Os dados do Censo 2010 sobre o Amazonas

Amazonas, nem tão bem na foto

Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, 27, ainda referentes ao Censo 2010, traduzem alguns avanços sociais, mas são ainda sofríveis e necessitam de ações do poder público para melhorar as condições de vida da população do Amazonas.

No quesito educação, por exemplo, o percentual de 8,8% de pessoas entre seis a 14 anos de idade fora da escola dá ao Estado do Amazonas o troféu de pior unidade da federação nessa questão, muito longe de Santa Catarina com apenas 2,2% dessa faixa etária sem frequentar a escola.

Na faixa seguinte, de adolescentes entre 15 e 17 anos, embora o Amazonas esteja em quinto lugar entre os piores, com 19,6% desse contingente etário fora da escola, também não é nada de que se deva ter orgulho.

Quando a análise recai sobre a população com 25 anos de idade ou mais, é de se registrar que houve melhoria. Se em 2000, o percentual de amazonenses com o Ensino Médio era de 23,1%, dez anos depois se contabiliza contingente de 37,8% com pelo menos esse nível de escolaridade.

Os números divulgados pelo IBGE também analisam a situação do trabalho no país e revelam que as pessoas na faixa etária de 15 anos ou mais, e que já mantêm ocupação, situam o Amazonas, com 61,1%, mais próximo do pior Estado da federação, o Maranhão, com 55,4%, do que do Estado de Santa Catarina, que tem o maior contingente, com 71,6% ocupados.

 Se os dados do IBGE se referem ao número de trabalhadores com emprego formal, todo o panorama é ruim, já que o Brasil, conforme os dados de 2010, tem 45,3% da população ocupada com carteira assinada. O Amazonas fica em posição intermediária com 32,5% de trabalhadores com vínculo formal, enquanto no extremo está, de novo, o Maranhão com apenas 21,6% de trabalhadores formalizados, e São Paulo, na dianteira, com 58,9% contratados formalmente.

Cabe registrar, ainda, a queda na taxa de fecundidade da mulher amazonense, que passou de 2,38% no ano 2000, para 1,90% em 2010, além da queda nos níveis migratórios. Passou do saldo de 30.970 entre 1995/2000, para 22.321 entre 2005 e 2010.

Pior mesmo é saber que pelo menos 22,7% da população do Amazonas é acometida de alguma deficiência, entre visual, 18,7%; motora, 6%; auditiva, 4,4% e mental, 1,1%. Haja políticas públicas para dar jeito nessas carências.

Luis Nassif

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