Seca castiga e racionamento volta em Pernambuco

Do Diário de Pernambuco

Seca traz racionamento de água de volta a partir de hoje em Pernambuco

A Compesa, vai promover um rodízio no abastecimento, de 20 horas com água e 28 horas sem, pelos próximos três meses. Foto: Compesa/Divulgação

A Compesa, vai promover um rodízio no abastecimento, de 20 horas com água e 28 horas sem, pelos próximos três meses. Foto: Compesa/Divulgação

Os moradores da área plana do Recife que, desde 2010, estavam habituados a ter água todos os dias na torneira terão que voltar ao regime antigo. A partir de hoje, o governo de Pernambuco, através da Compesa, vai promover um rodízio no abastecimento, de 20 horas com água e 28 horas sem, pelos próximos três meses. O motivo é a estiagem que já vitimava o interior do estado e que, agora, está afetando também a Região Metropolitana do Recife (RMR). Como não há previsão de chuvas para o mês de março, foi preciso recorrer ao racionamento para evitar um colapso no sistema. O governo está construindo mais duas barragens para aumentar a oferta de água na RMR que deverão ficar prontas até a Copa de 2014.

O racionamento é necessário porque, como tem chovido abaixo do esperado nos últimos meses, o nível das barragens que abastecem a RMR baixou muito. Como não há previsão de chuvas para março, elas poderiam entrar em colapso se o abastecimento continuasse sem restrições. Pirapama, de onde vem um terço da água consumida na RMR, foi uma das mais afetadas. Está com apenas 19,7% de sua capacidade. O reservatório começou a operar em 2010, quando conseguiu atender a demanda de água da RMR, que é de 15 mil litros de água por segundo. Com o racionamento, a RMR vai voltar a receber 10 mil litros de água por segundo, a mesma quantidade ofertada antes de a barragem funcionar. “A seca bebeu uma Pirapama inteira.

Estamos com 12 milhões de metros cúbicos e, se for mantida a retirada de 3,5 mil litros por segundo, vamos correr o risco de deixá-la num nível muito baixo. Por isso faremos o rodízio”, explicou o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, Almir Cirilo.

O secretário comparou a situação climática atual com a vivida em 1999. A diferença é que, nesse ano, o racionamento de água foi de um dia para nove por falta de infraestrutura para armazenar e fornecer o recurso. O estado também está contando que as pessoas hoje têm mais capacidade para guardar e captar água (poços, caixas d’água e cisternas), e, por isso, não deverão sofrer tanto com o racionamento. “A maioria das casas tem reserva de água para até cinco dias”, disse o presidente da Compesa, Roberto Tavares. Além dos bairros da planície recifense, os que fazem limite ou estão próximos à capital também entrarão no esquema de rodízio. É o caso de Piedade e Candeias, em Jaboatão dos Guararapes.

Luis Nassif

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