Em viagem aos EUA, governo da Argentina lida com a inflação e o FMI para enfrentar Milei 

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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A reunião atende às expectativas do mercado para acalmar os anseios após a vitória do candidato de extrema-direita, Javier Milei

Kristina Kirchner, Alberto Fernandez e Sergio Massa: a missão de derrotar a extrema-direita na Argentina. Foto: Presidência da Argentina

O ministro da Economia da Argentina e candidato às eleições presidenciais de outubro, Sergio Massa, está nos Estados Unidos para fechar as negociações da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que desembolsará 8 bilhões de dólares à nação sul-americana.

Segundo fontes ministeriais, Massa terá reuniões com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, depois de o Conselho de Administração ratificar a quinta revisão do acordo. Da mesma forma, a reformulação do programa permanecerá entre os assuntos discutidos.

Essa reunião, conforme colunistas de jornais argentinos, atende às expectativas do mercado argentino, pois busca acalmar os anseios que se desencadearam após a vitória do candidato de extrema-direita Javier Milei nas eleições prévias, as chamadas Paso (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias).

Com sete milhões de votos nas Paso, Milei, da coligação La Libertad Avanza, defende o fim do Banco Central argentino, a completa dolarização da moeda no país, privatizações gerais e irrestritas, além de querer acabar com ministérios como os da Educação, Saúde e ser fervorosamente contra a assistência social. 

Força e estabilidade 

A decisão de Massa de viajar daria demonstrações de força e estabilidade do Banco Central, segundo analistas, bem como de liquidez do sistema financeiro argentino. Além disso, Massa chegará aos Estados Unidos como um dos três candidatos mais votados nas Paso. 

Sua presença no país norte-americano também demonstra a estabilidade do processo de pagamento da dívida em moeda estrangeira, após a assinatura de acordos com a China. O dirigente voltará à Argentina com 8 bilhões, 500 milhões a mais que o anunciado no acordo original. 

Os 2,750 milhões de dólares que faltam para completar os 10,750 milhões de dólares serão finalizados em novembro e com isso fechar o ano com os vencimentos da dívida com o FMI em dia, mais um colchão de dólares para a nova administração.

Com informações do jornal Página 12 e Telesur

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