Como a desigualdade social explica o videogame de R$ 4 mil

Do blog http://leorossatto.wordpress.com

 
Um texto de uma frase no blog do Playstation no Brasil desencadeou uma reação em cadeia nas redes sociais: como é possível que um videogame de 400 dólares nos EUA custe R$ 4 mil no Brasil? Nem mesmo a justificativa padrão dos empresários, de que “os impostos são muito altos no Brasil”, é capaz de justificar um preço que é quase o dobro do preço do concorrente direto.
 

Para começar, é conveniente fazer um cálculo direto, considerando que o valor do console nos EUA já tem embutido em si uma margem razoável de lucro. São 400 dólares no videogame. Normalmente, o governo cobra uma alíquota de 60% na importação sobre o preço original, elevando o valor do produto para US$ 400 + (60% x US$ 400) = US$ 640. Além disso, podemos inserir, sendo muito generosos, um custo de 10% do valor total do produto, já com impostos para serviços de logística: US$ 640 + (10% x US$ 640) = US$ 704.

Atualizando esse número com uma cotação GENEROSA do dólar, que segue instável no Brasil, temos que o custo final de um Playstation 4 no país deveria ser:

US$ 704 x R$ 2,40 = R$ 1689,60.

Vamos arredondar para R$ 1700,00, com custo de transporte e com os impostos cobrados. E daí constatamos que os R$ 2.300,00 adicionais que a Sony vai cobrar no console são APENAS lucro adicional.

Mas por que isso acontece no Brasil? E por que acontece não apenas com vídeo games, mas com eletrônicos em geral, com carros, com casas, com taxas bancárias, com produtos de supermercado e de todas as demais coisas que o brasileiro consome?

É simples: embora as multinacionais tentem justificar seus preços abusivos com a falácia do Custo Brasil (sim, ele realmente atrapalha, mas não é tão determinante assim), a questão é que no Brasil a maioria das empresas internacionais cobra preços abusivos por seus produtos, mesmo que eles tenham sido fabricados aqui. E essa tentativa de maximização de lucros dá certo por um único motivo: há um público específico que compra esses produtos, mesmo que eles custem preços abusivos.

Quem é esse público específico? A parcela dos mais ricos, em um país com extenso históricos de desigualdades sociais. No Brasil, a parcela de 1% dos mais ricos tem 87 vezes a renda da parcela dos 10% mais pobres. O que, a rigor, significa que eles consomem 87 vezes mais. Ou até mais, se considerarmos que nosso sistema tributário, baseado mais na tributação do consumo do que na tributação da renda, tem efeito impulsionador na desigualdade social no país.

Ainda há um agravante: no Brasil, a diferenciação se dá através do consumo. Culturalmente a ideia de ascensão social no Brasil não se baseia na criação de uma poupança interna ou na qualidade de vida das famílias, mas na noção de consumo. O próprio governo federal se aproveitou disso em seus três mandatos, promovendo um modelo de desenvolvimento baseado no incentivo ao consumo.

As empresas sabem disso, e fazem produtos voltados a esse público que quer diferenciação. É o videogame de R$ 4 mil, o carro de R$ 100 mil, e é a eclosão de estabelecimentos “gourmet”, que oferecem produtos bem mais caros apenas porque o público que vai comprar não quer apenas o produto, e sim o status diferenciado que o consumo daquele produto confere. Karl Marx já falava disso há 150 anos atrás, com o nome de “fetiche da mercadoria”.

A questão é que a desigualdade social potencializa isso no Brasil. A diferença entre ricos e pobres ainda é imensa no país e a venda de um produto desejado por alguns que vão comprá-lo por qualquer preço, como um videogame, por conta do fanatismo e do status social, incentiva as empresas a cobrarem preços absurdos em nome do lucro fácil. Façamos uma conta tosca aqui:

Suponhamos que 25% dos potenciais compradores de um PS4 compraria ele por qualquer preço, pelos fatores já elencados. E suponhamos que o custo para a Sony de um PS4 no Brasil seja de R$ 1500,00, já incluindo impostos, custo de transporte e pós-venda.

Se a Sony colocar o preço do PS4 a R$ 2000,00, por exemplo, quantos consoles ela precisaria vender para lucrar R$ 1 milhão?

A resposta é simples: R$ 1 milhão / R$ 500 de lucro por console = 2000 consoles.

Colocando o preço do PS4 a R$ 4000,00, a Sony precisaria vender quantos consoles para lucrar R$ 1 milhão?

Resposta: R$ 1 milhão / R$ 2500 de lucro por console = 400 consoles.

Se você dividir 400 por 2000, vai perceber que a Sony, quando pratica um preço abusivo, precisa vender APENAS 20% dos videogames para ter o mesmo lucro que teria se vendesse o console a um preço justo. E se a empresa sabe que 25% dos potenciais consumidores são fãs, tem dinheiro e vão comprar o Playstation 4 de qualquer jeito, ela prefere praticar o preço abusivo, porque isso vai resultar na maximização dos lucros da empresa, apesar da corrosão da sua imagem.

Ou seja: a desigualdade social e a existência desse grupo privilegiado faz com que seja justificável, para a Sony, praticar preços abusivos no Brasil. Assim como é justificável para a Apple, para as montadoras ou para as incorporadoras imobiliárias. Nos EUA e na Europa, em que a massa de consumidores médios é maior e tem mais noção do custo e da margem de lucro embutida nos produtos, a tentativa de maximização dos lucros pelo aumento dos preços, minimizando a massa consumidora, é um enorme tiro no pé.

No Brasil, por ainda existir uma elite bastante representativa em relação ao universo de potenciais consumidores desse tipo de produto, as empresas praticam preços abusivos. É lógico que outros fatores também contribuem negativamente, como a infraestrutura de transportes do país, predominantemente rodoviária, e a alta carga de impostos. Mas nem de longe explicam a viabilidade de empresas como a Sony praticarem preços abusivos no Brasil e ainda assim lucrarem. O que explica isso, além do fetiche da mercadoria, é a desigualdade social.

Redação

36 Comentários

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  1. Até os espanhois estão

    Até os espanhois estão assombrados com o valor cobrado (mas tem coxinha que paga fazer o quê?) :

    http://www.meristation.com/playstation-network/noticias/playstation-4-tendra-un-precio-de-1-350-euros-en-brasil/42860/1916287

    PlayStation 4 tendrá un precio de 1.350 euros en Brasil – PlayStation Network

     César Otero | 18/10/2013 (Todo el día) | Finanzas | 26482 visitas- PS4 PSN

    SONY America ha fijado el precio en 3.999 reales.

     TwitterMeneame logo MeneameTuenti logo TuentiGoogle logo GoogleMySpaceLinkedInDigg logo Digg

    399 euros en Europa a partir de 29 de noviembre. 1.350 euros en Brasil. Este es el prohibitivo precio que SONY America ha anunciado de forma oficial en el blog brasileño de Playstation para su nuevo sistema PlayStation 4.

    PlayStation 4 “será lanzada en Brasil por 3.999 reales brasileños”, lo que al cambio actual equivale a unos astronómicos 1.350 euros, un precio tres veces superior al que tendremos en España cuando la consola llegue el 29 de noviembre.

    En el terreno de los juegos ya encontramos unas cifras más usuales, ya que el “precio sugerido para los juegos de la consola será de 179 R$”, 60 euros al cambio actual. Brasil se convierte por tanto en la zona más cara en la que adquirir una PS4.

    La oscilación del valor de la moneda y los diferentes impuestos aplicados en cada país hacen que el precio de PS4 ascienda considerablemente no solo en Brasil, sino también en territorios como Argentina, donde al cambio costará unos 800 euros.

    Según los expertos, las tarifas de importación de Brasil son el principal motivo de este incremento que multiplica el precio de venta con respecto a otros mercados y lo coloca como la Playstation 4 más cara del mundo en su lanzamiento.

    La consola de sobremesa llegará a las tiendas españolas en un modelo básico sin juegos por los citados 399 euros, pero también se venderá en diferentes packs, uno de ellos con un juego, segundo mando y cámara por 499 euros.

  2. Caro Nassif e demais
    Tem

    Caro Nassif e demais

    Tem gente que paga. E depois, vai e fala na TV, e nas demais mídias, que é culpa da Dilma e do PT. 

    Saudações

  3. OTARIOS!!!

    The Economist já tinha noticiado isso meses atras quando falou da ignorancia do brasileiro em pagar U$ 100.000 por um veiculo ordinario que nos EUA custava de 20 a 30.000.   E coisa de otario!!!

    boicote a Sony, não pelo preço, mas pela ofensa!

  4. Para os empresários brasileiros é tudo culpa dos impostos

    Os mesmos que reclamam do preço abusivo também reclamam da proliferação dos Made in China.

    Os americanos preferem não taxar as importações e continuar com alta taxa de desemprego, quando tem emprego por lá é de baixa qualidade (sem proteção trabalhista, ganhando pouco) como balconista do McDONALD´S ou Wall Mart.

  5. Eis que a cordialidade e a

    Eis que a cordialidade e a educação do povo classe média do Brasil já é reconhecida no mundo todo…

    Estrangeiros comemoram preço do PS4 no Brasil por manter brasileiros longe

    Folha de S.Paulo

     

    Enquanto os fãs de videogame brasileiros reclamavam ou faziam piadas sobre os R$ 3.999 que a Sony decidiu pedir pelo PlayStation 4 no país, alguns gamers estrangeiros comemoravam abertamente pela internet.

    Brasileiros têm atraído má reputação por seu comportamento em games multijogador on-line, como mostrou esta reportagem da Folha, publicada em maio.

    Gamers estrangeiros se revoltam com um comportamento que é uma espécie de vandalismo virtual, já que grupos de brasileiros se unem para atrapalhar os demais jogadores, de maneira muitas vezes gratuita.

    Por causa disso, o suposto afastamento dos “BRs” da rede PlayStation Network –que seria causado pelo alto preço– foi celebrado por alguns deles.

    “Talvez a Sony só esteja protegendo o resto do mundo dos internautas brasileiros?”, escreveu o leitor com apelido Usedtable no site Destructoid.

    “Imagine mais ‘huehuehue’, ‘gib monies plz’ e (o meu favorito): enviar ‘Brasil’ como um comentário para tudo, em todos os lugares”, continuou, referindo-se às risadas e à “mendicância virtual” dos brasileiros.

    “Isso é o que eles ganham por serem tão detestáveis em games on-line”, escreveu James Keefe no Facebook.

    “Hahaha. Agora eles não podem arruinar mais os games. Droga de coisas BR”, disse Michael DeRoo, também no Facebook.

    Em resposta, o brasileiro Guilherme Nunes brincou : “Agora vocês sabem por que ficamos pedindo dinheiro o tempo inteiro nos jogos.”

    “Entre preços altíssimos e bloqueio regional, isso é praticamente tudo o que você pode fazer para impedi-los de acabar com seu jogo”, escreveu um internauta denominado Lozzle como comentário no “Kotaku”.

    “Você já jogou ‘League of Legends’? Os brasileiros eram tão terríveis lá que tinha gente comemorando nas ruas quando eles conseguiram seu próprio servidor”, disse outro comentarista.

    “RUINS. E IRRITANTES”

    “Todo jogo que já joguei foi arruinado por brasileiros”, escreveu o internauta Xanadu. “Intrigava-me como um grupo de pessoas poderia ser tão ruim nos jogos e tão irritantes ao mesmo tempo. Alguém precisa escrever uma tese acadêmica sobre isso.”

    “O pior é que eles têm orgulho de, sozinhos, conseguirem arruinar os games”, disse SwarmofKoalas, na mesma discussão, antes de Saulo Raoux concordar: “Sou do Brasil e aprovo essa mensagem. Absolutamente odeio jogar com brasileiros.”

    “Escolheria jogar com brasileiros em detrimento de pessoas que discriminam outros países. Nem todo brasileiro ou russo estraga os games”, rebatou um comentarista, de apelido professormistery.

    ENTENDA

    Nesta quinta-feira (17), a fabricante japonesa surpreendeu ao anunciar um preço mais alto que o esperado para o PS4, seu próximo videogame, que chega ao país no dia 29 de novembro. A grande disparidade entre o preço brasileiro e o americano, este de US$ 399 (cerca de R$ 871) gerou indignação.

    Também causou estranheza o fato de o concorrente Xbox One, da Microsoft, custar mais que o PlayStation 4 nos EUA, e a situação se inverter no Brasil –aqui, o console sairá por R$ 2.199.

    “Sempre escutamos o consumidor e a comunidade de desenvolvedores. Nosso objetivo é oferecer um console a um preço acessível”, disse o presidente-executivo da Sony America, Jack Tretton, em entrevista à “Veja” divulgada em junho.

    “O preço no Brasil varia muito em razão dos impostos, mas faremos o mesmo que foi feito com o PS3. Nossa meta é oferecer no Brasil o PlayStation 4 pelo equivalente a US$ 399”, disse o executivo.

    A Sony diz que, do preço de venda do aparelho, entre 60% e 70% são impostos.

    Abaixo, veja o infográfico que tenta explicar o fenômeno “hue”.

     Editoria de Arte/Folhapress 

     

    1. Não é de hoje que o

      Não é de hoje que o brasileiro é um dos povos mais “queridos” da Web, até ouso dizer da Web e não apenas do meio “gamer” porque lá fora games já são praticamente mainstream dependendo do local em questão, então a “fama” do brasileiro acaba alcançando até quem nunca jogou com eles.

      E tinha visto essa euforia também com as notícias equivocadas que interpretavam que o país iria se desligar da internet global em função da espionagem americana.

    2. Assisco um sociologuês de

      Assisco um sociologuês de botequim pra explicar esse fenômeno dos jogadores brasileiros.

      Quando eu morava me São Gonçalo, o pessoal invadia ônibus para ir pro baile e a zoação comia solta em todo o trajeto. Então eu imagino que seja a mesma coisa nos jogos.

      O pessoal vai pra lan house e quer aloprar. É diversão mesmo. Tem o problema de não respeitar as regras, mas tem a qualidade de tratar o jogo como um jogo e não como uma religião.

       

  6. Efeito em cascata do Lucro Brasil

       O pior do lucro Brasil, é o efeito em cascata, mil vezes pior que qualquer imposto em cascata de que tanto reclamam os empresários, a empresa que exagera na margem de lucro também tem seus gastos, muitas vezes pagam produtos e serviços com margem extrapolada, é a velha história  do barco onde todo mundo quer ser malandro e todo mundo se dá mal.

  7. … nem razão para citar Karl

    … nem razão para citar Karl Marx. Antes de tudo quero dizer que, em geral,  simplesmente adoro os textos do autor deste artigo. Por isso mesmo causa-me estranheza um artigo que chama de abusivo o preço de um produto tão supérfluo como o é este brinquedo para adultos.

    Que existe desigualdade social no Brasil é inegável. Que esta desigualdade é excessiva também. Porém o preço de um mero brinquedo nada tem a ver com este assunto. A empresa que produz este aparelho pode cobrar o quanto quiser por ele. Não é remédio, comida, moradia, transporte, nem qualquer outro item essencial. Quem não quiser, simplesmente não compre. Aliás, é um favor que a empresa faz para os jovens adultos deste país que deixarão de afundar horas preciosas de suas vidas em um passatempo infantil. Quiçá os jovens de países mais desenvolvidos tivessem esta mesma sorte de não ter arrancados de suas vidas o bem de maior valor e que não se pode poupar: o tempo.

    Visto por este lado, a empresa está inclusive contribuindo para nivelar as classes sociais, já que o “jovem rico” poderá adquirir um aparelho que irá fazê-lo desperdiçar o seu tempo enquanto o “jovem pobre”, privado deste passatempo “de elite” estará fadado a trabalhar, estudar, e com isso passar à frente do anterior, diminuindo drasticamente a desigualdade social em uma única geração, um feito que nenhum governo foi capaz de alcançar.

    Não vejo a hora em que o povo Brasileiro pare de ficar se comparando aos outros países “mais desenvolvidos”. O Brasil sofre de Complexo de Inferioridade Nacional. Vive se comparando, querendo o que os outros têm sem fazer a lição de casa.

    O Risco Brasil existe mas não é o pior entrave para as empresas multinacionais. O que impede que as empresas tenham interesse no Brasil é a mesma coisa que impede o Brasil de evoluir. É esse espírito de pobreza que assola a mente das pessoas. Todo mundo se acha pobre e coitado. Não é só o genuíno pobre e coitado que se lamenta, mas todo cidadão. Todo mundo tem na ponta da língua uma frase que começa com “Lá fora…” e daí vem alguma vantagem que “os de fora” têm e do qual o cidadão que se lamenta se sente privado.

    Eu pergunto: E daí que um Playstation 4 custa 4mil reais? Quem é que neste país precisa desta inutilidade? Quem é que pode arcar em perder tempo jogando joguinhos se o Brasil tem tanta coisa para ser feita? E se a pessoa não está nem aí para o país ( o que é a maioria) que se ocupe da própria vida, vá trablhar, estudar, fazer academia… aprender outra língua… qualquer coisa mais produtiva que ficar apertando botões repetidamente durante horas olhando fixamente para uma peça de mobília!

    Já passou da hora de o cidadão brasileiro se ocupar de seu próprio jardim ao invés de ficar invejando a grama alheia. Precisa aprender a tornar útil o tempo e produtivo o tempo de que dispõe e parar de dar tanta importância ao que a minoria mais rica do país está fazendo com seu tempo livre. Principalmente porque mesmo esta minoria não se acha rica nem privilegiada, pois passa a maior parte do tempo se comparando às minorias ricas “lá de fora.”

    1. Eu pergunto: E daí que um

      Eu pergunto: E daí que um Playstation 4 custa 4mil reais? Quem é que neste país precisa desta inutilidade? Quem é que pode arcar em perder tempo jogando joguinhos se o Brasil tem tanta coisa para ser feita? E se a pessoa não está nem aí para o país ( o que é a maioria) que se ocupe da própria vida, vá trablhar, estudar, fazer academia… aprender outra língua… qualquer coisa mais produtiva que ficar apertando botões repetidamente durante horas olhando fixamente para uma peça de mobília!

      Quer dizer que só o que importa é o trabalho ou coisas “produtivas” quando até a CF88 reconhece o direito ao lazer?

      Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

      E já existem vários estudos que mostram que videogame é benéfico sim, só para citar um recente envolvendo idosos:

      http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/09/estudo-afirma-que-jogar-videogame-pode-melhorar-memoria-dos-idosos.html

       

  8. A coisa pode custar ainda bem

    A coisa pode custar ainda bem mais barato do que as contas feitas pelo Nassi, já que ele começou de 400 dolares, o preço vendido nos EUA.

    Só que as empresas que importam isso, não pagam 400 lá, 400 é o preço ao consumidor, nas lojas americanas de venda ao varejo. A Importadora compra no atacado, na fábrica,  talvez paguem uns 250 ou 300 dólares, já que importam do proprio fabricante, é o preço de fábrica que deve ser o inicial e não o do balcão da loja.

    Sairia, sem a ganancia, por menos de 1500 reais aqui 

  9. Eis aqui uma síntese exemplar

    Eis aqui uma síntese exemplar do Brasil desde o Império “… no Brasil, a diferenciação se dá através do consumo. ”  Ela explica desde o abusivo preço do console de jogo referido no texto, até o caos aéreo derivado não do aumento de passageiros e do lucro das companhias aéreas e sim de uma classe seleta de usuários ser obrigada agora a usar os mesmos aviões que pessoas mais pobres. Também explica as escovas de dentes com cabos de marfim personalizadas e as latinhas de pastas dentárias importadas, usadas pela família real e a aristocracia, que foram desenterradas recentemente num antigo lixão imperial (chamado agora pomposamente de sítio arqueológico). Também nos ajuda a compreender a profundidade e atualidade das obras da arte que referem-se às covas rasas numa terra que nunca é dívida.

    A sobrevivência  do latifúndio (e de sua bancada parlamentar) é uma consequência da primeira diferenciação pelo consumo ocorrida no Brasil. Quando a Coroa Portuguesa disse quem tinha a terra (os aristocratas), disse também quem não a teria (negros, índios e brancos pobres) produzindo uma diferenciação social que continua existindo e provocando discórdia. Os vícios de nossa origem, sobrevivem. Não são eliminados com o tempo ou com a adoção de novas formas de organização política.

    O preço proibitivo destes consoles de jogo demonstra que a primeira diferenciação pelo consumo privilegiado da terra se adaptou, se deformou, se desdobrou e assumiu formas cada vez mais bizarras. É evidente a recusa da sociedade brasileira em aceitar as regras da igualdade republicana e a democracia do mercado. Onde a exclusão aristocrática é regra, somente o rancor dos miseráveis frutifica. Vem daí a violência cotidiana que assusta tanto a elite brasileira. A crise existencial da elite brasileira deriva de um dilema secular: querer consumir o que os outros não podem, exigindo sempre mais repressão estatal por causa do rancor que a exclusão desperta. 

  10. O melhor a fazer é não

    O melhor a fazer é não comprar produtos quando os preços são extremamente abusivos, como é o caso do tal videogame.

    O fabricante cobra demais e depois saí reclamando que a polícia e o governo são incompetentes para combater a pirataria!!

  11. PQP, a culpa de tudo nesse

    PQP, a culpa de tudo nesse país é a “desigualdade social”…

    Coisa nenhuma!

    Nesse caso, não tem nada a ver com “elite”! É a falta de cultura, de cidadania, de noção mesmo do brasileiro em geral. 

    Tá CHEIO de gente de classe media, que rala para pagar as contas (portanto não é “elite” coisa alguma) se entupindo de carnê para comprar um SUV coreano por R$ 95 mil, um Iphone por R$ 2500 etc. 

    Eu se quisesse poderia comprar quaisquer dessas tranqueiras, até à vista, mas não sou OTÁRIO de pagar esses preços. Não tenho Iphone, muito menos SUV (aliás, fiquei 2 anos sem carro até recentemente). MAs já cansei de ver caixa de banco, vendedor de loja, gerente de papelaria etc de Iphone.

    Também já cansei de ver gente de classe média com esses ridículos SUVs de R$ 100 mi, pagos em trocentas prestações. Detalhe que R$ 100 mil é preço de carro de rico nos EUA, país com PIB per capita cinco vezes maior que o nosso. Mas aqui nossa classe média gosta de posar de rica.

    A coisa que mais ouço quando reclamo do preço de algo é “ah, mas vale a pena”, seguida de uma cara de bobo alegre sorridente do feliz proprietário da mercadoria que estará obsoleta em dois anos (ou menos).

    Portanto, vamos parar com esse maldito fetiche de culpar a “desigualdade social” por tudo nesse país. Sim, ela existe, é cruel e deve ser combatida (aliás, como vem ocorrendo nos últimos 10 anos, sendo hoje sensivelmente menor do que no passado.)

    Mas nesse caso, a culpa é da idiotia do brasileiro médio, de sua falta de cultura e vontade de ostentar, de aparentar status social.

     

    1. Estou contigo Charlie. O povo

      Estou contigo Charlie. O povo brasileiro é otário, desinformado, ignorante. É o mesmo povo que bradou contra Getúlio, contra Jango, e agora,  contra Dilma e Lula, insuflado pela mídia. A mesma mídia que o leva a querer comprar produtos de que não precisa pra ser feliz.

  12. Os calculos do post  estão

    Os calculos do post  estão ERRADOS. Não há só o Imposto de Importação mas em cima dele há IPI de 15% e ICM de 18%, os custos de logistica, frete internacional + frete nacional + tarifas portuarias + desembaraço aduaneiro são MUITO MAIORES DO QUE 10%, depois vem os custos da loja que vende, que tem empregados, folha de pagamento com custos de 72% sobrea a folha, altissimo condomio de shopping por causa dos custos de segurança.

    É um produto de ESSENCIALIDADE ZERO, pode custar o que o empresario quiser, ninguem é obrigado a comprar OU SERÁ QUE O GOVERNO DEVE INTERVIR como em Caracas e Havana, para tabelar o preço?

    1. Não precisa tabelar… para

      Não precisa tabelar… para que comprar um PS4 por R$ 4.000,00 se  pode comprar um Xbox One por R$ 2.100,00?? São videogames das mesma geração com desempenhos semelhantes… 

       

  13. Pressuposto errado

    Os ricaços compram da amazon pelo cartão de crédito e recebem pelo correio ou mandam trazer na mala de algum amigo que vá aos EEUU

    Só compra numa loja quem quer PARECER ricaço.

    E entre U$400 do PS4 com os problemas da PSN – melhor trazer o Wii-U que custa U$199

  14. Matéria sem fundamentação

    Que há desigualdade social pelo consumo no Brasil isto há, mas esse exemplo da matéria não é bom. Os fatos jurídicos dão razão ao presidente da Sony, 60 a 70% do PREÇO FINAL DO PRODUTO é imposto, e é verdade. A conta da matéria está errada porque a alíquota está errada. 60% é a alíquota para eletrônicos, mas para os PS da vida, por uma vontade da Receita, até agora mal resolvida, o videogame importado regularmente por PJs revendedoras tem sido enquadrado como jogo de azar na tabela aduaneira, não passível de perdimento, mas sujeito a uma alíquota de pasmém 300%. Alguns importadores estavam enquadrando o console como aparelho de blue ray, o que afastaria a tributação de 300%, mas a receita enquadrou todos, inclusive redes famosas se estou certo (wallmart, americanas). 

    Os fiscais nas aduanas tem dado colher de chá é verdade quando a importação é por pessoa física, aplicando a alíquota de 60 %, mas essa interpretação não é a realizada pelos canais aduaneiros normais para PJs. Desatinos de nossa legislação tributária. 

    1. Fato é q o lucro brasil ainda existe

      Fato é q o lucro brasil ainda existe, em uma conta rasa, considerando como 300 dólares o valor do produto para efeito de importação, mais impostos de 333% (II, IPI, ICMS) e taxas ( 1 a  2% por console), a margem de lucro está em mais de 1000 reais, lembrando que a Sony já lucra com a simples produção (o custo de cada aparelho deve ser menos de 100 dólares).

  15. Por que é tudo tão caro ? Uma análise

    Consumismo e desigualdade social não são a mesma coisa, a não ser que o autor tenha escrito uma tese de mestrado sobre o tema, e conseguido correlacionar essas duas variáveis de alguma forma. De fato, o Japão é um exemplo concreto de que as duas coisas nem sempre andam juntas.

    Na verdade, a discussão que precisa ser feita é: por que tudo é tão caro no Brasil? E como mudar este cenário? Existe uma série de fatores que pode explicar essa discrepância nos preços, em maior ou menor grau:

    1. O sistema tributário brasileiro voltado a taxar o consumo ao invés da renda

    2. Os altos impostos de importação em alguns setores, de modo a “proteger’ a indústria nacional

    3. O elevado consumismo do brasileiro – e aqui não cabe demonizar a classe média alta como se adora fazer neste blog, porque não me parece ser um problema exclusivo dela – a “nova classe média” é tão consumista quanto, e já cansei de ouvir histórias de mulheres de baixa renda pagando fortunas em cremes da “Victoria’s Secret”, sem saber que custam uma ninharia no exterior. Resumindo, trata-se de uma situação generalizada.

    4. As altas taxas de juros, que oneram o consumo em dobro: por um lado, ao aumentar o custo do crédito (o que afeta toda a cadeia, do produtor ao consumidor), o que é piorado, na ponta do varejo, pela tendência de muitas lojas de não oferecer desconto à vista, obrigando tudo mundo a pagar juros, independentemente da necessidade; e o elevado custo de oportunidade, que faz com que os empresários demandem taxas de retorno maiores nos seus empreendimentos, porque senão é mais confortável e seguro continuar como “rentista”.

    5. O “famigerado” custo-Brasil, particularmente no que diz respeito à logística e à complexidade do sistema tributário.

    Eu não elenquei as elevadas margens de lucro das empresas (que são um fato, ao menos em alguns setores) porque elas são consequência dos itens 3 e 4 (e ocasionalmente do item 2). É interessante agora avaliar como o governo atual (particularmente o governo Dilma) tem lidado com estes fatores, e o que ainda pode ser feito:

    1. o governo tem curiosamente caminhado nesse sentido, embora duvido que seja um movimento concertado: basta observar todas as desonerações que foram feitas sob o consumo, enquanto a tabela do imposto de renda não é reajustada há anos. No entanto, parece muito mais uma reação casuística a balanços da economia que um movimento coordenado. Ademais, grande parte da oneração no consumo fica por conta do ICMS, que é um imposto estadual, cobrado a alíquotas “escandinavas” no Brasil – e com um regramento muito mais complexo que o imposto de valor agregado de outros países.

    2. é evidente que o governo atual tem um viés protecionista em vários setores. Será que isto faz sentido realmente? Vale a pena insistir para que os iPads sejam fabricados no Brasil, dando lucro para a Apple do mesmo jeito e empregando algumas centenas de pessoas, enquanto os aparelhos a preços menores poderiam viabilizar um mercado de software nacional muito mais dinâmico do que é hoje, com capital brasileiro e gerando empregos de alto valor agregado? Faz sentido taxar, digamos, câmeras fotográficas digitais (cuja produção nacional é ínfima, se existe), e com isso gerar empregos no varejo de Orlando e Ciudad del Este, e alimentar um setor informal que paga zero de imposto? Aqui penso que há um imenso espaço para a revisão da política industrial.

    3. Será que um governo consegue mudar isso? Será que deveria? O fato é que os governos Lula e Dilma se caracterizaram pelo contrário – um incentivo ao consumo. Não acho errado, afinal as classes mais desfavorecidas passaram muito tempo sem ter acesso a produtos básicos de conveniência, mas não é possível ignorar o efeito que isso pode ter sobre os preços, ainda mais em uma economia fechada e com altas taxas de juros.

    4. Grande “bola dentro” do governo Dilma, que infelizmente está sendo revertida agora. No entanto, é difícil dizer se a queda já surtiu efeito no sentido de estimular a competição e reduzir os preços. Na verdade, ao menos no setor imobiliário, a queda nos juros causou uma imensa alta nos preços – mas isso é outra (longa) história.

    5. Em relação à logística, o governo tem trabalhado bastante, nem sempre da melhor forma possível, mas ninguém pode dizer que a infraestrutura está esquecida no momento. Em relação à tributação, há iniciativas importantes ocasionalmente, mas falta a vontade política (e ousadia, porque ninguém pode ignorar os riscos de um movimento desta magnitude) para se fazer uma verdadeira reforma que simplifique o cipoal tributário do nosso país.

    O que importa é perceber que o problema é multifacetado: enquanto os blogs de esquerda podem criticar a superficialidade do brasileiro de classe média e a ganância dos empresários, os blogs de direita vão falar da ineficiência e sanha arrecadatória do governo, e a verdade, para variar, vai ficar perdida no meio do fogo cruzado …

  16. No caso desse preço do PS4,

    No caso desse preço do PS4, eu penso que os marqueteiros dessa fabricante devem ser uns estagiários pouco familiarizados com o mercado, achando que vão ganhar muito de poucos.

    Essa lógica tem um problemão: os concorrentes podem  tomar o mercado com modelos equivalentes mais em conta, tornando o PS4 um mico. 

    Lembro que a Sony há muitos anos lançou o sistema de videocassete Betamax muito superior ao VHS; este último acabou se disseminando pelo mundo. 

    Ou seja, errar é normal  na Sony. 

  17. P$4

    Não aguento mais esse papo de diferença social explicando tudo! Aqui no Brasil o buraco é muito mais embaixo. 30 anos de inflação descontrolada fizeram com que os brasileiros perdêssemos a noção de valor do dinheiro. Se o que você afirma fosse mesmo verdade, só os ricos teriam muitos bens que hoje vemos também com as classes menos favorecidas. E por que? Porque aqui se compra tudo a perder de vista! Você compra um tênis que nos EUA custa U$ 130,00  (R$ 312,00 no câmbio que vc colocou) por 800 reais em 10 vezes sem juros. Conheço gente que ganha essa quantia por mês mas comprou a droga do tênis. Tenha certeza que muitos jovens que tomam 2 ônibus para chegar ao trabalho são os que vão se sacrificar pra comprar esse PS4, em 20 vezes sem juros, pois os ricos mesmo irão comprá-lo em Miami pelo preço justo.

  18. Tudo errado mesmo essa sua

    Tudo errado mesmo essa sua análise.

    primeiro que deixar o console mais barato faria com que o público aumentasse muito. O que acabaria sendo melhor para a empresa.

    Consoles não geram lucro para as empresas. O que gera lucro é a venda de jogos. Se tiver mais consoles na mão das pessoas melhor para a Sony. Sem contar que por que a Microsoft está subsidiando o valor do Xbox one a Sony provavelmente vai perder mercado no Brasil. Realmente não faz sentido algum ela tentar ter um lucro abusivo. No fim ela sairia no prejuízo.

    Outros sites já fizeram análises do preço melhor que a sua. Considerando tudo que tem ao redor e o preço parece ser correto. 

    Você utilizou o valor de 60% de impostos. Mas um pouco mais de 60% do valor final. Ou seja, mais de 100% de imposto sobre o valor original do produto.

     

  19. Vou ser sincero: não acho

    Vou ser sincero: não acho isso ruim não!

    Claro que nem todos poderão ter o Playstation 4, mas consumo é consumo e qualquer consumo impulsiona a economia e gera empregos.

    Ademais, existe o Xbox One por pouco menos da metade dos 4000 reais.

    Devemos no Brasil combater a desigualdade através de programas governamentais, através de exemplos do Governo na remuneração de seus servidores, que não devem ganhar supersalários, mas salários justos.

    Exemplo: qualquer advogado iniciante, fazendo Assistência Judiciária e ainda sem uma carteira de clientes tira R$ 5000,00 reais por mês. E sem trabalhar aos sábados e domingos e tampouco depois das 17: 00 horas(já vi muitos ganhando isso só com nomeações ad hoc). Isso se não trabalhar como advogado junior e ganhar em média 4000 reais(sobre esse valor, dificilmente o advogado junior pagará impostos integrais, diferentemente do servidor público). Então, como pode o Governo pagar 4400 reais para um analista judiciário que irá assessorar o Juiz que julgará os processos em que esse advogado junior vai fazer apenas petições de juntada e que o Sócio do Escritório em que esse advogado trabalha vai tirar  por baixo 100 mil reais por mês?

    Voltando ao ponto central da questão, deveríamos combater no país a existência de pessoas que investem tudo que ganham em imóveis, para depois especularem com esses imóveis.

    Um sujeito que compra um carro de 400 mil reais não prejudica em nada a economia, mas uma pessoa com 10 imóveis e mais o seu de moradia ajuda a aumentar as necessidades de imóveis e a aumentar os preços de aluguéis e os preços dos imóveis.

    Imóvel é uma necessidade para todas as pessoas e nunca deveria ser tratado como investimento. A propriedade de mais de um imóvel com destinação diversa da própria moradia é sempre especulativa.

    Os governantes poderiam usar o IPTU com a finalidade de acabar com a especulação imobiliária.
     

  20. PS4 vs. XBox One

    Algum de vocês se atentou para a diferença:

    PS4: Importação;

    XBox One: “Produzido” (na verdade montado, como quase tudo que vem de lá) na Zona Franca de Manaus?

  21. Bom, alguns pais querem dar a

    Bom, alguns pais querem dar a seus filhotes motivo de orgulho: orgulho de se gabar junto aos coleguinhas de que têm um PS4.

  22. Otários Game Show

    Antes de tudo, vamos esclarecer algumas coisas: a Sony no Brasil pensa que é a Apple mas não é. No lançamento do iPhone 5C (modelo popular, segundo Cupertino), o preço de lançamento no Reino Unido era de 449 libras. Num site britânico de tecnologia, os jovens espinafraram e a palavra mais suave que usavam era “roubo”. Não existe um produto popular por aquele preço, gritavam os súditos da rainha. Então, vamos à Sony. O Vaio da Sony são o notebook e netbook mais caros do mercado para sistemas operacionais Windows. Já comentei, num teste entre os aparelhos de primeira linha no Brasil, o Vaio ficou em segundo lugar, apenas um ponto atrás do primeiro, da Acer. Mas o Sony custava R$ 7.999 e o Acer, R$ 3.999, menos da metade! As TV’s Sony também custam muito mais caro do que as coreanas, para qualidade similar. Agora, um produto importado vendido no Brasil, que seja o imposto de importação (II) de 60%, tudo bem. Acontece que um bem de US$ 100.00 vai para US$ 160.00. Mas sobre esse valor é calculado o ICMS de 18%, isto é, calculado sobre os 60% do II, imposto sobre imposto, o que é proibido pela Constituição. Mas há pessoas que pagam R$ 2 mil por um jeans de marca, para ter certeza de que sua doméstica ou sua cabeleireira não terá um igual. A questão não é econômica, é ideológica. E pela ideologia os coxinhas vão até os porões do Inferno.

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