MG: manifestantes e Tropa de Choque entram em conflito

Do jornal Estado de Minas

Manifestantes e Tropa de Choque da PM entram em confronto próximo a UFMG

Grupo de 10 mil pessoas tentava chegar ao Mineirão, mas foi impedido pela PM

Emerson Campos, Valquiria Lopes, Felipe Castanheira, Fernanda Machado e Tábita Martins

Publicação: 17/06/2013 17:27 Atualização: 17/06/2013 19:28

A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes que fecham, desde o início da tarde, a Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte. As primeiras informações são de que os militares usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar o grupo de cerca de 10 mil pessoas que marchava rumo ao Mineirão. A confusão começou próximo à UFMG, na Região da Pampulha, quando alguns jovens tentaram furar o bloqueio para subir a Avenida Abrahão Caram.

Do local, manifestantes relatam, além das bombas, o uso de spray de pimenta e de balas de borracha pelos militares. Até o momento, não há informações sobre feridos. No Hospital de Pronto Socorro João XXIII, ainda não foi identificado nenhum paciente vítima do confronto. Depois que a ação da Polícia Militar começou, os jovens revidaram arremessando pedras e colocando fogo em alguns objetos na avenida.


Vídeo mostra correria após policial lançar bomba contra manifestantes

O clima no local é tenso desde a primeira barreira feita pela Tropa de Choque, às 16h, próximo ao Anel Rodoviário. De acordo com o major Augusto Xavier, a orientação do Comando de Polícia foi de parar os manifestantes antes do Mineirão. Mais cedo, em conversa com os líderes do movimento, o Major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, tinha acenado que a corporação iria garantir o direito ao protesto próximo ao estádio, desde que não fosse invadido o chamado “setor amarelo”, reservado para quem adquiriu ingresso para a partida de futebol. No entanto, a corporação voltou atrás na decisão.

   


Durante a caminhada, circularam boatos entre os manifestantes sobre o possível bloqueio da Polícia Militar e do Exército na avenida, para impedir que o grupo se aproximasse do Mineirão. Um dos líderes do movimento, Gladson Reis, vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), garantiu mais cedo que o grupo é pacífico, mas já previa a possibilidade do confronto. “Vamos seguir com o objetivo de ir até o Mineirão, vamos conversar com a polícia e tentar passar [em caso de bloqueio] pacificamente, se houver violência a responsabilidade é da PM”.

O grupo – que organizou o movimento pelas redes sociais – é composto em sua maioria por estudantes que protestam contra o preço do transporte e a interferência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no país.

RECURSO NEGADO No início desta tarde, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) divulgou que foi negado p recurso impetrado pelo Sind-UTE/MG e pelo Sindpol-MG para tentar cancelar os efeitos da liminar concedida ao Governo Estadual no último 13 de junho, a qual proíbe sindicatos de obstruir vias públicas e tumultuar o trânsito em Minas Gerais durante manifestações para divulgar seus movimentos grevistas.

O desembargador Antônio Sérvulo justificou a decisão afirmando que “é notório que na Capital vêm sendo realizadas diversas manifestações, de todo gênero, quer seja de movimentos paredistas, quer seja de sem terras ou de outras associações, o que resulta em verdadeiro caos no trânsito e dificuldade de locomoção de pessoas”. Segundo ele, “várias estratégias estão sendo  planejadas com o fim de chamar a atenção para a causa paredista dos sindicatos – SINDPOL e SINDUTE – durante os jogos da Copa das Confederações a serem realizados na Capital, especialmente na linha verde e no entorno do estádio Mineirão, o que causaria evidente transtorno àqueles que para lá se dirigissem”.

Protesto na Praça Sete

Manifestantes voltaram a se reunir na Praça Sete no final desta segunda-feira. Muitos deles voltaram da Avenida Antônio, onde entraram em choque com a Polícia Militar. Mais cedo, eles se uniram no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro com cartazes criticando a Fifa, a Copa das Confederações e o valor das passagens do transporte coletivo.

O protesto também ocorre em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, e em BH conta com apoio dos movimentos Fora Lacerda, Movimento dos Atingidos pela Copa, Ane, Sind-UTE, alguns partidos políticos, entre outras organizações.

Luis Nassif

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