A educação e seus cabeças de planilha

Na segunda-feira passada, o programa Brasilianas.org da TV Brasil foi sobre educação. Participaram o professor da Unicamp Reginaldo Moraes, o vereador do PSDB de São Paulo Floriano Pesaro – que ocupou uma das secretarias do MEC (Ministério da Educação) na gestão Paulo Renato de Souza, e o Secretário de Educação Básica do MEC Romeu Caputo.

Houve consenso sobre a importância de aprimorar o modelo federativo, com a União utilizando as verbas do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) para monitorar o ensino municipal e estadual; os avanços continuados no setor que eliminaram as influências políticas sobre a destinação das verbas; a importância dos indicadores de acompanhamento e da melhoria da gestão nas escolas.

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A roda emperra em alguns ângulos do gerencialismo – o modelo que pretende aplicar à educação métodos de avaliação de empresas privadas. Não pelo princípio em si, mas pela visão tosca e mecanicista de alguns dos gurus do gerencialismo.

Há anos, a “reengenharia” foi extirpada do universo das modernas empresas brasileiras. Consistia em assumir uma empresa, desconstruí-la, demitir os funcionários e começar do zero, em cima de indicadores fechados em cada departamento, sem visão de conjunto.

Mas é mantida no setor de educação como se fosse o estado da arte em matéria de gestão.

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Os avanços de gestão consagraram novos modelos:

1. Foco no cliente. todos os processos devem ser estudados a partir dos impactos no  produto final. No caso escolar, na melhoria do ensino dos alunos.

2. A conquista de corações e mentes. A base inicial é a estrutura de pessoal existente.  Devem ser convencidos, ouvidos, avaliados e participar da construção dos novos modelos.

3. Gestão colaborativa. O modelo da competição entre funcionários ou departamentos foi sepultado nos anos 90. Era corrosivo. Desde então, na partida os programas de gestão procuram definir a missão da empresa, incutir alma na corporação, e fazer as partes entenderem como contribuem para o resultado final.

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O modelo educacional brasileiro tem produzido pensadores de peso, como Cláudio Moura Castro, Simon Schwartzman, Fernando Haddad, o próprio Reginaldo.

Mas visões complexas da realidade não atendem ao marketing da notícia. O que vende jornal é o personagem que vende fórmulas mágicas e enganadoras.

É o caso Gustavo Iochpe, transformado em guru pela revista Veja, que apresentou como ideia salvadora a proposta de obrigar cada escola a exibir na porta o seu índice IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para que a competição se incumbisse do restante.

Ora, o ponto central de estímulo ao aluno, especialmente de baixa renda, não é a síndrome do videogame, mas a convicção de que, estudando, escapará da sina familiar de miséria. É essa a “missão” a orientar especialmente as escolas públicas.

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Nos anos 90, a então Fundação Cristiano Ottoni – dirigida por Vicente Falconi, um dos pais da moderna gestão no Brasil – buscou implementar métodos gerenciais mais sofisticados em uma escola pública da Pampulha, Belo Horizonte. O primeiro passo foi levantar a auto-estima dos alunos – chamados de “sopões” pelos alunos de escolas privadas – evitando comparações diretas com os colegas das escolas privadas, dada a enorme disparidade de condições entre ambos.

O segundo ponto foi o envolvimento de toda a comunidade – pais, alunos e professores –  tanto na definição dos currículos como na avaliação dos professores. Era um trabalho de convencimento, não de imposição; e trabalho coletivo, não de gabinete.

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Alguns anos atrás, a consultoria McKinsey assessorou Minas e São Paulo na implementação de novos modelos educacionais,  baseados na meritocracia. Minas foi bem sucedida; São Paulo, não. A diferença básica é que Minas fez um trabalho de convencimento dos professores; em São Paulo, a Secretária Maria Helena Guimarães de Castro  tentou enfiar goela abaixo dos professores. Tipo, “eu conheço o be-a-bá da gestão, logo eu tenho a força”.

Pesaro reconheceu os avanços do modelo participativo em Minas, mas disse que em São Paulo há enorme dificuldade porque: os professores são invencivelmente corporativistas; os pais de alunos não sabem avaliar as escolas; nem os alunos sabem.

Quem sabe se invente um dia um sistema escolar sem alunos, sem pais de alunos e sem professores.

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Na gestão Gabriel Chalita na Secretaria da Educação – primeiro governo Alckmin -, as escolas passaram a ser abertas em finais de semana, com reflexos positivos até no índices de criminalidade. Eleito governador, José Serra mandou fechá-las. Pesaro justificou a medida, alegando que eram utilizadas apenas para lazer.

Tinha-se o mais difícil para qualquer trabalho pedagógico: a comunidade reunida. Pouco importa se para utilizar as quadras esportivas, fazer bailinhos ou jogar truco. Houvesse um mínimo de inteligência pedagógica, o passo seguinte seria envolver a comunidade em projetos culturais, teatro, música. E, na sequência, na discussão do conteúdo escolar.

Jogou-se tudo fora, inclusive para impedir a ascensão política de Chalita.

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A visão de Pesaro foi rebatida por Caputo, que falou o óbvio: sem a adesão dos professores, nada se faz. Mencionou  exemplos concretos de como, desafiados, os professores souberam responder positivamente. Falou da importância de se canalizar o sindicalismo e o corporativismo para a busca de objetivos comuns, de melhoria do ensino.

***

As próprias dificuldades enfrentadas pelo Governo Federal nos programas de concessão, apontam para o óbvio: não se constroem políticas públicas duradouras sem o envolvimento objetivo de todas as parte.

Seria importante que a comunidade da Educação exorcizasse o setor dos vendedores de Bíblias e se dedicasse a uma discussão aprofundada sobre o modelo gerencial eficiente para melhorar a educação brasileira.

Redação

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  1. Modelo de mercado ameaçam a Educação

    Diane Ravitch, ex-secretária de Educação norte-americana fala sobre a falência da meritocracia no livro “Vida e morte do grande Sistema Escolar Americano”. Ravitch foi secretária-assistente de educação nos governos Bush (pai) e Clinton, além de líder do movimento para a criação de um currículo nacional – ela era uma grande defensora da meritocracia e dos testes padronizados (os provões) nas escolas de seu país, mas após trabalhar no governo, reviu radicalmente sua visão. O livro mostra como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a Educação.[1]

    Leia abaixo parte da entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, por Diane Ravitch[2]:

    “Por que a senhora mudou de ideia sobre a reforma educacional americana?
    Eu apoiei as avaliações, o sistema de accountability (responsabilização de professores e gestores pelo desempenho dos estudantes) e o programa de escolha por muitos anos, mas as evidências acumuladas nesse período sobre os efeitos de todas essas políticas me fizeram repensar. Não podia mais continuar apoiando essas abordagens. O ensino não melhorou e identificamos apenas muitas fraudes no processo.

    Em sua opinião, o que deu errado com os programas No Child Left Behind e Accountability?
    O No Child Left Behind não funcionou por muitos motivos. Primeiro, porque ele estabeleceu um objetivo utópico de ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014. Qualquer professor poderia dizer que isso não aconteceria – e não aconteceu. Segundo, os Estados acabaram diminuindo suas exigências e rebaixando seus padrões para tentar atingir esse objetivo utópico. O terceiro ponto é que escolas estão sendo fechadas porque não atingiram a meta. Então, a legislação estava errada, porque apostou numa estratégia de avaliações e responsabilização, que levou a alguns tipos de trapaças, manobras para driblar o sistema e outros tipos de esforços duvidosos para alcançar um objetivo que jamais seria atingido. Isso também levou a uma redução do currículo, associado a recompensas e punições em avaliações de habilidades básicas em leitura e matemática. No fim, essa mistura resultou numa lei ruim, porque pune escolas, diretores e professores que não atingem as pontuações mínimas.”

    Sobre seu livro, comentam Sara Badra de Oliveira e Rita de Cássia Silva Godoi Menegão:[3] 

    “Além dessa forma de privatização, os princípios empresariais são injetados no aparelho do Estado, que passa a utilizar um sistema de dados – os testes de múltipla escolha de habilidades básicas dos estudantes – como base para decisões de responsabilização, que envolvem recompensas e punições para escolas e seus profissionais, conforme atinjam as metas de desempenho.
    […]
    No entanto, a ebulição desses acontecimentos e de tantas evidências contrárias não foi suficiente para abafar o movimento de reforma empresarial, que adquiriu novo fôlego graças aos investimentos contínuos do setor filantrópico privado, às publicações acaloradas da mídia – como a do jornal Newsweek, sem contar o glamour agora conquistado em Hollywood com o lançamento do documentário Esperando pelo super-homem, em 2010.” 

    Paul L Thomas, antes um crítico de Ravitch na época em que ela promovia as mudanças nos EUA, escreveu um artigo intitulado “O Mito da Meritocracia vs. As Vantagens do Privilégio (Um Conto de Arrogância)”[4]. Paul afirma: “estou agora a considerar a necessidade de que todas as pessoas devessem ler os clássicos, especialmente os dramas clássicos, e vou nessa direção devido à completa e total falta de liderança em nossa democracia.”

    “Considere Édipo,”, segue Paul, “ele nos revela um homem hábil e experiente que não só sobe ao poder supremo, mas também acredita que ele mereça esse papel. Então, e mais pungente, Édipo expõe que, mesmo entre a elite, a arrogância (o que classicamente chamamos de “orgulho”, mas na nossa dicção contemporânea é melhor capturado pela “arrogância”) supera todo o mérito de uma pessoa, especialmente em um líder .

    Édipo sofre a tragédia de matar seu pai e casar-se com sua mãe, apesar de ter sido dito que isso ocorreria. Édipo não é apenas um mito ou mera ficção, no entanto, já podemos seguidas vezes como líderes não nos decepcionam em permanecer fiel às suas próprias ideologias, apesar das evidências em contrário.”

     

    [1]“Um apelo passional pela preservação e renovação da educação pública. O livro Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano é uma mudança radical de perspectiva, escrito por uma das mais conhecidas especialistas em educação dos EUA.

    “Diane Ravitch examina a sua carreira na reforma educacional e repudia posições que ela anteriormente defendeu firmemente. Baseando-se em 40 anos de pesquisa e experiência, Ravitch critica as ideias mais populares de hoje para reestruturar as escolas, incluindo privatização, testes padronizados, responsabilização punitiva e multiplicação irresponsável de escolas autônomas. Ela demonstra conclusivamente por que o modelo empresarial não é uma forma apropriada de melhorar as escolas. Usando exemplos de grandes cidades como Nova York, Philadelphia, Chicago, Denver e San Diego, Ravitch evidencia que a educação de hoje está em perigo.

    “Ravitch inclui propostas claras para melhorar as escolas americanas:

    – deixe as decisões sobre as escolas para os educadores, não para os políticos ou empresários;

    – construa um currículo verdadeiramente nacional que estabeleça o que as crianças em cada série deveriam estar aprendendo;

    – espere que as escolas autônomas eduquem as crianças que precisam de mais ajuda, não que concorram com as escolas públicas;

    – pague um salário justo aos professores pelo seu trabalho, não um “salário por mérito” baseado em pontuações de testes profundamente falhos e não confiáveis;

    – encoraje o envolvimento familiar na educação logo a partir dos primeiros anos.

    “Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano oferece mais do que apenas uma análise da situação atual do sistema educacional americano. É uma leitura fundamental para qualquer um interessado no futuro da educação americana.

    Diane Ravitch é professora e pesquisadora de educação na Universidade de Nova York e membro associado do Instituto Brookings. De 1991 a 1993, ela foi secretária-assistente de educação e conselheira do secretário de educação Lamar Alexander na administração do presidente George H. W. Bush. O presidente Clinton apontou-a para a Junta Nacional de Assessoramento Governamental, que supervisiona as testagens federais. Ela é autora e editora de mais de 20 livros, incluindo The Language Police e Left Back, e seus artigos apareceram em numerosas revistas e jornais. Nativa de Houston, Ravitch graduou-se nas escolas públicas de Houston, Wellesley College e Universidade de Colúmbia. Ela vive no Brooklyn, Nova York.”
    <http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=2648&gt;

    [2]’Nota mais alta não é educação melhor’
    O Estado de São Paulo, 02 ago 2010.
    <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nota-mais-alta-nao-e-educacao-melhor,589143,0.htm&gt;

    [3]
    Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação
    “[…]
    A infusão de ideias de mercado na educação pública é acompanhada pela injeção de grandes somas de dinheiro por poderosos empresários e suas grandes fundações, que assumem para si a tarefa de reformar a educação. Assim, a reforma abre suas portas para o domínio de profissionais de diversas áreas, sobretudo do meio empresarial, contribuindo para a desvalorização da profissão docente.
    […]
    Quando as pessoas são pressionadas a satisfazerem medidas limitadas de desempenho, suas ações irão concentrar-se obsessivamente nos aspectos que influenciam estas medidas, negligenciando os outros objetivos da educação e os aspectos qualitativos do trabalho que não podem ser mensurados.
    […]
    Desde o lançamento da primeira edição, surgiram importantes movimentos de resistência de vários grupos organizados, incluindo atores como pais e professores; escândalos emergiram apontando fraudes praticadas em grandes sistemas (como Nova Iorque), antes exaltados pelos reformadores devido aos seus “excelentes resultados”; e importantes pesquisas continuam a demonstrar a incapacidade das políticas de mercado em prover melhor educação para os estudantes, bem como 
    as distorções provocadas por elas. 
    […]”
    <http://www.scielo.br/pdf/es/v33n119/a17v33n119.pdf&gt;

    [4]Meritocracy Myth v. the Advantages of Privilege (A Tale of Hubris). 06 abr 2011.
    <http://www.dailycensored.com/meritocracy-myth-v-the-advantages-of-privilege-a-tale-of-hubris/&gt;

    1. comentário do artigo “Modelo de mercado ameaçam a Educação”

      Quanto à avaliação “Minas foi bem sucedida” na implementação de novos modelos educacionais a partir da assessoria da McKinsey, penso que é preciso demonstrar. A base pra afirmação é argumento de autoridade ou pesquisas sérias?

      1. Minas tem o melhor ensino
        Minas tem o melhor ensino básico do BrasilEstudantes do estado se destacam no índice que mede desempenho na educação básica. Nas primeiras séries do ensino, nota é a melhor do país, considerando conjunto das redes pública e privada Luciane Evans -Publicação: 15/08/2012 06:00 Atualização: 15/08/2012 07:10Minas Gerais tem a primeira rede estadual do país a atingir, nas séries iniciais da educação, nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conforme os dados de 2011, divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC). O desempenho fez com que o estado alcançasse a nota recomendada como padrão de qualidade, inclusive em países da comunidade europeia, superando o Ideb nacional, que foi de 5. Escolas municipais mineiras também se destacaram. Com a nota de 8,6, a Escola Municipal Carmélia Dramis Malaguti, de Itaú de Minas, com pouco mais de 15 mil habitantes, no Sul do estado, alcançou o mais alto Ideb do Brasil na primeira fase da educação. Na média, os alunos mineiros obtiveram 5,9 nas séries iniciais, o melhor desempenho do país até a 4ª série; 4,6 nas séries finais (5ª a 9ª); e 3,9 no ensino médio.

        1. nassif do céu, depois de

          nassif do céu, depois de chamar a presidentA Dilma de presidentE Dilma (sabendo que ela lê o seu blog com frequência) e agora elogiando o tucanato mineiro de onde surgiu toda a lenda apócrifa do mentirão… vão começar a chamá-lo de tucano, e com razão..

          1. Caro Snoopy

            A maior parte do dinheiro para melhorar a educação através do IDEB vem do governo federal, não podemos esquecer dos prefeitos, que tem um papel ainda mais importante que o estado.

  2. “é tudo mercado” mermão! educação bancária

    microconto para twitter e orquestra de 140 toques

    da vida que nos toca

     

    5.

     

    Aquela escola do descaso dos governantes não ensina nada de nada ou quase nada de nada. E o mais incrível: alguns alunos teimam de aprender!

     

    jc.pompeu, jun 2010

  3. Educação

    Positivo e propositivo o texto.

    O mais importante é harmonizar pais , alunos e professores para que durante o período da escola o professor transmita conhecimento, cultura e cidadânia e em casa o pai , convencido, ajude a orientar e fiscalizar este aprendizado.

    O marketing atual é dinâmico e efêmero, está sempre a buscar ídolos que vendam uma boa ideia e em profusão estas se tornam fúteis e desagregadoras das boas práticas.

    Estrannho a postura dos bons formuladores de política educacional e os políticos que deviam se interessar pelo bem estar da sociedade serem omissos e nada proporem para mudar o comportamento diário da população.. Anda circulando na internet um e-mail  interessante dizendo que no Japão as crianças passam 15 minutos diários arrumando o seu ambiente de trabalho; observa o e-mail que o celular não funciona ( ou não é permitido seu uso ) no metrô ou em outros transportes e lugares  públicos destinados ou que não devam ser perturbados com vozerios.. Estas pequenas regras  ou preocupações com a educação coletiva são exemplos que poderiam ser seguidos ou proppostos nas salas de aula, nos encontros da comunidade com o colégio nos finais de semana….

    Nestes dias uma  reportagem mostrava as barricadas de contenção na Barra e Jacarepagiá que evitavam ser despejados dejetos nas lagoas. Cisterna, colchão, tampa de vaso sanitário, garrafas, copos e latas de refrigerantes e cervejas, bandejas de isopor…..e a comunidade do entorno reclamando que as autoridades nada faziam e que os mosquitos e mal cheiro eram insuportáveis !!!!?????. Na reportagem mostrou-se que com frequência a órgãos públicos atuavam, mas por conta do mau costume das comunidades o problema não era minimizado.

    No passado, o Sujismundo personifica o mal-educado, o desligado que sujava o ambiente  e ao dizer o nome Sujismundo a carapuça entrava no infrator.

    Por que não mostrar a Coca-cola, a Skol, a Guaravita o quanto custa retirar do ambioente seus inservíveis e cobrar uma taxa que permitisse uma  limpeza ambiental em tempo real. Talvez estes fabricantes comecem a educar seus consumidores e desonerar o estado de arcar com custos que não deveriam ser seus e que por comodidade capitalista não é agregado ao preço do produto – que se dane o meio ambiente !

  4. Excelente discussão,

    Excelente discussão, Nassif.

    Os desafios da educação brasileira, a começar pela extensão da rede, não é tarefa para “cabeças de planilha” e diletantes como G. Iochpe. Aliás, a sugestão “inovadora” dele já é realidade há tempos em MG: todas as escolas públicas do Estado divulgam as notas do Ideb e Proeb-MG por meio de uma placa enorme afixada na entrada da escola.

    Acontece que só saber a temperatura que o termômetro marca não é suficiente para curar a febre do doente.

    Em MG, ao contrário de SP, há um trabalho intenso de formação de gestores e professores para melhoria da qualidade do ensino e elevação desses indicadores. Em muitos casos, o Estado, que tem mais estrutura, atua em regime de colaboração apoiando as Secretarias Municipais com recursos técnicos. Os resultados são mais visíveis em pequenos municípios. Há inúmeros casos (a serem estudados) de Idebs municipais com padrão finlandês, próximo de 8.

    Em SP, a ambição política J. Serra atrasou o desenvolvimento da educação. O impacto da sua incompetência será sentido pelo menos por mais uma década. Por questões políticas, boicotou sistematicamente TODAS as políticas propostas pelo Mec, na gestão Haddad. Além de destruir o Programa Escola da Família proposto por Chalita, cujo foco não era a melhoria do ensino, mas algo anterior a isso e igualmente prioritário: a promoção da cultura de paz e a valorização da escola como equipamento público de uso comunitário.

    A gestão Chalita trouxe pouca inovação, mas, no mínimo, ele tratava os professores com respeito e consideração, o que explica sua expressiva votação como vereador e depois como deputado.

    Em SP, há outro agravante abordado no post: o corporativismo destrutivo das associações sindicais, uma espécie de serrismo com sinal contrário. Há governo? Sou contra. E os alunos que se danem. Cheguei a presenciar um debate no Conselho Nacional de Educação em que o representante da Apeoesp posicionou-se, em nome da categoria, de forma veementemente contrária à proposta do Mec que estava em discussão, sem SEQUER ter lido o documento de referência.

    Concordo com a conclusão do post e digo mais: a solução da educação pública afeta toda a sociedade e não pode ficar restrita a pequenos guetos de especialistas na academia ou no movimento sindical. Muito menos a especialistas em gestão empresarial, sem nenhum conhecimento dos desafios do contexto escolar.

  5. E o salário ?
    Enquanto

    E o salário ?

    Enquanto professores, que são de nível superior, ganharem menos que burocratas de nível médio dos tres poderes e todos os entes federativos ficará muito difícil.

    1. E o salário, ó!

      Pois é Daniel, ganhando várias vezes menos e da mesma fonte pagadora!

      Essa de achar que Professor é sacerdote está na raiz de tudo. Professor, hoje, ou faz profissão de fé ou é visto lcomo um fracassado que não serviu pra outra coisa na vida. Qual é o aluno que vai respeitar? Todo mundo fala mal da escola: imprensa, pais, empresários, burocratas… educadores e especialistas! E querem que as crianças e os adolescenstes “adorem” a escola?!

  6. Ouve-se a todos, menos o professor

    Todo debate de educação sobre educação são ouvidos vários “especialistas”  de educação: administradores, advogados, jornalistas, engenheiros, médicos, políticos, professores universitários etc. Aquele professor que está  nas salas de aula das creches, das escolas públicas (ensinos básico, fundamental e médio) – verdadeiro especialista e autoridade sobre o assunto, não. 

     

    A questão não está no mérito, pois direcionar as ações para isso erram o alvo das reais causas. Um sistema como o do estado de São Paulo, onde não há reprovação, desestimula os imaturos alunos a se aplicarem nos estudos. Tenho familiares professores e eles relatam casos de alunos que chegam ao sexto ano sem ao menos salfabetizados – as escolas se transformam em depósitos de crianças. 

     

    Há fatores de ordem social, mas também há falta de infraestrutura (e ainda querem transformar tudo em ensino integral sem ao menos terem condições de atenderem adequadamente os de meio período), condições de trabalho insatisfatórias, desrespeito por parte de pais e alunos,  políticas públicas equivocadas, falta de conhecimento dos gestores de educação  e péssima remuneração. 

     

    O primeiro passo é valorizar o professor propiciando melhores salários. Sem remuneração compatível com a responsabilidade que esses profissionais possuem, será trololó falar qualquer coisa sobre “mérito”. 

     

    Em breve, aqui em São Paulo, teremos que ter um similar do Mais Médicos voltado para a educação, pois ninguém mais quer ser professor.  

     

    1. Do Sindute MG: A realidade da Educação em Minas Gerais

      A realidade da Educação em Minas Gerais

      http://www.sindutemg.org.br/novosite/conteudo.php?MENU=1&LISTA=detalhe&ID=5279

       

       

      Beatriz Cerqueira — Coordenadora-geral do Sind-UTE/MG Muito diferente do que diz o governo de Minas nas propagandas veiculadas na imprensa e também nas redes sociais, não é verdade que os educadores mineiros receberam adicional de desempenho.  Nesse vídeo, a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, explica que a categoria vive, desde 2003 (Governo Aécio), uma situação de flagrante retirada de direitos, numa manobra do Executivo de também esfacelar a categoria, dividindo os profissionais da educação. http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Owzd-gIo-Pg

  7. Nassif
    Uma correção.
    O bonus

    Nassif

    Uma correção.

    O bonus de mérito não foi criado nem implantado na gestão da secretária Maria Helena. Surgiu ainda no governo Covas, na gestão de Rose Neubauer. Talvez tenha tido mais publicidade na gestão dela.

    Quando a Maria Helena assumiu, ele já estava lá. O que ela fez foi mudar o modo de calcular (para melhor na minha opinião, ainda que eu seja totalmente contra a política de meritocracia).

    1. OH!

      Então para você um professor que consegue cativar os alunos e transmitir o conteúdo da matéria de modo que a turma tenha um excelente aproveitamento, deve receber o mesmo que outro que empurra com a barriga e não se preocupa com quem está sob a sua responsabilidade intelectual?

      Numa escala de 0 a 10 da qualidade de ensino, um merece 9 e outro 1, mas devem receber os mesmo vencimentos devidos ao PORCORATIVISMO? Na minha modesta e leiga opinião: a meritocracia deve existir não apenas para premiar financeiramente os melhores, mas principalmente para justificar a demissão dos piores!

      Educação é muito séria para ter como centro de decisão sindicalistas, militantes políticos e burocratas da administração.

      1. O sistema em que  uma parte

        O sistema em que  uma parte da remuneração ocorre por mérito é importante, porém no caso dos Professores é preciso muito cuidado na avaliação deste “mérito”. Nâo pode ser por aumento de notas em provas que o próprio professor aplique. É preciso se pensar toda uma forma adequada de premiação e principalmente de medição dos supostos méritos ou deméritos dos professores.

      2. Gerência capitalista…

        …não faz nenhum bem à educação. Pisei no chão da sala de aula e posso garantir. Estabelecer distinções e premiar por mérito é péssimo (mesmo em empresas privadas é!). A competição faz muito mal ao trabalho pedagógico. 

        TODOS os docentes – ou a maioria, ao contrário do que ocorre hoje – têm de ter condições de trabalhar bem; afinal, todos têm alunos sob sua responsabilidade em maior ou menor tempo. E, para isso, muito além de melhores salários e melhor gerência, são necessárias melhores condições de aprendizagem para os alunos e de trabalho para os professores, o que inclui suporte pedagógico adequado. Sim, o suporte pedagógico ora oferecido também é insuficiente.

        Quem tira leite de pedra em condições precárias deve ser parabenizado, mas isso não pode servir de justificativa para estabelecer meritocracia num sitema onde faltam condições básicas.

         

  8. Faltou comentar a desastrosa

    Faltou comentar a desastrosa gestão Claudia Costin na Secretaria da Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro que foi a raiz da mais longa greve de professores da cidade.  A aberração foi trazer de outro contexto uma Secretaria que

    nada tinha a ver com a cidade, logo em um setor que exige plena identificação da autoridade maxima do sistema com

    os professores e alunos. A Secretaria consultou especialistas do exterior para construir seu modelo, só esqueceu de conversar com os professores, do alto de sua auto suficiencia. Juntou a arrogancia dela com o autoritarismo do Prefeito, gerou um conflito absurdo que fez os alunos perderem o ano. Logo no Rio que tradicionalmente tinha um dos melhores sistemas escolares do Pais, com consistente boa avaliação e com um grande capital  de profissionais da educação.

    Há algum problema dos tucanos com o tema, eles intelectualmente sabem do valor fundamental da educação mas quando administram não costumam dar certo, só por exceção. Isso vem da visão economicista do modelo Paulo Renato, que via a educação como parte da economia e não como processo de aperfeiçoamento do homem e do cidadão. Quando Mario Covas asumiu o governo do Estado fechou o Baneser, estatal que mantinha a Guarda Escolar em todas as escolas publicas, tornando-as vulneraveis a traficantes e vandalos e colocou na Secretaria da Educação um desastre que manteve por oito anos e que introduziu a aprovação automatica e desmontou o sistema paulista que é o maior do Pais e tinha longa tradição de qualidade. Os Ginasios do Estado era melhores que os particulares e muitos alunos entravam em universidades dificeis sem cursinho.  Começou na gestão Cobas a meta quantitativa desprezando quanlquer preocupação qualitativa, o sistema tradicional era muito melhor até as administrações Quercia e Fleury, que respeitaram o modelo tradicional que vinha da Primeira Republica.

    Essa visão da educação como processo economico e não social impregnou as gestões tucanas, o pior é que mesmo uma educação puramente economicista precisa tambem de qualidade e não somente de estatisticas.

    1. Excelente comentário!

      Parabéns, Motta! Põe os pingos nos is. Entretanto, sem querer inocentar tucanos, que promoveram mudanças catastróficas, o colapso da educação pública paulista começa antes deles.

  9. O texto incorre no que critica…

    Gestao é necessária em qualquer coisa, mas nao é por aí que se vao resolver os problemas da Educaçao. 

  10. Sabia que ia aparecer uma cagada da Veja

    Essas soluções mágicas de gestão nem precisam aparecer na Veja para se saber que são caô, como se diz aqui no Rio.

    Nassif, não duvido que a gestao em Minas, mérito mais do Anastasia do que do Aécio, segundo voce, tenha sido eficiente. Voce mostrou os números. Mas simplemente não consigo esquecer que o cara é do PSDB.

    Para mim, a educação, e saúde também, é muito mais uma questão de política, ideologia mesmo, do que de gestão. Sou pela estatizaçao completa da educação e saúde. Iniciativa privada produz TV de plasma, carros e outros produtos de consumo. Educação não é consumo.

    A ideologia tucana é a privatização generalizada, muito acima de gestões estaduais e municipais. Portanto na hora do Aécio debater educação, isso tem que ser levado muito mais em conta do que eventuais acertos de gestão do Anastasia

  11. Olha, esses dados de que

    Olha, esses dados de que Minas tem a melhor educação do Brasil me assustam. Sou professorem Minas, apaixonado pela profissão. Mas desanimado com o descaso do governo, com a falta de envolvimento dos pais e o desinteresse dos alunos. “Tá ” f*d@! Até não duvido que a educação de Minas seja a melhor do Brasil. O que me causa apreensão é, tendo como parâmetro a educação mineira, a condição do setor em outros estados.

    No ensino médio lutamos com alunos que não dominam conceitos básicos e que não estão interessados em dominá-los. Os professores são praticamente obrigados a aprovar alunos sem condição, sob o argumento de que a reprovação causa traumas. Não acredito na reprovação, mas também não vejo benefícios na progressão automática. Temos alunos desinteressados porque sabem que no final a aprovação é certa. Outra coisa que me assusta é quando aplicamos as avaliações diagnosticas. A maioria dos alunos pega as provas, marca as questões de qualquer maneira numa espécie de loteria e são os resultados destas avaliações que colocam Minas no primeiro lugar do ranking da educação no Brasil. Sinceramente… não sei não.

    Outra coisa Nassif, se em São Paulo os professores são corporativistas, aqui em Minas os governos têm obtido êxito em dividir a classe. Não sei como funciona em outros estados, mas aqui somos efetivos, efetivados e designados. E o governo se vale das divisões entre os professores para enfraquecer os movimentos (decide nem reclamar do salário neste espaço).  

    1. Depoimento eloquente, Stanley!

      Se entendi bem e aí em Minas há professores designados politicamente atuando em sala de aula, nem é preciso dizer mais nada.

  12. Com todo o respeito ao

    Com todo o respeito ao interesse do Nassif, a grande frase do artigo é: “Quem sabe se invente um dia um sistema escolar sem alunos, sem pais de alunos e sem professores.” Esta é a chave. As escolas, como são feitas hoje, partem do princípio de que o professor vai forjar o futuro da criança, que professores ensinam, pais educam e alunos aprendem, tudo separadinho, tudo arrumadinho, cada um no seu lugar. Quem sabe se invente um dia (mas já foi inventada) uma escola em que professores aprendem, alunos aprendem e ensinam uns com os outros, pais de alunos aprendem e ensinam aos professores, professores aprendem uns com os outros, e em vez de preocupação com o mercado de trabalho vai haver a formação de seres humanos. Abrir a escola no fim de semana é o mínimo dos mínimos. Quanto mais leio dos especialistas, mais me convenço de que eles não sabem absolutamente nada. Menos foco no cliente e mais foco em gente.

    1. Comentário muito pertinente, Túlio!

      Muito além de toda essa discussão gerencial, é preciso pensar no modelo de escola que temos. E nossa escola, além de ultrapassada em muitos sentidos, está sucateada e superlotada, sem falar de outros problemas. Como educar seres humanos em condições tão adversas? Praticamente impossível. Acontece algum “milagre” aqui e ali, mas não queremos que a educação escolar seja um fenômeno excepcional, não é?

  13. A METODOLOGIA E O CONTEÚDO

    Em qualquer fórum que se discute educação só se fala em gestão, gestão, gestão, sem abordar o tema conteúdo e método de ensinar.

    Em meu modesto entendimento, não de um leigo no assunto, mas de um ex-educador, tenho plena convicção de que, se for aplicada uma metodologia de fácil compreensão na ministração de aulas (como aquela do beabá e da tabuada) e se se aplicasse um conteúdo de acordo com a realidade dos alunos, o ensino em nosso país entrará nos trilhos. 

    1. E condições para fazer isso, Gilson?

      Se vc já teve de trabalhar numa sala de aula de escola pública nas últimas décadas, vai entender minha pergunta. E não falo apenas de infraestrutura sucateada, mas de excesso de alunos por sala, falta de apoio pedagógico e por aí vai.

  14. Administração é dominação

    “Há anos, a “reengenharia” foi extirpada do universo das modernas empresas brasileiras. Consistia em assumir uma empresa, desconstruí-la, demitir os funcionários e começar do zero, em cima de indicadores fechados em cada departamento, sem visão de conjunto.

    Mas é mantida no setor de educação como se fosse o estado da arte em matéria de gestão.”

    Peralá, Nassif! Só na educação não!!!

    Ainda tem muita gente que ainda acredita em choque de gestão e estado mínimo e eles não desistiram.

    “Alguns anos atrás, a consultoria McKinsey assessorou Minas e São Paulo na implementação de novos modelos educacionais,  baseados na meritocracia.”

    Mas isso nem é o mais importante.

    Você conhece alguma teoria brasileira da administração – ou da “gestão”, ou do “management”, conforme o gosto do freguês – feita no Brasil, por brasileiros, para as condições brasileiras e baseada na história do Brasil?

    Eu não conheço. Nem a GV de SP e RJ, nem a FEA, a Unicamp e a PUC do Rio nunca fizeram.

    Temos muitos gurus da gestão, mas todos chupam as teorias americanas, européias e japonesas e tentam nos enfia-las goela abaixo.

    Algumas até servem numa ou noutra empresa.

    Mas o Estado não é empresa. Não tem dono – teoricamente – e tem uma quantidade de empregados e clientes que ninguém mais tem. Nem de longe. E uma legislação diferente, só pra ele.

    As teorias e técnicas de gestão ou administração são instrumentos de dominação. Elas seguem na frente dos projetos das multinacionais – sobretudo americanas – para uniformizar procedimentos e comportamentos úteis a elas. Nós vamos atrás.

    Elas começam invadindo as universidades, formando professores em Cornell, Harvard, Stanford, Princeton, Yale – você já ouviu falar de algum deles – e depois contratando seus alunos.

    Foi assim que nasceu a GV-SP e, na década seguinte, a Fundap de SP e, depois, a ENAP de Brasilia. Todas formadas por alunos egressos de universidades americanas e francesas.

    Quem quiser um choque de gestão pra valer tem que estudar mais antropologia e história do Brasil, e menos eletrotécnica.

  15. Floriano Pesaro

    Olá, Nassif e amigos do Blog!

    Lí todo o texto sobre o Programa Brasilianas.org abordando a Educação.

    Depois que lí, logo no início do post, o nome Floriano Pesaro, não consegui mais deixar de pensar nele ao longo de toda leitura.

    Isso porque se trata de um dos maiores “barra pesada” articuladores dos blogs difamatórios durante o pleito eleitoral de 2010.

    Agora pergunto ao Sr. Nassif: não obstante o fato de ele ser um conhecedor sobre o assunto Educação, ele ainda tem sangue nos olhos qdo se defende idéias de esquerda?

  16. Sobre meritrocracia:
     
    Tenho

    Sobre meritrocracia:

     

    Tenho um parente que mora no mesmo bairro desde que casou, lá está criando 3 filhos, os dois mais velhos estudaram com grande sacrifício num colégio particular com reputação de ser a melhor escola da região. Os dois garotos estudaram até o oitavo ano, o mais velho, e até o sexto o segundo, as notas eram as melhores possíveis, raro era uma abaixo de 7, isso deixava os pais orgulhosos. Uma virada da realidade fez com que eles comprassem uma casa, na mesma região, só que acarretaria mais despesas com transporte e tempo, os meninos foram para o novo colégio, também particular. Primeiro bimestre somente a nota de artes foi acima de cinco, todas as outras matérias vermelhas, como diriam no meu tempo, um terremoto se instalou na casa entãso se descobriu:

    Uma semana antes das provas havia uma prova ‘simulada’ com a devida correção oral, e na semana seguinte  a prova acontecia com as mesmas questões, mudando ordem, descrição de um mesmo o problema. Não que isso não possa ocorrer, tive professores que faziam isso, mas a prova era sobre o assunto, com a devida explicação oral de tudo que foi tratado, ou seja: uma revisão, nunca uma pergunta era repetida na prova pra valer. Lá não as crianças recebiam de volta a prova corrigida e com adevida resposta, ou seja era cola no final das contas.

    A gente tem uma mania de não ler manual de instrução. Vejam o que fizeram da progressão continuada no ensino de primeiro grau! Pegaram o que Mestre Paulo Freire propôs e fizeram só o título. Grosseiramente a coisa teria de ser assim: é quase um crime reprovar um aluno que ficou em geografia, por exemplo, pra que cargas d’água tem que assistir aulas de outras matérias de novo, assim como acontece nas faculdades,ele deve a matéria pro outro ano. Só que ficaram com o engodo da não repetencia, e ainda querem meritrocracia.

    Fala sério!

    Acredito que uma boa idéia, que já li aqui e em outros lugares, de se federalizar os professores públicos, todos seriam remunerados com salários dignos como o dos Mais Médicos, o que seria uma maravilha, já que temos professores nos rincões mais desvalidos deste país, sem nenhuma infra estrutura mas pondo seu quinhão pra sociedade!

  17. “Vantagem Comparativa”

    O pessoal muito chique que começou a falar que a educação é importante de outro dia desses pra cá é o mesmo que até há pouco se ufanava: “o Brasil tem mão de obra barata”. Trocaram o uísque pelo vinho e se mancaram que o empregado não saber manusear uma máquina nem entender uma ordem simples não é nem bom nem engraçado.

    Parabéns! Bom dia! Dormiram bem; em berço esplêndido!

    No entanto, os tradicionais defensores da educação como promoção do ser humano pelo cohecimento da ciência, da história e da cultura foram, são e serão alijados do processo. “Isso é coisa de ‘esquerda'”, pensam eles.

    Vale protestar, mas o pessoal de “esquerda”, não, estes têm que ser desqualificados a todo instante. Educação, no Brasil, é coisa de “esquerda”. Taí uma bela hipótese pra explicar a decadência do ensino público.  As fábricas de diplomas que o digam.

  18. A escola não é empresa

    A produtividade só pode ser avaliada quando o resultado final de aumento de produção ou a melhor qualidade de um determinado produto ou serviço depende exclusivamente do esforço e a dedicação de quem está sendo avaliado. No caso do professor isso torna-se totalmente inviável. Não basta o professor ser responsável, dominar o conteúdo, ser dedicado, esforçado, comprometido com a aprendizagem dos alunos, e, invariavelmente o resultado desse esforço produzirá uma melhora da educação, se pelo outro lado, ele precisa lidar com  alunos que não demonstram nenhuma interesse em aprender, se os país sequer comparecem à escola para saber como está  o desenvolvimento dos filhos, se fora da escola muitos alunos vivem em uma realidade cruel, como por exemplo as famílias que são destruídas pelas mazelas resultantes da escandalosa desigualdade social que assola o país, e que afeta diretamente o desenvolvimento estudantil de qualquer ser humano, é o pai que foi assassinado, e a mãe que abandona o filho, é a família que luta como um leão todos os dias mas não consegue garantir os mínimo necessário para viver com dignidade, é a impunidade que faz do bandido um herói e o trabalhador um trouxa, é o Estado que gasta mais com juros pagos aos agiotas internacionais do que com o  jovens estudantes brasileiros que são o futuro dessa Nação. Isso só para ficar em alguns exemplos de que não dá para jogar toda a culpa pela má qualidade do ensino apenas no professor e achar que criando mecanismos de avaliação irá melhorar a educação brasileira. A melhora da educação passa pela valorização do professor, pela participação da família na vida escolar do aluno e pelo compromisso do Estado em tratar a educação como prioritária e estratégica para o desenvolvimento do país, e não responsabilizar o professor por todos os erros cometidos pelo Estado e pela sociedade brasileira. O caminho para salvar o Brasil do analfabetismo e da má qualidade da educação passa pelo desenvolvimento de uma política educacional que vá além da escola, que estabeleça como meta a criação de uma rede de proteção social que tenha como prioridade os investimentos em áreas que efetivamente auxiliam na melhora educacional, tais como: esporte, música, teatro, cinema, entre outras. Uma das coisas que explicam a diferença de aprendizagem existente entre a escola pública e a escola particular no Brasil, está no fato de que os alunos das escolas públicas quando sai do ambiente escolar quase sempre não tem o que fazer. Já o estudante da escola particular ao sair da escola vai pra aula de música, de línguas, de informática, de teatro, ao cinema ou quem sabe para a natação. A diferença não está na escola ou no professor, até porque muitas vezes o professor que leciona na escola pública é o mesmo que leciona na escola particular, a diferença está no que o aluno encontra ou faz depois que sai dela. Talvez dotando as escolas de uma infraestrutura adequada, com professores valoriazados e com ensino em tempo integral seria um bom começo para superar mais rapidamente os obstáculos que a educação brasileira enfrenta.

     

  19. Fernando Haddad pensador de

    Fernando Haddad pensador de peso é dose…. durante sua gestão o percentual de analfabetos funcionais da universidade duplicou, só prá se ater a um índice….

    Faltou falar de quem iniciou o processo de avaliação das escolas, Paulo Renato.

  20. DO PORTAL G1

    ‘Me sinto uma rainha’, diz brasileira professora no país nº 1 em educação

    Formada pela UFBA, Luciana Pölönen dá aulas há três anos na Finlândia.
    País no Norte da Europa tem a melhor educação do mundo. 

    País com a melhor educação do mundo, a Finlândia tem entre os seus professores da rede pública uma brasileira. Luciana Pölönen, de 26 anos, nasceu em Salvador (BA), é formada em letras pela Universidade Federal de Bahia (UFBA) e se mudou para Finlândia em 2008, com objetivo de fazer mestrado. Desde 2010, compõe o corpo docente finlandês. No país do Norte da Europa, mais do que emprego, ela encontrou a valorização da profissão de lecionar.

    “Eu me sinto como uma rainha ensinando aqui. Ser professor na Finlândia é ser respeitado diariamente, tanto quanto qualquer outro profissional!”, afirma a brasileira, que se casou com um finlandês, tem uma filha de três anos, Eeva Cecilia, e está grávida à espera de um menino. “Aqui na Finlândia o sistema é outro, o professor é o pilar da sociedade.”

    A comparação com sua experiência escolar no Brasil é inevitável. “No Brasil só dei aulas em cursos, mas estudei em escola pública, sei como é. Sofria bullying, apanhava porque falava o que via de errado e os professores não tinham o respeito dos pais”, diz Luciana.

    Por quatro anos consecutivos, a Finlândia ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. Durante visita em São Paulo, na semana passada, a diretora do Ministério da Educação e Cultura, Jaana Palojärvi, disse que o segredo do sucesso do sistema finlandês de ensino não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia em sala de aula ou avaliações nacionais. O lema é treinar o professor e dar liberdade para ele trabalhar.

    Luciana aprova o método. Há dois anos dá aulas na Escola Europeia de Helsinque, capital da Finlândia, de nível fundamental e médio e há um ano leciona português em uma escola de ensino fundamental em Espoo, cidade próxima à capital. “Dou aula de português porque toda criança falante de duas línguas tem o direito ao ensino de uma língua estrangeira na escola. Ou seja, todos os filhos de brasileiros têm direito ao ensino de português como língua mãe.”

    Para conseguir a vaga, a brasileira passou por avaliação do histórico escolar da universidade, enviou uma carta pessoal em que expôs suas intenções, e enfrentou uma entrevista, uma espécie de prova oral feita em inglês.

    Com o trabalho nas duas escolas, Luciana ganha 2.500 euros, o equivalente a R$ 6.500. Luciana tem contrato temporário porque ainda não finalizou o mestrado, termina a dissertação no fim do ano, por isso há uma redução no salário de 15% e de tarefas extras.

    “Tenho total liberdade para avaliar meu aluno, tenho a lista de coisas de que ele tem de aprender até o fim do ano, mas como vou fazer fica a meu critério. Não preciso aplicar prova a toda hora, nem justificar nada para o coordenador”, afirma. “Temos cursos de aperfeiçoamento sem custo, descontos em vários lugares com o cartão de professor, seguro viagem, entre outros.”

    Para Luciana, os alunos aprendem porque há um comprometimento deles, dos pais e da comunidade. “Eles aprendem o respeito desde pequenos, a honestidade vem em primeiro lugar. As pessoas acreditam umas nas outras e não é necessário mentir. Um professor quando adoece pode se ausentar até três dias. Funciona muito bem.”

     

  21. Macro e micro ações

    A tentativa de racionalização da educação escolar não nos afastou da armadilha da pobreza. De alguma forma, até contribui para que a escola pública fosse vista como uma escola pobre para os pobres.
    Pobreza que torna os prédios escolares invariavelmente feios, mal ajambrados, inadequados mesmo a finalidade que tem;
    As salas de aula que se resumem a uma mobília mínima para os alunos se manterem sentados e um quadro (isso quando nem isso há);
    Ausência de biblioteca ou tê-la apenas como um depósito de livros;
    Falta, enfim, de espaços adequados para estudar que se revela de modo dramático na inexistência de instalações para permitir que os professores possam estudar e preparar aulas.
    E muitos outros itens de pobreza que podem ser relacionados, culminando com o baixo salário dos professores.
    Essa pobreza foi naturalizada. Dependendo do viés ideológico do “especialista” haverá os que, apesar das evidências dessa pobreza, acham que há recursos suficientes e, nesse caso, o problema é de “gestão”. Do outro lado, há os que afirmam que faltam recursos, mas esses não tem ideia de como superar a pobreza e por vezes acabam pregando soluções lineares que só vão manter as desigualdades ou até aprofundá-las..
    Não existe uma única e mágica solução. Mesmo dentro de um mesmo município (quem sabe até de um mesmo bairro) serão necessárias ações diferentes. Mas, sem superar essa visão naturalizada de pobreza não há como criar condições necessárias para ter educação pública de qualidade.
    Além dessa pobreza, imagino que é preciso um trabalho competente na ponta. Isto é, nas próprias escolas. Ministro, secretários de educação e suas respectivas equipes devem ser competentes. Mas, diretores e professores também. Afinal, é lá na ponta que as coisas acontecem (para o bem ou para o mau). Pode haver políticas públicas equivocadas que, por conta do trabalho dedicado de um diretor de escola, não causem dano a uma escola; da mesma forma que boas políticas podem não surtir efeito e escolas administradas de forma desastrosa.

  22. OPINIÃO:Exame da OAB na mira do Ministério Público Federal

    Brasília, 23 de outubro 2013

    OPINIÃO

    Exame da OAB na mira do  Ministério Público Federal 

    Todo câncer é difícil de ser extirpado

    ———————————–

    VASCO VASCONCELOS

     

    Um dos pilares da redemocratização do país é o Ministério Público, o qual foi consagrado pela Carta Magna Brasileira  em seu art. 127, como função essencial à administração da justiça. Possui missão primordial  de defender a ordem jurídica, os direitos sociais e individuais indisponíveis, tendo a natural vocação de defender todos os direitos que abrangem a noção de cidadania, que na exemplar  definição de Hannah Arendt, uma das mais célebres filósofas do século XX, significa “direito a ter direitos”.

     

    Em face dos abusos praticados pela Ordem dos Advogados do Brasil  – OAB e da Fundação Getúlio Vargas –  FGV,  com provas mal formuladas, questões dúbias, mal corrigidas  recursos não lidos e outros absurdos, quero saudar o  Ministério Público Federal  (MPF)  no Distrito Federal, na pessoa do Procurador Peterson de Paula Pereira, por ter entrado com uma Ação Civil Pública,  com fulcro nos artigos 127, caput, e 129, inciso II e III, da Constituição da   República Federativa do Brasil; e artigos 1° inciso IV; 2°, 3°, 5°, caput; 12 e 19 da Lei n°  7.347/85,  Lei Complementar n.º 75/93, em seu artigo 5º, após receber representações e abaixo-assinados de candidatos que se sentiram lesados,  pedindo anulação de dois itens do  X  Exame da OAB da prova prática de direito penal da segunda fase, sendo que o MPF, entendeu  que alguns itens controversos prejudicaram os candidatos, gerando prejuízos psicológicos e financeiros aos candidatos, enfim  que os candidatos recebam os pontos das questões.

     

    Todo câncer é difícil de ser extirpado e tratado. Há sessões de radiação que duram em média seis semanas; tratamento químico pesado, que causa fortes enjôos, queda de cabelo, fraqueza e indisposição. Situação  semelhante  ao câncer  (Exame da OAB), um exterminador de sonhos e empregos,  que já  perdura por dezesseis anos. Até agora todas as  tentativas de extirpá-lo foram em vão. Reaparece mais forte e resistente.  Não é à  toa que as mulheres têm medo do medo da recidiva). Assim como o câncer de mama, está na hora de o governo investir no desenvolvimento de terapias que impeçam o fortalecimento desse câncer,  (Exame da OAB),  tipo quimioprevenção.

     

    A propósito é preciso impor imites à OAB. Esses caras encantaram com o lucro farto e fácil  e não querem abrir mão da reserva de mercada e dessa  extraordinária  máquina de arrecadação (Exame da OAB), diga-se de passagem a qual só não foi banida do nosso ordenamento jurídico graças a dois  braços direitos da OAB, ex- Senadores Demóstenes Torres e Marconi Perillo, acusados com envolvimento com Carlinhos Cachoeira,  que rejeitaram a PEC nº01/2010 e o PLS 186/2006, que pretendiam abolir a escravidão contemporânea da OAB e na semana passada discípulos de tais políticos, por 308 votos dos picaretas  a 46 e 15 abstenções, rejeitaram a Emenda Parlamentar nº 00021/2013 do nobre Deputado Federal Eduardo Cunha – Líder do PMDB na Câmara dos Deputados,  apresentada junto à MP 621/2013 (Programa Mais Médicos), propondo abolir a escravidão contemporânea da OAB, ou seja o fim do caça-níqueis Exame da OAB,  permitindo a exemplo dos médicos, junto aos CRMs,  a inscrição automática dos Bacharéis em Direito (advogados), junto à OAB, sem nenhum tipo de tortura ou provas caça-níqueis. Foi uma derrota dos Direitos Humanos, isso porque a privação do emprego é uma ataque frontal aos direitos humanos.Assistir  os desassistidos e integrar na sociedade os excluídos.

     

    As raposas políticas  da Câmara dos Deputados, se curvaram para os mercenários da OAB, viraram às costas para sociedade, para os Movimentos Sociais, que exigem o fim dessa excrescência. Não sabendo elas os prejuízos incomensuráveis  que tal cassino vem causando à sociedade, com esses contingente de milhares de Bacharéis m Direito  (Advogados), desempregados sem condições de pagar o Fies, negativados no Serasa e SPC, todos devidamente qualificados pelo Estado(MEC), formados em Faculdades de Direito, autorizadas e reconhecidas pelo MEC com o aval da OAB, aptos pra o exercício  advocacia.

     

    Há dezesseis anos OAB, vem se aproveitando dos governos fracos, extorquindo e jogando ao banimento milhares Bacharéis em Direito (Advogados), qualificados pelo Estado (MEC), aptos para o exercício a advocacia. Observam senhores, taxas do ENEM apenas R$ 35, taxas do caça-níqueis Exame da OAB já chegaram a R$ 250 fiz reduzir para R$ 200, mesmo assim é um assalto ao bolso.

     

    Lembre-se por  causa de R$ 0,20 (vinte centavos), do aumento dos preços das passagens dos ônibus a população saiu às ruas  e deu no que deu. Há vários pedidos de audiência, dos Movimentos Sociais, junto à Presidência da República exigindo o fim dessa excrescência e a Presidente Dilma Rousseff finge-se de mouca, talvez por se tratar de Movimentos Sociais pacíficos, não tem interesse em conversar, não sabendo ela que as injustiças sociais, geram violências.

     

    Senhores OAB abocanha por ano, R$ 72,6 Milhões com provas calibradas estatisticamente não para medir conhecimentos e sim para reprovação em massa, para manter reserva pútrida de mercado, dizimando sonhos, de jovens e idosos gerando desemprego (num país de desempregados), sem transparência, sem retorno social, sem prestar contas ao TCU, causando fome, desemprego depressão, síndrome do pânico, e outras comorbidades diagnósticas, ou seja uma chaga social que envergonha o Brasil. A sociedade precisa saber pena que os jornais e revistas valem quanto pesa censuram as verdades. Não compete a nenhum sindicato avaliar ninguém. Art. 209 da CF diz que compete ao poder público avaliar o ensino. Não é da alçada dos sindicatos regulamentar leis. O Exame da Ordem não foi regulamentado pelo Presidente  da República. Não é da competência da OAB e de nenhum conselho de fiscalização da profissão legislar sobre condições para o exercício das profissões.  Art. 22 da Constituição diz: Compete privativamente a União legislar sobre ;(EC nº19/98) (…) XVI -organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões.

     

    O papel dos Conselhos de Fiscalização da Profissão, OAB, CRM, CRP, CRA,(…)  é  de fiscalizar, advertir  e punir exemplarmente , os seus inscritos, após o devido processo legal.

     

    Está insculpido no art. 5º inciso XIII, da Constituição, “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.  Art. 205 CF. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.  Art. 43. da LDB – Lei 9.394/96 “a educação superior tem por finalidade (.); inciso 2 – formar diplomados nas diferentes áreas. De acordo com o  art. 48 da LDB diz que os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.  O art. 29 § 1º do Código de Ética Disciplina da OAB (Das regras deontológicas fundamentais) “Títulos ou qualificações profissionais são os relativos à profissão de ADVOGADO, conferidos por universidades ou instituições de ensino superior, reconhecidas).

     

    Senhor Procurador – Geral da República, Doutor Rodrigo Janot, a  Lei nº 10.861, de 2004, que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes, NÃO possui nenhum dispositivo permitindo a interferência das corporações no processo avaliativo, este da competência exclusiva do MEC para as IES que integram o sistema federal de ensino.

     

    A própria OAB já reconheceu a inconstitucionalidade do Exame de Ordem. Depois do desabafo do desembargador Lécio Resende então presidente do TJDFT, Exame da OAB, ‘É uma exigência descabida. Restringe o Direito de livre exercício que o título universitário habilita”. O Desembargador Sylvio Capanema ex-vice-presidente do TJRJ, afirmou num jornal carioca, “As provas da OAB estão num nível de dificuldade absolutamente igual às da defensoria do Ministério Público e, se bobear, da Magistratura”, “Posso dizer com absoluta sinceridade que eu, hoje, não passaria no Exame de Ordem”. Dias depois ou seja, dia 13.06.2011 OAB por maioria dos seus pares, aprovou o Provimento n° 144/2011, dispensando do Exame de Ordem os bacharéis em direito oriundos da Magistratura e do Ministério Público. Pelo Provimento nº 129 de 8.12.2008, isentou desse exame os Bacharéis em Direito oriundos de Portugal, e com essas tremendas aberrações e discriminações tal excrescência é Constitucional?

    Se para ser Ministro do Egrégio STF basta o cidadão ter mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 CF)? Por que para ser advogado o bacharel tem que passar por essa cruel humilhação e terrorismo?

    Vejam senhores a incoerência da OAB. Para  ser advogado, provas infestadas de pegadinhas. (parque das enganações). Para ocupar vagas nos Tribunais Superiores, pasme, listas de apadrinhados?. 

     

    É vergonhoso saber que OAB e FGV além de usurparem papel do Estado (MEC) ainda se negam a corrigir com seriedade as provas da segunda fase do X caça-níqueis Exame da OAB. Uma excrescência tão grande que de acordo com o Blog Bocão News, levou o ex- Presidente da OAB/BA, Saul Quadros Filho em seu Facebook, a fazer duras críticas à empresa que organiza atualmente o exame da OAB. De acordo com Saul Quadros Filho, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) comete tantos erros na confecção da prova que é preciso urgentemente cobrar da instituição o mínimo de competência. (…) Segundo ele, a Ordem tem que ter um exame que não tenha abertura para falhas e consequente contestações, conforme tem ocorrido bastante nos últimos tempos. Além disso, o objetivo da prova não deve ser reprovar os candidatos, mas sim avaliar seu conhecimento. Portanto, o dever do Conselho Federal é cuidar da qualidade das provas ou então aposentar o exame. (…).No atual momento o Conselho Federal tem que ser solidário e não o algoz dos que “foram reprovados” pela FGV quando, na verdade, se tem alguém que merece ser reprovada é, induvidosamente, a própria Fundação Getúlio Vargas?, endureceu Quadros.?.(…)

     

    No próximo dia 28 de outubro, irá completar dois anos, do  julgamento que desproveu o RE 603.583 o ocasião em que o nobre Ministro do Supremo Tribunal Federal – STF,  Luiz Fux apontou que o exame da OAB caminha para a inconstitucionalidade se não forem criadas formas de tornar sua organização mais pluralista. Para Fux, manter a elaboração e organização do exame somente nas mãos de integrantes da OAB pode suscitar questionamentos em relação à observância, pela entidade, de princípios democráticos e republicanos. “Cumpre à OAB atender às exigências constitucionais de legitimação democrática da sua atuação, que envolve, entre outros requisitos, a abertura de seus procedimentos à participação de outros seguimentos da sociedade”, reiterou. Para o ministro, a forma como o exame é produzido atualmente é uma “falha” que acarretará, no futuro, “a efetiva inconstitucionalidade da disciplina do exame da OAB”.

     

    Que a Justiça Federal tenha pulso forte e não se humilha perante aos mercenários da OAB, julgando procedente a Ação Civil Pública em tela. Os conselhos de fiscalização profissional, posto autarquias criadas por lei e ostentando personalidade jurídica de direito público, exercendo atividade tipicamente pública, qual seja, a fiscalização do exercício profissional, submetem-se às regras encartadas no artigo no artigo 37, da Constituição Federal. Também está plasmado em nossa Carta Magna na,  o  Princípio da Infastabilidade da jurisdição, notadamente no art. art. 5º, XXXV,  “in verbis”: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (grifei).

     

    Apesar de, em regra, ser vedado ao Poder Judiciário o reexame de conteúdo de questões de concursos e exames públicos, a atuação da Justiça é permitida, e até mesmo necessária, para contornar ilegalidades praticadas pelo administrador. “In casu”  trata-se de corrigir decisão que destoa da legalidade e da razoabilidade”, haja vista que o comportamento da FGV e a omissão da OAB Nacional trouxeram prejuízos de ordem psicológica e financeira aos candidatos injustamente eliminados, além de comprometer o direito ao exercício da profissão.

     

    Como é cediço, o juiz deve colocar a sua atuação a serviço da cidadania, pretendendo construir uma sociedade que dignifique a pessoa, estimule a solidariedade, diminua as diferenças regionais, que colabore na erradicação da miséria, da pobreza e do analfabetismo” Urbano Ruiz. 

     

    Roga-se também a Presidente Dilma Rousseff, dar um basta na reserva de mercado da OAB, humanizando-a, criando o Programa  Mais Advogados, em face da reportagem especial do “Fantástico”, da Rede Globo, de 17/3/2013, que comprovou a falta de defensores públicos no Brasil. De cada dez comarcas no País, sete não têm defensor nenhum.

     

    Presidenta Dilma Rousseff, afaste de mim esse câncer (Exame da OAB). Os  Bacharéis em Direito (Advogados), exigem respeito e tratamento isonômico (art. 5º CF), (tratamento igualitário) ao Programa Mais Médicos (Medida Provisória- MP  nº 621/2013), que determinou aos portadores de diplomas de médicos inscrição automática junto aos  Conselho Regionais de Medicina – CRMs,  sem nenhum tipo de tortura e/ou provas caça-níqueis.

     

    Portanto, torna-se imperioso e urgente  Vossa Excelência em respeito aos Movimentos Sociais e ao Direito ao Trabalho insculpido na Constituição Federal bem como na Declaração Universal dos Direitos Humanos, editar urgente uma Medida Provisória, visando abolir a escravidão contemporânea da OAB. Fim do caça-níqueis Exame da OAB, uma chaga social que envergonha o país, revogando o inciso IV e § 1º do art. 8º da Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os Direitos Humanos agradecem.

     

    VASCO VASCONCELOS

    Escritor e Jurista                     

    BRASÍLIA-DF

    E-mail:[email protected]

  23. Falta  ouvir os alunos. O

    Falta  ouvir os alunos. O mundo mudou. O comportamento jovem evolui a progreção geométrica enquando a dos administradores em progressão aritimética. 

    O aluno atual não tem condições de se manter em uma sala com o mesm método de ensino de 10 anos. Simples assim. 

    A informação tem que ser ligeira, visual, e enxuta. Os longos processos não fazem parte da vida do aluno de hoje. 

     

  24. Fiquei desapontado:

    ao ler o título desse post, imaginei que Nassif fosse criticar as posições dos debatedores, que me pareceram tão cabeças de planilha como outros do passado. Tão cabeças de planilha que decidi parar de ver o programa no meio.  

  25. Número um: educação não deve

    Número um: educação não deve ser tratado como negócio e não deve ser gerida como empresa ou dentro de lógica de mercado.

    Número dois: o professor é o indutor da educação e deve ser municiado com serviços auxiliares.

    Número três: o aluno aprende na escola, com o professor,  mas é essencial a participação da família e da sociedade no ambiente escolar (na Austrália os parentes dos alunos fazem atividades de manutenção da escola – pintura, reforma de cadeiras, preparo de lanches – em regime de escala.

    Número quatro: o professor é um demandante/comandante de serviços auxiliares de aprendizagem (como fonoaudilogia, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, educação física, etc.) que interfiram no aprendizado do aluno (ainda mais agora com a necessidade de integrar crianças com necessidades especiais no mesmo ambiente escolar que os demais alunos).

    Numero cinco: a escola deve estar dotada de recursos materiais e humanos para se tornar atrativa para o aluno e para a sociedade.

    Número seis: a escola deve formar cidadãos, pessoas aptas a pensar e exprimir o pensamento, já o profissional (é outro departamento) surge com programas de aprendizagem e cursos técnicos (complementares á educão básica – fundamental e médio) e de graduação superior.

    Agora, o mais importante: salário atrativo e excelentes – as melhores no possível e impossível – condições de trabalho. O professor deve ser a atividade que conjugue melhores condições de trabalho e remuneração acima da média do mercado para atrair profissionais. Isso é, a sociedade deve ter um pacote de vantagens “para conquistar os corações e as mentes” dos professores, para, assim, eles estar apto a conquistar corações e mentes dos alunos com ferramentas educionais apropriadas. A persistir assim continuaremos sem atrair bons quadros (hoje não há mais interessados em lecionar nem Matemática nem Física – em suma, já falta professor) para formar o corpo docente do Brasil.

    Pode-se obter bons resultados num primeiro momento, mas sem condições de se obter melhorias constantes.

    As bases da educação estão previstas na Constituição Federal, nos art. 205 a 214. A reportagem – como comentário do Marcos Paulo – em entrevista do Portal G1 retrata bem isso. A professora brasileira leciona na Finlândia e se sente uma rainha – trabalha em duas escolas, ganha 6 mil reais por mês e é o pilar da sociedade. Missão: um programa Mais Professor.

  26. Gustavo Iochpe não pode ser

    Gustavo Iochpe não pode ser levado a sério ao falar sobre educação pública. Afinal, não sabe o que é uma escola pública, pois nunca esteve em uma. Nunca trabalhou, de fato. Sua profissão é herdeiro.

    Dizer que Cláudio Moura Castro e Simon Schwartzman são pensadores de peso a respeito do modelo educacional brasileiro mostra que o autor do texto não abandonou, ainda, de fato, seus heróis e mitos do passado, como J. Serra. Poucos fizeram tão mal ao sistema educacional brasileiro quanto Cláudio Moura Castro. A influência de sua visão privatista com a a ascensão tucana destruiu o pouco que se havia feito nos anos 80 para a construção de um sistema nacional de educação pública.  

    Educação pública é continuidade. Fernando Haddad é o contrário disso. Não há textos dele a respeito de educação pública, pois este não é e nunca foi seu tema de estudo. No MEC, foi um gerente, e deu soluções gerenciais emergenciais para questões que o governo ao qual servia julgava relevantes. Disso surgiu o REUNI, matriz da greve de docentes de 2012, com os enormes problemas que criou e cria, mas, principalmente, o PROUNI e novo FIES, que são as bases para a expansão e consolidação das grandes empresas vendedoras de diplomas, como o grupo Kroton, e a entrada definitiva dos grupos internacionais, como o Laurette, no país. Haddad consolida e aprofunda o modelo educacional criado por Paulo Renato e tucanos associados.

    O autor do texto fala sobre educaçao pública. Mas não cita o PNE, em debate no Congresso. Mostra, portanto, como o governo de plantão, a importância que dá ao esforço coletivo de construção de um sistema educacional que de fato seja público, com fontes de financiamento estáveis e independentes das vontades dos gerentes de plantão nos governos. A construção de um sistema educacional público de qualidade passa pela certeza do financiamento (10 % do PIB já); por salários atrativos; por planos de carreira atrativos; pela autonomia das escolas.

    1. Sergio, estou falando de

      Sergio, estou falando de gerencialismo e você me criticar por não mencionar o PNE. Se mencionasse o PNE você criticaria por não mencionar Paulo Freire. Mencionasse Freire, você me criticaria por não falar da Prova Brasil.

      Sabe como se chama a esse estilo na minha terra: cricri.

      Considere-se eleito o maior cricri do Blog pelo conjunto da obra (todos seus comentários tem esse mesmo padrão de implicância).

      1. O PNE é a principal ação

        O PNE é a principal ação gerencial, posto que a estratégia a ser seguida para os próximos dez anos. É o grande acordo nacional a respeito de como seguir neste período. Mas o PT, grande articulador do PNE da Sociedade Brasileira apresentado em 1999, não é o PT de 2013. Assim, a grande questão gerencial tática – financiamento – fica empacada. E o restante do Plano em conjunto.  

        Quanto à desqualificação da crítica, nada de novo: é só mais uma demonstração que J. Serra continua a lhe inspirar fortemente.   

  27. O que acham da afirmação abaixo.

    Nassif e leitores,

    Encontrei o texto abaixo num blog. Como não sou de Minas não sei se procede a crítica. Quem conhece, o que pode dizer?

    ‘Outro absurdo que ocorre em Minas Gerais. O Governo Aécio Neves/Anastasia criou o aluno-ser humano de segunda categoria, ou seja, os alunos do PAV (Projeto Acelerar para Vencer) e pasmem!, as notas desses alunos, que são alunos repetentes, com defasagem na idade série, com sérias dificuldades de aprendizagem, ah, A NOTA DESSES ALUNOS NÃO CONSTAM DAS ESTATÍSTICAS DAS PROVAS EXTERNAS: o governo mineiro não os considera alunos regulares da educação básica. Ou seja, esses alunos, e são muitos, com muitas salas de PAV espalhadas nas escolas do Estado, são impossibilitados de receber a mesma educação dos outros, porque fazem o ensino fundamental com apenas dois anos, sem reprovação alguma e, obviamente, para ajudar a fabricar a propaganda enganosa do governo mineiro, suas notas não entram no ranking das estatísticas que demonstram essa suposta melhoria de média da educação mineira no ranking nacional. Em outras palavras, a propaganda de Aécio Neves de que Minas Gerais possui a melhor educação do país, com base nos números que têm sido expostos na televisão, é uma fabricação tortuosa. Por que as notas dos alunos do PAV não entram nas estatísticas, Senhor Aécio Neves? Isso o senhor não diz em sua propaganda política. Minas Gerais é a melhor educação básica do país? Fala sério, Aécio Neves’

    fonte

    http://socialistalivre.wordpress.com/2013/09/19/minas-gerais-a-melhor-educacao-do-pais-fala-serio-aecio-neves/

     

     

     

  28. Gestão da educação pela ótica da qualidade – uma contribuição

    Resolvi aceitar a solicitação do Nassif a respeito da discussão de um modelo de gestão para a educação.

    Do pouco que aprendi no curso de pedagogia, sei que esse é um assunto para o qual já existem inúmeros e profundos trabalhos publicados. Inúmeros, profundos e inúteis, se considerarmos alguns resultados da nossa educação encontrados na imprensa.

    Ainda assim, segue minha pequena contribuição em relação aos três tópicos propostos – Foco no Cliente, A conquista de corações e mentes e Gestão colaborativa – baseada em noções de gestão da qualidade.

    Foco no cliente.

    Aqui a questão é muito mais complexa do que a simples expressão “foco no cliente” pode parecer.

    Começa-se por definir quem é o “cliente” dos processos de educação.

    O cliente é o aluno? O cliente é a família do aluno? O cliente é a sociedade? Ou cliente são os três?

    Por que isso é importante? Porque é a partir da identificação do cliente que se passa à etapa seguinte, ou seja, quais as necessidades e expectativas desse cliente que se pretende atender com o sistema de educação. Os três são clientes e cada um desses clientes tem necessidades e expectativas diferentes, ainda que complementares.

    Para tornar a situação mais complexa, dificilmente poderemos perguntar para os dois primeiros – aluno e sua família – quais são seus requisitos. Como faríamos? Através de uma pesquisa de mercado, como as empresas fazem antes de desenvolverem um produto para seus clientes?

    Logo, como os interesses desses dois partícipes do processo necessariamente devem ser levados em consideração na formulação de um modelo educacional, mas não há como serem questionados diretamente, então, serão necessárias fontes indiretas de informação. Quais seriam? Quem poderia criar um conjunto aceitável das necessidades e expectativas dos alunos e das suas famílias?

    Cientistas sociais, pedagogos, psicólogos sociais, ONGs voltadas para esse público e assunto, seriam algumas dessas fontes.

    E quanto à sociedade? Quem estabelecer esses requisitos estará estabelecendo o tipo de cidadão que este país estará formando.

    Aqui não vejo outra saída que uma decisão política. Mas será o governo de plantão que tomará essa decisão? Se não este, mas também este, quem seriam os outros a estabelecer os requisitos educacionais em nome da sociedade?

    Que tipo de cidadão queremos?

    A educação básica – fundamental e médio – forma o cidadão.

    Em relação ao ensino fundamental, considerando o nível de informação contido na internet e o quanto as crianças tem contato com ela desde antes da escola, é necessário passar conteúdo ou competências necessárias para que o aluno aprenda a aprender?

    No ensino médio, muito se fala na necessidade de formarmos para o trabalho, a educação de segundo grau deveria ser eminentemente técnica, profissionalizante. Se adotarmos essa visão, estaremos formando cidadãos para serem empregados. E se optarmos por formarmos cidadãos empreendedores, que tipo de conhecimento, habilidades e atitudes que deveríamos desenvolver nos alunos?

    Por que não ensinamos matemática financeira básica no ensino médio?

    Entender como se formam os juros que pagamos em qualquer financiamento e quais são e como são calculados os impostos e suas alíquotas formaria que tipo de cidadão-consumidor?

    Por que não temos uma cadeira de ensino chamada “direitos da cidadania” que englobasse história, geografia, ética e legislação – código de defesa do consumidor e direitos constitucionais, por exemplo?

    Por que não temos uma cadeira de ensino chamada “saúde e meio”? Tal cadeira poderia tratar conceitos das atuais ciências, mas também meio-ambiente e seu impacto na saúde pública. Química, mas também sobre aditivos e conservantes alimentícios, higiene pessoal e algo de cosmetologia (afinal, meu cabelo estará mais “alimentado” com o xampu de jojoba, de mel ou de mamão, já que cabelo não tem boca?) e também sobre dependência química. Corpo humano, mas também reprodução, meios contraceptivos e DST. Física, mas também o que ocorre com os passageiros de um carro quando este bate a 80 km/h em um poste; algum de nós aprendeu a calcular isso nas aulas de física quando estudamos as fórmulas de trabalho em cinemática?

    Imaginado como seria um jovem chegando à maioridade com esses conceitos, imaginamos o cidadão que teremos e suas reivindicações em relação a saneamento básico e transparência das indústrias com respeito à sua comunicação com os consumidores.

    E por aí vamos, mas definir tais requisitos é o primeiro e mais importante passo para se estabelecer uma política de educação.

    A conquista de corações e mentes.

    Vejo muito das escolas públicas como um depósito de crianças e jovens. Aliás, reflexo disso e a “progressão continuada” aqui em São Paulo que, apesar do embasamento conceitual pedagógico quando da sua adoção, tornou-se em muito uma forma de isentar o corpo docente da responsabilidade em relação aos resultados obtidos pelo corpo discente.

    Para o resgate da escola como agende da socialização e formadora da cidadania será necessário estabelecermos o papel, os direitos e responsabilidades de cada um dos envolvidos no processo ensino e aprendizagem.

    Eu, particularmente, entendo que todo o esforço educacional é um investimento que a geração atual faz na geração futura para que essa construa um mundo melhor e para que possa cuidar de si mesma, da geração que criará e da geração atual quando esta não tiver mais forças para se manter.

    Sendo assim, cada partícipe, aluno, família do aluno, corpo docente, sociedade e governo, tem papeis e responsabilidades e deverá ser cobrado pelo uso eficiente dos recursos escassos colocados nesse investimento. Já que esses recursos, por escassos, farão falta à outra área que deles não se beneficiaram.

    Definido os papeis e responsabilidades de cada partícipe, todos os meios de comunicação social devem ser mobilizados no sentido da conscientização da sociedade em relação a eles. A partir daí, é a pressão social que cobrará o cumprimento deles.

    A sociedade deve entender que tem o direito e o dever de cobrar da família de uma criança a presença dessa criança na sala de aula. Criança na rua é um desperdício dos recursos e da prontidão à disposição dela nas escolas.

    A sociedade deve cobrar de um aluno o comportamento, assiduidade e dedicação adequados à aprendizagem. O quanto aprenderá não lhe pode ser cobrado, já que depende de vários outros fatores além de seu controle. Muito pouco pode ser cobrado de uma criança de 6 anos, aqui o papel principal é da família, porém, isso muda com a idade e um aluno de 18 anos, sem dúvida, pode e deve ser cobrado enquanto beneficiário do esforço e dos recursos da sociedade como um todo.

    A sociedade deve cobrar o corpo docente pela gestão da escola e, dentro dele, o professor pelo desenvolvimento dos conteúdos. O magistério exige, no mínimo, o mesmo profissionalismo cobrado de qualquer outro segmento da economia.

    A sociedade deve cobrar dos governos a disponibilização das diretrizes e dos recursos necessários, bem como da avaliação e publicação do desempenho do sistema educacional.

    A sociedade deve cobrar a si própria quando não fizer todas as cobranças anteriores.

    Definir papeis e responsabilidades, direitos e autoridades é fundamental para a gestão, mas nada disso é o suficiente sem a devida responsabilização.

    Em uma sociedade onde executivos falam ao celular enquanto dirigem seus SUVs importados ou onde nada dizemos ou fazemos quando alguém jovem e saudável estaciona seu carro em vaga de idosos ou deficientes, a responsabilização é um aspecto que ainda precisa ser muito melhorado. Neste caso, a escola é reflexo da sociedade.

    Gestão colaborativa.

    A legislação já define suficientemente as obrigações de cada ente federativo – governos federais, estaduais e municipais. O problema é a compartimentação. Onde cada um faz a sua parte sem uma ideia do todo, a soma das partes é menor do que o todo.

    Estabelecido os dois princípios anteriores – Foco no Cliente e A conquista de corações e mentes – será necessário definirmos os fóruns oficiais de planejamento e monitoramento integrados do sistema educacional.

    Sinergia e gestão de interfaces são a chave para evitar a duplicação de esforços para um mesmo resultado.

    Já temos vários indicadores – SARESP – Prova Brasil – ENEM – PISA. Mas em que fóruns esses resultados são analisados, em que alimentam uma política única de desenvolvimento dos talentos nacionais. Desenvolvimento de talentos não é um dos sinônimos de educação?

    O problema aqui são a falta de experiência em trabalhos integrados entre as três esferas do executivo e, principalmente, os interesses partidários.

    São Paulo já perdeu muito devido ao PSDB na governança do Estado não aderir às ações iniciadas pelo PT no governo federal e ter um programa próprio como em um governo paralelo. 

    O conceito “glocal” – objetivo global com ação local – já é bem conhecido no campo da administração de empresas. Mas mesmo nelas, pouco praticado.

    Temos maturidade política suficiente para um planejamento estratégico integrado?

     

  29. Saúde

    Nassif,

    Gostaria de compartilhar que o mesmo vem ocorrendo com a saúde pública, superdimensionando indicadores e modelos de gestão, que entendia como oriundos da iniciativa privada. Agora vejo que podem ser entendidos como ultrapassados também na gestão privada. Profissionais de saúde que seguraram o SUS e o que restou de seu desmonte, são desconsiderados e bypassados. Construção coletiva passa longe e o desestímulo a criar e manter vínculo e engajamento é total. O fato do setor movimentar grandes somas de dinheiro e interesses diversos não pode servir para desumanizá-lo. Salvo interpretação equivocada minha, os cabeça de planilha também estão por essa área, com suas PPP, OS…

  30. Minas melhorou?

    Nassif, procure uma escola pública estadual mineira típica ( não as ‘ modelos’ ), na hora do recreio, fique atrás da porta, ouvindo os professores dizendo: falta cinco anos para terminar minha pena neste presídio… Concurso que não aparecem interessados, concursados abandonando cargo… será que em Pouso Alegre é diferente, e eu não sei?

  31. Valorização do professor

    Prezado Nassif,

    Acho que ficou faltando – o que não é demérito, pois um texto curto não pode abordar tudo – um item nos modelos de gestão:

    1. Foco no cliente.

    2. A conquista de corações e mentes.

    3. Gestão colaborativa.

    4. Valorização dos profissionais envolvidos.

    E valorização não é só salário. Inclui acesso à capacitação e abertura à participação e à inovação vindas e criadas a partir dos profissionais. Sem deixar de lado o salário digno, que permite que trabalhadores identificados com sua missão sobrevivam e prosperem profissionalmente.

    Mas deploro a inclusão de Cláudio Moura Castro como ‘pensador de peso’ na educação. Só se for peso para ajudar a afundar o navio educacional. As mudanças sugeridas por ele e implantadas no ensino técnico foram desastrosas e típicas de um ‘cabeça de planilha’. A pretexto de tirar das escolas técnicas os alunos que as utilizavam como trampolim para a universidade, as modificações que separaram o ensino técnico do ensino propedêutico esvaziaram as escolas técnicas.

    Esta questão do ‘trampolim’ perdeu a importância quando o motivo principal caiu: o mercado de trabalho melhorou, os salários dos técnicos aumentaram e a porcentagem dos garotos que vão para o mercado de trabalho é cada vez maior. Mais do que isso, minha opinião de ex-aluno de escola técnica é que a Universidade poderia formar alunos egressos de escolas técnicas em muito menos tempo, desde que o aprendizado prévio fosse levado em conta. Exemplo: um técnico químico fazendo química geral na faculdade é de morrer de tédio, como eu mesmo comprovei. As análises de Cláudio Moura Castro neste aspecto sempre foram distorcidas e rasteiras e julgo que ele nunca ouviu os profissionais do setor, ou seja, os professores do ensino técnico.

    Minha sugestão ‘gerencial’ para os setores tecnológicos seria ter mais cursos de qualidade em que os bons alunos pudessem trabalhar. As universidades federais só muito recentemente passaram a ter cursos noturnos contemplando as carreiras mais procuradas. Outra sugestão já mencionada: levar em conta a formação técnica anterior do aluno, talvez acelerando a aprovação em matérias por meio de provas teóricas e práticas, ou mesmo certificando as escolas técnicas que dessem essa formação, de forma que o aluno técnico se formasse em menos tempo nos cursos correlatos. Melhorar intensamente a formação em matemática e português no ensino fundamental é mais do que obrigatório, para permitir que mais alunos consigam preencher o número crescente de escolas técnicas. A expansão do ensino técnico é e foi acertada, mesmo que passível de críticas, como quando escolas ‘técnicas’ foram inauguradas e passaram alguns anos funcionando sem ter laboratórios (!). Eu vi isso acontecer. Mas isto me leva a pedir mais escolas COM laboratório, e nunca me leva a dizer que não deveria haver mais escolas per se.

    Gostaria muito (muito) que o piso nacional fosse respeitado fora da esfera federal. Enquanto isto não acontecer – isto é, enquanto o salário e o professor não forem respeitados – fica difícil melhorar a educação. E este é só o primeiro passo.

    Falei muito do ensino técnico, pois é onde milito. Não queria divagar no que não conheço bem. Mas também reconheço que ficar na esfera federal nos ajudou muito.

    Abraços

  32. Uma análise das falácias no último texto do Gustavo Ioschpe

    Uma análise, encontrada em uma página no Facebook, das falácias encontradas no último texto do Gustavo Ioschpe. Sua defesa fundamental é a de considerar um equívoco as reivindicações pelo aumento salarial por parte dos professores brasileiros …

  33. José Serra, sem

    José Serra, sem comentários.Quanto aos defensores das reengenharias, do mercado, da competição,etc,etc.Só um pequeno exemplo da sua “sabedoria”.A bíblia deles não cansa de arrotar, ” O Brasil precisa de mais matemática e menos filosofia”.E quanto a competição, devem estar satisfeitíssimos com a violência urbana.Ou eles pensavam que alguém que vem de um ambiente desestruturado vai competir numa feira de ciências?

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