Há um ano, rodízio teria sido de um dia sem para dois com água

Jornal GGN – Há um ano, a Sabesp já propunha um rodízio no fornecimento de água. Seriam 48 horas com e 24 horas sem, somente nas áreas abastecidas pelo Cantareira. Se tivesse sido adotado, o racionamento poderia ter garantido uma economia de 4,2 mil litros por segundo, 120 bilhões de litros em todo o ano de 2014. É muita coisa, 12,3% da capacidade total do manancial, mais do que os 105 bilhões de litros da segunda cota do volume morto. Mas o governador Geraldo Alckmin vetou.

A proposta foi detalhada em um documento, “Rodízio do Sistema Cantareira 2014”, e entregue em janeiro ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE). Ali, a Sabesp afirmava: “O rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento nos mananciais”.

A justificativa do governador para rejeitar o projeto é que ele era “tecnicamente inadequado”. Na visão de Alckmin, o pacote de medidas que incluía a redução da pressão, bônus na conta e transferência entre sistemas, equivaleria a um racionamento de 36 por 72.

A solução, no entanto, não deu resultados. Os 23% de capacidade do Cantareira no início da crise hoje são 23% negativos. A chuva não veio no volume esperado. E o rodízio agora será drástico: dois dias com água e cinco sem.

Antes da crise, a Sabesp retirava do Cantareira 29 mil litros de água por segundo. Em janeiro, o volume caiu para 14,7 mil litros. A previsão é que caia mais, pra 12 ou até 10 mil litros.

Ontem, quarta-feira (28), a Sabesp enviou nota à imprensa afirmando “As medidas adotadas pela companhia desde o início da crise garantiram uma redução no consumo de água na região do Cantareira muito superior aos 4,2mil litros por segundo previstos no rodízio”.

Em agosto de 2014, o Jornal GGN já abordava o tema

Redação

18 Comentários

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  1. Texto do Rogério Gentilli na Folha/UOL hoje

     São Paulo enfrentará uma situação só imaginável em regiões desérticas, áreas de conflito armado ou carentes de civilização se, de fato, for preciso implantar o tal modelo de racionamento no qual a população ficará sem água durante cinco dias por semana.

    Medida tão drástica assim já foi adotada, por exemplo, em Amã, capital na Jordânia, um dos países mais secos do mundo, onde cerca de 92% das terras são desérticas. Amã tem um regime de chuvas baixíssimo, de cerca de 270 milímetros por ano –na região do Cantareira, no árido 2014, houve cerca de 3,5 vezes mais.

    Íntegra: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rogeriogentile/2015/01/1582009-falta-de-agua-e-de-respeito.shtml

  2. Pelo jeito Alckmin tá

    Pelo jeito Alckmin tá conseguindo emplacar o “rodízio” e fazer todo mundo esquecer o “racionamento”, que só é aplicado para o racionamento (inexistente) de energia elétrica.

  3. Tá pior que placar da Copa!

    2 x 1 –  Dois com água X Um sem

    5 X 2  –  Cinco sem água X Dois com

    7 X 1 – Sete dias sem água X  Um dia também sem. Tá liberado o banho de canequinha com água de reuso.

    Este placar vai ser mais dolorido do que o do jogo contra a Alemanha…

  4. Adequado tecnicamente é

    Adequado tecnicamente é deixar a cidade a beira do caos.

    Por que não se restringiu anida o uso industrial da água da SABESP???

    De técnica este governador não entende nada e esta cercado de coxinhas incompetentes.

     

  5. Claro. O pig é o responsável.

    Se o pig não tivesse garantido a cobertura às mentiras deslavadas ( olha a agua aí!) do alkimim o problema poderia ter outra consequencia bem menos grave.

    Os outros estados, desfalcados pelo psdb, já estão tomando as providências que o alkimim, acobertado pelo pig, deveria ter tomado há dois anos. Neste tempo o pig se dedica a tentar destruir a petrobrás.

    O maior objetivo do pig é desinformar. E nunca desinformar vai doer tanto. O pig é o maior responsável.

  6. Tem tanta coisa errada com o

    Tem tanta coisa errada com o item que nao da nem pra descrever direito!  Pra comecar, como um GOVERNADOR no Brasil pode vetar alguma coisa tao importante assim? E como ele pode alegar que o estudo esta tecnicamente falho quando ele nao entende patavinas do assunto?

  7. Enquanto isso, o Marcio Aith mente na Folha

    O Subsecretário de Comunicação do Governo de SP, Marcio Aith, em artigo publicado na Folha de São Paulo de hoje, mente três vezes. A primeira mentira ocorre quando (mais uma vez) ele tenta jogar parte da culpa da crise de abastecimento no Governo Federal. Fala da “hostilidade” de ministros e agentes da ANA em relação a São Paulo, e (pasmem!) acusa a Folha de São Paulo de esconder a situação durante o período eleitoral, o que o Governo de SP jamais teria feito!

    As mentiras mais deslavadas são outras duas seguintes:

    1) Segundo Aith “até dezembro de 2013, nenhum estudo meteorológico previu a atual crise, muito menos sua gravidade”. Como revelado aqui no Nassif, em 2009 a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo alertou para a crise em 2015. O estudo está no sítio da Secretaria, no portal do Governo do Estado de SP, até hoje (http://www.ambiente.sp.gov.br/cpla/2013/03/14/cenarios-ambientais-2020/) . A própria Folha, acusada de omissa pelo Aith, escreveu sobre isso em 2003 (quando Geraldo Alckmin era governador), ano em que São Paulo viveu outra crise hídrica, alertando que aquela não fora a primeira e nem seria a última crise: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u10308.shtml;

    2) O Governo de SP teria adotado desde janeiro de 2014 e continua adotando as “medidas necessárias em defesa da população”. Segundo ele “o Governo de São Paulo está fazendo sua parte. A sua lista de ações é matéria de fato, não de opinião”. Ele lista como medidas do Governo Estadual a “racionalização” do consumo, a “interligação de sistemas” (igual ao da Billings, que só vai sair do papel graças ao Governo Federal?), o “aumento da captação”, o início de “obras estruturais” e a adoção de inovações tecnológicas…

    Acredite se quiser: segundo o Subsecretário de Comunicação do Governo de SP a culpa do racionamento é de qualquer um, menos do governador do estado, Geraldo Alckmin…

    Aqui o artigo: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1581962-marcio-aith-o-apagao-de-fatos.shtml

  8. Acabei de ler um livro,

    Acabei de ler um livro, “Desagregação: por dentro de uma nova América”, de George Packer, onde é contada a história de um grupo de pessoas ao longo de 40 anos. 

    Neste grupo você pode acompanhar as consequencias da supremacia do capitalismo financeiro, com seus golpes, facão nas empresas, redução de empregos e salários; tudo para continuar girando o dinheiro de Wall Street (este é o modo como compreendi o livro, há outros modos, dependendo de quem o lê).

    Pode-se observar como, seguindo a cartilha neoliberal (que muitos daqui ainda têm como dogmas), o país e a sociedade tornaram-se mesquinhos e individualistas, a ponto de se romperem os laços de comunidade e nação; porque lá nos EUA TUDO foi pensado apenas para maximizar lucros, mesmo que qualquer coisa produzida viesse vazando de ódio; tudo virou mercadoria. E mercadoria pode ser comercializada em mercados, com especulação, fraudes e enganação (A bolha imobiliária, em uma capítulo chamado Tampa, fala de como a Flórida se tornou um con dominio de espculadores, chamado de boomburg). As empresas não deviam mmais produzir coisas, mas dar lucro.

    Penso que o mesmo aconteceu no Brasil , mais especialmente em SP, porque o PSDB foi lobotomizado e implantou esta ideologia acriticamente, vendendo tudo e tratando o que continuou estatal na porrada, para matar de fome.

    E agora vejo que isto chegou a um ponto entrópico (o sistema se desorganizou a tal ponto que se destrói por dentro), com as antigas estatais privatizadas (Eletropaulo) e semi-privatizadas (Sabesp) existindo apenas para gerar lucros para os donos e não prestar serviços à população.

    Havia obervado em outro post que Alckimin havia contratado a assesoria de Tony Blair (um mentiroso assassino criminoso de guerra) para práticas governamentais em SP, e na época não havia observado isto: Alckmin teve a façanha de privatizar seu próprio governo, porque quem dá as cartas agora é Tony Blair. Nós paulistas elegemos apenas o estafeta da empresa, quem manda está em Londres

     

  9. Competência impressionante a desses tucanos.

    Vejamos, nos anos noventa eles venderam os interesses do país a preço de banana. Só deixaram o que deixaram por que não deu tempo, Lula conseguiu salvar os dedos: Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Petrobrás e mais meia dúzia de empresas.

    Em São Paulo fizeram suas traquinagens, uma delas foi vender ações da Sabesp. Uma empresa que precisa de um produto pra vender, pois não? 

     “Acuma” se administra uma empresa e deixar a coitada sem produto pra entregar?

    Ou o objetivo mesmo é saquear tudo e se mudar pra Miami?

    Em tempo: Quanto valorizaram (kkkkk) as ações da Sabesp?

    Em relação com as ações da Petrobrás cheia de produto pra abastecer o mercado, como seria o gráfico comparativo do Sardenberg?

     

  10. O Alkmin vetou porque era ano

    O Alkmin vetou porque era ano de eleição. Culpa de quem? Das eleições claro. Porque não acabam com elas em Tucanópolis? Declaram São Paulo uma monarquia tucana logo de uma vez. De Alkimin para o Serra, do Serra para o Alkimin, assim sucessivamente. Quando passarem dessa para melhor, tem a filha do Serra, aquela empresária prodígio.

    Mas não, o PT, ou melhor, o Lula, quer porque quer eleger um “poste” em São Paulo. Culpa dele, o culpado mor de todos os problemas que afligem os bem-informados de Pigópolis, como não podia deixar de ser.  

  11. O rodízio não será de 5 x 2, será bem pior!!

    Hoje estão sendo retirados do sistema equivalente do cantareira cerca de 12 m3/s para RMSP, “atendendo”  6,5 milhões de pessoas, segundo consta. Isso só está sendo possível em razão da redução de pressão na rede, em boa parte do dia e da noite.

    Em condições normais, seriam necessários 24 m3/s para atender essa demanda, já que antes dos remanejamentos de sistemas, eram 9 milhões atendidos com 31 m3/s. Portanto, teoricamente, a redução de pressão equivale, hoje, a um rodízio de 1 x 1 ou  2 x 2.

    Considerando o inexorável esgotamento da água dos reservatórios do cantareira e na hipótese da ANA não deixar que seja utilizada a 3ª cota do volume morto, podemos dizer que, de maio em diante, teremos um abastecimento do tipo “fio d’água” (tal qual a energia de Belo Monte), só usa o que chega de água.  

    Pela tendência verificada, depois das chuvas de verão, a água que estará entrando nos reservatórios será da ordem de 4 m3/s. Como será necessário deixar fluir para a região de Campinas (PCJ) pelo menos 1,0 m3/s, sobrarão 3,0 m3/s para a RMSP, ou seja, 1/4 do que se retira hoje. Oito vezes menos do que a demanda em tempos normais. 

    Portanto, a partir de maio ou junho, o cálculo conceitual, teórico (conforme termos utilizados pelo diretor da Sabesp) do rodízio que terá de ser feito dá um placar em torno de 16 x 2. Isso mesmo, dezesseis dias sem água e dois dias com água na região atendida pelo Cantareira.

    Aí vem a pergunta: porque não poderia ser 8 x 1, prá não sacrificar tanto a população, deixando-a 16 dias sem água. Em tese, com apenas 1 dia de água não dá tempo de encher a tubulação da rede para atender toda a área do setor de distribuição. Com 2 dias de água, talvez seja possível minimizar isso. Depende de como será a setorização do rodízio.

    Por exemplo, só com a redução de pressão atual já está acontecendo esse problema da água não chegar nas áreas mais altas, de pouca pressão do sistema! Imagine quando as caixas d’água ao longo da rede estiverem vazias, ávidas por água. Ninguem da casa vai trabalhar nesse dia “com água”, prá poder encher tambores, baldes, tanques, máquinas de lavar, etc, para poder armazenar o máximo de água para os dias “sem água”. Nem com 1, nem com 2 dias vai dar tempo da água “subir o morro” e a caixa de todos. 

    No cálculo conceitural e teórico do diretor da Sabesp, a população teria água em dois dias da semana. Na realidade prática, no provável sistema de rodízio que será imperioso adotar mais à frente, milhões de pessoas ficarão sem água por 8 ou 16 dias ininterruptos, e centenas de milhares de pessoas ficarão sem água por períodos ainda maiores.

    A irresponsabilidade foi muita no passado (ao não ter sido implantado o rodízio em 2014), a água é pouca no presente (50 hm3 disponível da 2ª cota do volume morto, que corresponde a cinquenta dias do consumo atual), e não há previsão de revogação da lei da gravidade no futuro imediato, quando da implantação do drástico rodízio que terá de ser feito.  

     

     

    1. Uma coisa que ninguem esta

      Uma coisa que ninguem esta contando:  vai levar somente a primeira epidemia causada por agua podre para Sao Paulo cair aos pedacos.

  12. Se o rodízio tivesse sido

    Se o rodízio tivesse sido adotado mais cedo, o interesse público teria sido atendido. Mas neste caso o preço das ações da Sabesp teriam caído ou a distribuição de lucros aos acionistas gringos não seria tão gorda. Dos dois males, Alckmin resolveu proteger os interesses dos acionistas gringos e prejudicar os cidadãos paulistas. Governo neoliberal típico. Se não fossemos brasileiros jogaríamos este animal irracional no meio do deserto do Saara só com uma garrafa de água. 

  13. culpar o alquimista é o

    culpar o alquimista é o óbvio, tá até ficando chato.

    mas é preciso mostrar que a culpa é pelo que ele representa,

    a politica equivocada que ele defende:

    não só a hegemonia do mercado, mas a radicalização

    extrema representada pela financeirização da economia,

    a privatização de empresas,

    daí a colocação da sabesp na bolsa de ny, etc.

    a implementação de uma agricultura devastadora do ambiente,

    cana pra tudo quanto é lado, vastas extensões a perder de vista.

    agronegócio envenenado.

    isso acaba com o verde, com as matas ciliares necessáris para evitar

    o assoreamento dos rios,

    a erosão do solo, o fim das fontes e dos mananciais.

     

  14. guardar esgoto por 5 dias !!!

    .. só estao falando da agua.  e sobre o esgoto, como guarda-lo por cinco dias para cumprir o esquema 5 por 2 ?

    nao consigo imaginar em pleno seculo XXI guardar esgoto em casa …. por falta d’agua.

     

    parece terrorismo essa proposta de pior cenario …

  15. ainda sobre o rodizio em São Paulo

    Eu não sei de outras regiões, moro na vila galvão em Guarulhos em minha casa o sistema dia com dia sem agua ja vem desde 2013 entao eles ja estavam fazendo um racionamento mas nunca admitiram assim como até hoje é tabu para esta adminitração tocar neste assunto.Esta politica tucana de terceirizar ao mercado os assuntos de estado esta se provando muito caro para a população os hospitais gerenciados pelas OSCIPS  sao caros e não resolvem a situação da saude, a SABESP distribuiu dividendos aos acionistas nma festa na bolsa de Nova Iorque alguem tem que dar um choque de gestão nestes caras do PSBD.

  16. ainda sobre o rodizio em São Paulo

    Eu não sei de outras regiões, moro na vila galvão em Guarulhos em minha casa o sistema dia com dia sem agua ja vem desde 2013 entao eles ja estavam fazendo um racionamento mas nunca admitiram assim como até hoje é tabu para esta adminitração tocar neste assunto.Esta politica tucana de terceirizar ao mercado os assuntos de estado esta se provando muito caro para a população os hospitais gerenciados pelas OSCIPS  sao caros e não resolvem a situação da saude, a SABESP distribuiu dividendos aos acionistas nma festa na bolsa de Nova Iorque alguem tem que dar um choque de gestão nestes caras do PSBD.

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