Na época do porte de arma legal, homicídios cresciam 8% ao ano no Brasil

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Reportagem do El País divulgada nesta segunda (30) mostra que a ideia de que o Brasil era um país mais seguro quando o porte de arma era facilitado não é real. De acordo com dados do Ministério da Saúde e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, de 1980 até 2003, as taxas de homicídios subiram em ritmo alarmante, com alta de aproximadamente 8% ao ano.

Em 1996, o bairro Jardim Ângela, em São Paulo, foi considerado pela ONU como o mais violento do mundo, superando em violência até mesmo a guerra civil da antiga Iugoslávia, que à época estava a todo o vapor, destacou o jornal.

Em 1983, o Brasil tinha 14 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2003, eram 36,1 assassinatos para cada 100.000, ou seja, o número mais dobrou.

“Para conter o avanço das mortes foi sancionado, em 2003, o Estatuto do Desarmamento, que restringiu drasticamente a posse e o acesso a armas no país e salvou mais de 160.000 vidas, segundo estudos.  Atualmente a taxa está em 29, o que pressupõe que o desarmamento não reduziu drasticamente os homicídios mas estancou seu crescimento”, frisou o El País.

Para Daniel Cerqueira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a grave crise econômica ocorrida durante a década de 1980 ampliou a desigualdade social e foi um dos fatores responsáveis pelo aumentos das taxas de homicídio.

“O que observamos é que a partir dessa que ficou conhecida como a década perdida, há uma falência do sistema de Justiça e Segurança Pública, e as pessoas, no meio desse processo, começaram a comprar mais armas”, explicou.

Ele ainda afirmou que a boa parte dos crimes com morte não eram praticados pelo “criminoso contumaz”, e sim “pelo cidadão de bem, que em um momento de ira perde a cabeça”.

Leia a reportagem completa aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. na época….

    O Brasil se explica. Nossa Elite não consegue sair da Ditadura do Politicamente Correto. Querem explicar até o inexplicável. Somos o país mais assassino do planeta. Então nossa Elite Esquerdopata vem com suas estatisticas.(“a arte de torurar os números até confessarem o que quer que digam”) É a mesma coisa que o Tucanistão em SP. Torturar os números. Então Borá com 1 morte por década, estatisticamente é menos segura que a cidade de São Paulo. Por mortes a cada 100 mil habitantes. É Surreal !! A desculpa eram que 80% das mortes não eram produzidas pela ação criminosa mas por gente comum. Desarmaram a população. E o resultado? Mostra bem a imposição da Ditadura travestida de Democracia que temos neste país. E o abismo entre a Sociedade e o Poder. Não à toa, com o Plebiscito do Desarmamento, que foi desrespeitado e ditatorialmente não acatada a opinião soberana da sociedade brasileira, então nossa Elite Esquerdopata também levou a extinção referendos e plebiscitos neste Brasil. O Brasil é de muito fácil explicação. Esta semana descobrimos que nos EUA, o país com o maior número de armas de fogo entre a população, acontece 4 vezes mais mortes pelo consumo de opióides (a maioria vendidos legalmente nas drogarias e farmácias como remédios com prescrição medica) que por armas de fogo. A imbecilidade tupiniquim esquerdopata do politicamente correto fica sem argumentos.  

  2. Ghandi derrotaria Hitler ?

    Fui defensor do desarmamento porque em 2003 tínhamos a esperança de construir um verdadeiro Estado Democrático de Direito.

    Hoje nossa sociedade é dominada por grupos fascistas institucionais que utilizam os poderes armados (polícias, exército) para reprimir e impor decisões, mesmo que ilegais, contra o povo brasileiro. Dúvido que a PM de SP teria coragem de reprimir violentamente manifestações pacíficas, como ocorreram, se soubesse que cada uma daquelas milhares de pessoas tinha uma pistola na cintura.

    O povo não tem direito à legítima defesa ?

  3. Desarmamento na Amazônia

    O desarmamento não pode ser imposto em todo o país, pois nos confins da Amazônia, onde a polícia está a centenas de km, sem armas para se defender dos jagunços, a população fica refém do banditismo. Como fazer uma lei única para um país tão grande como o Brasil ?

    1. Permita-me discordar

      Isto pode ser nos Estados Unidos, que é um povo diferente do nosso, bandido ter medo de atacar uma casa que ele sabe que tem armas. 

      Aqui no Brasil é diferente. Tenho um primo em Rio Espera MG, que morava solitário na sua fazenda, e possuía armas e cartucheira para se defender. Os bandidos invadiram-lhe a fazenda e ele teve de entregar os cartões de crédito e as armas, e ainda foi agredido com elas. Os bandidos não tiveram clemência para com um velho de 68 anos. Eles para cometerem os crimes fazem verdadeiras operações de inteligência, vão fazendo perguntas, pergunta daqui, pergunta dali até obterem um relatório completo do cotidiano da vítima. 

      Não nego que eles poderiam assaltar também uma pessoa que não guardasse armas em casa, só pela fama de ser rica. 

       

      1. um contra vários

        Realmente uma pessoa idosa sozinha num fim de mundo, aí, nem que ele tivesse metralhadoras. Mas se fosse uma fazenda, com muitos peões armados, os bandidos pensariam duas vezes antes de entrar.

        Outra loucura é morar só num fim de mundo como a amazônia, ou os sertões de Minas, a menos que more escondido em alguma gruta.

      2. Fortalezas castelos

        Sempre fui da opinião que quem mora nos confins do Brasil, como a Amazônia, ou nos sertões, a centenas de km da civilização e das autoridades, deveria morar não em casas comuns, mas sim em fortalezas, semelhantes aos castelos da idade média.

        Da mesma forma como aqueles eram a única proteção contra a invasão de bandidos e de exércitos, nos confins do brasil também seriam de imensa e indispensável proteção.

        Tem casos que apenas as armas não resolvem, mas estas combinadas com uma fortaleza segura, seriam eficientes sim.

  4. homicídios x armas legais

      Desde que fiz meu primeiro curso de Estatística, aprendi que “correlação não é causalidade”, ou seja, se aumentaram os homicídios entre 1980 e 1994 e também aumentaram as vendas de armas, isto não prova que um foi a causa do outro.

    O período indicado foi o da primeira fase do neoliberalismo triunfante e dos planos mirabolantes dos cabeças de planilha. Os salários cairam e o desemprego disparou. O crime organizado, herança em SP de Temer e seu aluno Fleury, colocou sua cabeça de fora.

    A queda dos homícidios foi “culpa do Lula”, ou seja, melhores condições de vida levaram a menor recrutamento para o crime e menor taxa de desespero que leva aos homicídios interpessoais.

    Os países, e os estados brasileiros com maior taxa de armas legalmente registradas têm menor taxa de homicídios por arma de fogo. 

    Podem transformar em crime hediondo o simples pensamento numa arma, e os homicídios aumentarão, no novo período de ditadura dos bancos e agora do judiciário (com ajuda do principal advogado do PCC, antes ministro da justiça (!) e agora do STF.

     

     

  5. Criminalização de objetos
    Porque os desarmamento atas insistem em criminalizar objetos. Seguindo essa lógica deveríamos também proibir a venda.de carros, pois os acidentes de trânsito matam bem mais pessoas que as armas de fogo. A partir de 1979 com o advento da.lei Fleuri os criminosos passaram a aguardar em liberdade julgamentos que simplesmente demoravam uma eternidade. Como resultado da impunidade a violência foi crescendo , sendo premiada com mais impunidade. Ao invez de atacarem o crime escolheram um objeto. A arma de fogo,porque não, poderiam ter escolhido o carro assassino, ou um zumbi, talvez um ser mitológico, pois não são capazes de enfrentar a verdade que é investigar, apontar o criminoso e depois apena-lo para assim garantir a segurança da sociedade. Ideologicamente e acreditando que o homem é essencialmente bom,viramos as costas para a realidade é por isso só por isso o crime e os homicídios cresceram. Fazer um discurso alienado sobre as armas, como se tivessem vontade própria e uma.forma irracional de não ver o problema, não identifica-lo e contribuir para a sua perpetuação. Na sua ideologia inexistem psicopatas , sociopatas, criminosos sexuais, pedófilos, vivemos num conto de fadas onde objetos tem poderes mágicos para causar a morte das pessoas.

    1. poxa.. como você é burro

      poxa.. como você é burro cara. carros tem como proposito transportar vc do ponto A pro ponto B, a arma nao serve pra nada alem de matar.. por favor nao seja burro. ja tem muita gente burra. No burrice, please. Como você é burro. Por que você é tao burro? Não cansa de ser burro? Você é burrão. Burro pacas.

  6. Uma pessoa “armada”

        Caso vc. a encontre tenha certeza : encontrou um bobão, um otário, que acha estar “se defendendo” ( do que ou de quem ele não sabe ), mas na realidade trata-se de na melhor das hipoteses um fornecedor de arma para outro, ou de alguem que em um momento de raiva irá matar alguem próximo a ele.

         Esta toupeira obnubilada e “se achando” poderoso, “montado” com 38 motivos e seis razões ( no minimo ), quando um “bandido – marginal” chegar nele, este estará com a arma engatilhada, muitas vezes com apoio, e na hora – nos segundos – que o “machão armado” tentar reagir, estará morto, e mais uma arma será roubada.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador