Dilma traz questão de gênero para o centro da crise política

Jornal GGN – A presidente Dilma Rousseff está trazendo a questão de gênero para o centro da crise política. As declarações sobre o machismo e a misoginia do processo de impeachment estão mais contundentes a cada dia. Em entrevista para a Mídia Ninja, Dilma disse que é “inegável que proliferaram argumentos e comportamentos misóginos ao longo de todo esse processo de impeachment”.

Ela não esqueceu do tratamento que a imprensa lhe reservou. Relembrou que a capa da Istoé a tratou como “fora de si” e “desequilibrada”, estratégias recorrentes do patriarcado para desqualificar o ser feminino. Recordou também que  a grande mídia tratava “de forma pouco crítica adesivos e panfletos machistas”.

“Nossas sociedades somente serão mais justas se incorporarem a igualdade de gênero como um valor inquestionável”, disse a presidente.

Ela disse que sua maior prioridade no momento é a defesa integral da democracia. E essa deve ser a principal a agenda da esquerda nesse momento. “Ao agir para impedir a interrupção ilegal do mandato que me foi conferido pela população, estou defendendo, como é minha obrigação, a Constituição e o direito dos cidadãos e das cidadãs de escolherem, por voto livre e secreto, seu governante, e lutando para que o programa de governo vencedor nas últimas eleições seja efetivamente implementado”.

Do Brasil 247

Dilma: “Agenda da esquerda deve ser defesa integral da democracia”

Em entrevista a Antonia Pellegrino, do Mídia Ninja, a presidente eleita Dilma Rousseff definiu como sua “maior prioridade neste momento” a defesa da democracia contra o golpe que está em curso e acredita que a agenda da esquerda e das forças democráticas brasileiras deva ir na mesma linha; ela disse ser “inegável que proliferaram argumentos e comportamentos misóginos ao longo de todo esse processo de impeachment”, inclusive na imprensa, que apontava seu “desequilíbrio” e tratava “de forma pouco crítica adesivos e panfletos machistas”; “Nossas sociedades somente serão mais justas se incorporarem a igualdade de gênero como um valor inquestionável”, afirma

247 – A presidente eleita Dilma Rousseff concedeu uma entrevista exclusiva a Antonia Pellegrino, do Mídia Ninja, em que definiu como sua “maior prioridade neste momento” a defesa da democracia contra o golpe que está em curso e defendeu que a agenda da esquerda e das forças democráticas brasileiras vá na mesma linha.

“A maior prioridade neste momento é defender a democracia contra o golpe que está em curso. Ao agir para impedir a interrupção ilegal do mandato que me foi conferido pela população, estou defendendo, como é minha obrigação, a Constituição e o direito dos cidadãos e das cidadãs de escolherem, por voto livre e secreto, seu governante, e lutando para que o programa de governo vencedor nas últimas eleições seja efetivamente implementado”, declarou.

Para ela, “a agenda da esquerda e das forças democráticas brasileiras, devido ao golpe, tem de ser uma defesa integral da democracia”.

Dilma disse ver um comportamento misógino em meio ao processo de impeachment e faz críticas à imprensa. “Embora seja difícil mensurar o quanto, é inegável que proliferaram argumentos e comportamentos misóginos ao longo de todo esse processo de impeachment. Um olhar crítico sobre a imprensa brasileira vai encontrar matérias afirmando meu desequilíbrio, minha dificuldade em lidar com situações difíceis, e tratando de forma pouco crítica adesivos e panfletos machistas e inaceitáveis em um País civilizado contra qualquer mulher”.

“Estar sob a liderança de uma mulher, receber comando de uma mulher, ser dirigido por uma mulher ainda é uma novidade que incomoda e perturba a ordem supostamente natural da sociedade em nossos países. No caso do Brasil, o estranhamento é ainda maior, pois eu fui a primeira a ocupar este cargo”, observou a presidente. “Nossas sociedades somente serão mais justas se incorporarem a igualdade de gênero como um valor inquestionável”, ressaltou.

Redação

1 Comentário

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  1. Além dessa questão,

    muito mais importante para a derrubada da Presidenta Dilma foi o fato de ela não ter aceito “negociar” com bandidos!

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