Basquete: a morte de Nilza Monte Garcia

Da Folha

NILZA MONTE GARCIA (1942-2011)

Entre o basquete e os livros

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Nilza Monte Garcia, atleta que defendeu a seleção brasileira de basquete por mais de uma década, costumava chegar aos treinos carregada de livros. Ela se dividia entre os jogos e os estudos. Formou-se em pedagogia, psicologia e educação física.

O começo no esporte, na verdade, foi no vôlei, lembra o irmão, Elércio. Mas, como Nilza tinha 1,82 m de altura, logo acabou cooptada pela turma do basquete. Ganharia vários títulos como pivô.

FoibFoi bicampeã em Pan-Americanos (1967 e 1971) e tri em campeonatos Sul-Americanos (1968, 1970 e 1974).

Em 1971, ganhou o bronze no mundial -uma nova medalha da seleção feminina só seria conquistada novamente em mundiais apenas em 1994 (um ouro, na Austrália).

Aquele campeonato foi inesquecível para ela, especialmente pelo jogo contra o Japão, no qual uma cesta sua, nos últimos segundos, deu a vitória ao Brasil por apenas um ponto (77 a 76).

Ao longo da carreira, defendeu três clubes: Atlético Ypiranga, Corinthians e Atlético Pirelli. Venceu seis vezes o campeonato paulista e uma vez a Taça Brasil. O pai, comerciante que tentara ser goleiro do Corinthians, ficou feliz quando a filha entrou para o time pelo qual torcia.

Graças aos estudos -em 1967, não foi ao Sul-Americano para não prejudicá-los- teve um carreira de professora após deixar as quadras.

Ultimamente, lecionava na FMU, para onde foi levada pela amiga Norminha, também ex-jogadora da seleção.

Morava com a mãe, de 91 anos. Morreu no domingo, aos 68, devido a um câncer. Solteira, não deixa filhos. 

Luis Nassif

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