Jornal GGN – A Carta Capital entrevistou José Maria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), técnico de manutenção da Petrobras desde 1985, que assumiu para si a missão de lembrar os funcionários da estatal de sua importância para o país. Ele é um dos que tenta preencher o vácuo deixado pelo governo. “Não é que o governo fala pouco, ele não fala.”
“Funcionários da Petrobras viraram piada e governo não reage”
Por Wanderley Preite Sobrinho
Da Carta Capital
A CartaCapital, o presidente da Federação Única dos Petroleiros fala sobre o impacto das investigações da Lava Jato sobre os trabalhadores da estatal e reclama do “silêncio” do governo
José Maria Rangel tenta explicar aos trabalhadores da Petrobras que o financiamento privado de campanha motiva a corrupção
Pelos corredores da Petrobras, perplexidade. Pelas ruas, silêncio. É assim que os funcionários da maior estatal brasileira vêm reagindo à repercussão da Operação Lava Jato, que investiga o desvio de dinheiro público por empresários, políticos e dirigentes da empresa. “Estão envergonhados”, admitiu em entrevista a CartaCapital José Maria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante de quase 500 mil trabalhadores diretos e indiretos da companhia.
Técnico de manutenção na estatal desde 1985, Rangel conta que, ultimamente, declarar-se funcionário da Petrobras pode terminar em piadas, especialmente porque o governo federal estaria calado diante das investidas da oposição. “Não é que o governo fala pouco, ele não fala.”
Na coordenação da entidade desde agosto do ano passado – cinco meses depois de deflagrada a operação –, Rangel tenta lembrar os trabalhadores do desempenho da estatal nos últimos anos, como sua importante participação no Produto Interno Bruto (PIB). O sindicalista também pede punição aos envolvidos no escândalo e a manutenção dos contratos com as empreiteiras: “O Brasil hoje consegue se movimentar sem elas?”
Leia a entrevista completa:
CartaCapital: Como os funcionários da Petrobras acompanham os escândalos na mídia?
José Maria Rangel: Estão todos perplexos. Muitos ficam envergonhados. Em geral os trabalhadores têm evitado falar sobre o assunto porque o debate ganhou as ruas. Quando você diz que trabalha na Petrobras, vem logo uma piadinha sobre a Lava Jato. O esquema de corrupção do Metrô de São Paulo pode ter desviado até mais dinheiro, mas a população não tem esse apego ao metrô porque a Petrobras é um símbolo nacional, mexe demais com a população.
CC: E como a entidade tenta mudar essa percepção entre os funcionários?
JMR: Estamos indo para a frente das fábricas debater o assunto direto com eles. Também distribuímos boletins só sobre esse assunto e organizamos reuniões. A gente mostra que eles e a Petrobras não podem ser confundidos com essa parcela podre da empresa, que precisa ser julgada e pagar pelos maus feitos. Mas também esclarecemos que essas manobras financeiras têm como pano de fundo o financiamento privado de campanhas políticas, já que esse tipo de corrupção na Petrobras existe desde o governo Fernando Henrique Cardoso, como indicam os testemunhos da Lava Jato. A gente também foca nos resultados da empesa.
CC: Como são esses resultados?
JMR: A Petrobras é a empresa de capital aberto que mais produz petróleo no mundo. Em maio ela vai receber um prêmio [Distinguished Achievement Award] por conta da tecnologia de perfuração no pré-sal. Em oito anos, passamos a extrair 800 mil barris no pré-sal, enquanto as empresas ao redor do mundo levam 15 anos para produzir a mesma quantidade. Até 2000, a participação do setor de petróleo e gás era de 3% no PIB brasileiro; hoje é de 13%.
CC: O senhor acha que o governo fala pouco sobre esses resultados?
JMR: Não é que o governo fala pouco, ele não fala. O governo está quieto. Aprendemos com o Lula que não se combate um momento difícil com corte de investimento, salário, emprego. O governo está permitindo que a Petrobras reduza investimentos. Avaliamos que o governo deveria assumir o papel de acionista majoritário e garantir os investimentos para melhorar os ativos da empresa e o desenvolvimento do País.
CC: E o papel da oposição?
JMR: Para mim, ela quer forçar a Petrobras a rever o sistema de partilha do pré-sal. Hoje, a Petrobras é operadora em todos os campos, o que significa que o governo pode contratar a estatal para explorar cada um deles. O que deseja o empresariado é que a empresa exploradora seja decidida em leilão. Quando isso acontece, a companhia que oferecer a melhor proposta leva o campo sob o risco de achar petróleo ou não. No pré-sal é diferente porque o risco de não encontrar é quase nula. Furou, achou.
CC: Mas a investigação desvalorizou os papéis da estatal na Bolsa…
JMR: O lucro da Petrobras foi de 3 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2014. Caiu a margem, mas no mesmo período a estatal norueguesa Statoil ou as russas Rosneft e Gazprom tiveram prejuízo. O lucro em todo o setor vem caindo em razão da queda nos preços internacionais. Como a Petrobras não pratica volatilidade desses preços, essa queda da cotação do petróleo foi até benéfica para o Brasil. A estatal vem comprando os derivados mais barato lá fora e vendendo mais caro aqui. Até o ano passado ela pagava 100 dólares lá e jogava a 70 no mercado. Hoje compra a 58 e joga a 80.
CC: O senhor acha que as empresas que formam o cartel devem se afastar da Petrobras?
JMR: Na lógica que estão colocando, as empresas corromperam e devem ser afastadas, banidas do Cadastro Nacional (empresas aptas a fazer negócios com o poder público). Sob essa lógica, o mesmo deveria acontecer com a Petrobras. O que defendemos é que as pessoas responsáveis sejam punidas. O Brasil não tem como substituir essas empresas por companhias estrangeiras. Isso geraria conhecimento lá fora, remessas de divisas e emprego no exterior.
CC: Como os trabalhadores reagiram à substituição de Graça Foster por Aldemir Bendine na presidência da Petrobras?
JMR: Se o mercado reagiu mal é porque a escolha foi boa para nós. A FUP não pediu a cabeça da diretoria passada, mas mudamos de ideia quando ela fez aquela confusão de números na apresentação do balanço do terceiro trimestre de 2014. Talvez pelo cansaço e exposição, mas era o momento de trocar.
CC: Bendine já se reuniu com os trabalhadores?
JMR: Até agora não tivemos nenhuma reunião com o novo presidente. Nós pedimos um encontro, mas não tivemos resposta. Ele assumiu tendo de fechar a contabilidade da empresa e administrar a morte de seis trabalhadores na explosão na plataforma no Espírito Santo [no último dia 11]. Mas nossa primeira impressão é de que ele tem uma visão abrangente e esperamos ser recebidos em breve.
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comentei no zap zap da familia
L….entendo…mas o problema é que pelo andar da carruagem a propria Petrobras pode afundar se toda essa rede de empreiteiras forem a falencia…..a industria naval ja era…milhoes de brasileiros serao diretamente afetados com perda de seus empregos…por isso paises como os EUA adotaram o instituto da leniencia para situacoes como essa de formacao de cartel….assim eles punem os envolvidos e mantem a economia de pe….os EUA fizeram esse tipo de acordo em pelo menos 300 casos de corrupcao e arrecadaram mais de 31 bi…..por aqui nao vai ter issso nao pq o MPF ja bateu o martelo…nos EUA as empresas ficam de pe ate mesmo pra pagar as multas estipuladas pelos orgaos de controle….nao adianta imaginarmos que empreiteiras estrangeiras rezam todo dia na cartilha de madre tereza de calcuta…que o diga as europeias Alstom e Siemens envolvidas no cartel do trensalao tucano…… Nunca me opus a punicao de culpados….o
que questiono é o sistema que permite a corrupcao e isso vai alem da disputa partidaria…nem vejo que adianta esse furor moralista da imprensa e do MPF ao mesmo tempo em que poupam a roubalheira de um Ze Agripino Maia…..essa seletividade cansa…alias o que ha na verdade eh uma luta feroz pelo poder e da parte dos rentistas abocanhar a Petrobas e nao luta contra a corrupcao
Querem é a Petrobras isso sim….. http://www.jornalggn.com.br/noticia/o-obscuro-cartel-por-tras-da-midia-por-sergio-medeiros
Quanto pior, melhor.
A turma de abutrez demotucanos do “quanto pior melhor” comemora.
Enquanto isso chove a
Enquanto isso chove a cântaros em SP.
quanto exagero…
diz que aprendeu certas coisas com o Lula, mas certamente não aprendeu que é preciso sim se preocupar com o que tememos, mas nunca mostrar o temor dessa forma que ele faz, mostrando fraquezas para o inimigo
ao que parece, ou pela forma que foi colocada, isso aí é para desbancar a Michelle
trabalhadores perplexos…
mas em realidade ele, como representante, deveria estar revoltado e principalmente com as manobras da Globo
novamente Dilma sendo isolada por dentro
assim, realmente, devemos concluir que todos querem ver a sua caveira política,
como foi vista por esse cara
tudo o que a Globo queria
e podem escrever aí…
a subida das ações vai acompanhar o seu isolamento
isso é uma manobra cretina dos canalhas do mercado e das empresas estrangeiras
sempre possuíram dos dois lados, é assim que se alcança bilhões
Sindicalistas raramente
Sindicalistas raramente poderão expressar o real sentimento dos trabalhadores da empresa no dia a dia….
Esse sim é um relato consistente :
http://tijolaco.com.br/blog/?p=24950
Não entendi … Ele critica o
Não entendi … Ele critica o silêncio do Governo e não fala nada do ESTADALHAÇO da GLOBO !?!? O que é isso companheiro !?!?
“O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”
Lamentável!
Este rapaz fala
Lamentável!
Este rapaz fala pelos funcionários, ou pelo governo?
O Pelegão estava à vontade,
O Pelegão estava à vontade, tranquilo com o reporter da mídia isenta e honesta que tascou a observação:
-Mas a investigação desvalorizou as ações…
Percebem!
O roubo bilionário? Tudo beleza! O problema é a investigação!
Temos assim um pelego isento, que parece ser filiado ao DEM, um jornalista isento, afinal a Carta Capital não depende do governo prá nada, e o cenário dos sonhos da petezada.
Se a Veja vai mal, a Carta. isenta como ela só vai como? Com a palavra o isento Belluzzo!
Uma dica, o governo não defende a Petrobrás porque tem que tratar de se defender por ter arrombado a Petrobrás!
A cabou o capital político e a credibilidade, agora é o run for your life.
Ou o pelegão é tonto ou se faz de tonto…
Vai tomar um chá de losna que
Vai tomar um chá de losna que vc já destá defecando pela BOCA, otário !!
“O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”
“esse tipo de corrupção na
“esse tipo de corrupção na Petrobras existe desde o governo Fernando Henrique Cardoso”
Ele realmente acredita que não havia corrupção na Petrobras nos governos Collor e Sarney, ou no período militar?
Mas que baita pelego tche.
Mas que baita pelego tche.