Nada Levarei Quando Morrer, filme de Miguel Rio Branco

Sugerido por IV Avatar

Do Facebook de Arthur Leandro

compartilho do William Aguiar

Uma das coisas marcantes que eu vi na Bienal foi o filme de Miguel Rio Branco, uma película curta (de 19 minutos), feita em 1981, em zonas de prostituição de Salvador (BA), intitulada “Nada Levarei Qundo Morrer Aqueles que mim Deve Cobrarei no Inferno”. Está tudo errado no título, mas é assim mesmo. Boa parte daqueles espaços filmados já não mais existem daquela maneira, pois passaram por uma restauração (o Pelourinho, por exemplo). 
A produção do filme é precária, muita coisa mal feita, mas a mensagem é pauleira. O filme é de 1981 e as questões ali colocadas estão pra lá de atuais. Não há uma história com início, meio e fim. Há uma sequência desordenada de imagens, com sons aleatórios, gemidos, um código de ética bem particular (crianças olhando gente trepando, pessoas sem roupa, mulheres destruídas e a vida que segue). Tem música também e ela tem tudo a ver com aquele universo.
A sequência final de imagens (lá pelo minuto 13 ou algo parecido) traz uma mulher cantando uma música de Fernando Mendes, chamada “A desconhecida”. Naquele momento, eu cantei a música junto com a pessoa do filme (bem baixinho). Aquela estética do desespero me deu uma vontade enorme de chorar. Saí daquela sala tentando disfarçar isso e acho que consegui. Pesquisando no Youtube, encontrei o filme de Miguel Rio Branco. Divido um pouco disso com vocês, mas queria mesmo era que as pessoas vissem isso na Bienal.
Redação

2 Comentários

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  1. Chagas da concentração das riquezas nas mãos de poucos

    Estas cenas são do período da ditadura militar, e ainda há quem pense que a volta dos milicos ao poder seja a solução. Apesar dos pesares, a democracia ainda é a melhor saida, se Jango não tivesse sido derrubado não teríamos chegado a esse ponto, inclusive Jango estava com 72% de aprovação popular, ele estava colocando em andamento as reformas de base. O segundo na preferência popular para as eleições do ano seguinte ao golpe era JK. A direita não tinha qualquer chance pelo voto, daí a opção pelo golpe. Ao que tudo indica, tanto JK como Jango foram assassinados pela repressão. E o povo sofreu as consequências no lombo, como podemos ver nesse filme.

    O grande problema do Brasil continua sendo a concentração de renda, muitos ganhando pouco ou nada e poucos ganhando muito e estes que ganham muito só reclamam, mamam mamam mamam mas reclamam, dizem que pagam impostos demais, o que é uma grande mentira, a Vale deve mais de 35 bilhões de reais à União, o Itaú deve mais de 17 bilhões, a Globo deve seus bilhões, a Natura também e de grão em grão essa gente sonega algo em torno de meio trilhão de reais por ano e ainda assim se dão ao luxo de reclamar da corrupção que existe sim mas,  os maiores corruptos são eles mesmo, a não ser que sonegar impostos não seja uma prática de corrupção, enfim, os meios de comunicação incutiram na cabeça da população que corrupto é privilégio do Estado, quando não é só isso, sim, prefeitos roubam, governadores idem, e não há quem os fiscalize pq  os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados, encarregados da fiscalização, são indicados pelos governadores.

    E isso não vai mudar pq os ricaços elegem a maioria na Câmara, cuja tarefa é impedir reformas que beneficiem a população, solapar as conquistas da população, impedir a taxação dos grandes lucros, da herança, aliás, nem 0,000001%  CPMF aceitam pagar para ajudar no custeio da sáude, sabem estes caloteiros que,  mesmo pagando um valor simbólico, seriam pegos pela malha fina, e olhe lá que as empresas, conforme a CF, tem função social mas, pelo contrário, só querem faturar mais e mais, e sonegar  sonegar songer, para ajudar no custeio da saúde e agora querem eleger até a presidenta, no caso Marina Silva, que está sendo apoiada à luz do dia pelos grande capital, e sobre a sonegação de impostos:

    Pesquisa mostra que Leão brasileiro é banguela, por Miguel do Rosário, no Cafezinho

     

    A organização Tax Justice Network está começando a virar um pé-no-saco dos sonegadores brasileiros.

    Primeiro, causou um frisson no mundo ao revelar um ranking internacional com os países que detêm as maiores fortunas em paraísos fiscais. O Brasil estaria em quarto lugar, com seus super-ricos guardando no exterior, ilegalmente, cerca de R$ 1 trilhão.

    Agora, ela volta a incomodar, dizendo que ocupamos o segundo lugar no planeta em evasão de tributos, apenas depois da Rússia. Só a Folha deu a notícia, no pé de página do Caderno Mercado.

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    Segundo a Tax Justice Network, o Brasil perde 13,4% de seu PIB por causa do envio clandestino de recursos para o exterior, fugindo à taxação doméstica.  Nos EUA, apenas 2,3% dos tributos fogem do país. Na China, apenas 2,2%.

    Esse descalabro mereceria uma campanha nas grandes mídias, até porque a sonegação dos ricos e poderosos acaba obrigando o governo a aumentar os impostos sobre a classe média.

    Entretanto, seria injusto apenas culpar o empresariado. O governo tem de oferecer sistemas mais simples e justos na cobrança de tributos.

    De qualquer forma, não tem como deixar de pensar na sonegação da Globo, revelada por este blog. A sonegação, agora está provado, é o maior ralo de recursos públicos do país, muito mais inclusive do que a corrupção. Segundo o sindicato nacional dos auditores fiscais, mais de R$ 400 bilhões são sonegados todos os anos.

    Esses são os recursos que nos faltam para aprimorar o sistema de saúde e educação. Tem muitos Darfs a serem mostrados por aí…

     

    NA FOLHA DE SP

    PESADELO FISCAL

    Brasil é “medalha de prata” em evasão de tributos

    Entre as economias mais importantes, país só perde para a Rússia em sonegação; problema envolve de camelôs a multinacionais

    RICARDO MIOTO, DE SÃO PAULO

    Esta é para quem reclama da falta de inovação no Brasil: no campo da sonegação, poucos países desenvolveram “expertise” tão sofisticado.

    Entre as economias mais importantes, perdemos apenas para a Rússia. A medalha de bronze vai para a Itália.

    O ranking foi elaborado a partir de estatísticas do Banco Mundial pelo grupo internacional Tax Justice Network, com base em dados de 2011.

    A conta é simples: a partir do PIB e das alíquotas tributárias estabelecidas, estima-se quanto deveria ser arrecadado. A partir disso, é possível saber o tamanho da evasão fiscal em cada país. No Brasil, o valor encontrado corresponde a 13,4% do PIB.

    É fato que em países em desenvolvimento há muita atividade informal. Mas como explicar que o Brasil tenha um desempenho tão pior do que México e Argentina (evasão de 2,4% e 6,5% do PIB)?

    Para compreender isso, é preciso vencer a imagem de que a evasão brasileira se refere somente ao camelô ou ao contrabandista que busca muamba no Paraguai. Muitas empresas grandes não pagam os impostos que deveriam.

    No ano passado, por exemplo, a Receita anunciou um plano de cobrança de R$ 86 bilhões em tributos vencidos. Metade do total se referia a 317 grandes empresas, com dívida média de R$ 135 milhões.

    Os R$ 86 bilhões são pouco menos do que o orçamento anual do Ministério da Saúde e mais de quatro vezes o gasto com o Bolsa Família.

    Neste ano, o governo planeja dar condições especiais de pagamento de dívidas de multinacionais brasileiras que somam nada menos que R$ 680 bilhões –sete vez o orçamento da Saúde. Caso paguem seus débitos, terão perdão sobre multas e juros.

    Divergências sobre o plano fizeram o subsecretário de Fiscalização da Receita, Caio Marcos Cândido, deixar o cargo. Em 2009, a secretária da Receita Lina Vieira foi demitida após autuações bilionárias contra Ford e Santander.

    CAUSAS

    Já nos anos 1970, o economista Michael Allingham, de Oxford, mostrou a forte correlação negativa entre a evasão e dois fatores: a probabilidade de a empresa ser fiscalizada e a magnitude da pena se for pega.

    Quanto maior forem esses dois fatores, menor a evasão.

    No caso brasileiro, desde 2003 a punibilidade dos crimes contra a ordem tributária passou a ser extinta caso o acusado, a qualquer momento, pague o seu débito.

    Embora a lei preveja até cinco anos de reclusão para tais crimes, o réu pode escapar. A pendência pode ainda ser parcelada no âmbito do Refis, programa para facilitar o pagamento de dívidas tributárias criado em 2000 e reeditado várias vezes –e aberto agora à adesão.

    No curto prazo, isso aumenta a arrecadação, mas pode há um risco que a levou a ser questionada, em vão, por membros do Ministério Público Federal em 2003.

    “Como explicar a quem pagou os tributos na data aprazada que se concedem benefícios fiscais a quem agiu com dolo?”, defenderam o procurador da República José Adércio Sampaio e três colegas. “É um incentivo à sonegação.”

    CULPA

    Entre outros fatores que incentivam a sonegação no país, está a complexidade que afeta até mesmo ao empresário bem intencionado.

    Os economistas Marcelo Siqueira e Francisco Ramos, das universidades federais do Ceará e de Pernambuco, citam ainda algo bem nacional: o sentimento generalizado de que o governo não aplica direito a arrecadação, reduzindo a culpa do sonegador.

    http://www.ocafezinho.com/2013/11/11/pesquisa-mostra-que-leao-brasileiro-e-banguela/

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