Foto: Divulgação/MST
Da Página do MST
Agroecologia nas escolas do campo: caminhos e metodologias
Por Rarielle Costa
Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, na Bahia, lança caderno de Educação em Agroecologia para estimular uma nova forma de viver no campo e na cidade
A Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto (EPAAEB) nasceu no Extremo Sul do Estado da Bahia, com a estratégica política de contribuir na formação agroecológica na agricultura camponesa, em respeito ao meio ambiente. E assim, fortalecer as organizações populares envolvidas na construção da Reforma Agrária Popular.
Nessa perspectiva em 2017, a EPAAEB lança o primeiro caderno de Educação em Agroecologia, intitulado Agroecologia na Educação: questão propositiva de conteúdo e metodologia. A produção do material iniciou-se com a sensibilidade da campanha contra o uso de agrotóxicos e transformou-se em ponto central para formação nas escolas de assentamentos e acampamentos da regional Extremo Sul. Se tornando um marco na reformulação curricular da educação do campo em 2015, por meio do setor de educação na Bahia.
Para o integrante do setor de produção do MST no Estado, Felipe Campelo, a construção da Agroecologia precisa ser entendida em sentido amplo, na apropriação e construção do conhecimento teórico, “na luta política pelo território que envolve e, na prática social, organizacional e produtiva dos assentamentos”, explica.
A iniciativa busca estimular nas escolas do campo uma nova forma de viver e conviver no campo e na cidade, respeitando o meio ambiente e incentivando a produção de alimentos saudáveis, para um novo equilíbrio social e ambiental.
O primeiro passo foi propor ao município de Alcobaça a disciplina da Agroecologia como componente da grade curricular nas escolas do campo. Em parceria com o Sindicato dos Professores foi possível mobilizar e aprovar a disciplina na Câmera de Vereadores. Este foi o primeiro município da Bahia a prever essa disciplina em sua grade curricular do ensino público municipal.
O desafio de pensar os conhecimentos da Agroecologia na perspectiva curricular foi resultado de anos de luta do setor de educação do MST. Segundo a integrante da Coordenação Pedagógica da EPAAEB, Dionara Ribeiro, nesse caminho o foco foi zelar por uma construção coletiva.
“Todas e todos os educadores que se engajaram nesse trabalho tiveram um papel fundamental, tanto na prática pedagógica que construíram em cada escola, quanto na participação, problematização e na reflexão realizada em cada curso e seminário”, argumenta Dionara.
Foto: Divulgação MST
A definição do coletivo escolar foi de que a disciplina seria trabalhada de forma interdisciplinar, o que exigiu um trabalho coletivo entre os professores, remetendo a uma reestruturação organizativa em muitas escolas para a realização do planejamento. Como resultado, logo mais um município inseriu no seu currículo a disciplina de Agroecologia, desta vez foi Santa Cruz Cabrália.
A tarefa não foi fácil, pois além de planejar como trabalhar os conteúdos agroecológicos no processo educativo, foi preciso fazer a formação continuada do corpo docente das escolas do campo no estado. Por outro lado, também é necessário avançar e implantar a disciplinar na grade curricular dos municípios que ainda não aderiram, além de dar continuidade à formação continuada dos educadores.
Campelo comenta que a EPAAEB possui papel fundamental na participação e construção de espaços voltados ao avanço da Reforma Agrária e da Agroecologia nos assentamentos da região. “A agroecologia na escola precisar estar vinculada ao projeto de Reforma Agrária Popular pelo qual o MST trabalha”, conclui.
Escolas pioneiras
As escolas pioneiras na construção da Agroecologia na regional Extremo Sul, se encontram em processo de desenvolvimento do projeto político pedagógico de ensino, como a Escola Eloi Ferreira, no município de Alcobaça, que atende um publico da educação infantil e ao ensino fundamental II. A escola localiza-se no Assentamento 40-45.
Após as negociações com a prefeitura e o trabalho coletivo da coordenação pedagógica a escola transformou a disciplina de Agroecologia em parte do Programa de Educação Ambiental do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), denominado Desperta.
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Muito importante esse trabalho de base nas escolas.
O MST poderia, não se tem, criar um canal de streaming para fazer um programa diário, semanal ou quinzenal com essas notícias e acompanhamentos da vida no campo.
Além de prover informações que não temos – e as que temos não dá para confiar muito porque tem o viés dos adversários – servirá de educação política e ambiental para a cidadania. Um MST Cultural, rs.
Sem informação acessível, e hoje o audiovisual é fundamental, teremos que suportar a Globélica com seu Agropop, e a guerrilha desinformativa da extrema-direita que no campo já é conhecida acabará por transformar campesinos em terroristas, nas mentes intoxicadas que estão distantes demais da realidade e cooptadas pela ignorância.
Parabéns pelo trabalho missionário de defesa do campo e da natureza.
Sampa/SP, 27/11/2018 – 16:21
Chico Buarque é um semideus
Milton Nascimento com participação de Pena Branca e Xavantinho – programa Chico e Caetano – O cio da Terra – Música de Chico e Milton
[video:https://www.youtube.com/watch?v=e80U6llnXkw%5D
https://www.youtube.com/watch?v=e80U6llnXkw (as imagens poderiam ser melhores)
Sampa/SP, 27/11/2018 – 16:28 (alterado às 16:34)