FMI e Banco Mundial reagem positivamente ao banco dos BRICS

Jornal GGN – O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), nos quais EUA e Europa ainda têm o poder de decisão, parecem ter reagido bem à iniciativa de criação do Banco de Desenvolvimento com fundo financeiro dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul).
 
Segundo o FMI, os esforços de mobilização de recursos para infra-estrutura e desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento são passos importantes.
 
 
Para a instituição, o acordo é apenas mais um instrumento financeiro a um grupo de países que, no entanto, não substitui a natureza abrangente do FMI e do Banco Mundial. A existência de bancos regionais de desenvolvimento ou bancos para financiar projetos e fortalecer seu comércio entre as nações, até o momento, não invalidou a importância das instituições internacionais.
 
Por outro lado, a falta de atenção dada pela grande mídia nos Estados Unidos parece demonstrar um certo ceticismo em relação à novidade. Os especialistas locais têm visto o projeto dos BRICS com cautela, alguns chegaram a declarar que ” já viram isso antes”. Outros pontos de discussão entre os economistas americanos são as duas décadas previstas para que o banco abra seus negócios a outras nações, bem como o que chamam de “gap estrutural”  entre a China, segunda maior economia do planeta, e as demais nações. Eles acreditam que, pelo poderio econômico, a China deverá controlar tudo e ter uma posição dominante no fundo.

 
De qualquer maneira, a iniciativa deve acelerar a reforma em curso dentro do FMI para dar mais poder de decisão para as potências emergentes. Em 2010, foi alcançado um acordo para estender as contribuições dos países-membros e proceder a uma redistribuição do capital votante dentro da organização.
 
Atualmente, os quatro maiores países do grupo (Brasil, Rússia, Índia e China), juntos, respondem por 24,5% do PIB mundial, 11 pontos acima da contribuição de 13,4% representada pelas quatro principais potências econômicas entre os países europeus (Alemanha, França, Reino Unido e Itália). No entanto, estes têm uma quota total de voto do FMI de 17,6% contra 10,3% para os quatro emergentes.
 
Com informações da ABC, da Espanha
Redação

17 Comentários

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  1. FMI

    Nassif,

    Se o FMI e Banco Mundial saúdam a chegada do BRICS, o mesmo não se pode dizer de USA e Europa.

    As ações do NBD será bem observadas por todos, e a utilização das moedas correntes dos países envolvidos nos financiamentos acordados e nas negociações de comércio terá um efeito terrível na Casa Branca.

    Quanto ao tal “gap estrutural”, a China conhece o seu tamanho $$$, não precisa passar a régua nos sócios. Até aqui, quem tem o hábito de aniquilar os outros são os mandantes/assassinos de USA e Israel.

    É bem possível que venha a ocorrer um reequilíbrio na contabilidade interna do FMI, mas para depois de 2020. 

  2. O Acordo entre os BRICS e o TTIP

    Seria conveniente, como já foi alertado aqui, fazer uma análise a luz do TTIP – o Tratado ou  Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento é um acordo de livre comércio e investimento entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA) que está neste momento em fase de negociações. UE e EUA juntos, representam 60% do PIB mundial, 33% do comércio mundial de bens e 42% do comércio mundial de serviços. A Comissão Europeia estima que a PTCI impulsionará a economia da UE em 120 mil milhões de euros, e a economia dos EUA em 90 mil milhões de euros  e no resto do mundo em 100 € mil milhões de euros .

     Um artigo  de Ken Clarke para BBC alerta para as perdas para a Democracia que esse Tratado , se efetivo, provocará:

    http://www.theguardian.com/commentisfree/2013/nov/04/us-trade-deal-full-frontal-assault-on-democracy

    George Monbiot, The Guardian, de segunda 04 de novembro de 2013

     

    As negociações começaram em Julho de 2013 e prevê-se que o sejam concluídas em meados de 2016.

     

    De acordo com as notícias das negociações, eis o que está em causa para os países da União Europeia  :

    Proteção Ambiental: Diminuição dos padrões de protecção ambiental.   Autorização da exploração de gás de xisto (fracking) . Venda de produtos com químicos não testados.  Desregulação dos níveis de emissões no sector da aviação.

    Segurança alimentar: Concorrência agressiva das empresas agroindustriais dos EUA.  Autorização dos Organismos Geneticamente Modificados. Utilização de hormonas de crescimento na carne. Desinfecção de carne com cloro.

    Emprego: Falsas promessas de um aumento do número de postos de trabalho.  Aumento do desemprego em vários setores, não estando prevista a atenuação dos efeitos negativos da Parceria.  Diminuição dos Direitos Laborais e salários.  Aumento da precariedade.

    Saúde: Aumento da duração das patentes dos medicamentos, impossibilitando a venda de genéricos a preços mais acessíveis.  Serviços de emergência poderão ser privatizados.  Venda de produtos com químicos não testados.

    Liberdade e Privacidade: Tentativa de ressuscitar a ACTA. Violação da privacidade e liberdade de expressão.  Transformar os fornecedores de internet numa força policial de vigilância privada do sector empresarial.  Bloqueio de projetos de investigação.  Fortalecimento dos Direitos de Propriedade Intelectual.

    Serviços financeiros: Liberalização e desregulamentação dos serviços financeiros.  Maior participação do sector financeiro no processo legislativo. Maior liberdade na criação de novos produtos financeiros.  Maior facilidade de deslocação dos bancos para países com impostos mais baixos.

     

     

  3. Alfredo,entre China….

    e Estados Unidos, prefiro milhões de vezes a China, pela razão exposta no seu comentário. Mas duvido que estão dando pouca importancia, quanto ao déjà vu, seria de bom proveito que os que dizem isso, dissessem também onde e quando foi que já viram isso.

    1. China e BRICS

      Antono Edson,

      Entendo que não existem bonzinhos neste jogo.

      A China, por saber de seu poderio $$$ e contar com arsenal nuclear com dimensões provavelmente desconhecidas, apenas não precisa esmagar nenhum dos parcceiros menores do BRICS.

      USA, com seu projeto geopolítico em fase complicada há muitos anos, é que vê necessidade em pisar naqueles que o incomodam, e desde a invasão do Iraque passou a pagar um preço relativamente caro por isto.

      E, por parte de Tio Sam, na verdade do Bilderberger, ainda tem o pouco comentado TTIP, um tiro de canhão caso implantado conforme a quadrilha deseja, e você acha que China e Rússia ficarão a assistir calados esta verdadeira agressão que prejudicará a todos, que causará uma confusão infernal .no comércio internacional ?

      Um abraço

      1. Não, não acho

        que China e Russia se calarão. Assim espero pois já está na hora de EUA tomar uns goles de boa vodka. Envenenada. Grato pela resposta, são poucos os que se dão o trabalho,

  4. A mesma lenga-lenga de sempre..

    Difícil crer no apoio do FMI e do BM à criação do Novo Banco de Desenvolvimento – NBD, dos BRICS. Desde 2010, a redistribuição das cotas do Fundo entre os países membros, dorme em suas gavetas. Nada foi feito, e não creio que o farão agora. É ingenuidade acreditar que americanos e ingleses apoiarão uma instituição que alavancará a economia de 5 economias que lhe farão sombra mais a frente, aliás, já estão fazendo. Crer que o Ocidente vai apoiar o crescimento da Rússia enquanto tentam bloquear o país selvagemente. O PIB da China maior que o dos EUA, o que abalará mais ou menos dia, o decrescente prestígio de que gozam os norte-americanos, imposto pela fôrça. O Pré-Sal para os brasileiros, que permitirá que nos libertemos da perniciosa influência dos interesses imperiais dos EUA entre nós. O crescimento da influência dos sul-africanos sobre as minas de diamante da África do país, hoje em mãos estrangeiras. Ou os caminhos que a Índia escolher para si mesma.

    A tática imperialista é sempre a mesma. De um lado, minimizar e desdenhar dos feitos de seus inimigos usando punhos de renda. Do outro, ações clandestinas de desestabilizição de regimes, aliás, nem tão clandestinas assim. Só não vê quem não quer.

    Nassif esqueceu de citar o autor do post. Ou não quis assiná-lo.

     

  5. Eles sim, porem o Depto de Estado, não.

    Apesar da declaração um tanto quanto parcimoniosa e diplomática(como nem poderia ser diferente)do FMI e do Banco Mundial, sobre a criação do banco dos BRICS, o Depto de Estado, ou seja, o governo norte-americano, não pensa assim, tanto que “encomendou” a derrubada da aeronave que conduzia de volta a Moscou, da comitiva do Pres. Putin, e “deu com os burros nágua” literalmente, e agora, tenta culpar os guerrilheiros separatistas ucranianos, como os culpados, pelo incidente, que custou tantas vidas inocentes.

    Quanto ao BRICS, e seu banco, ele não representa apenas o desvencilhamento e o desgrudamento do “umbigo”do FMI, e do sistema financeiro mundial, ele representa, a mudança radical, de uma forma errada de dependencia, para uma nova e moderna forma de resolver seus problemas, com o uso das próprias pernas.

  6. Que percepção!
    O novo banco

    Que percepção!

    O novo banco foca no financiamento de infra-estrutura mas poderá ampliar seu raio de ação segundo o FMI e Banco Mundial. Não percebem o novo banco como concorrente se focado somente na infra-estrutura. E se o banco voltar-se para socorrer países estorquidos ou chantageados? Obrigados a seguir um receituário onde seus recursos sejam drenados eternamente apenas para pagar juros a rentistas? Obtendo novos empréstimos quando sua renda for insuficiente, se endividando cada vez mais? Fico pensando no tranco levado pelas agências de risco que atendem por encomenda.

    1. Nenhum banco desse tipo opera

      Nenhum banco desse tipo opera fora dos padrões mundiais. A CAF, que tem sede em Caracas, é um banco de fomento regional dos paises andinos, com excelentes padrões de analise, otimo rating, balanços auditados, não empresta dinheiro para paises irresponsaveis, como a Venezuela, apesar de ter sede em Caracas.

  7. Quero saber o que o BIS acha disto.

    Vamos esperar o BIS se manifestar.

    Mas este povo é ruim de largar o osso, assim duvido que aprovem e incentivem, apesar de ser a melhor estratégia.

    1. O que tem a ver o BIS com a

      O que tem a ver o BIS com a fundação de um novo banco de fomento com capital de US$50 bilhões a ser integralizado até 2020? Absolutamente nada.

      1. Faz parte do contexto onde estão o FMI e o BM, junto com os BCs

        Você é fundo mesmo em estruturas.

        Para que o Dólar tenha curso internacional ele depende da confiança, que é insuflada por esta estrutura que compõe uma unidade. Como o Bis é o sheriff da unidade, com certeza irá ficar preocupado com rachadura no então monolítico bloco que garantia a atual órdem financeira mundial.

        Mas lhe dando uma chance, porque achas que uma moeda fiduciária, fortemente manipulada como o Dólar continua circulando nas transações internacionais? Por favor, sem ingenuidades como porque o poderio militar americano força o seu aceite, desafio alguém do blog apontar uma única vez que foi preciso um soldado americano apontando uma arma para que se aceitasse dólares.

        O Dólar é aceito pela confiança que sua estrutura, dada pelos que o criam e nutrem, fornecem.

        Sem mais, nem menos.

        Assim a criação de uma estrutura paralela mais poderosa é uma ameaça ao poder do BIS.

  8. nunca vi um acordo tão

    nunca vi um acordo tão importante como esse  antes e por isso espero que haja maior equilíbrio economico e político mundial com essa idéia de incrementar o multilateralismo e, por tabela, afetar um pouco essa hegemonia norte-americana sobre o mundo,poder hegemônico que certamente não interessa à maioria dos povos…

  9. É impressionante a viagem na

    É impressionante a viagem na maionaise nesses comentarios. A China jamais irá contra a ordem economica mundial da qual ela é uma grande participante, as grandes companhias estatais chinesas estão em um acelerado processo de lançar IPOs nos EUA, eles fazem tudo dentro das regras, usando auditores e advogados de Nova York, buscam teer bom rating,

    o FMI e o Banco Mundial tem uma função de modelo historico que não tem desafiantes em outros pequenos bancos de fomento pelo mundo afora, o Banque Africaine de Development tem 101 bilhões de dolares de ativos e o Banco Mundial não ficou preocupado com isso.

    Quem acha que o Banco Brics vai mundar o mundo precisa tomar um banho gelado e cair na real.

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