Agência Xeque: o fakenews sobre a greve dos caminhoneiros, por Luis Nassif

Há um motivo óbvio para a crise dos caminhoneiros: uma política de fixação quase diária dos preços de combustíveis, e de dolarização – expondo o consumidor brasileiro a qualquer movimento especulativo global.

Em um país racional, não haveria maiores discussões sobre o tema. Mas nesse país da Maracangalha, criou-se um impasse entre os chamados neoliberais (para diferenciá-los dos liberais racionais). A tal dolarização dos preços de combustíveis seguiu o receituário neoliberal de dolarizar a economia e impedir qualquer ação corretiva da parte do governo. Como admitir que o resultado foi desastroso?

Aí se convocam os templários, os guerreiros que saem de peito aberto, sem nenhum receio de expor sua reputação ao ridículo, para que levantem alguns slogans de contra-ataque.

O voluntário inicial foi Samuel Pessoa, em artigo para a Folha.

Segundo Pessoa, a culpa foi de Lula e Dilma por terem financiado muitos caminhões nos anos anteriores. Muito caminhão aumentou a competição impedindo os caminhoneiros de repassaram a alta dos preços para os fretes – uma verdadeira ode à cartelização.

Recorre, então, a uma manipulação estatística primária. Diz ele que, de 2009 até hoje a frota de caminhões aumentou 40%, enquanto no mesmo período a economia cresceu 11%. Nem lhe passou pela cabeça – porque poderia comprometer o proselitismo – que existe uma variável não anualizada chamada de renovação da frota, que não guarda nenhuma relação com o aumento da demanda.

Finalmente, informa que o aumento das tarifas de caminhão no centro-oeste decorreu do aumento da frota – o oposto do que dizia alguns parágrafos antes.

No seu programa matinal, o jornalista Alexandre Garcia repetiu o non-sense. No seu blog da UOL, o advogado Carlos Melo, outro templário, repetiu os mesmos argumentos de Pessoa. E toca o coro dos liberais condenar o excesso de competição.

“O BNDES dos governos do PT deu enorme incentivo à ampliação da frota, sem se importar com os riscos do excesso. O mercado foi inundado por um acréscimo de 83% no número de caminhões. Ao mesmo tempo, o crescimento econômico secou e os fretes escassearam. O desastre foi inevitável”.

Inevitáveis são as tolices que são ditas, quando o analista se deixa emprenhar pelo ouvido.

O cenário real

Vamos aos fatos.
Em 12 de dezembro de 2013, em editorial, o Estadão – bíblia maior do liberalismo – dizia o seguinte:

“Dos caminhões que circulam pelas ruas e estradas do País, nada menos do que 212 mil têm mais de 30 anos de uso. E mais de 400 mil caminhões com capacidade para transportar de 8 a 29 toneladas têm, em média, idade superior a 20 anos. (…)  Tudo isso justifica a instituição de políticas públicas que estimulem a renovação da frota de caminhões, de modo a reduzir gradualmente sua idade média até níveis comparáveis com os de países mais desenvolvidos e aumentar a eficiência e a segurança do sistema de transporte rodoviário de carga. Uma sugestão nesse sentido, que resultou de uma inédita ação conjunta de dez entidades vinculadas à questão, foi apresentada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior há algumas semanas”.

Mais ainda.

No ano passado, a Power Systems Research, consultoria especializada no setor, providenciou uma pesquisa no Brasil, similar à que faz periodicamente nos Estados Unidos. A pesquisa foi junto a concessionárias e frotistas que têm, em conjunto, de 20 a 29 mil veículos.

Conclusões da pesquisa:

  • Dos entrevistados, 42% declararam que a ociosidade de seus caminhões é de até 5%.
  • Parcela de 21% respondeu que este índice gira entre 10% e 15%
  • Apenas 8% dos participantes registram mais de 20% de ociosidade em sua frota de veículos.

A constatação da pesquisa é que a intenção de compra estava em expansão, comparada com o ano anterior. Os motivos: renovar a frota, melhorar a eficiência operacional e atender ao aumento da demanda.

Luis Nassif

45 Comentários

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  1. O neoliberalismo é coisa de

    O neoliberalismo é coisa de quem tem ideias fixas.

    Ser de direita  no Brasil é o mesmo que andar com a bandeira Confederada no Alabama.

  2. Entre os mais recentes gurus

    Entre os mais recentes gurus neoliberais, Pessoa é campeão de tolices que expõe com ar professoral de primeiro da classe.

     

    1. Caro André, como respondi em

      Caro André, como respondi em outro post, não se trata de ideologia, mas de maucaratismo mesmo. 

    1. rs…

      E a saga continua!

      Depois de “Não é apenas pelos R$0,20”, “O Historiador Sem Partido”, “O Jornalista Sem Partido” e “A Escola Sem Partido”, a resposta aos mistérios desse momento: “A Caminhoneira Sem Partido”.

      Aguarde e não perca o próximo sucesso: “O Partido Sem Partido”! “Contra esses impostos e tudo isso que está aí!”

      Breve num teatro perto de você! Ingressos já à venda pelo AtravessaTicketMaster.

      Não tinha um cara aqui que enquanto esperava o amigo e não tinha o que fazer ficou falando sobre analfabeto político? Tinha, sim… E o amigo dele, chamava acho que Godô? Afinal chegou ou não chegou? rs…

  3. Renovar frota

        A cobrança de varios setores foi muito grande, anterior a 2013, relativa a incentivar a renovação da frota de comerciais médios e pesados, boa parte da frota, principalmente dos “autonomos” , era de sucatas com mais de 20/30 anos, já das transportadoras girava em torno de 15 anos, e qualquer um que já tenha vendido caminhão no Brasil sabe que eles não duram todo este tempo gerando lucro, entram após certo tempo de utilização na “diagonal negativa”, quando os custos de manutenção e  ociosidade superam o custo de substituição.

        

  4. O cara tem que ganhar muito din-din …

    Para se expor a este rídiculo …  É a turma do “fazemos carqué negócio” … pagou pq não!

  5. S-10 e Proconve 7

          Porque 2013 ?

          Um dos motivos mais fortes de renovação da frota médio – pesada ser incentivada em 2013, foi tb. motivada pela obrigatoriedade relativa ao TAC ( Termo de Ajustamento de Conduta ) firmado em 2008, que obrigava em um prazo limite de 5 anos ( 2013 ), que todos veiculos de transporte rodoviario a diesel usassem o diesel S-10 em substituição ao S-50, ou seja os motores conhecidos como ” Euro 5 ” ( referente a norma européia de controle de poluentes, igual a Proconve 7 ).

           Alem de menos poluente ( 10 ppm de enxofre contra 50 ppm ), o S-10 é muito mais eficiente tanto em consumo como na durabilidade do motor , e como a BR parou em 2013 a produção do S-50, os veiculos mais antigos para utilizar o S-10 necessitaram de modificações nos tanques e mais constantes manutenções nos “bicos” dos injetores e trocas de filtros, encarecendo a manutenção e por consequencia retirando por mais tempo o veiculo da estrada.

  6. Esses colonistas do PIG são

    Esses colonistas do PIG são um bando de vagabundos. De acordo com a explicação do safado em questão eu deduzo então que a gasolina subiu na mesma proporção do diesel porque nos tempos do PT se vendia muito mais carros e o gás porque a pobraiada comprou fogões. Enfim, cada povo tem a mídia que merece.

  7. Ontem, no Senado

    Ontem, no Senado, os neoliberais fizeram de tudo para preservar a nova política de preços e culpar a carga tributária geral do país, a política anterior do PT, a compra de novos caminhões financiados pelo BNDS e etc. pelo elevado preço dos combustíveis. Temer, mesmo sem popularidade alguma, conta com um congresso extremamente vinculado ao poder econômico. Parente e o que representa é mil vezes mais forte que o Temer, ilustrando que o comando do golpe não está no Planalto. O poder econômico, como se não bastasse a alienação das elites, encontra o seu maior apoio justamente nas casas que representam o povo. Temos que ser mais cuidadosos em outubro, na votação para o congresso.

  8. Ou seja, segundo a lógica dos

    Ou seja, segundo a lógica dos cretinos o problema do Brasil é… concorrência demais!!!

  9. Em um país de ignorantes, o que vale é a voz do louro josé

    Um país em que a população se orgulha de ser ignorante, de não falar de religião e de política em público, e onde o conhecimento não é um valor, merece os fanfarrões da rede globo e da grande mídia. Do jeito que os ânimos estão exaltados, colocar lenha na fogueira pode ser um tiro no pé. Considerando a merda quie são as elites e seus asseclas, qualquer desfecho será compreensível. 

  10. Não sei se o conceito é

    Não sei se o conceito é correto mas interpreto fakenews de duas maneiras: publicadas por ingenuidade e/ou ignorância e por um outro motivo, que resumo como filhadaputice. Imaginemos um jornalista chegando de Marte e entrevistando os atuais donos do Poder. A imprensa para que presta serviço dirá que o Brasil tem uma ponte para o futuro, a Economia está bombando, a Lavajato combate a corrupção e que Lula é dono de um triplex. Se Marte for como aqui essas notícias serão repercutidas lá por toda a midia restante. É o que interpreto como a primeira maneira. A segunda maneira é interpretação que faço das fakenews publicadas por qualquer jornalista que não seja do planeta vermelho ou azul, nem ingenuidade nem ignorância, só filhadaputice.

  11. Nassif,eles querem ter o
    Nassif,eles querem ter o controle da narrativa com argumentos toscos e a velha mídia sabe q o povão engole (parece q não pensa)mais uma vez desvirtuam/escondem o motivo real (política de preços do capeta Pedro Parente)e jogam o B.O(problema) para o SEMPRE bode expiatório PT/Lula/Dilma,este é o modus operandi desde sempre do Pig e q até pouco tempo atrás funcionava 100%,agora com a Agência xeque,eles tem eficiência de 50 por cento só!

  12. Neoliberal = Mentiroso

    Os neoliberais são essencialmente MENTIROSOS. Por isso usam estatísticas falsas.

    Se eles falarem a verdade e revelarem suas reais intenções, serão escurraçados da política

    Ciro Gomes tem dito que o neoliberalismo é uma ideologia ruim,  vendido como ciência boa. Ou seja, uma fraude.

  13. Agência….

    Fake News como já ficou escrachado, sempre foi a Imprensa Brasileira. Agora a Imprensa que se diz Livre, Séria, Isenta também  tem que sair de cima do muro. Combustíveis NUNCA foram baratos aqui no Brasil, depois da Crise do Petróleo dos anos de 1970. Era a desculpa certa para nossa nova era ditatorial, progressista e socializante. Era o período Inaugural da ‘Era das Desculpas, Fatalismos e Vitimizações’. Já que os Meios de Comunicação não informam, deveriam falar que os Caminhões, antes desta época, era movidos à GASOLINA. Inacreditável para os dias de hoje?!! Brasilia foi construída com Caminhões movidos á gasolina. Quer dizer o SEMPRE, o FATALISMO, a HISTÓRIA IMUTÁVEL TUPINIQUIM nunca existiu. Depois da Crise do Petróleo, tudo era culpa do preço dos Combustíveis. Em especial a Gasolina. Importada e com preço em Dólar (nossa dolarização de meio século que insistem em não assumir. Não é mesmo Plano Real?!). E agora sendo Nós Brasileiros, Donos de uma ‘Arabia Saudita’ no Oceano Atlântico? Petrobrás controlada por Leis NorteAmericanas, submetidas ao Mercado Financeiro e tendo que render Lucros a Acionistas Minoritários e ao Mercado, servem para que, fora criar um novo cabresto, uma nova escravidão brasileira? Para que Preços Internacionais em Reservas, Petróleo, Indústria, Empresa, Mão de Obra, Distribuição Nacionais?  E tendo ainda mais outra ‘Arabia Saudita’ em Combustíveis e Energia? BioDisel, BioDigestores, Gás Natural, Álcool Combustível? COMO PODEMOS SER TÃO LUNÁTICOS?!!!!!!!!!! Combustível aqui no Brasil deveria ser o mais barato do planeta. Deveríamos ‘lavar as ruas’ com combustível. Mas então, entra nosso AntiCapitalismo de Estado, nossa Ideologia Esquerdopata transferindo a Liberdade dos Brasileiros ao custo de sustentar Máquina e Elite Estatal, num pretenso projeto de atacar a POBREZA. Atacar a Pobreza criando ainda mais pobreza? Arrochando a Classe Média com ainda mais Impostos? Aumentando as Margens de Lucros de Empresas e Preços dito Controlados? Tirando a Liberdade das Pessoas de se desenvolverem e ampliarem suas condições financeiras melhorando suas Condições de Vida? Acabando com Industrialização Nacional, como do Setor Petrolífero, que produziria milhões de Empregos e Atividades altamente remuneradas? E descobrimos o porque de mesmo 1/4 de século propagandeado Progressista e Socializante mantve o país em tamanho atraso? Mesmo o Governo Militar entregando o país com Petróleo, BioCombustíveis, Energia Hidroeletrica, Reservas Minerais sendo 100% BRASILEIRAS? E dizem não entender o Brasil / 2018? Nem as ruas? 40 anos Redemocratas e Medíocres. A Verdade Vos Libertará. País de muito fácil explicação. 

  14. Primeiro,

    Samuel Pessoa está para a economia assim como Ronaldo Caiado está para o agronegócio. Encontram-se na FSP para amarelar suas páginas babando ovos para o Otavinho. No mais, são poltrões imbecis.

    Lido com caminhoneiros, freteiros, vans, o siri e o cacete para distribuir insumos agrícolas desde uma fábrica próxima a Sorocaba/SP e (poucas) terceirizadas, também em São Paulo, como no sentido inverso do porto de Santos para a fábrica.

    A descrição do processo operacional é exatamente como Nassif se contrapõe aos templários. Nada além disso. Os preços dos fretes vinham sendo ajustados de forma serena até a política de alinhamento ao dólar e ao mercado internacional de uma commodity sempre volátil. E a economia, com as negociações de oferta e demanda, se ajustavam conforme tradição, negociações de fluxos de retorno, enfim, como deve funcionar o capitalismo que eles não sabem como deveria funcionar.

    Como conseguimos entregar matéria orgânica no vale do São Francisco, a 2.300 km de ditância? Simples: usando o frete de retorno dos caminhões que trazem frutas para São Paulo. 

    Então, fez-se o caos, e o faturamento de maio na citada empresa caiu 70%, e não por falta de demanda.

    A conta será cobrada do Doutor Pedro “Serpente” Parente, com a AK-47.

  15. Locaute o outro lado da greve

    Após a tempestade, teremos que analisar com muito cuidado a maior paralisação do setor de transporte da História do Brasil. Tendo como objeto de estudo, o retrato minucioso do setor de Cargas. Devemos utilizar uma lupa, para entender, como o Brasil se tornou refém, de alguns empresários do setor de transporte de cargas, como a precarização da mão de obra, e a falta de atenção para esses trabalhadores, inclusive, o estrago no setor de como a nova Legislação Trabalhista acabou se tornando uma bomba relógio afetando toda estrutura da economia, e que futuro nos reserva. O estudo da escolha modal no País, no decorrer da sua História e suas consequências,  está na raíz do problema que enfrentamos neste momento. Neste cenário, chama atenção alguns personagens que com um olhar um pouco mais cuidadoso, ganham visibilidade por suas escolhas pessoais, políticas e claro, interesses corporativos. Um desses personagens que também é  simpatizante do Pré-candidato Jair Bolsonaro, e se chama Emilio Dalçoquio, citado em delações da Operação Lava Jato pelo de ex-diretor da Petrobras,  Nestor Cerveró  e que foi protagonista em diversos vídeos de apoio à paralisação dos caminhoneiros. . A empresa de propriedade de sua família é uma das maiores do ramo no Brasil e presta serviços para a BR Distribuidora. Emilio está afastado da organização há três anos, onde foi diretor operacional, mas. A transportadora é administrada por Augusto Dalçoquio Neto, 76 anos, pai de Emilio. A empresa atualmente possui em torno de  7.000 funcionários e  2.317 caminhões. Em 2016 a transportadora Dalçoquio tinha uma dívida estimada em R$ 130 milhões aos credores. Em  2015, havia sido vendida pela família Dalçoquio ao empresário paulista Laércio Tomé,  e ainda é alvo de disputas judiciais entre os próprios sócios e com os Dalçoquio, que pedem o cancelamento do negócio.

    https://youtu.be/SN7eUjg243U

  16. “Liberais racionais”

    O liberalismo clássico era um dos adversários da Monarquia Absoluta.

    O neo liberalismo nasceu e cresceu como adversário do Estado de Bem Estar.

    Essa teimosia de forçar a barra para achar esses supostos “liberais racionais”, por mais bem intencionada que seja, jamais vai frutificar em um debate minimamente razoável. Para isso seria necessário muito mais do que identificar aquele ali ou aquele outro lá como “liberal”; é necessário identificar grupos e organizações consistentes, permanentes, estáveis para travar um debate razoável.

    A citação do “Abestado de São Paulo”, portanto, deve ser entendida como uma mera ironia. Falam mal do Governo, do Estado e da Política porque querem o Governo, o Estado e a Política para ELES, para garantir privilégios e favores. Isso não é liberalismo coisa nenhuma.

    Não foi nada à toa que depois de se vestirem de “centro” o calor fez os “liberais”(incluindo a social democracia “à” brasileira) se despirem e se associarem à boçalidade de mercado e à boçalidade de direita, agora ultimamente.

    No DNA de todos eles em comum está o antiesquerdismo (em 99% dos casos devido a ressentimentos pessoais, repito, nada a ver com formação científica) nas suas variadas formas, o antitrabalhismo, o anticomunismo e o anti tudo e qualquer coisa que se mexa e pareça POVO.

  17. Eles não dizem que toda oferta cria sua própria demanda?

    Eles também não sustentam que o mercado evita desequilíbrios entre oferta e demanda?

    Então eles culpam o PT até porque as pessoas compram caminhões em excesso?

    Enquanto esses Trouxinhas continuarem culpando o  PT por todas as putarias do Brasil, os Golpistas estarão com o sinal aberto para fazerem mais maracutaias, já que é dos Petistas a culpa das maracutaias dos Golpistas.

  18. A lógica neoliberal

    Segundo os imbecis neoliberais, o Mercado se corrige sozinho sem interferencia do Estado, portanto o aumento do numero de caminhoes não seria desculpa para crise pois o próprio Mercado esta se corrigindo.

  19. Dos comentários sobre a greve
    Dos comentários sobre a greve dos caminhoneiros, poucos se comparam à afirmação de que a concessão de crédito para renovação e ampliação da frota seria a principal causa da crise atual. Que se critique redução artificial da CIDE ou política de pedágios no Governo Dilma, mas falar da expansão da frota simplesmente não faz sentido. Uma frota menor implicaria em menor capacidade de transporte, demandando maior número de viagens, aumento da demanda por combustíveis, depreciação acelerada de equipamentos e maior consumo de drogas por parte dos motoristas, só para ficar nos efeitos óbvios. Menos caminhões geram maior poder de barganha das associações e aí pode estar a fonte desses comentários: sem os créditos, teríamos uma frota menor e, assim, a crise ocorreria com maior impacto e bem mais cedo. Não teríamos o caos agora, mas há um ou dois anos. Para alguns economistas, isto seria ótimo.

  20. A Culpa é da Dilma e do Lula

    Não sei se ele, por preguiça ou por esperteza, entrou para repercutir ou se ele, a soldo, foi o pai dessa tese: Delfim Neto.

  21. Agência Xeque: o fakenews sobre a greve dos caminhoneiros

    – a quantidade, qualidade e diversidade de artigos e análises postadas aqui neste Blog do Nassif fornecem um rico e imprescindível material para se compreender a paralisação do transporte terrestre de cargas. ressalte-se, e se elogie-se, que nenhum outro site publicou cobertura tão útil;

    – em um dos artigos, “Sobre a greve dos caminhoneiros”, se tem os seguintes trechos:

    “Tudo começou com a política liberal em defesa dos monopólios adotada ainda no primeiro mandato do governo Dilma. Uma das medidas da chamada “nova matriz econômica” foi a forte queda do IPI e a oferta de juros subsidiados através do BNDES para a compra de caminhões.”

    ” O número de empresas de transporte rodoviário de carga caiu de 156.765 para 111.743 entre 2015 e 2016, redução de 29%. Já nos caminhoneiros autônomos, a queda foi ainda maior. Eram 723.807 em 2015 e passaram a 553.643 em 2016. Isso representa um encolhimento de 23% da categoria.”

    – logo após sua reeleição, Dilma atira o Brasil na recessão com o Plano Levy. com o aumento do diesel e a queda na demanda dos fretes ocorre a paralisação de 2015. agora, além da recessão continuada, também o contínuo aumento do diesel fazem explodir uma nova paralisação;

    – ao reduzir o IPI e subsidiar os juros para compra de caminhões, Dilma fez com que, através de uma carga tributária regressiva, a população mais pobre financiasse a lucratividade do oligópolio das montadoras do setor automotivo. para atender aos interesses dos acionistas internacionais, foi também Dilma quem primeiro reajustou o preço dos combustível, como agora o faz diariamente Pedro Parente;

    – a Luta de Classes é o motor que move a História. sob sua perspectiva compreende-se claramente as raízes econômicas e políticas da atual paralisação. não basta compreender o mundo, é preciso transformá-lo. mas para transformá-lo, é preciso compreendê-lo;

    – para compreender a complexidade (não a composição, que está clara) dos setores sociais que compõe o transporte terrestre de carga, nos faltam elementos vitais. por exemplo: cadê a Mídia Ninja? todo o relato que temos do que acontece nas estradas vem através do filtro de uma cobertura favorável a intervenção militar. inclusive do ponto de vista jornalístico, estar nas estradas junto com os caminhoneiros é uma oportunidade que jamais se deveria perder;

    .

    1. Os Golpistas não tem qualquer responsabilidade por essa crise

      Concordo com você, Arkx, a culpa de tudo é do PT. Os Fasci-Golpistas não têm culpa de nada. O Temer e o Aécio foram flagrados com a boca na botija por causa do PT; o aumento excessivo da frota de caminhão e o consequente aumento da demanda de combustíveis que redundou nos atuais bloqueios é culpa da Dilma, que barateou o crédito para os pobres; A culpa da quebra da Petrobrás é da Dilma, que subsidiava os preços dos combustíveis para segurar a inflação; a culpa da atual política de preço dos combustíveis praticada pela Petrobrax é da Dilma, que primeiramente reajustou o preço dos combustíveis.

      Os Golpistas estão absolvidos das suas trairagens. A culpa de tudo é da Geni. Joga bosta na Geni.

      Pelamor. O PT é o bode expiatório do Arkx.

      Enquanto continuarmos chutando o cachorro morto do PT, os pilantras desse país estão com o sinal verde para continuar saqueando a Nação, já que a culpa do saque feito por eles é da Dilma/Lula e não dos Saqueadores

      Não temos mais esperança

      1. Agência Xeque: o fakenews sobre a greve dos caminhoneiros

        por falar em avaliação crítica, já leu mais um instigante artigo parte do excelente painel que o Blog do Nassif vem fazendo sobre o movimento dos caminhoneiros:

        Que país temos após a crise?

        Como fica a esquerda?

        – Ficou presa no debate entre locaute ou greve. A princípio não compreendeu que seu papel era disputar na sociedade, e não a paralisação em si (como não houve uma tentativa real de apoio ou disputa é impossível afirmar se havia ou não espaço para os setores progressistas). É fato que o conservadorismo era presente na paralisação, assim como é em tantas outras categorias, mas até onde se sabe é exatamente a tarefa da esquerda politizar e conquistar tais setores.

        – Mostrou que tem dificuldade em agir fora de contextos e situações já conhecidas. Além disso, tem base social organizada limitada e encontra limitações para agir em conjunturas onde horas e dias são decisivos. Teme se arriscar nas águas turvas da luta de classes, como se esperasse sempre uma categoria organizada e com horizonte de esquerda para daí poder apoiar.

        .

    2. Arkx em relação ao Temer e
      Arkx em relação ao Temer e Aécio há alguma crítica sua?Nunca vi vc criticá-los,seria seus patrões?Concordo com vc q muito do que passamos hj seria por erros dos governos petistas!

      1. Agência Xeque: o fakenews sobre a greve dos caminhoneiros

        por falar em patrões, já leu mais um instigante artigo parte do excelente painel que o Blog do Nassif vem fazendo sobre o movimento dos caminhoneiros:

        A esquerda no Brasil nunca teve um projeto para trabalhadores autônomos, por Susiana Drapeau

        Mas essa dificuldade com os autônomos também está no cerne da tradição marxista, na divisão entre trabalho e capital.

        Mas a grande utopia da esquerda deveria ser justamente o trabalhador autônomo, não o trabalhador que bate o ponto, cumpri ordens, horários e tarefas. O trabalhador autônomo deveria ser o projeto realmente revolucionário da esquerda, conquistar garantias sólidas para essa categoria, permitir que todo o trabalhador pudesse ser autônomo por meio de estruturas econômicas como associações, cooperativas, economia solidária etc.

        .

        1. Grande Arkx,espero
          Grande Arkx,espero ansiosamente vc um dia criticar seus patrões, Temer ou Aécio ou FHC ou quem sabe EUA, não crítica mais tanto só os governos passados de Lula e Dilma,TÁ DANDO MUITO NA CARA !

        2. A Susiana Drapeau zurrou

          A Susiana Drapeau zurrou mesmo essas sandices?

          Que coisa mais ridícula.

          Arkx, você quer ultrapassar o PT pela esquerda ou pelo acostamento?

  22. artigo sobre a greve dos caminhoneiros e relações de trabalho

    A raiz da greve dos caminhoneiros e a regulação do trabalho

     

    Vitor Araújo Filgueiras[1]

    José Dari Krein[2]

     

    Os preços dos combustíveis têm sido o foco dos debates relacionados ao movimento que praticamente paralisou o transporte de mercadorias no Brasil desde a semana passada. Isso não surpreende, pois, de fato, esses preços (particularmente do diesel) foram o estopim da disputa que estamos assistindo.

    Desde então, muito tem se falado na Petrobrás e na gestão da empresa, o que é certamente algo bastante relevante, não apenas pela sua influência nos preços dos combustíveis, bem como por conta do papel que a maior empresa do país tem em seu desenvolvimento. Também têm aparecido muitas referências à dependência da economia brasileira em relação ao transporte rodoviário como a variável chave para explicar o imenso impacto das paralisações nas rodovias.

    Mas há algo essencial que não tem aparecido nas discussões: como a forma de regulação do trabalho no transporte rodoviário de cargas é uma raiz da crise.

    O modo como muitas empresas organizam os trabalhadores que transportam as mercadorias é muito interessante para os seus negócios sob diferentes aspectos, dentre eles, a tendência a externalizar os conflitos distributivos inerentes à produção baseada no trabalho assalariado.

    Ao invés de contratar trabalhadores formalmente como empregados, empresas que distribuem suas mercadorias ou aquelas especializadas em transporte de carga contratam centenas de milhares de motoristas como se fossem autônomos (via pessoa física ou jurídica). Essa estratégia não é exclusividade do setor, nem se restringe ao Brasil. Pelo contrário, é um expediente que tem se expandido em várias atividades e em diversas partes do mundo. No nosso país, com a crise do emprego nos últimos anos, essa forma de contratação tem crescido no conjunto do mercado de trabalho[3].

    Não se pode confundir o verdadeiro trabalhador autônomo, aquele não submetido ao arbítrio alheio, com a estratégia de contratação na qual as empresas não admitem sua condição de empregadoras. Motorista autônomo, de fato, é aquele que presta serviços para diferentes clientes, sem depender, nem estar subordinado, a nenhum deles.  Por exemplo, autônomo é aquele motorista para o qual você liga uma vez para fazer o carreto de sua geladeira. Existem muitos trabalhadores com esse perfil, mas eles não são a maioria, nem os protagonistas do transporte de cargas no Brasil.

    Quem dita a dinâmica do setor são empresas, sejam elas donas das cargas ou firmas especializadas no próprio transporte. Elas contratam e gerem centenas de milhares de trabalhadores para realizar as atividades de distribuição. Para isso, uma parte dos motoristas é admitida como empregado, enquanto outra fatia, provavelmente a maior, é contratada como se não fosse assalariada, a despeito da sua subordinação aos ditames empresarias. No início de 2017, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), estavam inscritos 1.664 milhões de veículos para transporte de cargas no país, sendo 1.088 milhões de propriedade de empresas e 553 mil vinculados a motoristas classificados como autônomos[4]. Enquanto isso, segundo a RAIS, as empresas de transporte de carga mantinham não mais do que 868 mil trabalhadores como empregados formais, aí incluídos não apenas motoristas, mas todas as demais funções.

    As nomenclaturas podem confundir (carreteiro/agregado – Transportador Autônomo de Carga (TAC)-Eventual/(TAC)-Agregado, Empresa de Transporte Rodoviário de Cargas – ETC), mas a contratação de motoristas sem a admissão do vínculo de emprego tem a mesma lógica: é uma estratégia de gestão do trabalho. É comum motoristas supostamente autônomos (muitas vezes contratados como pessoas jurídicas) trabalharem sempre para a mesma empresa e com exclusividade, em horário e com preços de frete unilateralmente impostos pela contratante. O pagamento desses motoristas depende exclusivamente do número de fretes realizados, e seu trabalho é meticulosamente monitorado por satélite/GPS.  As empresas também dirigem as atividades impondo prazos exíguos e multas para atrasos. Em suma, há uma série de evidências da completa falta de autonomia desses “autônomos”.

    É possível ter uma ideia da dimensão da gestão do trabalho via contratação de motoristas sem formalização do vínculo de emprego por meio de dados das Fiscalizações do Ministério do Trabalho. Para ilustrar, em 2012, auditorias em apenas 9 empresas de transporte de carga identificaram que 92.654 motoristas de caminhão trabalharam como empregados sem carteira assinada, sendo irregularmente contratados como “autônomos” pessoas físicas ou vinculados a 20.458 pessoas jurídicas terceirizadas.

    Ao contratar motoristas sem admitir sua condição de empregadoras, as empresas não cumprem nenhum direito trabalhista. Assim, tornam a vida desses trabalhadores completamente inseguras, sem sequer uma renda mínima (um salário básico) para sobreviver. O frete, que, de fato, constitui o salário desses trabalhadores, costuma não obedecer qualquer parâmetro mínimo. Também não há descanso remunerado, férias, etc. O motorista se sente completamente dependente da execução de cada serviço, e por isso tende a trabalhar mais e descansar menos. Apenas nas Fiscalizações do Ministério do Trabalho citadas foram identificadas 472.606 jornadas de trabalho superiores a 10 horas por dia. Segundo o órgão, a maioria dos acidentes envolvendo caminhões está relacionado ao cansaço por jornadas excessivas. Não parece ser coincidência que, em pesquisa da própria CNT[5], de 2016, só 23,3% dos motoristas entrevistados ditos autônomos afirmaram estar satisfeitos e cumprindo as normas de descanso e 65% disseram não cumprir a lei, enquanto entre os motoristas empregados, 67% estavam satisfeitos e 51,7% afirmaram cumprir os descansos previstos na lei. Apenas 21% dos autônomos disseram que flexibilidade de horário é um ponto positivo do trabalho.

    A questão, do ponto de vista da gestão do trabalho, é que o trabalhador contratado como autônomo tende a ser ainda mais subordinado à empresa, pois sua relação é completamente precária e cada frete pode ser o último.

    Mas não para por aí. À negação dos direitos trabalhistas se soma a transferência dos custos dos insumos (combustível, pneus, manutenção, etc.) aos trabalhadores ditos autônomos. Desse modo, além de não ter renda certa, os motoristas têm que cobrir os custos inerentes à atividade, radicalizando sua insegurança. As empresas gastam menos, correm menos risco e têm um trabalhador ainda mais dócil laborando em seu benefício.

    Não bastasse, ao transferir para o trabalhador o risco do negócio, incluindo os custos dos insumos, as empresas têm conseguido desviar da relação de trabalho o foco da disputa distributiva. Aceitando a condição de “autônomo” imposta pelas empresas, o motorista tem visto nos preços dos insumos uma fonte de determinação dos seus ganhos mais importante do que o preço pago pelos seus serviços. Antes da atual crise, outras mobilizações já traziam como principal demanda o preço do combustível. Segundo a supracitada pesquisa da CNT, 56,4% dos motoristas enquadrados como autônomos considerava o custo do combustível o principal problema do seu trabalho (contra apenas 24,9% dos contratados como empregados), e apenas 1% apontava o valor do frete como a reivindicação mais importante para a categoria.

    Pensemos o seguinte: por que a mobilização para reduzir o preço do diesel não atinge os motoristas de ônibus? A resposta é simples: Porque as empresas de ônibus (ainda) não negam a condição de assalariamento dos seus trabalhadores e, consequentemente, o aumento do preço é um problema fundamentalmente das empresas. Quão improvável é ver trabalhadores de siderúrgicas e montadoras de carros reivindicando a redução do preço do carvão e dos pneus, ao invés de pleitear melhores salários?

    Estamos tratando da atividade em que mais morrem empregados no Brasil todos os anos, segundo as fontes oficiais – mais de 10% dos mortos no conjunto do mercado de trabalho formal, consideradas as atividades isoladamente. Como a subnotificação dos infortúnios pode chegar a 90% entre todos os trabalhadores acidentados no Brasil[6], ela provavelmente é pior no setor de cargas, dado o desproporcional contingente de motoristas não admitidos como empregados formais.

    Vale ressaltar que a regulação pública do trabalho, seja nas leis, seja na atuação das instituições, têm contribuído para legitimar esse cenário. A contratação de trabalhadores como autônomos, pelas empresas, não é novidade no setor, mas parece ter piorado. A regulação dos TAC, ETC, etc. tende a legitimar e recrudescer essa estratégia, ainda mais estimulada com a recente reforma trabalhista. No judiciário, a disputa sobre os limites ao uso de motoristas de carga como assalariados disfarçados está suspensa desde o final de 2017, por conta de uma liminar do STF concedida por Luís Roberto Barroso[7].

    O processo de disputa focado no preço dos insumos não é determinístico. Mesmo no assalariamento disfarçado dos motoristas contratados como autônomos, a luta poderia ser por melhores salários. A rigor, a demanda está presente na atual greve, pois a tabela com preço mínimo do frete é apenas um eufemismo para uma espécie de salário mínimo. Todavia, tal demanda está longe de ser a pauta que tem sido mais enfatizada. Os motoristas parecem mesmo assumir a retórica empresarial de que são autônomos, de modo que sofrem, morrem, mas não demandam serem menos explorados por seus empregadores.

    Quase todas as análises sobre o movimento dos caminhoneiros, assim como ocorre em outros casos em que o assalariamento não é explícito, assimilam acriticamente a condição de “autônomos” dos trabalhadores, sem perceber que a própria designação é um elemento central da gestão do trabalho pelas empresas.

    Enquanto isso, por ser no custo do insumo a disputa que estamos assistindo, os empresários se aproveitam da afinidade eletiva entre patrões e empregados, e apoiam (ou mesmo promovem) as paralisações.

    A regulação do trabalho é um elemento estrutural para entender os eventos recentes no Brasil. Trabalhadores são precarizados e geridos pelas empresas de tal modo que direcionam seus esforços sem perceberem ou serem capazes de enfrentar quem fundamentalmente impõe seus baixos rendimentos, grande instabilidade e péssimas condições de trabalho.

     

     

     


    [1] Professor de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pós-doutorado em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). (2016) Estágio de Pós-doutorado (SOAS, Universidade de Londres, 2015) Doutorado em Ciências Sociais pela UFBA (2012). Mestrado em Ciência Política pela UNICAMP (2008). Graduação em Economia pela UFBA (2005). Secretário da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET) (2018-2019) Foi Auditor Fiscal do Ministério do Trabalho entre 2007 e 2017. Pesquisador Colaborador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT) da UNICAMP.

    [2] Professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), possui doutorado em Economia Social e do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas (2007), mestrado em Economia Social e do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1982). Pesquisador do CESIT. Membro da diretoria da ALAST (tesoureiro) no mandato 2010-2013. Presidente da ABET (2007-2009)

    [3] Ver: Filgueiras, Vitor, et al. A reforma trabalhista como reforço a tendências recentes no mercado de trabalho. In: josé Dari Krein; Denis Maracci Gimenez; Anselmo Luis dos santos. (Org.). Dimensões críticas da reforma trabalhista no Brasil. 1ed.Campinas: Curt Nimuendajú,, 2018.

    [4] Anuário CNT do transporte – estatísticas consolidadas 2017. – Brasília: CNT, 2017.

    [5] Pesquisa CNT de perfil dos caminhoneiros 2016. – Brasília: CNT, 2016.

    [6] Ver, Filgueiras, Vitor. Saúde e segurança do trabalho no Brasil. 1. ed. Brasília: Movimento, 2017. Disponível em: http://www.cesit.net.br/saude-e-seguranca-do-trabalho-no-brasil/

    [7] Se o leitor não tiver medo de se assustar com o nível a que pode chegar uma decisão judicial, vale a leitura da redação de Barroso, disponível na internet. Recomendamos, para compensar, o texto de Rodrigo Carelli: “Barroso versus o mundo: o contrato-realidade e o transportador autônomo de cargas”, disponível em: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/barroso-versus-o-mundo-o-contrato-realidade-e-o-transportador-autonomo-de-cargas-21032018

     

  23. No fundo ninguém se preocupa com o nome que assina

     

    Luis Nassif,

    Ontem eu enviei um comentário no WhatsApp que apresentava o problema da dificuldade do aumento do frete como um dos motivos para o maior empenho dos caminhoneiros nesse lockout. Era uma forma de rebater um colega que insistia em dizer que havia mais empenho dos sindicatos em combater o governo do presidente antes interino agora definitivo às custas do golpe Michel Temer do que combater o governo no período de Lula. Justificava o argumento a partir de um gráfico que mostrava que o preço de diesel fora mais caro com Lula do que com Michel Temer.

    Eu enviara o comentário para colega que transcrevera um artigo de Vera Magalhães sem deixar o link, nem a autoria, apenas informando ter sido publicado no Estadão. Não vi qualidade no artigo, mas interessei em checar a autoria. E então fiz o comentário para a colega. Transcrevo a seguir o comentário que fiz sobre o texto de Vera Magalhães:

    “O artigo do Estadão é de 27/05/2018 e é de Vera Magalhães. O link para o artigo e o seguinte:

    https://www.google.com/amp/politica.estadao.com.br/noticias/geral,ensaio-sobre-a-cegueira,70002325876.amp

    Agora o artigo é próprio de jornalista que para fazer sucesso segue a opinião da maioria. A maioria gosta de ficar ali no centro. E é para esses que ela dirige o artigo.

    Primeiro critica Bolsonaro e o PT por que os dois são contra a atual política da Petrobras. Se põe contra os dois apenas porque os dois são mal vistos pelo leitor centrista que tem a opinião já consolidada e é essa opinião que ela quer alcançar.

    Na sequência traz uma frase catastrófica. Diz ela:

    “Os cegos de ódio por Temer saem repetindo que os impostos sobre os combustíveis são escorchantes. E são.”

    Os centristas (aqueles para quem ela escreve) que ela quer alcançar, isto é, manifestar opiniões que gozem da aceitação dos centristas, concordam que há os cegos de ódio a Temer. E esses mesmos centristas estão convencidos de que os impostos são escorchantes. Daí que na sequência ela também se manifesta contra os impostos. Uma linha de argumentação que eu considero vil.

    Eu vou parar aqui, mas a argumentação dela vai nesse diapasão.”

    Continuei argumentando, mas na sequência expressando mais a minha opinião sobre a paralização e de certo modo rebatendo o outro colega que dizia que os sindicatos dos caminhoneiros foram mais benevolentes com Lula do que com presidente antes interino agora definitivo às custas do golpe Michel Temer. Continuando, então, disse o seguinte (Deixo em negrito a parte que mais queria destacar aqui):

    “Greve de caminhoneiros é Lockout. É claro que a forma absurda de se variar o preço da gasolina conforme a taxa de câmbio e do preço internacional é de um ridículo sem tamanho. Precisaria de uma manifestação mais forte da sociedade, que infelizmente não se deu. Os caminhoneiros tomaram a frente e infelizmente fizeram um grande estrago. Ficaram revoltados com a instabilidade do preço, mas também com a atual estagnação que dificulta a contratação de carga para eles em um setor que deve ter aumentado a concorrência.

    Agora ficar repetindo frase de que os impostos são escorchantes é falta de bom senso. Tudo que se tem no Brasil no setor público, isto é, estradas, hidroelétricas, escolas, etc, ou seja, investimentos próprios do Estado, é decorrente dos impostos. Há países com a carga tributária, que é o que importa, quase um terço maior que a nossa.

    Ontem eu fiquei escutando a leitura de uma carta que um americano teria escrito para Alexandre Garcia. Parecia mais opinião do próprio Alexandre Garcia. De todo modo, é uma longa carta falando contra os impostos. Caricaturava a situação chamando de pobre o americano e de rico o brasileiro. Deve ter sido lida sem o contraditório.  Se houvesse bastavam duas afirmações para desmoralizar o discurso do americano (pseudo?).

    Primeiro deve-se dizer que seria suficiente uma desvalorização do real de tal modo que dólar passasse a valer 7 reais para os dados que eram reproduzidos na leitura da carta ficassem defasados. E se acrescentaria que o real estava sobre valorizado para que pessoas como Alexandre Garcia ganhassem o suficiente para poder fazer compras baratas em Nova York.

    E o segundo argumento do contraditório era falar que o pobre americano pagava cinco vezes mais de imposto do que o rico brasileiro. É claro que se houvesse a desvalorização do real como preconizei acima, isto é, o dólar valorizando 100%, cada americano pagaria 10 vezes mais impostos do que cada brasileiro.”

    Negritei a parte em que dou destaque a esta questão do frete. Enfim, a dificuldade de aumento do frete em face do aumento da concorrência e da diminuição da demanda em razão da estagnação econômica que o país enfrenta fomentou ainda mais a revolta dos caminhoneiros. Culpar a política de incentivos a compra de caminhões adotada por Lula ou pela ex-presidente às custas do golpe Dilma Rousseff pela atual crise, poderia até ser tratado ou como má-fé ou ignorância, mesmo que seja opinião de doutor.

    Creio, entretanto, que a razão mora no Aforismo XLVI do “Novum Organum” de Francis Bacon como ele foi exposto no artigo “Woody Allen e Heidegger: Morte aos monstros!” do filósofo e médico Flávio Paranhos e publicado na Revista Bula e que, por sugestão de Marco St., que trouxera o artigo do blog de João Paulo Caldeira de Melo, virou o post “Ética, Heiddeger e Woody Allen” de terça-feira, 04/02/2014 de 14:18, aqui no blog de Luis Nassif, podendo ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/etica-heiddeger-e-woody-allen

    O Aforismo XLVI de Francis Bacon é o seguinte:

    “O intelecto humano, quando assente em uma convicção (ou por já bem aceita e acreditada ou porque o agrada), tudo arrasta para seu apoio e acordo. E ainda que em maior número, não observa a força das instâncias contrárias, despreza-as, ou, recorrendo a distinções, põe-nas de parte e rejeita, não sem grande e pernicioso prejuízo.”

    Então é isso. Não importa o que aconteça e talvez na razão direta da nossa formação intelectual, cada um de nós nos apegamos a nossas convicções que não há quem consiga nos convencer do contrário.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 30/05/2018

  24. Notícias Populares.

    Uma única vez na vida comprei o jornal já extinto  “Notícias Populares”, editado pelo Grupo Folhas. Estava no ginásio e a manchete era “Seres de outro planeta visitarão a Terra em outubro” Não me lembro do ano, mas essa manchete foi publicada em março, na primeira semana de aulas.

    Essas manchete escandalosas sempre vinham com :pg.X. Abri o jornal já no pátio da escola, ainda tinha uns quinze minutos antes da primeira aula. na página “X” dizia que uma famosa astróloga argentina havia previsto a visita alienígenha.

    Com ódio pelo dinheiro gasto, joguei o jornal no lixo. Notícias  Populares foi sem dúvida o pioneiro das Fake News no Brasil. Agora, distraído, li o comentário do “fakeNewsMan ” ZeSergio, um nome falso como outro qualquer que infesta a internet. Era mais uma imbelicidade supimpa. Esses milhares de zes sergios ajudaram na eclosão do golpe, mas não perderam a vergonha porque nunca a tiveram. E eu gastando meus minutos com um idiota desses. Credo em cruz”

  25. A agência xeque lembra os

    A agência xeque lembra os primórdios do observatório da imprensa

    Alberto Dines que Deus o guarde

    Nassif, que Deus o preserve e faça o que tem de fazer, dor a quem doer, o brasil agradece e há de agradecer, sempre

  26.  E A CONTA CHEGOU
    Manchete do

     E A CONTA CHEGOU

    Manchete do ESTADÃO dá o tom geral da midia oficialista de hoje : a culpa é dos caminhoneiros, o detonador da crise, a gestão ruinosa PARA O PAIS de Pedro Parente na Petrobas nem sequer é citada, a PETROBRAS fez tudo certo e quem desmanchou a festa foi o protesto dos caminhoneiros, a conta deve ser jogada nas costas deles, que reagiram a uma

    situação de agressão da Petrobras a seus clientes MAS á Parente NADA se imputa, o executivo com cara de agente funerario

    não fez nada de errado portanto as PERDAS BILIONARIAS PARA A ECONOMIA não são culpa dele.

    As vitimas de uma politica de preços absurda  são as culpadas pelo crime, esse é o tom da midia pro-mercado do Brasil.

    Marcelo Madureira um folclorico ignorante sobre qualquer assunto, comentarista da Radio Jovem Pan, diz que a pesquisa

    Datafolha que indica que o povo brasileiro quer manter a Petrobras controlada por brasileiros é fruto da IGNORANCIA do povo brasileiro. Para ele o maximo seria vender a Petrobras para financistas abutres de Wall Street que depois a revenderiam a chineses, mas será que pagam para alguem  evacuar semelhante verborragia?  Será que mexicanos concordariam em vender a PEMEX a suecos?  Petroliferas estatais DOMINAM o mercado mundial de petroleo desde a decada de 70, a PETROBRAS esta na crista da onda como ESTATAL, as petroliferas privadas estão em retrocesso há 50 anos, mas eles não sabem.

  27. Aumento combustivel

    Qual a razão para um pais ser prejudicado para que uma empresa, que é estatal, manter uma margem de lucro deste tamanho? Agradar a uns poucos acionistas, já que o lucro que o governo teria vai voltar em subsidios compensatórios.

  28. Aumento combustivel

    Qual a razão para um pais ser prejudicado para que uma empresa, que é estatal, manter uma margem de lucro deste tamanho? Agradar a uns poucos acionistas, já que o lucro que o governo teria vai voltar em subsidios compensatórios.

  29. #

    Os argumentos desses golpistas pouco a pouco vão fazendo cair a ficha dos coxinhas que pediram a saída de Dilma.

    Os golpistas dizem descaradamente que Dilma “cometeu o crime” de segurar os preços dos combustíveis não repassando-os aos consumidores. Todo mundo gostou disso, menos os coxinhas.

    Agora estão dizendo que Lula e Dilma “cometeram o crime” de facilitar o financiamento de caminhões. Como se isso não fosse uma ótima política de desenvolvimento econômico e renovação de frota, que alias, só traz benefícios, como a redução de acidentes, bem como a redução de emissão de poluentes.

     

  30. DECIDA PARA ONDE VAI SEU LIVRE ARBíTRIO

    Eramos bilhões de espíritos vacantes no espaço, de forma vazia, disputados por deuses rebeldes do universo. Deus resolveu nos enviar a terra para encarnar no modo de fidelidade. A intenção é provar no trabalho a vontade de quem quer ser Dele. O livre arbítrio se aplicaria a duas fontes e o espírito esolheria se converter a uma, e – como um meio ser – dois corpos e seres viventes povoariam a terra.

    Chegamos na terra para voltar ao céu com uma dessas duas conversões: Trabalhar no jardim do Eden: um Paraíso, onde a presença de Deus nos justificaria com todas as coisas; ou, como aconteceu: Decidam se querem se converter com o próximo, na busca de riquezas neste mundo especulativo. Nesse caso justificarás ainda o domínio próprio contra o poder dos opressores do norte; onde um exército de ladrões e avarentos tentam destruir o tempo eterno, a começar de cambistas primitivos na entrada do templo. 

    Sei que perdemos a primeira oportunidade da vida completa. Adão e Eva trouxeram o pecado da morte espiritual, porque quiseram ser iguais a Deus; daí adveio o mundo da provação, no qual uma minoria do sistema, em si, detém o domínio de satanás, e nós, os pseudo herdeiros da terra somos chamados para a iniqüidade que prospera no conhecimento do bem e do mal: O sistema dos dias provam o trabalho do homem e precede as coisas futuras nas voltas da terra.

    Assim, sem valor do trabalho, o crescimento econômico se fazia com as guerras anuais. As cidades eram destruídas, e, na realidade, se repartia os despojos do povo oprimido. Os ídolos, ouro e prata eram levados para o rei; e “se os vencidos ficassem nas suas nações, como iniquos pagavam impostos”. 

    Certo dia, a voz dos que clamam no deserto anunciou que era chegado o reino de Deus. foi quando os artífices da perversão do mundo, por causa da posse da terra, mataram o nosso salvador.

    Deus continua mantendo sua palavra para quem buscar o seu reino, e também para quem trabalha para os ídolos de ouro e prata, matando o homem nativo em seus valores. Mas a iniquidade da economia está nos descendo para o abismo das trevas, por um dinheiro podre – sem lastro – a ponto de nos tornamos indignos até da remissão do Senhor. É evidente que não imaginava que ao escrever neste fim o peso da glória, iría me lembrar dos nomes crueis pela justiça natural que é trapo de imundícia; e sinto na prática como se meu espírito batesse nas portas do próprio inferno. 

    Por isso, vejo em todo credor que a Ciência da economia está investida na grandeza dos demônios, confirmada com um povo apático; desumano e que não tem patriotismo para reconfigurar a forma elaborada para vitória do Reino de Deus

    inútil notar que no ensino bíblico a sabedoria divina preparou; ao mesmo tempo, toda reação necessária para o nosso espírito ter a vontade da presença Dele para testemunhar o movimento vivo em que não dependeremos mais do fundamento externo dos ídolos de ouro e prata das moedas estrangeiras. O nosso princípio espiritual, a graça para fazer o trabalho diário do corpo; entretanto, ante as indicações sugeridas se desfaz na iniquidade da ordem digital, porém; ouçam diante de quem ja começaste a cair no dano, certamente caíras diante Dele, o poder de Deus.

     

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