Lula diz para jornal britânico que Lava Jato visa destruir sua imagem

Jornal GGN – O ex-presidente Lula concedeu entrevista ao jornal britânico The Guardian e falou sobre a crise política e a Operação Lava Jato. Em sua opinião, o objetivo das investigações é centrar fogo no PT e impedir que ele volte a concorrer à presidência. “Acredito que há uma combinação entre algumas partes da mídia, da promotoria e da polícia para destruir minha imagem”, disse o ex-presidente. “É tudo com um objetivo: condenar Lula”.

“Por que não investigam como todos os partidos políticos arrecadam fundos?”, questionou. “Da maneira como tem sido feito, fica a impressão de que todo o dinheiro para o PT é sujo e que todo o dinheiro para o PSDB é limpo”.

Para Lula, o foco do PT nas camadas mais pobres da população, as políticas de distribuição de renda e o aumento dos gastos com educação pública e saúde “incomodaram muita gente”. “Agora há mais [pessoas da nova classe média] nas ruas, nos teatros, nos aeroportos. Parte da elite não quer dividir”.

A matéria chama Lula de “o arquiteto de um projeto democrático da centro-esquerda para reduzir a desigualdade no Brasil”. E afirma que quando ele deixou o poder, em 2010, era “o presidente mais popular do mundo, uma figura representativa carismática de um mundo em desenvolvimento recém confiante”.

Do Opera Mundi

Por que não investigam todos os partidos?, questiona Lula ao Guardian sobre Lava Jato

Em entrevista, ex-presidente diz que vazamentos e investigações da Operação Lava Jato são parte de ‘trama’ para tirar PT do poder: ‘a direita não quer esperar’

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian publicada nesta segunda-feira (04/07), o ex-presidente Luiz Inácio da Silva falou sobre a atual situação política no Brasil e a Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de propinas a políticos a partir de contratos com a estatal Petrobras. Para Lula, o foco das investigações no PT (Partido dos Trabalhadores) e o vazamento para a imprensa de áudios de telefonemas entre ele e a presidente Dilma Rousseff, em março, são indícios de que a operação é parte de uma “trama” para tirar o PT do poder no Brasil.

“Por que não investigam como todos os partidos políticos arrecadam fundos?”, questionou o ex-presidente sobre as investigações sobre o financiamento de campanhas de políticos do PT. “Da maneira como tem sido feito, fica a impressão de que todo o dinheiro para o PT é sujo e que todo o dinheiro para o PSDB é limpo.”

matéria, intitulada “‘Não há crime’: ex-presidente brasileiro mantém fé em partido e sistema judiciário”, começa com o relato de Lula sobre a sessão da Câmara dos Deputados de 17 de abril, que decidiu em prol do seguimento do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. “Foi muito triste. Sofri muito”, declarou Lula, que disse ter visto “o projeto de transformar esse país desmoronando”.

O texto lembra que, ao deixar a presidência em 2010, Lula era “o presidente mais popular do mundo, uma figura representativa carismática de um mundo em desenvolvimento recém confiante”. Além disso, classifica Lula como “o arquiteto de um projeto democrático da centro-esquerda para reduzir a desigualdade no Brasil”.

De acordo com a matéria, desde a saída de Lula do cargo, a economia “se deteriorou”, os ventos políticos globais mudaram sua direção da “cooperação” para “competição” e uma investigação “massiva” contra  corrupção atingiu várias figuras políticas, incluindo aliados de Lula.

Ao The Guardian, Lula disse acreditar que a “ênfase” do PT nas camadas mais pobres, as políticas de distribuição de renda e o aumento de gastos com educação pública e saúde “incomodaram muita gente”.

“Agora há mais [pessoas da nova classe média] nas ruas, nos teatros, nos aeroportos. Parte da elite não quer dividir”, declarou.

Segundo ele, as investigações da Operação Lava Jato são parte de uma “trama” para tirar o Partido dos Trabalhadores do poder e evitar que Lula concorra novamente às eleições presidenciais em 2018.

“Acredito que há uma combinação entre algumas partes da mídia, da promotoria e da polícia para destruir minha imagem”, disse o ex-presidente. “É tudo com um objetivo: condenar Lula”.

Ele criticou também os setores de direita que, segundo ele, não respeitam o direito de escolha da população.

“Eu perdi três eleições, mas respeitei a escolha das pessoas sobre o vencedor [do pleito], disse. “Mas a direita não quer esperar”, disse em referência ao processo de impeachment contra Dilma.

Redação

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