O prêmio concedido a Levy por destruir a economia brasileira, por J. Carlos de Assis

Aliança pelo Brasil

O prêmio concedido a Levy por destruir a economia brasileira

por J. Carlos de Assis

Joaquim Levy levou o prêmio grande de uma sinecura no Banco Mundial. É o legado por ter tornado o Brasil uma terra arrasada pelo neoliberalismo e submetida ao total descrédito perante a opinião pública e ao conjunto da cidadania. A contração da economia no ano passado terá sido de quase 5%, e a taxa de desemprego deve ter superado os 10%. Nunca antes na história deste país um tecnocrata filiado ao sistema bancário privado ousou fazer um estrago tão grade no nosso sistema público, debaixo das graças presidenciais.

A única justificativa para o prêmio no exterior seria evitar que levasse os segredos do Ministério da Fazenda imediatamente para o Bradesco, de onde saiu para salvar o país das infames “pedaladas” fiscais – um artifício contábil que só a má fé de Veja e de O Globo, e a imbecilidade de alguns comentaristas econômicos tornaram um crime de lesa pátria. Sim, porque “pedalada” fiscal é o Governo tomando emprestado do próprio Governo para cobrir despesas imediatas e pagar depois, sem qualquer efeito real nas finanças públicas!

Como Inês é morta, não vale a pena perder tempo com Levy, mesmo que os milhões de desempregados que ele provocou possam se sentir indignados com a cadeira que ganhou lá fora com altíssima remuneração. Temos trabalhos à frente. O principal deles é convencer Nelson Barbosa a indicar à Presidenta um caminho alternativo para a economia que rompa o deletério roteiro neoliberal. Com um grupo de dirigentes sindicais estive na semana passada com o governador Pezão, discutindo saídas para o Rio e para o Brasil. Eis minhas sugestões.

Em primeiro lugar, temos que tomar consciência de que, independentemente do estrago feito na governança da Petrobrás por um grupo de cinco bandidos, não é possível promover a recuperação da economia sem a retomada dos investimentos na cadeia do petróleo, nos níveis de 2014. O Governador concordou com isso e ficou de levar à Presidenta as sugestões para viabilização dos investimentos da Petrobrás a partir de três alternativas: recursos do Tesouro, empréstimo do Banco dos BRICS e pré-venda de petróleo à China.

Nada, a não ser preconceitos ideológicos, impede a utilização de uma ou de três dessas alternativas combinadas. Por exemplo, o repasse de recursos do Tesouro ao BNDES para que ele os repasse à Petrobrás, que por sua vez ofereça debêntures como garantia, é um expediente usado com grande eficácia no passado. Em 2009 e 2010, em plena crise mundial, o Tesouro repassou 180 bilhões ao BNDES para que ele irrigasse a economia. Isso foi feito, e o resultado foi um crescimento fantástico da economia em 2010.

A corja neoliberal que quer ver a Petrobrás destruída, a fim de facilitar sua privatização, diz que não pode haver empréstimo do Tesouro porque isso aumentaria a dívida pública. É puro preconceito. A dívida pública bruta cresce, enquanto a dívida líquida fica no mesmo lugar: o aumento do passivo do Tesouro é contrabalançado pelo aumento do ativo do BNDES, propriedade integral do Tesouro, e tudo fica na mesma. Ademais, a consequência do processo será a redução da  relação dívida/PIB, pela escalada do investimento, como aconteceu em 2010.

Estou descendo a esses detalhes técnicos para deixar claro que há saída para a Petrobrás, e portanto saída para o país, conforme vem defendendo a Aliança pelo Brasil. Claro, sou a favor de uma faxina em regra na governança da Petrobrás, tendo em vista a bandidagem que a acometeu nos últimos anos. Mas ela precisa ser resgatada, e logo. Sem isso, como sua participação na economia é mais de 13%, e mais de 20% considerando as cadeias produtivas que lhe estão associadas, não haverá recuperação da economia brasileira, e do emprego. Enfim, não é preciso apenas uma solução. É preciso uma solução com urgência.

J. Carlos de Assis – Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de “Os sete mandamentos do jornalismo investigativo”, Ed. Textonovo, SP, 2015.

 

Redação

12 Comentários

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  1. Ninguém da mídia culpa Levy.

    Ninguém da mídia culpa Levy. Então, ele não é culoado. A culpa é da Dilma, o que, de certa forma, não é tão fora da realidade assim. Ele foi nomeado por ela.

    Tento defender o governo quando acho que a acusação é injusta. Mas quando fazem merda, não defendo. Minha única ressalva é que apenas Dilma seja “acusada”. Levy prometeu uma coisa e fez outra, e saiu ileso.

  2. Me cheira a desonestidade

    Me cheira a desonestidade afirmar que Joaquim Levy destruiu a economia do Brasil. Burrice não é.

    O coitado do homem nem esquentou a cadeira, não ficou nove meses, nã deu nem para ensaiar sua política econômica. Os cortes na saúde, educação, previdência e seguro social viriam de Dilma, fosse com Levy, fosse Mercadante, fosse com Palloci.

    Um ministrozinho não consegue destruir a economia de pais de uma hora pra outra. Isso tem que ser feito com o tempo, a quatro, seis mãos. 

    A derrocada da economia brasileira teve o seu marco zero. Tudo começõs em 2010 quando Dilma Russeff e Guido Mantega começaram a pensar economia. Pôxa, eles não são do ramo.

    1. Consegue sim. Se um desses
      Consegue sim. Se um desses entra nos EUA e sobe o juros de 0.25 as para 12.00 as o pib despenca logo depois.

      Leia sobre o que Felipe Resende escreveu sobre Levy.

      s Felipe Rezende, at Hobart and William Smith Colleges said, when Levy turn off the economic incentives in Brazil, the country went in the far worst recession ever with more than 12 million people without jobs, broking the brazilian economy. One of his measures: he symple turned off house sales by elevating the parcel inittialy paid by the mortage taker from 10 to 50 percent. Measures like this, unthinkable abroad, are common in Brazil, unfortunately

  3. Ignorância
    Esse J.Assis não sabe o que é hierarquia, governo, ministério, nomeação. O ex ministro Levy foi nomeado por Dilma Rusself como seu ministro de governo. Foi colocado numa condição de hierarquia que prestava contas, se reportava e obedecia a um programa e uma pessoa: Dilma.

  4. Desculpe a pergunta, professor

    Mas o senhor quer desinformar ou é mal-informado mesmo ???

    Ora, o BNDES é da União sim, mas isso não é o mesmo que dizer que o dinheiro que o BNDES dispõe é do tesouro e que, comparado as reservas internacionais “fica tudo na mesma”, como o senhor diz.

    Primeiro que o BNDES NÂO dispõe apenas de dinheiro do Tesouro. O BNDES tem dinheiro do FAT, dinheiro captado no exterior  através de bonds, dinheiro de órganismo internacionais como o BIRD e até dinheiro do FGTS.

    E essa aqui, que coisa de louco :

    Sim, porque “pedalada” fiscal é o Governo tomando emprestado do próprio Governo para cobrir despesas imediatas e pagar depois, sem qualquer efeito real nas finanças públicas!

    Ora, ora. O dinheiro tomado emprestado da Caixa, do BB e do FGTS, NÃO é do governo coisa nenhuma. É do poupador da caixa, do investidor do Banco do Brasil e do trabalhador que tem sua conta no FGTS. 

     

    Ora, professor, todos  sabem que foi esse tipo de prática que levou à quebra todos os bancos estaduais. O governante da vez achar que o dinheiro a dispoção no banco é dele, governo, e não de quem poupava ou investia no banco.

    Essa prática, extinta pela LRF NÂO pode voltar a ser usual como quis fazer dona Dilma e sua equipe econômica.

     

     

  5. Dois outros pontos que

    Dois outros pontos que devemos considerar nessa análise. Primeiro, o papel deletério da operação Lava Jato, que atacou justamente estes setores estratégicos para a economia brasileira: a Petrobras e as empresas da construção civil, que, juntas, movimentam mais que 20% do PIB. Foram bilhões de reais em prejuízos provocados pela Lava jato, quantia muito acima do que se roubou nos últimos 20 anos nos esquemas do chamado Petrolão. Não que uma coisa justifique a outra, mas, poderiam ter atacado a corrupção sem ter causado o estrago que causaram à economia brasileira e à Petrobras e associadas. Foi caso pensado, claro.

    O segundo ponto, não citado no texto, diz respeito à política de juros altos do Banco Central, que age com a autonomia que não deveria ter, já que legalmente não tem esta autonomia. Portanto, o BC desenvolve uma política neoliberal com a conivência de um governo federal que não foi eleito para desenvolver estas políticas. Pelo contrário: reelegemos a presidenta Dilma para que ela desenvolvesse políticas geradoras de emprego e de distribuição de renda, e não uma cópia do fracassado receituário neoliberal colocado em prática pelo ex-ministro Levy.

    Citaria ainda um terceiro ponto: nossas reservas internacionais, que chegam a 360 bilhões de dólares. Ou seja, quase 1,5 trilhões de reais! Ora, como pode um país que detém tal reserva passar um ano inteiro de recessão por conta de um déficit orçamentário de algo próximo de 130 bilhões de reais (menos que 10% das nossas reservas)?

    Mesmo para um leigo em economia – meu caso – fica difícil entender essas coisas. O governo, via BC privatizado pelos banqueiros aumentando juros para supostamente cobrir o déficit orçamentário, cujo valor é inferior ao serviço da dívida gerada pelos aumentos dos juros.

  6. Imagine 4 anos nesse regime econômico..

    Ja esta mais do que comprovada a ineficacia do neoliberalismo, no que dis respeito a progresso de uma nação.

    Contudo ainda funciona bem para acelerar a concentração de renda e lucros gigantescos para instituições financeiras como as que o Sr Levy representa.

  7. quando a turma preferiu Dilma

    quando a turma preferiu Dilma outra vez para fazer Lula passar pela vergonha de ficar sem ter nada o que fazer, estavam também com a turma de FHC para que houvesse governo pior do que dele e, portanto, a nomeação do Levy e sua destruição, fazia parte do acordo

  8. Este filho da puta lucrou

    Este filho da puta lucrou muito preparando o Brasil para ser saqueado pelos mesmos bandidos que saquearam a Europa e os EUA. O FMI já começou a sabotar a economia para forçar uma situação benéfica para aqueles piratas, com a velha ladainha e privatização da Petrobrás e do Pré Sal. Creio que o Brasil deve meter o pé na bunda e todos estes pilantras, sacar o dinheiro do FMI e depositar no Banco dos BRICS. Foda-a o mercado.

  9. Levi o premio
    Eu vejo a questão do seguinte ponto de vista.

    A grita o “mercado” era tão grande que Dilma para acalmar os cabras chamou alguém que eles amam.
    Chanou o Levi. Ele fez o que se esperava dele, uma politica economica pro- mercado.

    Obviamente que o resultado não foi bom saiu de fininho.

    Como quase sempre acontece nesses casos ganhou um premio, um bom cargo numa instituição internacional.

    Pare ele está otimo e não é questão de dinheiro mas de ego.

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