Experimentos de aprisionamento, por Gustavo Gollo

Em 1971, um professor de psicologia estadunidense idealizou um experimento que revelou peculiaridades surpreendentes do comportamento humano. O experimento conhecido como “prisão de Stanford” consistiu em uma espécie de simulação na qual, por 15 dólares ao dia, 2 grupos de voluntários recrutados entre estudantes exerceram papéis de carcereiros e presidiários.

O que aconteceu, então, foi tão chocante que inspirou três filmes, diversos livros e artigos.

Condutas abusivas apresentadas pelos “guardas” logo no início do experimento rapidamente se tornaram sádicas. Instruídos a não provocar lesões físicas nos presos, os carcereiros fizeram com eles todo tipo de violência psicológica.

Apesar de vários “presos” terem começado a apresentar problemas emocionais, apenas alguns poucos pediram para abandonar o experimento antes de seu término prematuro.

Embora idealizado para durar duas semanas, o “experimento de aprisionamento de Stanford”, como ficou conhecido, atingiu níveis tão altos de perversidade que teve que ser suspenso em menos de uma semana.

Dentre várias conclusões resultantes do experimento nada ético, constatou-se que, uma vez induzida ao auto confinamento, uma população pode perseverar em se manter encarcerada, participando ativamente, ela própria, no incitamento à reclusão dos demais. Não é à toa que experimentos de controle social vêm sendo patrocinados há tantas décadas.

Leia também:

 Pandemia e medo, por Gustavo Gollo

Contrapartidas do confinamento, por Gustavo Gollo

Redação

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador