José Serra entre o ouro de Cuiabá e o petróleo no mar de Pindorama

 

O desejo de enriquecer rapidamente trouxe os colonos portugueses ao Brasil e levou seus descendentes do litoral para o interior do país. Já escrevi algumas palavras dobre o El Dorado. Agora serei um pouco mais específico.

O ouro negro no fundo do mar de Pindorama, que já começou a ser explorado pela Petrobrás, é avaliado em U$ 15 trilhões de dólares ou R$ 48,3 trilhões levando em conta a cotação atual do dólar. Isto equivale mais de 10 vezes o PIB brasileiro de 2013, que foi de  R$ 4,844 trilhões. O controle desta riqueza desencadeou uma nova “corrida do ouro” e isto nos remete à história de nosso país.

A descoberta de ouro na região onde hoje fica Cuiabá em 1722 provocou um alvoroço em São Paulo.

“A fama das lavras cuiabanas chegaria “the os fins do Orbe, passando os Limites do Brazil e Portugal e daly aos Reynos extrangeiros”. Corriam coisas prodigiosas acerca da riqueza sem par daqueles sertões. Dizia-se, por exemplo, que à falta de chumbo, eram empregados granitos de ouro nas espingardas de caça; que eram de ouro as pedras onde se punham as panelas nos fogões…

As centenas de paulistas e adventícios – “frausteiros” ou emboabas – que chegavam continuamente ao arraial cuiabano, embaraçavam, no entanto, e cada vez mais, a ação do velho guarda-mor Pascoal Moreira, com notório prejuízo da justiça e do fisco. Vivia aquele povo entregue inteiramente às suas paixões, sem forma alguma de ordem política e de governo econômico, embora se tivesse ensaiado entre eles uma espécie de senado, onde tomavam parte o guarda-mor, um escrivão, o meirinho e doze colatários eleitos, com o pomposo título de deputados.” (Monções, Sérgio Buarque de Holanda, Coleção de Estudos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1945, p. 75).

A descoberta de ouro e o deslocamento de tanta gente para as lavras deveria enriquecer o vilarejo que deu origem a Cuiabá, mas não foi isto o que ocorreu:

“Os gêneros que em 1723 chegaram de São Paulo estavam quase todos deteriorados devido ao mau acondicionamento nas canôas. Os moradores, além disso, com a clássica imprevidência do sertanejo, tinham empregado a maior parte de sua escravatura nas lavras de ouro, descuidando-se das lavouras de mantimento.

A conseqüência foi que, nos meses de maio e junho, quando costumam quebrar-se as espigas, o milho colhido não chegou para o sustento dos habitantes. A mandioca, se plantada logo depois da descoberta as lavras do Sutil, o que é bem duvidoso, ainda não estaria, por sua vez, em condição de produzir. Assim a caça e, um pouco menos, a pesca tornaram-se recurso ordinário e obrigatório de quem quisesse sobreviver.” (Monções, Sérgio Buarque de Holanda, Coleção de Estudos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1945, p. 76/77)

O ouro descoberto naquela região quase ao nível do chão, porém, acabou rapidamente e a mineração se tornou trabalhosa e cada vez menos proveitosa:

“Muitos, efetivamente, desertaram, como o próprio Sutil, descobridor das lavras, que, aliás, desde princípios de 1724 já se achava de regresso a sua cidade natal. Fernando Dias Falcão também não terá ficado por muito mais tempo; a partir de 1727 desaparece seu nome das crônicas cuiabanas e vai surgir ulteriormente em Sorocaba. Nesse mesmo ano de 1727 e no seguinte, o êxodo dos moradores de Cuiabá chega a assumir proporções de verdadeira avalanche. Mais de mil pessoas deixam então a vila e ora regressam para o planalto paulista, ora se encaminham para as minas de Goiás, já descobertas e prósperas.

O ouro cuiabano começara a perder muito do prestígio tão rapidamente conquistado. As minas só eram opulentas na superfície e nada se fizera para melhorar os processos empregados em sua exploração, os mesmos que tinham trazido da África os pretos escravos. Durante as secas freqüentes e demoradas, como aquela cujos efeitos Rodrigo Cezar de Menezes tivera ocasião de testemunhar, o serviço dos veios dos rios, conquanto penoso ainda era, provavelmente, o que melhor resultado prometia. Para o tratamento das grupiaras ou guapiaras – depósitos existentes nas vertentes -, também chamado, em Cuiabá, serviço de batatal, os mineiros viam-se forçados pela penúria de água a recorrer aos caxambús. Juntavam-se, nêsse caso, o cascalho extraído da guapiara, em um pequeno monte – o caxambú – e à medida que essas terras auríferas, lançadas do alto, rolavam pelas encostas, desprendiam-se as pedras, que facilmente se apanhavam. Em seguida lavava-se o cascalho mal “coado” – pois nas pedras sempre ficava muito ouro – em cuiacá, isto é, batiam-n’o em pequenos poços formados junto ao caxambú.” (Monções, Sérgio Buarque de Holanda, Coleção de Estudos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1945, p. 84/85)

O ouro negro no mar de Pindorama reativou o sonho individualista da riqueza fácil obtida da terra conquistada aos índios. O problema é que ao contrário de Cuiabá, o ouro não está ao nível do chão, nem pode ser rápida e facilmente colhido por qualquer brasileiro. Vem dai a instabilidade política que esta nova “corrida do ouro” está provocando.

A única empresa capaz de explorar o Pré-Sal é a Petrobrás, mas ela é pública. Portanto, aqueles que querem se apropriar do ouro cuiabano sob o mar de Pindorama, tem que comprar a companhia. Os ataques sistemáticos feitos contra a mesma tem dupla finalidade: forçar sua privatização e; reduzir o preço de suas ações para que as mesmas possam ser compradas hoje e vendidas com lucros exorbitantes quando o petróleo estiver jorrando, pois é certo que ele não irá jorrar por muito tempo.

Em 1722, Miguel Sutil havia principiado uma roça próxima ao lugar onde seria descoberta a lavra de ouro. Ao fim de um dia de trabalho, ele mandou dois índios com machados e cabaças colherem mel de pau. Ambos voltaram de mãos vazias deixando Sutil muito irritado. Então um dos índios disse-lhe:

“- Vós viestes buscar ouro ou mel? – e metendo a mão no seu jaleco de baeta, tirou um embrulho com folhas. Ali estavam vinte e três granitos de ouro que pesaram cento e vinte oitavas.” (Monções, Sérgio Buarque de Holanda, Coleção de Estudos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1945, p. 72)

A mesma pergunta pode ser hoje feita aos estrangeiros que vem ao Brasil. A resposta deles será a mesma. Eles vem buscar o ouro negro de Pindorama. É em razão disto, aliás, que estrangeiros tem “melado” a mão de políticos tucanos para que eles modifiquem legislação para permitir às petrolíferas estrangeiras explorar o nosso Pré-Sal pagando pouco ou muito pouco ao erário público e levando o lucro para casa.

José Serra, autor do projeto de Lei que modifica o sistema de exploração do Pré-Sal, pode ser chamado de traidor, verme, entreguista, serviçal de norte-americanos, bandido e venal, mas uma coisa é certa: ele não está traindo a História do Brasil. Ao dar aos estrangeiros o ouro negro que existe no fundo do mar de Pindorama, José Serra está fazendo a mesma coisa que aquele índio que presenteou Miguel Sutil com cento e vinte oitavas de ouro provavelmente em troca de maus tratos, um pouco de comida e abrigo precário. Para mim, que também sou descendente de índios, é impossível sentir ódio de outros índios. No máximo os antigos e novos indígenas de Pindorama só me despertam um sentimento: pena. Eles não tem futuro porque de fato não querem ter uma nação.

Fábio de Oliveira Ribeiro

41 Comentários

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  1. Não poderia haver nada de

    Não poderia haver nada de melhor para afagar meu espírito patriota.

    Mais uma vez os “paulistas” fazem o papel sujo na história, ou desejam fazer.

    Agora depende de nós realializarmos a luta transformadora para a nossa história.

    Parabéns Fabio !!!!

  2. Não poderia haver nada de

    Não poderia haver nada de melhor para afagar meu espírito patriota.

    Mais uma vez os “paulistas” fazem o papel sujo na história, ou desejam fazer.

    Agora depende de nós realializarmos a luta transformadora para a nossa história.

    Parabéns Fabio !!!!

  3. Entreguismo

    Não entendo o que se passa na cabeça de boa parte dos nossos políticos e da nossa elite. Que desejo louco de submissão é esse? Nunca vi tamanha falta de vontade de construir um projeto local de autonomia e desenvolvimento. Esses entreguistas querem que continuemos a ser colônia e nossa sede seja agora Miami. Muito triste!

  4. Repetição da história?

    O que dá ter memória curta. Febre do ouro, febre da borracha, febre do café,… febre do petróleo ? Sempre em favor do poder hegemônico, sob aplausos do pig e de nossos Silvérios dos Reis.

    1. Exatamente

      Exatamente! Estamos viciados em confundir riqueza com um recurso natural único. Assim vamos vivendo de ciclo em ciclo: já tivemos o ciclo do ouro, da cana-de-açúcar, da borracha, do café, nenhum deles nos tornou um país rico, então por que raios um ciclo do petróleo, se vier, será diferente?

      A única maneira de um país periférico passar da pobreza à riqueza é investir em seu capital humano, como fizeram os países da Ásia que trinta anos atrás eram mais pobres do que nós, e hoje nos fazem comer poeira. Singapura, Taiwan, Coréia do Sul, e mais recentemente Indonésia, Malásia e Tailândia, para a felicidade deles, nenhum possui riqueza natural, apenas o cérebro de sua gente. A LG, A SamSung, a Hiunday são empresas estatais? Não, são empresas privadas, que vendem para o mercado, e não para empresas estatais que fazem preço de pai para filho, e são financiadas por seus próprios bancos, e não por BNDES abastecido com dinheiro do povo.

  5. O problema não é ele querer

    O problema não é ele querer entregar o ouro negro de bandeja, o problema é TODOS venderam a sua idéia como boa e unica, se fosse só ele seria facil desmascar, mas é um conluio gigantesco que vendam os olhos da nação e fazem milhares sairem ás ruas em apoio; como já disse, o maior mérito dessa aristocracia é fazer o povo apoiar as ideias que os fazem mais ricos, sejam no estorinha firada dos juros, sejam nas revoltas coxinhas, ou será que alguem acha que uma manisfestação em que pessoas comuns e banqueiros se misturam é por causa de interesses comuns?

     

  6. Verdade!
    Ou a classe media

    Verdade!

    Ou a classe media nao considera o Brasil um pais digno de se tornar uma nacao, ou o poder da midia de subverter suas mentes, a ponto de faze-la ir a rua aos milhares, exigindo que se derrubem seus direitos, esta alem do nosso poder de analise. Impressionante como os que mais se beneficiaram da politica economica dos ultimos 13 anos, agora lutam contra seus proprios interesses. A classe media aceitou sem nenhuma critica que privatizar a Petrobras, entrega-la ao capital predatorio mundial e de quebra faze-los pagar gasolina a + de R$ 10,00 o litro eh a solucao de todos os males.

    Agem exatamente como os nativos, da historia acima. Nao veem a hora de entregar todas as suas riquezas a exploradores mal intencionados de alem mar, em troca de maus tratos, sub-empregos, salarios de fome,  expulsao de seus proprios territorios e sabe deus o que mais.

  7. Qualidade do Texto

    Parabéns pelo texto. O cidadão José Serra se esquece que não mais precisamos de receber bijuterias ao contrário dos índiso que eram propietários de tudo/todas as terras e que não estavam na mesma situação de muitos(trabalhadores) nos dias atuais que ainda não possuem uma pequena propriedade para a subexistência de sua família.

  8. Quanto besteirol!

    “Constituição Federal Art. 20 – São bens da União: IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;”

    Privatizar não entrega riqueza alguma aos estrangeiros, apenas delega a quem tem competência a execução da lavra da riqueza, que pertence aos brasileiros, com menos propina (pois menos Estado) como ocorre hoje com a Vale.

    1. errado

      A Vale hoje só representa lucros para seus acionistas, ou melhor deu um lucro gigantesco para os especuladores. Hoje, em nome deste lucro a todo custo, sonega impostos (menos propina????), vende reservas minerais e graças a uma forte atuação do ex-presidente Lula através dos fundos de pensão, evitou que o salafrario Agnelli afundasse a empresa e pusesse suas principais reservas nas mãos estrangeiras.

      Só para te lembrar, em empresas privadas tambémn tem corrupção sim e não pense que é o patrão que paga não, pois se ela for como a Vale, ou qualquer outra gigante, ela repassa este custo para você consumidor, portanto é falácia pregar que a privatização é a panacéia contra a corrupção (reclama do preço da gasolina hoje, se fosse privada, estaria pagando este preço a mais de 4 anos atrás).

      1. Leia de novo!

        Nosso subsolo é garantido pela Constituição, empresas tem que pagar royalties.

        Aonde mais Estado houver, maior a chance de corrupção, maior a chance da venda de facilidades pelas dificuldades criadas.

        Embraer vai bem melhor que a Petrobrás e os Correios, pense melhor…

  9. Como de termos maus brasileiros

    Se o país fosse sério ele já estaria atráz das grades por propor um projeto desse. Por estar no Brasil não vai ver o sol nascer quadrado e seus partidários estão aplaudindo a idéia. Ter que entregar aos estrangeiros será sempre a sina do país? A maioria das coisas que temos, não temos. É o ferro, é a soja, é o café e etc. Só fornecemos o solo, o clima e a mão de obra barata. Não controlamos os preços, a produção, os estoques e a exportação, o que controlamos então? Ah, já sei. Controlamos o povo para que não atrapalhe o enriquecimento das nações desenvolvidas. Pouca coisa mudou desde 1500. Ou talvez nada.  

  10. Peralá.  Quando fala em

    Peralá.  Quando fala em “paulistas” está me metendo no assunto, porque sou paulista.   Moram cerca de 40 milhões de almas neste estado e eu não estou entregando nada pra ninguém. E nem votei neste canalha chamado Serra. Tenha cuidado com as generalizações. 

    1. Visão alegórica

      O Fábio tem uma visão esquematizada, tipo alegórica, dos paulistas: para ele são bandeirantes, barões do café, escravos e índios. Esquece-se de que no último século esse extrato foi soterrado por uma multidão de imigrantes de várias partes do mundo que se instalou em São Paulo; os atuais paulistas descendem deles, e nada têm a ver com os paulistas dos tempos de Amador Bueno. Aquele mundo de bandeirantes, latifundiários e índios são como uma camada geológica que foi sobreposta por outra, e  não surte mais qualquer efeito perceptível na São Paulo atual: serve apenas para a construção de alegorias e para ser citada em livros de História.

      1. Muito pelo contrário. Os
        Muito pelo contrário. Os imigrantes foram “incorporados” à socidade servil e senhorial. Prova disto é José Serra, que progrediu por ser um exemplo perfeito de “agregado” da Casa Grande ou um “negro ladino” fiel aos donos do poder (apesar de branco).

  11. O ouro do tolo

    O tolo às vezes morre com o ouro nas mãos (ou embaixo do colchão ou em contas mundo afora), e ai, o que lhe sobra são sete palmos abaixo do chão. A historia de Cuiaba e de seu estado, é marcada por muita violência, subserviência dos mais fracos e ganância. Não mudou muito de la pra ca.

  12. Como candidato a presidente

    Como candidato a presidente ele prometeu à Chevron acabar com o regime de partilha. Como senador o entreguista cumpre a palavra.

  13. Voos de imaginação

    Você está deixando a imaginação te levar e comparando o Brasil antigo dos ciclos econômicos com esse factóide do pré-sal. Na época dos ciclos, praticamente toda a economia nacional era focada na exportação de um único produto. Acaso o petróleo, do pré-sal ou não, tem sido nosso principal produto de exportação?

    O último ciclo econômico brasileiro foi o do café, e desde então a economia se diversificou. Não haverão outros ciclos, essa fase já passou. A exploração do pré-sal só é economicamente viável se o preço do barril for o triplo do atual. Por aí se vê, ser tecnicamente viável não é o mesmo que ser economicamente viável, haja visto que nenhum outro país do mundo até agora se interessou em desenvolver tecnologia para o pré-sal. Dizer que vale 15 trilhões de dólares é apenas brincar com números: essa quantidade de óleo não pode ser extraída toda de uma vez e convertida em quinze trilhões de notas de um dólar, e se pudesse, valeria muito menos, pois a abundância da oferta faria desabar os preços. Brincar com números não é o mesmo que entender de economia…

    Enfim, é isso: o pré-sal não passa de um factóide que foi lançado para fins de propaganda. Vai terminar se tornando mais uma jabuticaba tupiniquim, igual ao sistema PAL-M e o plug de três pinos.

    1. Voa na imaginação quem
      Voa na imaginação quem acredita que um país, algo duradouro construído por gerações e gerações de seres humanos que transmitem os costumes e saberes que receberam, pode deixar e ser o que foi só porque recebeu uma nova camada de verniz. Voa na imaginação quem nega a persistência do passado.

    2. Viva o povo brasileiro.

      O texto não tem referência na economia acadêmica, pois cita claro exemplo histórico de fracassos dos ‘liberais’ do ouro, da cana de açúcar, do café, do pau Brasil e do neo liberalismo…

      O texto refere-se á incapacidade suprema de formarmos algo mais que um paiseco a serviço dos nossos exploradores, uma Nação. Porque eles já nos garantiram que apenas precisamos de badulaques que eles fabricam, todos é claro sem jamais terem produzido uma jaboticaba, não é mesmo?

      Coisa que os entendidos economistas brasileiros, até aqui, jamais conseguiram formalizar sua proposta, a nação deles é o lucro dos caras pálidas, que os índios estão, até hoje sem ver… 

      Eles nunca entenderão o significado dos 40 milhões de brasileiros resgatados dos conceitos dos lesa pátria históricos. E esperam que isso seja retroagido ao passado miserento para dizerem que já tinham dito, como a hiena Hardi har har… eu sabia que não ia dar certo…. só para afirmarem que tinham razão, como vingança!

      José Serra que não é tupiniquim os representa.

      Ninguém está interessado  pau brasil, na cana de açúcar, no ouro,na borracha, no café, no petróleo nem jamais estará, porque tudo não passa de uma jaboticaba tupiniquim, né?

      Fruta brasileira demais, que horror!

      É preciso citar Clinton?

    3. Você entende de sal na salada.

      Pedro Mundim, ou seja lá qual for o seu nick, você não entende de Economia, como qualquer leitor pode constatar. Mas de petróleo, vocé é de uma ignorância palmar. Petróleo como o do Pré-Sal não dá em qualquer lugar. Precisa de uma bacia sedimentar, como a Bacia de Santos, essa bacia precisa ter idade mesozóica, no máximo, a bacia sedimentar precisa estar “impermeabilizada” com uma camada (armadilha) do tipo de uma camada de sal. (detalhe: o nome “Pré-Sal” é porque em Geologia se descrevem as camadas do embasamento cristalino para cima, isto é, de baixo para cima. Nessa ordem, o petróleo vem antes da camada de sal. Entendeu ou quer que eu desenhe?) Só que nossa camada de sal, que cobre a jazida de petróleo, é imensa, mais de 3 mil metros de espessura. Você nem tem ideia de quanto custa o metro linear de perfuração, nem sabe que as coroas que realizam a perfuração são cobertas de dentes de diamante industrial, mesmo com jaça, muito caros, caríssimos. E as coroas diamantadas são desgastadas muito rapidamente, dependendo da dureza da rocha perfurada. E a camada de sal é muito dura, assim como sua cabeça. Quando você não souber do que se trata, cale-se, cálice, cale-se.

      1. Essa foi engraçada

        Essa sem dúvida me deixou surpreso: você começa dizendo que eu não entendo nada de economia, mas ao afirmar os imensos custos da perfuração na camada pré-sal, você endossa exatamente os mesmos argumentos que usei!

        Sei perfeitamente que uma bacia onde exista petróleo no pré-sal não existe em qualquer lugar. Assim como sei que não é apenas no Brasil que uma bacia assim existe, e se outros países não estão investindo em exploração no pré-sal, dá para desconfiar que tem um motivo, né?

        O que me disseram foi que a extração no pré-sal só é rentável se o preço do barril for o triplo do atual, pelos motivos que você tão bem expôs: equipamento caríssimo, altíssimo custo por metro linear. Quando o preço do barril estiver próximo a estre valor, é bem possível que já estejamos usando outra fonte de energia e ninguém nem se lembre mais de pré-sal. Se as nossas reservas são assim tão imensas, então por que não estamos ganhando rios de dinheiro exportando petróleo? Por que continuamos a importar petróleo? Por que a gasolina, aqui, é o dobro do que custa nos EUA, e sobe quando o preço do barril cai?

        Em tempo: não uso nick, meu nome é Pedro Mundim mesmo. Para maior informação, visite a minha página.

    4.   Meu querido, sua ignorância

        Meu querido, sua ignorância acertou duas vergonhas com uma só cajadada: mostrou a sua e fez surgir a minha vergonha alheia.

        O valor do brent a U$10 mais do que já está – subindo e irá subir mais, é tendência de mercado – já é uma tremenda mão na roda para o pré-sal. Chamar as maiores reservas descobertas em décadas de factoide só mostra que ou você é tremendamente ignorante ou tremendamente mal-intencionado.

        Como tenho fé nas pessoas, creio que é apenas ignorância. Você está num escuro digno de águas profundas.

      1. Repetindo o que disse…

        No dia em que o preço da gasolina nas bombas for a metade do que é, tal como nos EUA (onde o petróleo não é deles, mas de companhias privadas) começarei a acreditar no que dizes.

        Mas para deixar mais barato, vou começar a acreditar no que dizes se, ao menos, eu ver o preço da gasolina cair (em vez de subir) quando o preço internacional do barril cair, em obediência à mais elementar das leis do mercado.

    5. 700 mil barris por dia é o que???

      É factóide produzir mais de 700 mil bariis/dia? É factóide criar em pouco mais de 5 anos uma indútira e toda uma bse produtiva que emprega mais de 500 mil trabalhadores, centros de pesquisa de última geração? Factóide é renegar tudo isso, mais que factóide, é bandidagem explícita.

      Dizer que ninguém fora a Petrobrás investe em tecnologia para o pré-sal é no mínimo ignorância, pois com a obrigação de conteúdo nacional (para criar um base de conhecimento e tecnologia industrial), estão aqui hoje os principais desenvolvedores do mundo (seja inteligente e conheça melhor o que se faz na Ilha do Fundão, no RJ, antes de falar bobagem).

      O que acontece com as companhias americanas (sim as americanas, pois a TOTAL francesa, a Shell anglo-americana, a Sinopec chinesa e outras estão com a Petrobrás no pré sal) é que enquanto estiver capachos que tentarão impor seus interesses por aqui, vão tentar botar a mão sem contrapartidas, mas devem agora estar perdendo as esperamças do lucro fácil, apesar dos trairas demo-tucanos. Por outro lado conseguiram com os trairas mexicanos o mamão com açucar de explorar o seu quintal no Golfo do México (lucros bilionários e povo miserável), algo como tinham a décadas atrás na Venezuela.

      O pré-sal é desafiador, mas só é factóide para os fracos de espírito ou acomodados na submissão, para os determinados, é mais que viável, é uma realidade que já dá frutos, apesar do ATAQUE MIDIÁTICO E ECONÔMICO que vem sofrendo, inclusive por um grupo IRRESPONSÁVEL de jovens promotores que se acham deuses do OLIMPO e querem governar sem seuqer terem um único voto.

      Vocês que tanto adoram os americanos, imaginam que lá eles deixariam uma empresa estratégica como a Petrobrás quebrar ou ainda quebrar todo um complexo econômico e tecnológico, como tentam fazer aquí? É certo que não (recomendo ver o documentário “Grande demais para quebrar”, que mostra claramente quando uma nação coloca seus interesses estratégicos em primeiro lugar, ocorrendo assim com bancos, indústrias e todo o complexo industrial-militar americano, onde Procurador nenhum tasca a mão.

       

      1. No dia em que o preço da gasolina…

        No dia em que o preço da gasolina na bomba for a metade do que é, como nos EUA (onde o petróleo não é deles, mas de companhias privadas) começarei a acreditar no que dizes.

        Se o preço do barril está caindo, e o preço da gasolina está baixando no mundo inteiro, por que aqui sobe?

        1. Preços

          Caro Mundim, acho que você deveria pesquisar a composição dos preços dos derivados de petróleo no Brasil. inclusive seria um exercício de cidadania.

    6. Distraído, desavisado?

      Mundinho pequeno esse daqui.

      Era só o cara ter espiado o artigo do Nassif de quatro dias atrás: O tamanho da crise da Petrobrás. Está logo ali entre os mais lidos.

      Os dados estão lá. São refutáveis? Apresente-nos outras avaliações.

      Nossa economia com certeza se diversificou, mas … as injunções do capitalismo globalizado tem operado no sentido de tornarmo-nos outra vez dependentes da exportação de comodities. A Vale é o exemplo claro desse procedimento: exporta minério bruto, sem investir em uma cadeia de geração de valores agregados e de diversificação de nosso sistema produtivo. Delenda o grande navio comprado no Oriente e que não consegue adentrar na maioria dos portos do Mundo. Do tamanho que o Agnelli se via no espelho.

      Dispor a exploração do pré-sal às estratégias do mercado internacional, sem controle nacional, sem contrapartidas diversificadoras da nossa economia, é jogar com a perspectiva de reduzirmo-nos a um novo ciclo. Os países exportadores de petróleo estão aí saltando à vista, como exemplos. 

  14. Fábio, gosto bastante do teu
    Fábio, gosto bastante do teu texto principalmente porque, via de regra, nos traz a visão histórica, tão deficitária em nossa formação.
    Não me permito, no entanto, tecer comentários sobre a figura em questão; de resto são impublicáveis. Para a vilania explícita e o entreguismo reles há remédio?

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