Avaliação de Dilma melhorou apenas entre idosos e moradores da periferia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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No cenário geral, CNI/Ibope de setembro mostrou que as taxas de reprovação do governo continuam no patamar de junho passado. Notícias sobre crise econômica e política nesse intervalo não tiveram impacto

Jornal GGN – Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira (30) mostra que os novos capítulos da crise política e econômica, como o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, neste mês, não apresentaram impacto sobre a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), em um cenário amplo. Mas entre alguns extratos sociais, a presidente conseguiu melhorar timidamente sua avaliação. Caso dos idosos, da população de periferia e de baixa escolaridade. 

Segundo a pesquisa, entre junho e setembro, subiu oito pontos a avaliação ruim ou péssima sobre o governo entre jovens de 16 a 24 anos, com educação superior, renda familiar acima de cinco salários mínimos e residentes nas regiões Norte e Centro-Oeste. O índice atual é de 77% de rejeição nesse nicho. Já entre a população com 55 anos ou mais, o percentual dos que aprovam a maneira da petista governar subiu de 20% para 24%. A desaprovação, por outro lado, caiu de 75% para 70%.

Entre os residentes nas capitais, o percentual dos que aprovam a maneira de governar da presidente caiu 5 pontos, enquanto o dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu 4. Nas periferias das capitais percebe-se melhora na popularidade de Dilma. O percentual dos que confiam na presidente aumentou de 13% para 20% e os que avaliam o governo como ótimo ou bom subiu de 6% para 10%.

Dilma recuperou a popularidade entre a população com até a quarta série da educação fundamental. Nesse meio, o percentual dos que confiam na presidente passou de 24% para 28% entre junho e setembro, e o dos que consideram o governo ótimo ou bom de 13% para 17%. Entre os com educação superior, a popularidade caiu. O percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo cresceu 7 pontos, e está em 73%, e o dos que desaprovam a maneira de governar da presidente cresceu de 82% para 88%.

Cenário geral

No cenário geral, os dados da avaliação de Dilma oscilaram dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos. Na última pesquisa, realizada em junho, o percentual de pessoas que achavam que o governo Dilma é ruim ou péssimo era de 68%, contra 69% em setembro. A parcela dos que avaliam a gestão como ótima ou boa também oscilou de 9% para 10%, no mesmo intervalo. Os que consideram o governo regular continuam somando 21%.

A maneira de Dilma governar é desaprovada por 82%, antes 83% registrado em junho. A propoção dos que aprovam caiu subiu de 14% para 15%, apenas.

A CPI/Ibope sondou ainda a taxa de confiança que a população deposita em Dilma. Em junho, 78% disseram que não confiam na presidente. Em setembro, o índice é de 78%. Os que confiam continuam somando 20%.

As perguntas foram feitas a 2.002 pessoas entre os dias 18 e 21 deste mês. O grau de confiança da pesquisa é de 95%.

https://www.youtube.com/watch?v=F0lEMlJeOmY width:700 height:394

Percepção do noticiário sobre o governo

A maioria da população (66%) continua considerando que o noticiário recente é mais desfavorável ao governo. Apenas 9% consideram o noticiário mais favorável, enquanto 14% consideram nem favorável nem desfavorável.

As notícias sobre corrupção e ajuste  fiscal são as mais lembradas, mencionadas por cerca de 20% dos entrevistados. Notícias específicas sobre a Lava jato foram citadas por 14% dos eleitores. Ainda sobre corrupção aparecem as manifestações contra a corrupção (4%) e corrupção no governo sem especificação (4%).

Sobre o ajuste fiscal, a volta da CPMF (lembrada por 8% dos entrevistados) e o aumento de impostos (7%), dominam o tema. O anúncio de corte nos orçamentos foi lembrado por 1%.

Notícias sobre inflação e aumento de preços são lembradas por 6% dos entrevistados e 7% citaram outras notícias sobre a economia, com destaque para o aumento do desemprego (3%) e a crise econômica (3%).
 

FHC, Lula e Dilma

O relatório da pesquisa CNI/Ibope lembrou que é normal a queda de popularidade enfrentada por presidentes durante o início do segundo mandato. Fernando Henrique Cardoso viu sua taxa de popularidade recuar de 40% para 16%. Lula teve a menor perda de popularidade entre os dois mandatos. O percentual da população que avaliava o governo como ótimo ou bom recuou de 57% para cerca de 50%.

No caso de Dilma, a questão é que em setembro de 2015, os que aprovam o governo represetam 10% dos entrevistado, índice similar ao que vigorou ao fim do governo Sarney, em 1989. Por outro lado, o percentual que avalia o governo como ruim ou péssimo hoje é o maior dos 27 anos de levantamentos.

Com informações do relatório CNI/Ibope de setembro de 2015 sobre a avaliação de Dilma Rousseff

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Melhorou, maaaaas …

    Tem sempre um “mas”!

    Mas…

    Melhorou.

    E vai continuar melhorando, pois nem os idiotas aguentam mais esta campanha meRdiocre-farsesca.

     

  2. Apesar dos pesares não piorou

    Apesar dos pesares não piorou e houve alguma melhora em nichos que não são  tão afetados pelas diversas mídias. Se aécio e seu bando, mais a mídia golpista deixasse a Dilma trabalhar em paz por um mês, certamente as coisas melhorariam.  Mas por que fariam isso se dependem da infernização generalizada para continuar a seguir com seu golpe sujo? Mas como tudo que chega no mais baixo, tende a subir, tenho certeza que ela também vai dar conta. E sinceramente a minha admiração pela Dilma só cresce. Se eu estivesse  na posição dela, já teria entregue esse país de bandeja para a corja tucana e peemedebista e nem olharia para trás sinceramente. 

    1. Exatamente…

      Eu já teria sucumbido e, acredito que todos esses políticos venais, covardes e chantagistas, já teriam colocado os rabinhos entre as pernas!  Êta Dilma valente e corajosa!  Minha admiração também cresce, na medida em que ela consegue trabalhar enquanto eles tentam destruí-la. Viva DILMA !!!    

  3. Não entre estes idosos

    Certamente não foi graças a este extrato de idosos que a popularidade da presidente melhorou

     

    Marta, FHC, Bicudo e a geração perdida de velhos do Brasil. 

    por Kiko Nogueira

    do Diário do Centro do Mundo

      "Mais um dia produtivo no Facebook"

    “Mais um dia produtivo no Facebook”

     

      

    Marta Suplicy, 70 anos. Fernando Henrique Cardoso, 84. Hélio Bicudo, 93. Fernando Gabeira, 74. Et caterva.

    Em comum, além das cãs e das rugas, a raiva e a disseminação da raiva. Idosos estão estimulando outros idosos a odiar num grau como eu aposto que você não se lembra de ter testemunhado antes.

    Dois casos recentes com amigos meus:

    1) Tiago Mendes Tadeu, nosso programador, foi a uma festa de aniversário em Monte Verde (MG). O padrasto da aniversariante, levemente alcoolizado, ao saber que ele morava em São Paulo, solta a seguinte frase: “E o Haddad, aquele comunista?”

    Em seguida, saca o celular e mostra o Decálogo de Lênin. “Assim eles vão tomar o poder”. Fica frenético. Tadeu pede licença e se retira, antes que a situação perdesse o controle.

    2) José Marcos Castanho, assessor de imprensa, num casamento. O tio da noiva, um “velhote simpático”, começa de repente a vociferar contra o “bolivarianismo” e a invasão de agentes cubanos. José tenta argumentar que vivemos numa democracia. O homem o expulsa da festa.

    Estamos perdendo uma geração para o ressentimento. Foi-se o decoro, a educação, o verniz social, até mesmo a hipocrisia. A regra é ser grosso, inconveniente e insultuoso, de preferência em lugares públicos. Se, antigamente, já era complicado falar de religião ou política em encontros de família, agora tornou-se arriscado fisicamente.

    Nelson Rodrigues era um cultor da velhice. Declarava-se uma “múmia, com todos os achaques das múmias”. Recomendava aos jovens: “envelheçam”.

    O que diria agora o gênio de Nelson? As ruas são tomadas por senhorinhas de cabelos azuis carregando cartazes pedindo “intervenção militar” enquanto  suas coleguinhas indagam “por que não mataram todos em 64?”

    Com o enorme auxílio das redes sociais, septuagenários que poderiam estar pensando numa aposentadoria feliz se dedicam a compartilhar memes estúpidos e ofensivos. A necessidade de estar ativos, um daqueles clichês da gerontologia, se traduziu em emular os revoltados on line.

    Não era assim. Você se recorda de sua madrinha querida. Conservadora, sim — mas discreta. Ela comentava, por exemplo, que Lula não sabia falar direito. “Não que eu tenha preconceito contra nordestino, nada disso, por favor! Mas ele devia ter feito uma faculdade”.

    Isso era, de certa maneira, o limite. Uma barreira psicológica acendia uma luz amarela. Opa. Não é de bom tom ir adiante. O que os vizinhos vão pensar?

    Essa barreira foi rompida coletivamente nos últimos anos. O normal é chamar Lula de “lularápio com nove dedos”, Dilma de “presidanta”, o Bolsa Família de “esmola de vagabundo” e por aí afora.

    Enquanto ninguém olha, eles são intoxicados com uma dieta de rancor e desinformação desde a hora em que acordam. No rádio, pau nas ciclovias. Na TV, denúncias seletivas de corrupção. No Facebook, aquele costumeiro festival de imbecilidades.

    Avós passaram a ser um perigo para seus netos. Eu falei aqui das mães ensinando crianças a mandar Dilma tomar no cu em manifestações. Isso ganhou o status de aceitável. Como explicar a seu menino o ditado segundo o qual é preciso respeitar os mais velhos?

    FCH, Marta, Gabeira, Bicudo são a face mais conhecida de uma tragédia nacional, os garotos propaganda de uma geração perdida para a paranoia ultradireitista.

    Em “Um Conto de Natal”, a história da redenção de um ancião mesquinho visitado por três espíritos, Charles Dickens escreve que “a escuridão era barata, por isso Scrooge gostava dela”. Os velhos brasileiros precisam de luz e calor.

     

    1. Esqueceu-se do Lula
      que muito

      Esqueceu-se do Lula

      que muito antes …………….  quando a economia ia bem  …………. adorava falar que ia extirpar adversários

      Esse velhinhos falam de mais, nem sempre com qualidade

  4. Já é um recomeço.
    Acho que o

    Já é um recomeço.

    Acho que o pior da crise já passou.

    Com esse congresso demoralizado, logo a opinião pública, exceto os coxinhas é claro, perceberão que a Dilma é uma pessoa honestas e está tentando acertas as contas do país.

  5. como apresentar estatísticas…

    Em resumo, lendo os números ao reverso, a maioria da população desaprova o governo em todos os segmentos.

    Enfim, assim são as estatísticas,elas são apresentadas de acordo com o argumento que se quer defender…

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