Frio já matou cinco moradores de rua em São Paulo

Jornal GGN – Já são cinco pessoas em situação de rua mortas pelo frio na cidade de São Paulo. A cidade tem batido recordes de baixas temperaturas. Na estação meteorológica da Capela do Socorro, registrou temperatura de zero grau às 3h30. Foi a temperatura mais baixa em 12 anos.

A Prefeitura diz que apenas neste final de semana acolheu, por dia, 11 mil pessoas em situação de rua. E afirmou que durante o inverno intensifica o trabalho na rede de abordagem.  Quando os termômetros atingem 13 graus ou menos, caracteriza-se a ocorrência de Baixas Temperaturas. A partir desse sinal de alerta, os agentes municipais passam a oferecer encaminhamento e acolhimento de pessoas em situação de risco para locais protegidos do frio.

A Secretaria Municipal de Saúde está apurando possíveis falhas no atendimento do Samu aos chamados para socorrer os moradores de rua.

Da Agência Brasil

Sobe para cinco número de moradores de rua mortos pelo frio em SP

Por Fernanda Cruz

Mais um morador de rua morreu possivelmente em razão do frio na capital paulista, informou hoje (14) a Arquidiocese de São Paulo. Nailson Paulo da Silva, que aparentava 50 anos, morreu às 14h de ontem (13) na rua Amazonas, Bom Retiro, região central. Ele seria a quinta vítima do frio dos últimos dias em São Paulo.

De acordo com frei Agostino, da Comunidade Voz dos Pobres, Nailson já vinha sofrendo os efeitos do frio e de outras patologias. Muito conhecido pela vizinhança, o frei conta que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado assim que o homem começou a passar mal, mas o socorro só chegou às 18h. A assessoria de imprensa da secretaria municipal de Saúde informou que enviará nota comentando o caso.

Outras mortes

Segundo a Arquidiocese, um homem foi achado próximo ao metrô Santana, zona norte, na última quinta-feira (9). O outro corpo encontrado é de uma mulher, que morreu na sexta-feira (10), perto do Terminal Rodoviário do Tietê, também na zona norte. Eles ainda não foram identificados, pois, segundo o frei, devem ser de outro estado.

O morador de rua João Carlos Rodrigues, de 55 anos, que estava nas imediações da estação Belém do metrô, foi achado na madrugada de sexta-feira. Adilson Justino, com idade desconhecida,foi encontrado pela Polícia Militar na Avenida Paulista. Após a repercussão na mídia, a família de Adilson foi localizada e deverá providenciar o funeral.

Frio intenso

São Paulo tem batido recordes de baixas temperaturas. Na estação meteorológica da Capela do Socorro, a temperatura nesta madrugada foi de 3 graus, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE).

Ontem, a cidade registrou zero grau às 3h30 na estação meteorológica da Capela do Socorro, zona sul. Foi a temperatura mais baixa em 12 anos, medida pelo CGE.

Versão oficial

A Secretaria Municipal de Saúde informou que apura eventuais falhas no atendimento do Samu ao chamado para socorrer um morador de rua na rua Amazonas, no Bom Retiro, no centro da cidade. Explicou que a diretriz para o Samu, que integra a Operação Baixas Temperaturas, é dar prioridade aos chamados relacionados ao frio.

Em nota enviada à Agência Brasil, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) diz que registrou, desde o dia 16 de maio, mais de 240 mil acolhimentos por meio do programa Operação Baixas Temperaturas. Apenas neste final de semana, quando a temperatura chegou a zero grau na região sul da cidade, a prefeitura acolheu por dia, em média, 11 mil moradores em situação de rua. Durante a estação mais fria do ano, a secretaria intensifica o trabalho na rede de abordagem.

O comunicado informa que, normalmente, a rede de acolhimento da prefeitura possui cerca de 10 mil vagas fixas, mas, com o plano, foi ampliada em cerca de 1.500 vagas emergenciais. Há, ainda, a possibilidade da abertura de alojamentos de emergência caso as 11.300 vagas ofertadas forem insuficientes. Ao serem encaminhadas a um equipamento, as pessoas em situação de rua tem acesso a acolhimento, com camas, cobertores, travesseiros, banho, alimentação e kits de higiene pessoal. Em 2015, foram 145.625 abordagens e mais de um milhão de acolhimentos, diz a nota.

E finaliza: quando os termômetros atingem 13 graus ou menos, caracteriza-se a ocorrência do que se denomina Baixas Temperaturas. A partir disso, os agentes oferecem encaminhamento e acolhimento de pessoas em situação de risco para locais protegidos do frio.

(*) Texto atualizado às 14h29 para acréscimo de informações

Redação

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  1. Operação Baixas Temperaturas

    População de Rua

     

    A Coordenadoria de Proteção Social Especial possui uma rede de atendimento socioassistencial voltado à população adulta em situação de rua, atuando no âmbito da criação de políticas públicas em consonância ao SUAS – Sistema Único de Assistência Social.

    Atualmente os serviços apresentam as seguintes ofertas: abordagens sistemáticas nas ruas e pontos de concentração desta população; encaminhamentos para os núcleos de serviços e convivência, centros de acolhida e centros de acolhida especiais (públicos específicos como idosos, mulheres e catadores).

    Além destes serviços também possui uma rede para estímulo à geração de renda e capacitação profissional. 
     

    Relação de serviços de acolhimento para a população de rua

     

    Operação Baixas Temperaturas

    Durante a estação mais fria do ano a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) intensifica o trabalho na rede de abordagem e atendimento à população em situação de rua, através da “Operação Baixas Temperaturas”.

    Quando os termômetros atingem 13ºC ou menos caracteriza-se a ocorrência do que se denomina “Baixas Temperaturas”. A partir disso os agentes oferecem encaminhamento e acolhimento de pessoas em situação de risco para locais protegidos do frio.

    Durante esse período, em caráter excepcional, as vagas nos Centros de Acolhida são ampliadas de acordo com a demanda e os moradores em situação de rua podem procurar voluntariamente qualquer um dos Centros de Acolhida municipais.

    Os Centros de Acolhida que funcionam por 16h funcionarão excepcionalmente das 16h às 9h, de 2ª a 2ª feira. Além disso, cerca de 400 profissionais são mobilizados exclusivamente para o trabalho de abordagem nas ruas. 

    A secretaria intensifica a vigilância nos locais com grande concentração de população em situação de rua, por meio das equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (CREAS POP) e da Central de Atendimento Permanente e Emergência (CAPE) que funciona 24h por dia e pode ser acionada através da central 156.

    É importante ressaltar que as pessoas são convidadas a ir para os albergues, mas não são obrigadas a aceitar o encaminhamento. Em casos de recusa de acolhimento por problemas de saúde física ou mental, os orientadores socioeducativos dos Serviços Especializados de Abordagem Social às Pessoas em Situação de Rua, ou servidores dos CRAS, CREAS e CREAS POP deverão acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), através da Central 192, visando garantir acesso ao socorro, registrando em relatórios todas as providências adotadas. Para casos de indecisão ou recusa de acolhimento, será lavrado um documento a ser assinado pela pessoa, na presença de duas testemunhas, em duas vias de igual teor, ficando uma via com o informado e a outra com a Coordenadoria responsável. Caso a pessoa se negue a assinar deverá ser registrada a recusa com a assinatura de duas testemunhas.
    A operação conta com o envolvimento de outros órgãos, como a secretaria da Saúde, a Guarda Civil Metropolitana, a Defesa Civil, entre outros.

    A população também pode ajudar os moradores em situação de rua solicitando os serviços da Central de Atendimento Permanente e de Emergência (CAPE) que funciona 24 horas por dia e pode ser acionada pelo 156.

    http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/populacao_em_situacao_de_rua/index.php?p=3183

  2. Enquanto isso a GCM do Haddad tira os cobertores de quem dorme

    Na noite mais fria do ano a GCM do Haddad tira cobertores e papelões de quem dorme na rua para evitar que estes “privatizem” o espaço público. Total falta de bom senso e descaso total ao ser humano.

    Ergueu uma bola para o hipócrita Julio Lancelotti, aquele que vive de mída sobre a desgraça humana enquanto dorme cercado por câmeras e alarmes na paróquia e ainda sobre dinheiro para pagar carro importado para aqueles que ameaçam se rebelar.

    Parabéns Haddad !  Se foose cobertor para proteger as ciclovias seria autorizado, mas como é para pessoas feias, sujas e que não votam sobra a postura higienista

    http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/com-frio-recorde-morador-de-rua-tem-colchoes-e-papeloes-retirados-por-gcm

     

    (mais um post meu que provavelmente será censurado por ser contra a religião petista do blog)

  3. O problema dos moradores de rua não é simples.

    A estrutura de abrigos obriga que os moradores se desfaçam de suas “propriedades” que podem ser insignificantes para nós porém importante para suas vidas, o roubo de objetos pessoais e até sapatos ou casacos ocorrem nestes abrigos e mais alguns problemas que ocorrem com seus animais que os acompanham.

    Por isto e por outros motivos muitos moradores não aceitam ir para abrigos e quando ocorrem situações excepcionais de frio há os óbitos.

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