Perto de Brumadinho, cinco barragens representam risco à população

A MIB fica na fazenda Santa Maria e possui cinco barragens de rejeitos a uma distância de 800 metros da comunidade de Córrego do Feijão

Foto Douglas Magno/AFP

Jornal GGN – Brumadinho, em Minas Gerais, é cercada por mineradoras em extração de minério de ferro. A Mineração Ibirité – MIB, é uma delas e fica em Córrego do Feijão, distrito já atingido pela lama de rejeitos da Vale.

A MIB fica na fazenda Santa Maria e possui cinco barragens de rejeitos a uma distância de 800 metros da comunidade de Córrego do Feijão. De acordo com os moradores, a MIB não tem sirenes em suas barragens e jamais apresentou um plano de emergência e evacuação em caso de perigo com rompimento de barragem. 

A mineradora está com suas atividades paralisadas por ordem judicial. O Ministério Público de Minas Gerais pediu a paralisação pois que a área de atividade minerária está próxima ao local do rompimento da estrutura da Vale. O Tribunal de Justiça determinou que a MIB adote medidas para impedir todo e qualquer carreamento de sedimentos para os Córregos do Feijão e Samambaia”.

Em 2017, o TJMG já havia determinado à mineradora que deixasse de fazer desmontes explosivos, método que provoca vibrações que podem causar danos às estruturas das barragens.

“A MIB alega fazer preenchimento de cava. Retira o material e coloca o rejeito na cava. Só que há anos a empresa não minera na região. Ela traz rejeito de outra mina e fazem o alteamento. Ou seja, se ela não faz a cava aqui, não tem onde depositar o rejeito. Tememos que aconteça a mesma coisa que a barragem da Vale”, diz Luciano de Oliveira, morador de Córrego do Feijão.

E a situação se torna o pesadelo de moradores próximos às minas de extração da MIB. Alguns moradores relataram que escutam, diariamente, os estrondos dos explosivos de rochas feitos pela mineradora. Afirmam ainda que estão, desde 2008, sofrendo com os barulhos e a falta de energia, poeira de minério e rachaduras na estrutura.

Além disso, existem relatos de ameaças feitos por funcionários da MIB e de que teriam dito que os diretores conseguem cooptar juízes e órgãos públicos da região para pressionar pela liberação de licenças e desapropriação de áreas de interesse das mineradoras.

Com informações do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens

Redação

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