Ex-secretário do Tesouro cita FHC e diz que “pedaladas” não são ilegais

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – É papel dos bancos oficiais o pagamento das despesas de seguro-desemprego, abono salarial e do programa Bolsa Família, e não do Tesouro Nacional. Dessa maneira, não é correto imputar ao setor ligado ao Ministério da Fazenda a responsabilidade pela execução desses pagamento, sustentou Arno Augustin, apontado como autor das chamadas “pedaladas fiscais”.

“Não era de minha competência a execução, realização e pagamento das despesas do seguro­desemprego e abono salarial, e que se houve decisão do pagamento dessas despesas pela instituição financeira sem o recebimento prévio dos recursos financeiros, isso decorreu da geração e/ou envio de arquivo eletrônico a cargo do Ministério do Trabalho ou da própria Caixa, o que possibilitou a realização dos pagamentos aos beneficiários finais do programa, não devendo ser a mim imputada tal responsabilidade haja vista que não sou e nunca fui executor/gestor das despesas do seguro­desemprego e abono salarial”, relatou Augustin, ex-secretário do Tesouro.

Na semana passada, o Tribunal de Contas da União deu à presidente Dilma Rousseff o prazo de 30 dias para esclarecer pessoalmente, ainda que por ofício, as pedaladas e outras “irregularidades” apontadas pelos ministros do órgão de fiscalização, e pelo Ministério Público. Chamam de pedaladas a estratégia do governo de represar o repasse de recursos pela União a bancos oficiais, fazendo com que estas instituições tenham de arcar com despesas como o Bolsa Família com dinheiro próprio. O TCU considerou a manobra, com efeito sobre o exercício fiscal de 2014, uma operação de crédito vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O Estadão afirmou em edição desta terça-feira (23) que teve acesso à defesa que Augustin já apresentou ao TCU. Nela, o ex-secretário afirmou que as ações do Tesouro, sob seu comando, possuiam todas as “qualidades e roupagens da licitude”. 

O TCU também considerou “pedaladas” as dívidas acumuladas pelo Tesouro com o Banco do Brasil e com o BNDES para garantir o crédito subsidiado. Sobre isso, Augustin reconheceu que o governo está inadimplente com esses bancos, mas sublinhou que esses atrasos não podem ser considerados operação de crédito. 

Gestão FHC

Durante a defesa, Augustin faz menção ao governo FHC, para mostrar que a manobra do Tesouro agora considerada uma “pedalada” ilegal pelo TCU ocorria naquele período, sem nunca ter sido questionado. O Estadão não deu detalhes de como isso ocorreu durante a gestão do tucano.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. O crime de responsabilidade

    O crime de responsabilidade exige alguns elementos para sua configuração, a saber:

    1. DOLO=intenção livre e deliberada de cometer o crime, com prejuízo do erário

    2. VANTAGEM INDEVIDA AO PRÓPRIO AUTOR OU A TERCEIRO.

    Nenhum dos elementos do crime de responsabilidade ocorreu nas tais pedaladas fiscais, porque:

    1. as instituições financeiras, por livre e expontânea vontade, ou mesmo por obrigação, efetuaram os pagamentos das contribuições sociais, sem interferência de quem quer que seja do governo;

    2. não houve prejuízo ao erário, porque as contribuições sociais estão previstas em lei;

    3. não houve vantagem indevida de quem quer que seja.

    Portanto, o TCU está é procurando chifre em cabeça de cavalo, para dar munição à oposição e à mídia para malhar o governo. 

  2. Vamos ligar a máquina de produzir dinheiro!

    Antigamente quando o governo precisava de dinheiro ligava a máquina que produzia papel moeda. Quem é que controla agora esta máquina, que resolve todos os problemas de poucos recursos? Depois a gente indexa a inflação…

  3. As pedaladas fiscais não são

    As pedaladas fiscais não são o verdadeiro problema. O nervo central desta crise é outro e não está no Planalto Central e sim no Litoral. Tudo que teve valor de exportação no Brasil foi apropriado pelos colonos e pelos seus descendentes: pau-brasil, açúcar, ouro, café, borracha, manufaturados, grãos e carne. Com FHC eles conseguiram embolsar a riqueza do minério de ferro e das jazidas de outros minerais. A única coisa com valor de exportação que não apropriada pela elite branca patrimonialista foi o petróleo. Eles são capazes de assassinar metade da população brasileira para controlar o destino dos 8 trilhões de dólares que estão enterrados no fundo de nosso litoral? Esta, meus caros, é a única pergunta que vale a pena ser feita e respondida neste momento. 

  4. A fala do Arno é

    A fala do Arno é absurda.

    Pelo que ele diz então os bancos públicos não deveriam pagar os benefícios enquanto o Governo não repassasse o dinheiro. Ai quem dançaria seriam os presidentes dos bancos públicos, que são controlados pelo Governo.

    O erro, na verdade, é de FALTA DE COMANDO NO GOVERNO FEDERAL.

     

     

  5. Quer dizer então que aquele

    Quer dizer então que aquele “boato” sobre a CEF e Bolsa Família no ano passado, em que os esquerdólogos queriam até que a PF descobrisse quem inventou aquilo tudo… não foi um “boato”, nem uma “invenção”…

    Não passava de uma PEDALADA?!?!?

  6. Pedaladas da Dilma

    O problema não é ter resposta para as pedaladas… O problema é que para a Dilma cabelo em Ovo é verdadeiro. Mas para FHC e sua corrióla, 450 kg de Cocaína no valor de 50 Milhões de Reais em um HeliPÓptero não têm valor…. 

    Logo, Dilma e Lula vão ser perseguidos por todos os Nazistas desse país até morrerem…

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