Estava escrito, de Janio de Freitas, por Sergio Saraiva
Um texto primoroso do mestre Janio de Freitas – ”Estava escrito”.
Na verdade, são três os textos – já que precisam ser lidos e refletidos em etapas. O fio condutor é um só: a inviabilização de Lula “pela adoção de um método original, quase um truque de carteado trapaceiro que entrará para a história do Direito”.
A parte em que descreve o papel de Marisa Leticia nos acontecimentos que levaram Lula à prisão demonstra a um só tempo o quanto são grandes Lula e Janio de Freitas. Janio enquanto ser jornalista trazendo a informação que explica e esclarece e Lula enquanto homem e companheiro de sua esposa.
Com a palavra, a mestre Janio de Freitas:
“É bastante significativo que o clímax do roteiro [o roteiro escrito por Sergio Moro para prisão de Lula foi reescrito pelo poder político do prisioneiro] coincida com a missa por Marisa Letícia.
Sergio Moro sabe, Deltan Dallagnol e seus companheiros de Lava Jato sabem, a Polícia Federal e os ministros do Supremo Tribunal Federal sabem o que foram o papel de Marisa Letícia e o não-papel de Lula da Silva nos assuntos do sítio e do apartamento (este, até recusado pelo ex-presidente, como consta do processo). Tudo como a estrela de plantas vermelhas no jardim no Alvorada.
Na Lava Jato, a única beleza está no silêncio com que, em seus depoimentos e no processo todo, Lula preservou a pessoa e depois a memória de Marisa Letícia, vítima da própria ingenuidade.
Paga por ela e pelo ex-presidente”.
E mestre Janio em um dos seus melhores momentos de frases curtas e certeiras: “Por ingenuidade, a ministra Cármen Lúcia nada pagará, jamais”.
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Mas o artigo do Jânio faltou.
Mas o artigo do Jânio faltou.
O link
está lá em cima.
A verdade:
A vaza a jato com
A verdade:
A vaza a jato com os vazamentos para humilhar e a inclusão no processo mesmo com uma desculpa estúpida, é responsavel direta pela morte da ex-primeira dama, não há como escapar dessa conclusão…..e querem que Lula siga o mesmo caminha, popuariam a escumalha de muito trabalho e auto-desmoralização………….
Segue o texto do Jânio
Efetiva-se o que se chamaria o Projeto Lava Jato; não se tem ideia de para onde estamos indo
Na Folha
A pressa do juiz Sergio Moro em formalizar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai além de sugerir as urgências de um anseio pessoal. Dá reconhecimento factual às já distantes percepções do que seria, e se consuma, o roteiro judicial e político da Lava Jato. A maneira como esse roteiro se fez cumprir será polêmica ainda por muito tempo, mas não tanto quanto o rastro de fúrias retrógradas e divisionistas do país.
É bastante significativo que o clímax do roteiro coincida com a missa por Marisa Letícia. Sergio Moro sabe, Deltan Dallagnol e seus companheiros de Lava Jato sabem, a Polícia Federal e os ministros do Supremo Tribunal Federal sabem o que foram o papel de Marisa Letícia e o não-papel de Lula da Silva nos assuntos do sítio e do apartamento (este, até recusado pelo ex-presidente, como consta do processo).
Tudo como a estrela de plantas vermelhas no jardim no Alvorada. Na Lava Jato, a única beleza está no silêncio com que, em seus depoimentos e no processo todo, Lula preservou a pessoa e depois a memória de Marisa Letícia, vítima da própria ingenuidade.
Paga por ela e pelo ex-presidente.
Por ingenuidade, a ministra Cármen Lúcia nada pagará, jamais. Entra para a história do Direito por sua adoção de um método original, quase um truque de carteado trapaceiro, para decidir no tribunal em favor de sua opinião.
Não precisou fazê-lo para a decisão com que favoreceu Aécio Neves, ainda livre e senador apesar de tão ou mais comprometido com falcatruas do que muitos presos e exonerados. Como decidir uma questão jurídica à maneira de Cármen Lúcia: nega-se o exame de ações prioritárias, na ordem normal, caso possam servir a quem não se quer; passa-se à frente o que o prejudica e se dá o voto de minerva, para obter um acusatório 6 a 5.
Na decisão do Supremo sobre biografias não autorizadas, a relatora Cármen Lúcia fez sucesso com a exumação do “cala a boca já morreu”, bem exclamado. Aqui lembrei que o dito ficara pela metade, Cármen Lúcia omitindo o “quem manda aqui sou eu”. Não disse, mas, vê-se, não por discordância, modéstia ou pudor.
Mais difícil ou impossível é entender uma juíza que vota contra o que diz ser sua opinião. Assim faz a ministra Rosa Weber, na preferência declarada por acompanhar as maiorias manifestadas no tribunal, mesmo se delas discorda.
Ora, o único sentido em integrar o Supremo é a tarefa de expor elaborações e conclusões jurídicas pessoais, para confronto decidido com os pares pelo voto.
Efetiva-se o que, em linguagem atualizada, se chamaria o Projeto Lava Jato. E o que esperar? Não se tem a menor ideia de para onde estamos indo.
Não por causa das eleições. É que a situação, de tão caótica e instável, não tem propensões perceptíveis. Mas nem por isso se altera a certeza de que aquela percepção tornada realidade ainda tem o que dizer e ver.
Rosa Dever e Mário Américo
Não é só a Rosa Weber que pensa de uma forma e vota de outra. Ela está em boa companhia. O grande massagista da seleção brasileira Mario Américo nos anos 70 foi eleito vereador pelo MDB mas a seguir mudou para o PDS por influência do Maluf. Contudo, um projeto de lei dele, dos tempos de MDB contrariava interesses do PDS para o qual mudara. Mário Américo não teve dúvida: votou contra um projeto de lei de autoria dele mesmo!!! Um vereador do PMDB xingou nosso grande Mario Américo de todos os nomes. Mário Américo não titubeou e retrucou sua frase épica:
― Vossa excelência está ofendendo a minha excelência!
Desculpa Mário Américo comparar vc com Rosa weber.
O Estadista e o Lacaio
Na Lava Jato, a única beleza está no silêncio com que, em seus depoimentos e no processo todo, Lula preservou a pessoa e depois a memória de Marisa Letícia, vítima da própria ingenuidade.