O Xadrez dos cabeças de planilha

Para entrar na próxima etapa de desenvolvimento, há a necessidade de superar diversos tabus que se acumularam nas últimas décadas, especialmente no campo macroeconômico, romper com o círculo de ignorância que sustentou a política econômica nas últimas décadas.

Peça 1 – as razões para a recessão econômica

Professor assistente do Departamento de Economia da Hobart and William Smith Colleges, em Nova York, Felipe Rezende tirou um período sabático para tentar entender as raízes da crise brasileira. Por que razão sucessivos estímulo ao investimento, de financiamentos a custo baixo a isenções fiscais, não impediram a derrocada da economia?

Em seus estudos, Rezende identificou um círculo negativo, previsto nos trabalhos de Hyman Minsky, economista pós-keynesiano falecido em 1996, redescoberto a partir da crise de 2008.

1.     Nos períodos de bonança, empresas em áreas rentáveis do mercado são estimuladas a aumentar seu endividamento. O aumento dos lucros compensa o aumento das dívidas.

2.     Chega-se ao fim do ciclo ou pela entrada de novos competidores, ou pelo aumento da oferta descolando-se da demanda. A rentabilidade recua e se desprega dos índices de endividamento das empresas. Os lucros não mais cobrem o serviço da dívida.

3.     As empresas passam, então a se ajustar, desfazendo de ativos e adiando novos investimentos.

4.     Com todas as empresas atuando nessa direção, há uma queda geral da demanda, que deprime ainda mais a taxa de lucro levando à recessão.

Minsky dividia os credores em três tipos:

1.     Mutuários hedge, capazes de amortizar suas dívidas por meio de seu fluxo de caixa.

2.     Mutuários especulativos, que conseguem pagar os juros, mas precisam rolar constantemente sua dívida.

3.     Mutuários Ponzi (da pirâmide de Ponzi), que não conseguem pagar nem os juros nem o principal. Sua única saída é o aumento do valor de seus ativos, para poder refinanciar as dívidas.

Anote os pontos acima, para poder entender o tamanho do erro do Banco Central brasileiro.

Peça 2 – os erros teóricos do Banco Central

Em pelo menos dois momentos cruciais recentes, o Banco Central brasileiro induziu o governo a erros colossais.

O primeiro, quando convenceu Dilma Rousseff a autorizar uma elevação da taxa Selic em abril de 2013 (http://migre.me/u614J)   

A redução da Selic havia comprimido a rentabilidade de fundos de pensão e de investimento, amarrados à renda fixa. Todos eles se preparavam para migrar parte dos recursos para o longo prazo, isto é, para os projetos de infraestrutura em andamento. Ali se completaria o ciclo do investimento, garantindo a sustentabilidade do crescimento.

A elevação da Selic apanhou todos no contrapé, penalizando mais os gestores que mais acreditaram no governo. Não foi por outro motivo que as primeiras grandes vaias contra Dilma partiram de representantes do mercado.

Na época, havia uma pressão nos preços, fruto de choques externos. Mas o que mais pesou foi um colossal erro de avaliação: a presunção de que o FED (o Banco Central dos EUA) iria aumentar as taxas de juros atraindo dólares de todas as partes. A alta da Selic seria uma manobra preventiva do BC, para impedir a fuga de dólares.

Havia dois tremendos erros de avaliação. O primeiro, de superestimar a elevação dos juros nos EUA. Qualquer movimento seria mínimo, devido aos impactos sobre a economia global e sobre os passivos internos. O segundo, a ideia estapafúrdia de se antecipar à elevação de juros dos EUA, em vez de aguardar para depois calibrar os juros internos – se fosse necessário. Até hoje o FED não aumentou os juros.

O segundo erro colossal foi na avaliação dos impactos da política fiscal e monetária sobre a inflação de 2015. Segundo os sofisticados estudos do BC, a política monetária teria um impacto pequeno sobre o nível de emprego, para trazer a inflação para o centro da meta.

Foi essa fantasia que fez com que, em março de 2015, em uma coletiva à imprensa, Dilma assegurasse que o pior já tinha passado. E em breve o país começaria a colher os frutos do ajuste fiscal.

A expectativa estava amarrada a uma fantasia gerada pela ortodoxia econômica. A lógica era a seguinte:

1.     O aumento da divida pública e da inflação provocam insegurança nos agentes econômicos.

2.     A obtenção de superávit primário e a estabilização da relação dívida/PIB traz de volta a confiança na parte fiscal.

3.     Uma política monetária ativa, ao trazer a expectativa de inflação futura de volta ao centro da meta, provoca numa redução nas taxas de juros longas.

4.     A queda das taxas longas despertará imediatamente o espírito animal do empresário, trazendo de volta o crescimento.

Em vez disso, trouxe de volta uma brutal recessão.

O Samba do Banco Central

Esses dois erros se prenderam a uma metodologia pretensamente sofisticada que o BC brasileiro importou do FMI, a “Stochastic Analytical Model with a Bayesian Approach”, ou Samba.

Esse modelo foi o responsável pelos grandes desastres econômicos na Grécia, Espanha e Portugal. E colocado em xeque pelo próprio Olivier Blanchard, quando deixou o cargo de economista-chefe do FMI (http://migre.me/u61HS).

Blanchard já se dera conta da insuficiência da teoria na explicação das crises econômicas e nas formas de tratamento. Mas admitia a resistência dos economistas tradicionais, incluindo os quadros do FMI, em proceder a uma mudança de rota.

Afinal, a teoria em questão foi utilizada por eles por décadas, garantiu-lhes reconhecimento, reputação.

O principal erro foi na avaliação dos impactos da consolidação fiscal sobre o produto. E também sobre a incapacidade da política monetária de compensar os efeitos negativos dos cortes no orçamento. Ou seja, quando o ajuste fiscal impõe cortes muito duros sobre a economia, a política monetária (isto é, a redução dos juros e ampliação do crédito) é incapaz de contrabalançar os efeitos recessivos do lado fiscal.

No caso brasileiro, foi pior: a política monetária foi pró-cíclica, isto é, aprofundando a recessão para teoricamente conter a inflação.

As empresas focaram encurraladas pela ação conjunta de uma política fiscal rigorosa e uma política monetária brutal. Os passivos aumentaram, vão sendo rolados enquanto os ativos despencam por conta da recessão.

No futuro, os historiadores econômicos ainda irão registrar esses dois movimentos como duas das maiores barbeiragens da história do BCB.

O modelo mereceu críticas dos maiores jornalistas econômicos do mundo, como Martin Wolff. O megainvestidor George Soros montou um instituto próprio, descrente na capacidade do modelo de prever os movimentos da economia mundial. Culminou com Blanchard assegurando que o modelo não era eficiente para captar a dinâmica do sistema capitalista.

No entanto, o apego dos economistas seniores à teoria faz com que a revisão comece a partir dos jovens economistas. Foi por pressão deles que está havendo uma revisão nos currículos das principais escolas de economia do mundo, Harvard, MIT, Sorbonne.

É o caso de Felipe, que decidiu estudar no Missouri, por ter localizado por lá um grupo que trabalhava em cima da revisão dessa ortodoxia, recuperando os estudos de Minsky.

Com a crise de 2008, Minsky voltou à ordem do dia.

Toda essa enorme discussão passou batido no BC brasileiro. Inclusive os alertas de Blanchard sobre a importância de os países pensarem em ferramentas macro prudenciais, como controle de capital. “A maioria dos macroeconomistas está agora decididamente a favor da teoria do segundo ótimo”, disse Blanchard em sua entrevista de despedida do Fundo.

E concluiu com uma afirmação óbvia, mas que soaria como anátema para nossos cabeças de planilha: “Uma baixa taxa de crescimento, conjugada com o aumento da desigualdade não é apenas moralmente inaceitável, mas também extremamente perigoso em termos políticos”.

Peça 3 – a insistência no erro por Henrique Meirelles

O governo Dilma caiu fundamentalmente por conta dos erros do Banco Central e da política econômica adotada na era Joaquim Levy e mantida por Nelson Barbosa. E vai ser repetido pela Fazenda de Henrique Meirelles e o BC de Ilan Goldfjan.

Artigo recente de Meirelles, de que a economia pode surpreender, não é levado a sério por Rezende.

Segundo ele, a crise atual não tem nenhuma semelhança com as de 2002 e 2008. Em ambos os períodos, o setor externo comandou a retomada do crescimento, em 2002 através da bolha e da superalavancagem da economia mundial, em 2008 com o ciclo dos commodities. Agora, o quadro é outro. O setor externo não conseguirá puxar a economia e as empresas estão em pesado processo de investimento. Resta apenas a perna dos gastos públicos.

Para tanto, diz Rezende, há a necessidade de romper o ciclo da ignorância que cerca o debate econômico público, da busca de superávit primário a qualquer preço, ou da criação do fantasma do default da dívida pública e calibrar a economia com o aumento dos gastos públicos.

Essa é uma das peças centrais do nosso xadrez. A política econômica continua a reboque do mercado, dos ganhos de curto prazo. Não se espere, em 2016 ou 2017 nenhuma mudança substancial no cenário econômico. 

Luis Nassif

38 Comentários

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  1. Meirelles jamais foi um

    Meirelles jamais foi um pensador ou formulador de politica economica, seu DNA é de gerente de banco.

    Goldfajn é um arqui-monetarista que tem como unica preocupação a segurança do capital.

    Nenhum dos dois tem qualquer coisa a ver com os atuais problemas economicos do Brasil.

  2. O MAL DO MEIRELLES…

    MEIRELLES ACEITOU SER MINISTRO DA ECONOMIA POR PURA VAIDADE. EU NÃO ENTENDO NADA DE ECONOMIA, MAS ENTENDO AGORA PORQUE DILMA NÃO QUERIA O MEIRELLES E PORQUE NÃO GOSTA DO MODO QUE ELE TRABALHA E ISSO QUALQUER LEIGO VÊ QUE, MEIRELLES TRABALHA PARA EMPRESÁRIOS E BANCÁRIOS.

    AGORA, EM MINHA OPINIÃO, O REAL MOTIVO QUE LEVOU MEIRELLES ACEITAR SER MINISTRO DO INTERINO, ALÉM DA SUA VAIDADE, FOI TAMBÉM PARA PROVAR A DILMA QUE ELE TERIA COMPETÊNCIA DE COLOCAR A ECONOMIA NOS TRILHOS EM POUCO TEMPO, SÓ QUE ELE ESQUECEU QUE NA ÉPOCA EM QUE ELE FOI MINISTRO DA ECONOMIA NO GOVERNO LULA E QUE A SITUAÇÃO ECONOMICA TAMBÉM NÃO ESTAVAM BOA E QUE TAMBÉM TEVE HERANÇA MALDITA… SÓ QUE ELE ESQUECEU QUE HÁ UMA GRANDE DIFERENÇA DAQUELA ÉPOCA COM A DE HOJE

    1- O LULA ASSUMIU A PRESIDENCIA LEGITIMAMENTE PELO POVO

    2- O LULA TINHA APOIO TOTAL NA CAMARA E NO SENADO

    3- O MEIRELLES FICOU NO PRIMEIRO E SEGUNDO MANDATO DE LULA EM CONDIÇÕES BOAS MESMO DEPOIS DO MENSALÃO

    OS TEMPOS ERAM OUTROS.  MEIRELLES HOJE ACEITOU UM GOVERNO INTERINO ONDE O PRESIDENTE NÃO ENTENDE OU NÃO LIGA PARA A PARTE SOCIAL E NEM MESMO PARA EDUCAÇÃO, POIS ELE SOMENTE TEM UMA VISÃO E UM ÚNICO OBJETIVO, RECUPERAR A ECONOMIA E ACABAR COM O RESTO.  É UM BESTA INTERINO QUE NÃO TRABALHA HARMONICAMENTE E QUE QUER GANHAR DE UM LADO E FERRAR O OUTRO. EM MINHA OPINIÃO, POSSO ATÉ ESTÁ ERRADA, MAS MEIRELLES VAI SAIR DESSE GOVERNO COM AVALIAÇÃO ENTRE OS ESPECIALISTAS DE FORMA INSATISFATÓRIA.

  3. Meirelles é o preferido do

    Meirelles é o preferido do Lula.

    Agora, finalmente o Nassif não precisa mais pedir desculpas para criticar a pol[itica economica do governo Dilma.

    Há uns anos dava até dó. Ele tinha de pedir mil desculpas para falar um ai da política econômica e ainda assim levava uma surra dos comentaristas para quem a Dilma é infalível.

  4. O xadrez dos cabeças de planilha

    Nassif, será que a intenção não era essa mesma, a de quebrar a banca para chegar ao ponto atual, onde o governo golpista de Temer aponta para as privatizações como forma de fazer caixa para o governo e entregar as empresas a preço vil, transferindo para as novas empresas a obrigação de fazer os investimentos que o setor público brasileiro deixou de fazer e manterá sem fazê-lo, para que depois o mesmo setor público, via BNDES, por exemplo, financie o setor privado que herdará esse patrimônio com as privatizações com juros de pai pra filho?

    É a sopa no mel. Todos os atores citados no seu artigo – e que se baseia nos estudos de Rezende – são representantes do capital mais selvagem que usurpa dos poderes políticos das Nações subalternas aos devaneios do FMI para produzir o caos, e depois levar de graça empresas e serviços públicos, para adiante usar de financiamentos públicos de baixo custo para sustentar o nível de investimentos que são proclamados como necessários ao desenvolvimento do país. Com a notável mudança de mãos da gestão desse patrimônio, do público para o privado, que não coloca dinheiro próprio em nenhuma dessas operações. Basta lembrar do FHC que financiou com dinheiro público – ou de terceiros, como os fundos de pensão – o processo de privatização brasileiro. Como disse, é a sopa no mel. 

  5. Cabeças

    E o ex-queridinho do Mercado, Joaquim Levy, pulou do barco rapidissimo quando viu o desastre que tinha produzido e que o governo agonizava. Até hoje não se responsabilzou por nada, e, pelo menos não vi, jamais defendeu Dilma Rousseff. Espero que também este ponto o PT tenha aprendido mais uma lição.

  6. Os fantasmas  do “superávit

    Os fantasmas  do “superávit primário” e do “defaut da dívida pública” (impostos e enaltecidos pelos financistas na defesa de seus pecuniários interesses) é – além de uma das causas da crise econômica do país – justificativa (numa construção distorcida e forçada) dos golpistas  para a possível caracterização do crime de responsabilidade da Presidenta Dilma.

  7. Alavancagem
    Já fui empresário e já cai nessa armadilha dos empréstimos bancários para “financiar crescimento”

    Com 30% do faturamento bruto destinado a pagar juros bancários nenhuma, repito, nenhuma empresa sobrevive. Depois que “quebrei” consegui uma redução de 90% na dívida e um novo parcelamento com juro pequeno e a perder de vista.

    Por que não me ofereceram essa possibilidade antes? Usura.

    A única maneira de retomar o crescimento é acabar com a ditadura do juro bancário de mais de 400% ao ano. Sem crédito barato empresas só crescem se forem oligopólios ou tiverem de onde tirar via corrupção

    1. O texto é bem claro pra pouco entendedor de economia.

      O problema é a política do rentismo nacional. Todo mundo vive dos juros no Brasil, até o Governo.

      A turma que está no BC toma estas atitudes não como barbeiragem (termo educado) mas sim como sabotagem econômica.

      Toda a cúpula do BC deveria ser enforcado em praça pública por traição a pátria.

      O sistema é muito simples: O Governo alimenta os Juros Selic que balizam a inflação e todo o sistema de crédito nacional.

      Tornar o Brasil uma Grécia é crime nacional por sabotagem econômica. O maior erro do governo da Dilma foi este. Não enxergar isto é a mesma atitude do Dunga em ser desclassificado duas vezes com duas substituições no bolso.

  8. Se entendi o post, o Brasil

    Se entendi o post, o Brasil está no caminho ‘certo’ para tornar-se uma Grécia tamanho família? 

    E o ponto que me assusta é ver como a elite da elite econômica age como aquele médico que para unha encravada ou pneumonia receita o mesmo remédio = sangria [rs] Desculpe, mas não há outra palavra pra quem está no andar de baixo = tamo fodido [rs] 

    1. O triste é ver a humanidade

      O triste é ver a humanidade indo pro abismo e levando junto várias outras espécies, por conta da boçalidade da visão tacanha e egoísta da elite. Não que isso seja novidade..

  9. Fico curioso….

    Fico curioso ao ver a Coreia do Norte lançar foguetes, pesquisar armas nucleares e mobilizar mais de 1 milhão de soldados nas suas FFAA, sem Banco Central, sem metas fiscais, sem tripé. Fico curioso de ver Cuba levando medalhas nas olimpíadas e mandar excelentes médicos pelo mundo afora salvando vidas de outras nações. Fico curioso de ver uma nação como China, que optou pelo comunismo (pelo menos durante um tempo), fazendo programas espaciais, levantando a sua economia para hoje ser a primeira do planeta, e outras conquistas.

    Não será um sujeito de gravata, com experiência em bancos ou em bolsas de valores quem irá fazer o milagre de converter o Brasil numa potencia, mas sim o seu povo, mobilizado e caminhando junto para uma determinada direção, liderado por um Governo que aposta nisso. Brasil é rico em todos os seus aspectos, mas pobre no espírito das suas elites entreguistas.

    Minha empresa, como muitas outras, passa sérios apertos econômicos, mas vou indo. Tenho uma assessoria excelente em contabilidade/laboral/ jurídica, mas, nem por isso um funcionário “cabeça de planilha” dessa consultora vai vir aqui e levantar a minha empresa. No máximo, ele fará que os procedimentos contáveis e financeiros sejam seguidos. Faria uma boa “gestão”! Gestão de que? De qual dinheiro? Apenas eu mesmo, com a minha liderança técnica e comercial, junto com os meus fieis técnicos remanescentes, consigo trazer projetos e gerar algum dinheiro para dentro de casa, com o meu trabalho duro, com o máximo de qualidade e bons contatos.

    Brasil segue o caminho equivocado: Não há liderança técnica/política; pretendem que um cabeça de planilha administre um dinheiro que deixou de entrar e, pior ainda, botaram Serra na área comercial externa do Brasil e, convenhamos, só sabe perder bons Clientes e ficar na mão de apenas um, justamente aquele que torce há muitos anos pelo nosso insucesso.

    1. Certeiro!

      Alexis, seus argumentos me parecem tão óbvios, que chega a espantar. Me espanta imaginar que muita gente (muita mesmo!) não perceba isso. Sua reflexão contém os nós essenciais que podem explicar o por que o Brasil não se consolidou como potência econômica inovadora, mesmo com investimentos em educação dos governos Lula. Saudações.

  10. Todos os países querem,
    Todos os países querem, avidamente, crescer?

    Há milhares de cabeças pensantes, tanto nos governos como nas empresas, nos grupos de pesquisa, etc?

    Todos os países pararam de crescer na forma desejada, consistente e sustentável?

    A resposta parece ser sim.

    Simples, não?

    Conclusão:

    Os modelos estão ultrapassados, em outras palavras faliram.

    Como, não?

    Várias metodologias não foram tentadas?

    Perguntas:

    Para se crescer, obrigatoriamente tem que haver investimentos?

    Governos e empresas estão endividados?

    Os ricos estão com dinheiro “embaixo do colchão”?

    Mais uma vez a resposta parece ser sim.

    Então, como fazer crescer?

    Há algumas teorias bastante desprezadas pelo sistema:

    1 – decrescimento

    2 – aumentar impostos dos ricos

    3 – redistribuição de riqueza

    4 – acabar com a pobreza

    Entenderam porque está havendo conflitos internos nos países?

    Entenderam os motivos da classe política estar desmoralizada pelo mundo?

    Entenderam porquê a derrubada do governo Dilma e todas as medidas aceleradas do governo Temer para favorecer o governo americano e empresas estrangeiras?

    Entenderam os motivos da criação de leis penais draconianas pelos governos?

    Entenderam a iminência de um conflito mundial?

  11. Há erros conceituais na
    Há erros conceituais na cabeça dos hegemônicos:

    “Fazer o bolo crescer para depois dividi – lo”

    Primeiro, um erro de má fé, ou de ingenuidade, que é acreditar que o “espírito animal” (paradoxal né?) vai querer dividir alguma coisa.

    Segundo, antes do bolo crescer é preciso juntar os ingredientes. E, qual o ingrediente indispensável para fazer crescer?

    O fermento.

    Qual é o fermento?

    O poder de compra….

    que minguou.

    Cadê o povo comprador?

  12. Concordo com o Nassif

    Concordo com o Nassif só não na parte em que acha que houve erro da equipe econômica da presidente Dilma, pra mim, isso inclusive colocado em alguns artigos do J. Carlos de Assis e outros economistas, foi um “erro” premeditado pois já haviam exemplos claros de que não daria certo assim como não deu certo na Europa

    Levy virou diretor financeiro do banco Mundial

    E o Nelson barbosa?

    http://www.viomundo.com.br/politica/nelson-barbosa-esta-cavando-um-emprego-no-fmi-ou-no-banco-mundial.html

    Só há uma maneira de prover dinheiro às elites assim como fazia o governo FHC e para os bancos assim como faziam Lula-Dlma: endividamento externo e venda das riquezas nacionais

    Só quem busca crescimento exagerado são os países que caem no conto do vigário da política monetária internacional, temos de buscar a NOSSA estabilidade econômica e isso se faz com distribuição de renda e oportunidades para todos…

     

    http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1285:catid=28&Itemid=23

  13. E se houvesse alguma punição para esses tipinhos?

    Pensando com os dedos no teclado: 
     

    se um viaduto cai, quem o projetou e o construiu vai, no mínimo, levar uma bela sentada no colo;

    se um paciente morre na mesa de cirurgia, os médicos terão que esclarecer o ocorrido muito bem;

    se uma barragem se rompe …

    E com esses cidadãos que se dizem portadores da melhor ciência para resolverem os problemas econômicos? Hein? hein:

    Tomam algumas medidas com base em algo chamado por eles de  “teoria ” (o que prova que não é um conhecimento sedimentado e comprovado, apenas uma idéia de algum professor / pesquisador vaidoso que quer aparecer), o resultado esperado não aparece, e eles ainda são “premiados” com belos salários de bancos depois do fracasso.

    E os cidadãos que fazem parte do sociedade pagam por esses erros clamorosos, com desemprego, queda de mercado, etc. (Filme velho, não?!)

    Não deveria ser assim. Esses dirigentes deveriam ser chamados às falas, e se o resultado não foi o esperado, deveriam ter seus diplomas cassados e talvez até passar uma bela temporada num xilindró.

    Dois ou três casos assim, e todas essas teorias imbecis vão para o lixo!

    Lembro de um tal Kenneth Rogoff, salvo engano, que encheu uma planilha com uma montanha de dados, deve ter sacudido a CPU onde estavam e assim “descobriu” que se um país qualquer estivesse com dívidas acima de 90% de seu PIB, ele estaria quebrado, e seria impossível de ele pagar o que deve. 

    Os arautos do FMI, mancomunados com não sei quem usaram isso como uma bandeira para usar com a sua clientela. Uma das vítimas voi a Grécia. Deu no que deu. 

    Passados alguns meses, um estagiário (repito: um estagiário  !!!!) de economia foi convidado a examinar a fatídica planilha desse arauto criador de teorias. E, pasmem, descobriu falhas gritantes nesse estudo, pelas quais o autor errou nas fórmulas, somando alhos com bugalhos, omitindo outros detalhes etc. Em resumo, mais uma teoria que foi para o lixo.

    E o povo grego anda pagando caríssimo pelos erros desses idiotas. Pode isso, Nassif? 

     

    1. Partindo desse pressuposto o

      Partindo desse pressuposto o impedimento da Dilma é uma punição branda a ela ?

      A economia vai cair 4% por dois anos seguidos, e ai ?

  14. Nassif, um contraponto:
    Se em

    Nassif, um contraponto:

    Se em 2013 os juros não tivessem começado a suibir a inflação muito provavelmente seria muito maior nesse periodo do que ja foi, lembrando que ela ainda esta em 9% ao ano, mesmo com uma recessão de 4%.

    Como usar de gastos públicos – suponho que em investimentos – se todas as empreiteiras estão com problemas com a lava jato, se o TCU não deixa passar um prego ?

    Sem contar o fato que Dilma caiu em parte pelo uso dessa poítica, como fazer com que Temer a repita?

  15. Com a dívida pública

    Com a dívida pública explodindo, déficit público monstruoso, e vem falar em “calibrar a economia com aumento do gasto público”??? Não entendo mais nada mesmo. Com o aumento da dívida, crescerão também os juros para captação no exterior, até o estrangulamento. Aí só resta o calote. É esse o caminho?

  16. Mastodonte e a sala de cristal

    Qualquer economia chegaria ao mesmo desastre que periodicamente atinge o Brasil se os egregios governantes agissem com agem os daqui. 

    A estabilidade economica não perdoa gestos bruscos. O mercado financeiro sabe muito bem disto e ações sobem ou despencam como resultado de simples intenções daqueles que dirigem a manada.

    Por qual cargas dágua os excelentissimos gestores da economia brasileira não leva isto em consideração qdo desastradamente patrocinam ações estapafurdias que geram os desatres economicos?

    A estabilidade economica é como um mastondonte dentro de uma sala.

     

    1. Crédito mais caro e menos

      Crédito mais caro e menos acessível, economia em queda, maior risco de desemprego e endividamento das famílias. Esse é o cenário traçado em momento de aumento da taxa básica de juros, a Selic. Mas, o aumento dos juros é considerado um “mal necessário” por economistas e pelo Banco Central (BC) para conter a alta dos preços, que corrói a renda dos trabalhadores.

      “Em uma economia que já está em retração, subir juros agrava mais esse quadro. Mas é aquela história do mal necessário. Melhor subir juros para poder reduzir a inflação do que não fazer nada e ver o risco subir”, disse diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) Miguel José Ribeiro de Oliveira.

      diretoria do BC tem reiterado que a melhor contribuição da instituição para um novo ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016 e ancorar as expectativas.

      A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

      http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2015/07/aumento-da-selic-e-um-mal-necessario-diz-economista

      A paulada veio e a taxa Selic aumentou em 0,75%, com a sinalização de que, até o final do ano, estará próxima dos 12%.

      A “paulada” foi dada, mas nos investimentos. Elevar a taxa básica de juros, a Selic, é um crime contra o investimento produtivo. A intenção do presidente do Banco Central, de dar uma “paulada” nos juros, significa um tiro de canhão nos investimentos, justamente em um momento que o País precisa investir para que não haja inflação de demanda (março de 2010 foi o melhor mês da história da indústria de máquinas em faturamento, mas o aumento da taxa de juros poderá comprometer a continuidade desta recuperação).

      Todo mundo sabe que qdo se iniciou o aumento da Selic pra supostamente controlar a inflação, algum coisa estava mal contada nesta estória. Até aqueles que não entendem bulhufas de economia, como eu mesmo, percebia que a inflação era exclusivamente causada pelos preços administrados, não existia, sequer qualquer coisa que lembrasse pressão inflacionaria causada por demanda. Ta certo houve a queda dos preços das commodities e ai o governo meteu os pés pelas mãos. O sinal da débil inflação foi causada pelo controle do governo na gasolina e na energia elétrica, nada mais do que isto. Foi a politica do aumento constante da selica que jogou a economia no buraco que se encontra hoje.

      Todo mundo sabe disto.

      Excetuando preços indexados, preços administrados e as teorias mirabolantes que se baseiam as filosofias econômicas, o mecanismo da inflação é tão simples qto o Mercado livre das cracas que o impelem para o fundo. A saber a velha Lei da Oferta e da Procura.

      Um mercado forte e dinâmico se estabelece apoiado em estruturas harmoniosas equilibradas potencializadas por consumidores igualmente fortes equilibrados frutos de uma economia estável próprio de Nações que priorizam a competência e a produtividade e a prosperidade financeira de seus cidadãos.

      Todo o resto é balela, estorinha pra boi dormir manobras para se manter privilégios e luta pelo poder, onde o bem estar dos indivíduos pouco conta.

      Durante pouquíssimo tempo, o país soube o que é conviver com taxas de juros civilizadas. Teve início uma disputa dos grandes bancos pela oferta de crédito até a pequenas empresas; fundos de investimento correram para se adaptar aos novos tempos, de investimentos em renda variável. O país parecia pronto para o deslanche.

      No primeiro soluço da inflação – provocado por alta nos preços de commodities – o Banco Central piscou e deu início a nova rodada de alta da Selic. Toda essa construção foi interrompida por falta de operadores de peso e de estratégias melhor planejadas. E quem realmente sabe todos os motivos. Independente dos mais diversos interesses que movem os dignissimos representantes da sociedade brasileira. Este será o desafio: montar um diagnóstico correto sobre as causas da inflação, desmontar a armadilha das tarifas indexadas, separar questões pontuais, de choques de oferta, das questões estruturais – como a inflação de serviços que reflete melhoria de renda, conciliar interesses…

  17. Tem de aproveitar a crise

    Tem de aproveitar a crise para se fazer uma realmente profunda intervenção na administração pública. Já que não se quer aumentar impostos, vamos economizar para valer na administração pública e previdenciária.

     

  18. A força das gigantescas badernas

    Caro Jornalista Nassif

    Em sua análise, falta abordar a decisiva técnica utilizada pela turma de preto (junto com a CIA?), objetivando desmontar o bom clima de confiança e de ânimo existente na economia Dilma/PT, até junho de 2013. A pretexto de 20 centavos nas passagens de ônibus, essa turma deu início nas gigantescas e continuadas badernas por todo o Brasil, com incontáveis atos de vandalismos, saques de lojas, incêndios de ônibus e de viaturas, depredações de agências bancárias e concessionárias de veículos e automóveis, sistemáticos bloqueios de tráficos, e outras mais. Tudo, acompanhado de ininterrupto bombardeio midiático de alarmantes notícias ruins, mentiras, calúnias e distorções. Sabe-se que o capitalismo não floresce em clima de inseguranças, incertezas e desânimo. A essência do sistema capitalista é a crença, euforia, liberdades e segurança. Fora disso, as coisas dão errado. Acaba em depressão. Aliás, era isso mesmo que os golpistas almejavam objetivando facilitar o golpe de retirada de Dilma/PT do Poder.

  19. É puro desalento ver que

    É UM desalento ver que vocês críticam o tacanhismo do raciocínio econômico para incorrer no mesmo defeito. O adágio que melhor explica a situação: em casa de ferreiro, espeto de pau.

    A UFMG possui um projeto piloto. Todos os alunos ingressantes passarão dois anos num ciclo único de absorção de conhecimentos.

    Querem a unificação da análise dos objetos, o fim da departamentalização, da ultra focagem…deste apelido ordinário de “cabeça de planilha”

    .

    No início do século passado não havia economistas, os engenheiros é que cuidavam do planejamento dos governos. Em Minas Gerais, ficou famosa a contribuição daqueles formados na Escola de Minas de Ouro Preto.

    Só em meados do século passado é que passou a predominar sobre as elites da administração pública este profissional recém chegado.

    .

    Ocorre que agora já é hora de um novo profissional que seja capaz de conciliar diversas disciplinas, tecer cálculos sobre vários assuntos de governo, ter cuidados políticos, com as cidades, com a macroorganização do sistema, empresas públicas etc…

    Nós não temos esses caras aqui. É difícil encontrá-los até em países avançados com a diferença que lá possuem instituições robustas o suficiente, a justiça norte-americana, por exemplo. Aqui, não.

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    Existe um problema de outro tipo, também. Ninguém erra no Brasil, não se pode responsabilizar, ninguém assume nada…Digo em relação ao modo que os jornalistas tratam das coisas.

    É na verdade muito ridículo ver como se esforçam para culpar a Dilma e não reconhecem de modo algum o ufanismo lulista.

    Não conseguem ver – por que “planilheiros”? – o contexto do super ciclo de primários e a folga para ajustes com ele…

    .

    O tempo para arrumação da casa ficou lá atrás, mais precisamente entre os anos 2004 a 2007.

    Em troca disso tivemos uma mão de tinta nas paredes do primeiro andar, muito luxo e ostentação no topo último da mesma casa. Inclusive por quem defendia…o primeiro andar. É óbvio isso aí.

    O encanamentos, os pilares, a fiação elétrica, a sapata… Tudo do jeito que era antes, permaneceu do mesmo modo.

    Escolas, hospitais, delegacias, turismo, cultura, esporte…Tudo continua com seu passa, o de uma tartaruga, embora o esforço ufanista.

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    Mas a culpa é da Dilma.

    É tão grande o entusiasmo com que a culpam – inclusive usando agora modelos econométricos alienígenas que tornam mais vistoso o argumento – que vocês, pra mim, LAMENTO MUITO, é que são os obtusos da história…

    Mas devo estar errado.

  20. Está contraditório
    1o argumenta-se que:
    Nos períodos de bonança, empresas em áreas rentáveis do mercado são estimuladas a aumentar seu endividamento. O aumento dos lucros compensa o aumento das dívidas.
    Até aí nada de novo. Ver teoria austríaca dos ciclos econômicos.

    Depois ao fim do texto se defende a diminuição dos juros na canetada, estimulando as empresas a se endividarem mais. Como assim? Vai cometer o mesmo erro no intuito de corrigí-lo?

  21. Juro alto pra obrigar o povão

    Juro alto pra obrigar o povão a consumir menos do que já está consumindo?

    Uma coisa que acho que não relevaram foi que até 2013 a participação dos importados na nossa economia disparou, e foi mais ou menos ai que começou a derrocada no nosso PIB.

  22. Modelos tem limites

    Ainda que o tal SAMBA fosse confiável, é um modelo. Uma simplificação do que acontece na vida real. E, como todo modelo, apenas aplicável quando certos parâmetros estão dentro de limites razoáveis, quando a situação se encaixa nas condições de contorno do modelo.

    Modelos costumam ter problemas, muitas vezes graves, com condições extremas. E os juros reais brasileiros são uma condição extrema, entre os maiores do planeta; só isso já deveria ser suficiente para qualquer um questionar a validade dos resultados obtidos para a economia brasileira através de qualquer modelo que use os juros como uma das variáveis.

  23. NASSIF, Acho que deveríamos rever este artigo QUE VOCÊ PUBLICOU

    Nassif

    quando publicamos esse artigo, não deram muita bola.

    https://jornalggn.com.br/noticia/uma-defesa-da-politica-economica-de-dilma

    Porém, eu acho que deveríamos respensar sobre ele. Somos completamente contra o tripé.

    Mas a Dilma fez uma ótima gestão no primeiro mandato apesar do tripé.

    O grande erro dela, que tentamos alertar no artigo, é que a entrada do Levy destruiria a econonomia como um castelo de cartas.

    fomos suaves no alerta, para ela não entender como crítica…

    O que o Felipe Rezende diz acima é óbvio. Porém, incompleto, a lista de variáveis com que o governo precisa para decidir é muito maior. O aumento do juros a partir de 2013 foi um grave erro sim que prejudicou muito, porém ele se baseou no dogmatismo do tripé principalmente. a redução dos gastos públicos em janeiro de 2011 foi o que tornou o governo dela inerentemente de baixo crescimento.  e as tentativas de redução do gasto público a partir de 2013 também foram muito prejudiciais.

    Nosso objetivo no artigo era alertar o governo de que ele não deveria mudar a linha da política econômica do primeiro mandato, já que rever o tripé era algo que não seria esperado pela Dilma. Deveria fazer isso até o ponto houvesse oportunidade de romper com o tripé.

    abraços

    Gustavo

  24. Quando a Globo era PTista

    Nassif, gente boa, você não vai acreditar. Veja e pense na possibilidade de reproduzir esta matéria publicada no Tijolaço. Mas não se esqueça do vídeo no final da matéria. É lá que está a reportagem ptista da Globo.

     

    QUANDO A GLOBO ERA PTISTA : VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR

    A Globo fez essa reportagem sobre a fome e agora pede a prisão do homem que tirou 36 milhões de brasileiros da FOME: Lula

    http://www.tijolaco.com.br/blog/lula-sabia-de-tudo-por-jari-da-rocha/

    Internauta, vá ao blog TIJOLAÇO  e veja o vídeo postado no final desta matéria.

    Mas vá  mesmo. É IMPRESSIONANTE!!!

     

  25. Bem pouco tempo atrás a

    Bem pouco tempo atrás a economia brasileira, junto com as de China, Rússia, India e Africa do Sul, em que pese suas deficiências crônicas parecia uma ilha de prosperidade, imune as instabilidades econômicas vindas das economias centrais. A partir de 2008 assitimos a uma série de crises bancárias de proporções bíblicas seguidas de resgates públicos bilionários, politicas monetárias expansionistas (QE), os juros reais e nominais (!) negativos e em níveis baixissímos, guerra de divisas, crise de dívida na eurozona, forte deflação de preços, queda nos preços das principais commodities internacionais, etc etc etc. Os governos e as autoridades monetárias das principais economias mundiais estão esgotando o rol de medidas para estimular o crescimento (ou evitar a recessão) ou para regular o mercado financeiro afim de evitar novas crises financeiras, mas o resultado tem sido muito pouco satisfatório.

    A verdade, dura e crua é que os mágicos já não têm mais coelhos para sacar de dentro da cartola. São tantas as contradições e as tensões que se acumulam que só mesmo alguém muito desavidado se atreveria a fazer prognósticos ou aviar tratamentos para economia. Isso no entanto não impede de que os ventrílocos do mercado (policy makers, traders, analistas, economistas, jornalistas econômicos e toda uma série de impostores da mesma linha e estirpe) percam a pose e a empáfia. Continuam cerelepes, fazendo afirmações irresponsavelmente sobre o futuro da economia mesmo não tendo nada claro a respeito do que está passando e principalmente o que pode vir a acontecer. Já não se trata apenas de limites, imperfeição ou mesmo defeitos de modelos macroeconômicos que estão a mão. Nada mais distante da realidade econômica do que a idéia de que as autoridades monetárias pilotam um moderno avião com um montão de botões de mando e radares precisos. 

     

  26. Então depois da farra a culpa é da ortodoxia???

    Imaginem se o plano de ortodoxia de longo prazo do Palocci em 2005 tivesse sido implementado. O PT estaria no poder até hoje e não precisaríamos estar discutindo coisas triviais como aqui. A Alemanha fez isso nos anos 2000 e saiu como líder inconteste da Europa (em contraste com Grécia, Espanha e outros citados). Nos períodos de bonança é que se fazem ajustes, deixá-los para a época de crise é sempre doloroso, mas não existe pensamento de longo prazo por essas bandas… tanto é que o Nassif apenas mencionou erros pontuais, mas nada que mostrasse nossas fragilidades históricas e estruturais, uma vez que nem de longe essa é a primeira vez que temos problemas de endividamento e inflação. Antes de mais nada: nossos juros são historicamente altos porque a única entidade no governo federal que faz algo para combater a inflação é o Banco Central. Ele fica enxugando gelo porque está completamente sozinho nessa empreitada. Sem que os demais mecanismos de ação estatal funcionem, a única coisa que resta ao BC é manter os juros na lua. Dilma apenas levou as nossas distorções ao paroxismo com o curto prazismo dela e dos desenvolvimentistas, mas não há nada de novo no Brasil. Alguns exemplos das causas dos problemas (nada de novidade, coisas que todos sabemos): 1) O estado brasileiro é tão somente um gastador de verbas de custeio, e com isso investe absurdamente pouco em relação ao que arrecada em impostos. Resultado: arrecadamos impostos para injetar liquidez indiscriminadamente, sem aumentar a produtividade. Excesso de liquidez somado a oferta pouco competitiva/produtiva = inflação. Simples, básico, sem mirabolâncias. 2) O ciclo das commodities acabou e inacreditavelmente tem gente surpresa com isso. Desde Marx – e na verdade, desde antes dele – sabemos que o capitalismo funciona por… ciclos!!! O ciclo das commodities durou pelo menos 15 anos, e nunca foi feito absolutamente nada para que o país se preparasse para o seu fim. Não há surpresas aí: planejamento de longo prazo é algo que inexiste por essas terras. 3) Mais de uma década incentivando o consumo sem se preocupar com a produtividade. No curto prazo (sempre ele, o curto prazo…) foi interessante, mas passar mais de uma década nessa linha sem se preocupar com produtividade… você está querendo um surto inflacionário, meu amigo. E sobre produtividade… temos nossa burocracia e sistema tributário nonsense. Mas, sabe como é, tudo que interessa são as próximas eleições e fingir que o estado brasileiro é perfeito… 4) Indexação: todos queremos compensações automáticas para a inflação, mas matematicamente o resultado é a realimentação do ciclo inflacionário. Os ganhos se perdem rapidamente e de novo a espiral inflacionária se realimenta. E então é isso. Pobre Banco Central, como se fosse tarefa dele resolver todos esses problemas que o governo federal SEMPRE SOUBE existirem, mas nunca se moveu para resolver….. pobres de nós que ainda temos quem continue acusando os sintomas ao invés das causas de nossas doenças… 

  27. Posição recente do FMI sobre as políticas neoliberais.

    Tem que informar a equipeconômica interina o que até O Globo já sabe? http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/05/fmi-diz-que-politicas-neoliberais-aumentaram-desigualdade.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar                                                        

    O artigo original disponível na página do Setor de Pesquisas do FMI http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2016/06/ostry.htm

    You’re witnessing the death of neoliberalism – from within Aditya Chakrabortty. The Guardian, UK.

    http://www.theguardian.com/commentisfree/2016/may/31/witnessing-death-neoliberalism-imf-economists

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