Durán foi peça-chave para a condenação de ex-ministro do Equador

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán foi considerado valioso para a condenação do ex-ministro de Eletricidade do Equador, Alecksey Mosquera, nesta terça-feira (10), pelos crimes de lavagem de dinheiro no caso da Odebrecht, o mesmo que já havia condenado o vice-presidente do país, Jorge Glas.
 
O ex-ministro se declarou culpado no caso sentenciado pela Corte Nacional de Justiça do Equador. Junto com o ex-ministro, foram condenados outros três envolvidos, apontados como coautores, a três anos de reclusão.
 
Em dezembro do último ano, o então vice-presidente Jorge Glas já havia sido sentenciado a seis anos por se beneficiar de subornos milionários da Odebrecht no Equador. Apenas por meio do próprio tio do ex-vice-presidente, Glas teria recebido US$ 3,5 milhões segundo a denúncia do Ministério Público do país.
 
As investigações seguiram e a Corte Nacional decidiu sentenciar o então alto funcionário equatoriano, em Quito, na segunda semana de dezembro.
 
Mas foi uma assistência penal internacional, oferecida pela Espanha, e não pelo Brasil, que o mesmo caso se estendeu a outros políticos do país. O advogado que já atuou para a Odebrecht, hoje vivendo no país europeu, Rodrigo Tacla Durán, prestou depoimentos indicando ter conhecimento do repasse de US$ 1 milhão a Mosquera, ex-ministro de Eletricidade.
 
A Procuradoria do Equador foi atrás das documentações e chegou às contas bancárias das empresas Tokyo Traders e Percy Trading Inc., ligadas a um dos condenados e ao ex-ministro como beneficiário de repasses. Neste caso, autoridades de Andorra enviaram os arquivos ao país e um perito financeiro traçou o caminho do dinheiro, chegando ao último beneficiário, o ex-ministro.
 
Nesta terça (10), a Procuradoria-Geral equatoriana conseguiu a confirmação de sua denúncia, com a sentença da Corte Nacional de Justiça.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Isto acende minha esperança

    Isto acende minha esperança de ver Moro na cadeia um dia. deus não permita que eu morra antes disto.

  2. Globo: inimiga do Brasil

    É prioritário destruir o poder político da Globo para desmascarar Moro e seus cúmplices.

    Por que os senadores ainda não entraram com pedido de impeachment do ministro Luiz Roberto Barroso, advogado da Globo lotado no STF ?

    O ministro Gilmar Mendes já assumiu uma posição de enfrentamento.

  3. Claro como os sol que Tacla Durán tem provas do que diz

    Os leitores atentos já sabem quea a Fraude a Jato é uma ORGANIZÇÃO CRIMINOSA INSTITUCIONAL há bastante tempo. Eu mesmo afirmo isso desde que ela foi deflagrada. O que o advogado Rodrigo Tacla Durán (que pode ter cometido lá suas ilegalidades e crimes) tem feito há mais de uma ano é mostrar, com provas documentais e periciadas, que a Fraude a Jato é, sim, essa ORCRIM que eu e outros denuciamos de forma contundente desde que foi deflagrada. Como advogado, conhecedor das transações contábeis e do sistema de comunicações internas da Odebrecht e de como essa empresa pressionava e influenciava governos, para obter contratos com o setor público, Tacla Durán municiou-se de documentos e provas, de modo que, se viesse a ser investigado e denunciado, pudesse usar os conhecimentos e provas materiais e documentais a favor dele mesmo, em peças de defesa. Mais do que isso: Tacla Durán mostrou ter muito “café no bule”, como se diz lá em Minas Gerais.

    Tacla Durán se mostrou mais inteligente que os criminosos lavajateiros que tentaram lhe extorquir milhões. As conversas por meio de aplicativo de celular (que ele fez questão de fotografar e periciar, para que não fossem apagadas automaticamente pelo programa usado) com integrantes da Fraude a Jato, notadamente com procuradores do núcleo lavajateiro curitibano e com o advogado Carlos Zucolloto Júnior, amigo e padrinho de casamento de Sérgio Moro e Rosângela Wolf Moro, mostram de forma cabal que esse advogado, assim como procuradores da Fraude a Jato, tentaram extorquir pelo menos 5 milhões de dólares de Tacla Durán. Além disso, Rodrigo Tacla Durán fez saber o grande público que um escritório dele fez pagamentos a Rosângela Moro; isso obrigou a RFB a publicar documento comprobatório da transação, antes sonegado pelos procuradores do núcleo lavajateiro curitibano do MPF.

    As provas que Rodrigo Tacla Durán possui contra os criminosos lavajateiros são como batom na cueca: cabais, incontestáveis, irrefutáveis. Essa a razão por que os lavajateiros marcam de forma clandestina audiência com Tacla Durán na Espanha, sem dar conhecimento à defesa do Ex-Presidente Lula desse ato. Antecipando essa manobra, os deputados Wadih Damous e Paulo Pimenta colheram, por meio de vídeo-conferência, um depoimento de Tacla Durán, na CPMI da JBS. Embora o depoimento tenha sido retirado do relatório final da CPMI (afinal de contas o relator era ninguém menos que Carlos Marun, da tropa de choque de Eduardo Cunha e Michel Temer) e os deputados petistas tenham se contentado apenas em  colher o depoimento, registrando-o de forma a ter valor jurídico e assim ser apensado aos autos do processo em que o Lula é réu, tal depoimento – apesar de todo o boicote do PIG/PPV e até mesmo da TV Câmara, que não o transmitiu, agindo de forma diferente do que era habitual – teve imensa repercusão na internet, correndo o mundo. As patranhas e os crimes da ORCRIM lavajateira são hoje conhecidos por grande parcela da população.

    O golpe continua porque tem consigo TODO o aparato de Esatdo, inclusive o de repressão. Mas a narrativa dos até agora vencedores não colou e não sairá vitoriosa. Ous seja: histórica, sociológica, ética, moral, política e jurìdicamente os golpe e os golpistas estão sendo e serão fragorosamente derrotados.

     

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