O direito da oposição chiar, por Luiz Garcia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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O Direito de chiar

De O Globo

Passadas e conferidas as eleições, um tema é naturalmente discutido nas casas do Congresso: como serão as relações entre as bancadas do governo e da oposição. Fala-se muito em diálogo, e o maior interessado, obviamente, é quem está no poder, desejoso de muita conversa e pouca briga. O seu telhado é, como não poderia deixar de ser, transparente e de frágil vidro.

Este ano, o primeiro a tocar no assunto foi o senador Aécio Neves, herdeiro do sobrenome ilustre de Tancredo. O tema de seu monólogo foi o diálogo, mas a essência do discurso, para surpresa de ninguém, foi pau no governo. Ele começou citando algumas posições óbvias de quem não está no governo: defesa das liberdades políticas, com destaque (obrigado, obrigado) da de imprensa, transferência na administração pública e a mais óbvia de todas, da democracia.

Ele cobrou, especificamente, uma rigorosa apuração do escândalo de corrupção na Petrobras, que definiu como “o maior do país”. Tancredo, lá de cima, certamente bateu palmas para o herdeiro de seu manto político.

Foi, em suma, um discurso de briga, não de aceitação do diálogo bem educado talvez ingenuamente sonhado pelo Palácio do Planalto. Não poderia ser outra a atitude da oposição que, em qualquer país de estrutura democrática para valer, saberia como agir. Num segundo discurso, Aécio acusou o comportamento do governo na campanha eleitoral de ações condenáveis numa eleição democrática, citando o que chamou de terrorismo na busca de votos e “uso irresponsável de empresas públicas”. Seria, por exemplo, o caso dos Correios.

Observadores talvez ingênuos podem não ter notado o tal terrorismo, que incluiria, segundo Aécio, acusações de machismo, racismo e até “nostalgia da ditadura militar”. Mas é uma tradição nas democracias, aqui e além-mar: quem perde, chia. E o candidato derrotado do PSDB e outros representantes da oposição (que só na Inglaterra é chamada de “leal”) têm certamente o direito de chiar à vontade.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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  1. pode chiar à vontade, mas não

    pode chiar à vontade, mas não criar novas falácias e

    descontextualizar discursos adversários.

    e esquecer do golpe que deram com a capa de veja e

    a reverbrção o dia inteiro da eleição com a cbn..

    esse golpe a históra não olvidará….

  2. Caro Nassif e demais
    Ele já

    Caro Nassif e demais

    Ele já fez algum discurso no Senado?!

    Ou apenas ficam repentido os mesmos discursos, via mídia?

    Se foi no Senado, não houve apartes?!

    Saudações

    1. viagens longas, melhor colocando…

      vejo-as como ideias mobilizadores de verdade, sérias e preocupantes

      outros bem melhores já tentaram de tudo e nada conseguiram

      esperar mais o  que de Aécio?

      1. oposição mesmo, de verdade…

        só existe uma, imprensa

        e quero ver ela se livrar desse fardo, Aécio, com a mesma facilidade que teve com os BBs

        verdadeiros anjos se comparados com os que Aécio trouxe a lume

  3. JUS ESPERNIANDI  (direito de

    JUS ESPERNIANDI  (direito de espernear) é um termo usado nos tribunais que dá aos perdedores o refrigério do choróró, mas a sorte deles já foi selada só lhes resta CHIAR

  4. Poupe-nos desse jornalismo venal.

    Nassif, poupen-nos deste jornalismo venal. Uma material claramente tendenciosa que foi colocada aqui apenas para provocar, penso eu. E nada, absolutamente nada, acrescenta ao debate.

  5. Poupe-nos desse jornalismo venal.

    Nassif, poupen-nos deste jornalismo venal. Uma material claramente tendenciosa que foi colocada aqui apenas para provocar, penso eu. E nada, absolutamente nada, acrescenta ao debate.

    1. Naaaaoooo.  O item eh um de

      Naaaaoooo.  O item eh um de varios que desnudam a intencao da rede golpe de nao perder as tetas publicas, digo, o dinheiro publico, e finge ser “imparcial” quando esta claro que a intencao continua sendo as tetas publicas.

      Como eu “fiquei de mal” de Dilma ha 4 anos precisamente por esse motivo eu nao tenho muito a adicionar:  acao primeiro, depois o resto.  Eu quero ver esse dinheiro da rede golpe e Abril cortado a zero.  Eu quero ver ambas falidas.

      Disso eu nao saio.  ACAO primeiro.

  6. Liberdade de imprensa

    Interessante esse destaque” liberdade de imprensa”. Será que os jornalistas de Minas sabem o que isto significa?

    Lembrei de uma resposta de Henry Ford quando questionado o porquê de produzirem em sua linha de montagem apenas carros de cor negra. Como os carrinhos, os famosos Ford bigode vendiam muito e a sua indústria era poderosa na época, ele respondeu: vocês podem ter a cor que desejarem, desde que seja negra.

  7. Aécio fez tudo para derrubar

    Aécio fez tudo para derrubar Dilma, lançando seu caráter para colher os votos dela.

    Mas quem planta vento colhe tempestade.

    Alguém que planta o mal não colherá o bem

    Não irá somar quem só fez divisão

    Haverá perdão para quem pede perdão

    A única coisa que podemos dever a outra pessoa é o amor.

     

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