A ausência do Planejamento Urbano em São Paulo

Por Gilberto

Pecamos nas escolhas e, dilema constante da cidade, esbarramos na falta de recursos. Hoje, o presidente da FIESP de olho no governo do estado, ajuda a manter este dilema histórico. Falta visão estratégica e sobra demagogia em anos eleitorais. Como oferecer soluções, para uma cidade com um orçamento restrito? 

Foi à partir  do final dos anos 70 que inauguramos, aquelas que eu chamaria, de avenidas inacabadas. Nestas, a questão do entorno foi totalmente desprezado. É o caso da Bandeirantes, das Marginais, e das mais recentes como a Roberto Marinho,  Roque Petroni Junior, Jacú Pessego, etc. Comparem estas avenidas com a Nove de Julho, 23 de maio, parte da Rubem Berta, Sumaré. Foram esquecidas as obras auxiliares, paisagismo, tratamento de muros de arrimo, paineis decorativos, enfim, a urbanização do entorno.

As novas avenidas são os chamados não lugares, na ótima definição de Marc Augé. Pistas asfaltadas que ligam objetivamente um lugar ao outro, sem a menor preocupação com o entorno. Obras realizadas com maus projetos e entregues com prazos eleitorais.

Deixo abaixo uma lembrança, de como Prestes Maia sonhava a cidade nos idos dos anos 20, 30 e 40. Os desenhos são de sua autoria. É, ele já pensava no metro nesta época… Mau político, mas sem dúvida um visionário.

Verificamos, na atual gestão, uma tentativa de mudança deste paradigma. A classe política entretanto reage, principalmente em anos eleitorais. Pequenos avanços foram conseguidos, como a nomeação dos Conselhos participativos (que estava emperrado desde o recurso contrário acolhido, durante o governo Marta Suplicy). Foram necessários recuos também, como no caso recente dos novos corredores de ônibus. Haddad entretanto mostra maior capacidade política de negociação que Prestes Maia.

 

Redação

8 Comentários

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    1. As prefeituras se baratearam

      As prefeituras se baratearam demais, em excesso.  Acho que eh isso.  Elas atendem caciques locais e eh praticamente so isso mesmo.

    2. Conhecimento de causa

      Evandro,

      Conheço outras cidades brasileiras, mas moro em São Paulo e por isto conheço seus problemas mais de perto.

      Por ser a maior cidade brasileira suas práticas influenciam, para o bem e para o mal, as políticas de outras cidades menores. Daí a minha crítica.

      Por último, não desculpo meus erros por existirem outros que também os cometam. 

       

       

       

      1. Caro Gilberto, vou falar sem

        Caro Gilberto, vou falar sem conhecimento da realidade, apenas suposição: Há um Ministério das Cidades que, acho eu, sabe que 99% de nosss cidades não possui pessoal qualificado para geri-las, quiçá planejá-las. Se há algum projeto, ou semelhante, para orientar as prefeituras bem que poderia torná-lo público. O que já vi só mostra que estamos em uma selva.

  1. Plano Diretor

    O Estatuto das Cidades estabelece que municípios com mais de 20.000 habitantes deve ter Plano Diretor, uma das peças do Planejamento Urbano.

    Pessoal Técnico há: basta ver a quantidade de profissionais de Arquitetura formados todos os anos e escritórios em busca de trabalho.

    Concordo que em grande parte desses municípios não deve haver pessoal capaz de gerência ou vontade de implantar algum tipo de planejamento.

    Aí vai da capacidade de organização e vontade dos moradores em busca de melhor qualidade de vida urbana.

    Mais um motivo para a urgente implantação de consórcios municipais.

  2. Uma sugestão para começar o planejamento urbano de Sampa.

    A foto acima é um bom começo.

    Brincadeirinha de lado, Gilberto, espero que não se ofenda, pois recomendo o mesmo para qualquer mega-conurbação. É por isso que me limito a visitar o meu Rio de Janeiro; ele continua lindo lá, mas eu aqui.

    Reproduzo a seguir um trecho de artigo – desculpe-me mais uma vez, mas vai em castelhano mesmo, o artigo é longo e não tenho tempo de traduzir – as impressões de alguém que visitou Sampa recentemente, comparou a uma metrópole européia que conhece bem e também acha inviável, apesar dos seus problemas serem bem menores do que Sampa.

    Um abraço e bom proveito da lição do artigo:

    ¿CUÁNDO ES HORA DE SALTAR? IMPRESIONES DESDE SAO PAULO.

    Publicado: 27 noviembre, 2013 | Autor: | Archivado en: Uncategorized |11 comentarios

    Mi última visita por motivos familiares a Brasil, a la ciudad de Sao Paulo, me ha hecho reflexionar profundamente sobre la concepción, modelo de crecimiento, urbanismo, habitabilidad y sobre todo la sostenibilidad o la falta de ella de als grandes ciudades o núcleos urbanos de población, de las que Sao Paulo es toda una referencia.

    Se dice, en el cuento de la rana y la olla de agua hirviendo, que si se echa una rana a una olla con agua hirviendo, ésta salta inmediatamente hacia afuera y consigue escapar de la olla sin siquiera quemarse. Pero si ponemos agua en la olla a temperatura ambiente y echamos una rana, ésta se queda tan fresca dentro de la olla. Y si a continuación, comenzamos a calentar el agua poco a poco, la rana no reacciona bruscamente sino que se va acomodando a la nueva temperatura del agua hasta perder el sentido y finalmente morir literalmente hervida.

    La rana y la olla

    Figura 1. La historia o el cuento de la rana en la olla.

    La siguiente, es una breve reflexión de una pequeña rana que ha caído casualmente de golpe en la cacerola con agua ya muy caliente y se siente algo escaldada, pero que ve millones de ranas flotando rutinariamente en el caldo crecientemente caliente de la cacerola. Oyó a muchas ranas croar que la situación se estaba haciendo insostenible, pero casi ninguna saltaba fuera. Quizá es que para ver hasta qué punto un problema en el que estamos inmersos es lo suficientemente grave, hay que salirse de él, verlo desde otra perspectiva.

    La pregunta, que obviamente termina sin respuesta, es que cuál es el punto de temperatura que nos debería hacer conscientes de que hay que saltar fuera de la olla. No lo sé, sinceramente, no lo sé, ni en Sao Paulo, ni en muchas otras grandes ciudades como Madrid.

    Comencemos por una breve introducción al escenario del problema.

    Continua o artigo aqui: http://lacrisisenergetica.wordpress.com/2013/11/27/cuando-es-hora-de-saltar-impresiones-desde-sao-paulo/

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