está rindo de alguém. Olha no espelho que você vai ver de quem.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/um-mundo-sem-eduardo-cunha-e-possivel/

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