Ruy Castro e a última ciência: esse tal de freios e contrapesos

Graças à Internet, Ruy Castro, o notável biógrafo e cronista musical, se tornou um homem de saber enciclopédico, tal a variedade de temas que levanta em sua coluna. É a prova maior da falência dos sistemas tradicionais de saber, do hábito anacrônico de aprender através da leitura de livros, do estudo sistemático dos clássicos, aquelas pessoas pedantes que, desde os tempos da Grécia antiga, inventaram de construir o conhecimento ocidental.

Ruy aboliu esses métodos lentos de conhecimento e se tornou um sábio meramente bebendo nas novas formas de comunicação.

Graças a isso, considerou-se suficientemente informado para, com seu vasto conhecimento de informática, cair matando sobre a ex-presidente Dilma Rousseff quando ela, em uma entrevista que me deu, perguntou “que nuvem é essa”, referindo-se a e-mails rackeados nos servidores da Odebrecht armazenados em nuvem.

Ruy caçoou do fato aparente de que Dilma não saberia o que é computação em nuvens. De nada adiantou explicar, aqui, que Dilma conhece muito mais informática do que Ruy, e que apenas valeu-se de uma ironia, figura de difícil entendimento para as mentes racionais e ferreamente cartesianas como a de Ruy. Talvez tivesse sido melhor compreendida se usasse uma expressão mais técnica, tipo  “que mané de servidor é esse”? 

Na coluna de hoje, na Folha, Ruy veste a capa do Super-homem da realidade virtual mesclado com uma sabedoria de um Merlin dos tempos modernos, pois dotado do poder de uma coluna na antigamente prestigiada página 2 da Folha. “Eu tenho a força da página 2”, parece dizer, ao se tornar analista internacional, derramando conhecimento e trazendo para seus leitores análises fresquíssimas sobre a eleição de Donald Trump (https://goo.gl/Dc0ZMF)

Ruy – que sempre foi um extraordinário captador das últimas tendências musicais norte-americanas – descobriu uma nova lei da física, o “sistema de freios e contrapesos”, que ele genialmente compara à rebimboca da parafuseta, e informa  que a última moda nos Estados Unidos é usar esse termo da física para definir um “complexo de entraves dentro do governo americano que impedem que um presidente, por mais estabanado, possa tomar decisões desastrosas”. 

Dilma não possui a facilidade de Ruy para criar imagens, muito menos para captar as últimas novidades dos Estados Unidos. Mas, em uma coletiva da qual participei, ela ousou mencionar essa tal rebimboca, obviamente sem a profundidade intelectual de Ruy.

Só que – ignorante que é – não sacou que era uma variante da lei da física. Pelo contrário, da mesma maneira que falou da tal nuvem, mencionou que se tratava da Teoria da Divisão dos Poderes, do filósofo francês Montesquieu,  baseado nas obras políticas de Aristóteles, e que, ao contrário do que Ruy imaginaria, não se trata de um antigo lateral direito do Bangú que era tratado de “João” por Mané Garrincha.

Dilma fez mais, quando um jornalista formado na mesma academia virtual que Ruy Castro, armou uma pegadinha: “A senhora diz que quem prega o impeachment é golpista. Quer dizer que os donos de shopping em Brasilia, que estão planejando fechar em apoio ao impeachment, são golpistas?”. Fez a pergunta como quem arma o alçapão definitivo para a pombinha branca. Os entrevistadores emudeceram ante aquela demonstração robusta do exercício da lógica. Mas Dilma, com total falta de respeito, liquidou com a formulação com um objetivo:

– Claro, né? E porque não seriam?

E não se voltou mais ao tema.

E toca a soltar definições sobre as diversas formas de envolvimento político, dos que planejam aos que ecoam. Acho que citou essa tal Montesquieu, que, ao contrário do imaginado por Ruy, não se trata do ponta-esquerda do Combinado do Quintino que, dotado de ideias anti-imperialistas, quis tirar dos físicos norte-americanos o mérito da criação da lei dos freios e contrapesos que, na Revolução Francesa foi o embrião de todas as democracias ocidentais, com a divisão de poderes entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, três poderes dos quais provavelmente Ruy , na condição de membro ilustre e letrado do quarto poder, já deve ter ouvido falar.

Nem ouso descrever o restante da análise que Ruy perpetrou sobre Trump. Só alguns pedaços,.

Ruy sintetizou toda a discussão sobre a ascensão da ultradireita a um banal “macaco em loja de louça”. E constatou – com o brilho dos que se valem da ironia mais sutil e sofisticada – que “se, de repente, ele (Trump) decretar que todos os cidadãos serão obrigados a usar a cueca por cima das calças, como o Super-Homem, ou que o Alasca seja devolvido aos esquimós e façam bom proveito, isso não será possível”. Graças a que? Isso: à lei da física que os gringos se basearam para inventar a rebimboca da parafuseta que, na verdade foi um pastiche da primeira lei do boteco do Edu, desenvolvida em Diamantina, onde nasceu JK e a princesa Leopoldina resolveu se casar.

E termina com um rasgo de ironia, um jogo de palavras à altura de Nelson Rodrigues: “Será uma batalha e tanto: Trump contra os freios e contrapesos. E quem levará a breca somos nós”.

Para os acadêmicos que estudam os efeitos do excesso de informação e da influência das redes sociais sobre a imprensa, Ruy se constituirá inegavelmente em um caso de estudo à parte pelo seu vasto conhecimento sobre a nova ciência que surge das brumas das redes sociais. E não ousem culpar as jovens gerações pelo atual nível da imprensa. 

Luis Nassif

43 Comentários

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  1. Tenho muita sorte…

    Nunca li colunas do Ruy Castro nem vi as análises do Arnaldo Jabor.

    O problema é que esgotei minha sorte nisso. Megasena? Chego nem perto.

    Nunca fiz uma quadra…

    Pelo menos meu trevo de quatro folhas parece que deu uma animadazinha:

    graças à irrefreável vontade do Juiz Moro para distribuir títulos de propriedade

    de imóveis, acho que em 2017 receberei o título de propriedade do meu imóvel

    financiado. Viva o Juiz Moro.

    Só fiquei com uma dúvida: se eu me livrar desse fianciamento, deverei ler as

    colunas do Ruy Castro ou assistir às análises bolivarianas do Jabor? Uma epécie de

    compensação cámica?

    Se assim for, melhor eu ficar pagando meu financiamento e jogando as teimosinhas da vida.

  2. Tenho muita sorte…

    Nunca li colunas do Ruy Castro nem vi as análises do Arnaldo Jabor.

    O problema é que esgotei minha sorte nisso. Megasena? Chego nem perto.

    Nunca fiz uma quadra…

    Pelo menos meu trevo de quatro folhas parece que deu uma animadazinha:

    graças à irrefreável vontade do Juiz Moro para distribuir títulos de propriedade

    de imóveis, acho que em 2017 receberei o título de propriedade do meu imóvel

    financiado. Viva o Juiz Moro.

    Só fiquei com uma dúvida: se eu me livrar desse fianciamento, deverei ler as

    colunas do Ruy Castro ou assistir às análises bolivarianas do Jabor? Uma epécie de

    compensação cámica?

    Se assim for, melhor eu ficar pagando meu financiamento e jogando as teimosinhas da vida.

  3. Alexandre Garcia já era

    Alexandre Garcia já era reacionário há decadas, e hoje padece desse mesmo mal. Não raro faz comentários proféticos e científicos sobre aquecimento global ou sobre como funciona a hierarquia no exército da Líbia.

  4. Nassif…

    …você se superou! 

    Que bom que a gente ainda possa rir um pouco, nestes tempos sombrios…

    Vai dar pra rir, a semana inteira !!!!!

     

    1. De fato, Eliane

      Esse texto de Nassif é um primor de ironia. E eu, que gostei tanto d’O Anjo Pornográfico, chego a sentir um pouco de vergonha alheia por Castro. Que gafe, Jesus! 

  5. Acho que o que Ruy Castro

    Acho que o que Ruy Castro escreveu hoje não valeria um post. Ele nem tem a hombridade de se desculpar por causa daquela história da ‘nuvem’. Mostrar o ridículo do artigo do Ruy ocupou um espaço que poderia ter sido usado para falar sobre o que eu considero como o dia em que começou a saída de Temer da presidência= a sova que levou Meirelles na votação do congresso, que vai auxiliar os estados falidos , Rio, Rio Grande do Sul e Minas sem que haja contrapartida nenhuma. Pode-se dizer que o Brasil ontem começou a virar um país de ficção, pois não há governo central que tenha voz mais alta que a voz dos governadores. Logo, a elite deve estar de cabelo em pé pra ver um nome dela pra colocar na presidência (claro que Lula é carta fora do baralho pra eles ) antes que comece um movimento separatista que literalmente vai dar ponto final ao país Brasil. 

    E a cereja desse bolo – fecal – foi aqui em SP : os vereadores se deram um aumento de 4000 reais, justo na cidade em que há mais desempregados no país. Agora é hora desses black blocs mostrarem que servem pra alguma coisa, e não só destruir vidraça de banco (que além de não tirar o sono do banqueiro, ferra com o pessoal da limpeza ), jogar e queimar lixo pelas ruas, e parar o trânsito da cidade. Que eles vão hoje até a câmera de vereadores e façam nossos nobres vereadores sentirem que o povo não tem sangue de barata – e só saiam de lá se eles anularem esse reajuste. 

  6. Culpa do golpe

    Aqui em Bh, ontem, o mercado foi sacudido por uma nova onda de demissões do famélico Diários Associados. Na leva, um jornalista coxinha dos mais ferozes, Carlos Herculano. Juntou-se a nomes mais conhecidos do Rio e Sampa que vão, pouco a pouco, sendo defenestrados depois de fazerem o jogo sujo. E, até chegar o dia do pé na bunda, continuarão, como Ruy, a acreditar que têm super poderes especiais por terem sido os responsáveis pela queda de uma presidente. Só torço para que, bilhete azul na mão, o bravo Ruy, que lutou e venceu o monstro do alcoolismo, não tenha uma recaída.

  7. Culpa do golpe

    Aqui em Bh, ontem, o mercado foi sacudido por uma nova onda de demissões do famélico Diários Associados. Na leva, um jornalista coxinha dos mais ferozes, Carlos Herculano. Juntou-se a nomes mais conhecidos do Rio e Sampa que vão, pouco a pouco, sendo defenestrados depois de fazerem o jogo sujo. E, até chegar o dia do pé na bunda, continuarão, como Ruy, a acreditar que têm super poderes especiais por terem sido os responsáveis pela queda de uma presidente. Só torço para que, bilhete azul na mão, o bravo Ruy, que lutou e venceu o monstro do alcoolismo, não tenha uma recaída.

  8. Pobre Ruy,recentemente deixou

    Pobre Ruy,recentemente deixou de ser “picles”,e adentrou numa seara que não entende zorra nenhuma.Volta e meia solta suas bobagens,para Nassif fazer barba,cabelo e bigode.Esnobe e trouxa,envelhecendo fazendo o papel de Bozo.

  9. Samba do crioulo doido

    Como já li meus 10 artigos gratuitos do mês, o UOL não me dá acesso à íntegra do texto, mas dá para ler as primeiras linhas: “Há uma nova expressão no ar: “sistema de freios e contrapesos”. Vem da física, mas tem sido usada nos EUA…” . Ruy Castro faz 69 anos em fevereiro próximo, e desses uns bons 50 anos na imprensa, e passa um sonoro recibo de que da leitura dos jornais onde trabalhou, jamais passou do caderno B. Política passou longe, portanto. Compreende-se, nas madrugadas boêmias, esfumaçadas e etílicas de Copacabana não se falava de Montesquieu (1689-1755), havia assuntos mais palpitantes a tratar, quem estava comendo quem no meio musical, por exemplo. E agora, paga um King Kong desses, e reduz o “sistema de freios e contrapesos” a uma gíria da moda 2016, vinda, veja só, mais uma vez e sempre, do velho e bom EUA. Ah esses americanos, sempre na vanguarda do mundo…Aguardem, ele vai publicar um livro sobre isso. 

     

    1. Ruy Castro não merece o destaque todo que lhe é dado

       

      Fernando J. (quarta-feira, 21/12/2016 às 13:13),

      Primeiro faço uma referência a um comentário meu em que eu o elogio e ao mesmo tempo o crítico junto ao post “Coordenador de Doria diz que apostou na capacidade de moldar o pensamento do paulistano” de quinta-feira, 15/12/2016 às 11:34, aqui no blog de Luis Nassif e consistindo de matéria intitulada “Como enganar os pobres e as classes médias  paulistanas através do marketing político?” de autoria de Sheilinha Couto, via Google +. O post “Coordenador de Doria diz que apostou na capacidade de moldar o pensamento do paulistano” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/coordenador-de-doria-diz-que-apostou-na-capacidade-de-moldar-o-pensamento-do-paulistano

      O meu comentário para você foi enviado sexta-feira, 16/12/2016 às 14:01, para junto do seu comentário enviado quinta-feira, 15/12/2016 às 12:53, e que você enviara para junto do comentário de Luis Fraga de quinta-feira, 15/12/2016 às 12:36. Tanto o post “Coordenador de Doria diz que apostou na capacidade de moldar o pensamento do paulistano” como o meu comentário, o seu e de outros lá no post não guardam muita relação com este post “Ruy Castro e a última ciência: esse tal de freios e contrapesos” de quarta-feira, 21/12/2016 às 11:16 e de autoria de Luis Nassif. No entanto, chamo atenção para o meu comentário porque além de dar destaque ao que eu disse, ele serve também para poder ver Ruy Castro com olhos diferentes de Luis Nassif.

      Palavra por palavra Ruy Castro não disse nada diferente do que se diz há muito tempo tanto sobre os poderes de um governante como também sobre as consequências de Donald Trump para o mundo, em especial para os países de periferia como o Brasil.

      Um governante pode muito pouco alterar a condução de um país. O orçamento dos Estados Unidos, incluindo gastos estaduais e municipais é no mínimo 10 vezes maior do que o orçamento de qualquer empresa privada americana. E é um orçamento extremamente engessado. Daí comparar um país como um grande transatrântico navegando a velocidade de cágado e que demora para mudar de direção.

      E transcrevo a seguir trecho de um artigo de Olivier Blanchard que eu li no blog de Mark Thoma Blog para o título “Blanchard on the Election: Recession, Expansion, and Inequality” de segunda-feira, 14/11/2016. Olivier Blanchard diz o seguinte

      “On the macroeconomic front, signs point to larger fiscal deficits, as a result of both higher infrastructure spending and corporate and personal tax cuts. …

      If deficits take place, they will lead to higher spending and higher growth for some time. And with the US economy already operating close to potential, deficits will lead to higher inflation…, potentially leading the US Federal Reserve to react by increasing interest rates faster than it intended to before the election. …” (Que na tradução do Google Tradutor nos dá o seguinte: “Na frente macroeconômica, os sinais apontam para déficits fiscais maiores, como resultado de maiores gastos em infra-estrutura e cortes de impostos corporativos e pessoais. …”

      Se os déficits ocorrerem, eles levarão a maiores gastos e maior crescimento por algum tempo. E com a economia dos EUA já operando perto do potencial, os déficits levarão a uma inflação mais alta …, levando potencialmente o Federal Reserve dos EUA a reagir aumentando as taxas de juros mais rápido do que pretendia antes das eleições. …”

      Em outras palavras vai haver aumento do juro nos Estados Unidos e, portanto, países de periferia como o Brasil terão de suportar desvalorização mais acentuada da moeda.

      O que é exatamente como Ruy Castro encerra o artigo dele como se vê da transcrição que faço a seguir:

      “Será uma batalha e tanto: Trump contra os freios e contrapesos. E quem levará a breca somos nós”.

      O endereço do post “Blanchard on the Election: Recession, Expansion, and Inequality” no Blog de Mark Thoma é o que se segue:

      http://economistsview.typepad.com/economistsview/2016/11/blanchard-on-the-election-recession-expansion-and-inequality.html

      Então, avalio que há um pouco de ranzinzice de Luis Nassif para com o Ruy Castro para fazer essa crítica toda ao artigo de Ruy Castro. Nem ele fez um artigo tão ruim como Luis Nassif quer fazer crer nem Ruy Castro merece um post ainda que seja para o criticar.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 21/12/2016

      1. Prezado Cléver,

        Vamos por partes, primeiro o Ruy Castro, depois vou procurar o caso do Dória e rever, prometo responder. Vamos lá, direto ao ponto e sem rodeios:  

        Ruy Castro tem espaço para sua coluna não no caderno Ilustrada, onde estaria ambientado na sua praia, mas na página 2, que já foi a “referência de jornalismo opinativo de peso”, nas palavras do Luís Nassif. E nas vezes em que aborda a política, derrapa feio, demonstra uma ignorância abissal a respeito. Relacionar “sistema de freios e contrapesos” com a física e não com a ciência/filosofia política, é de doer na alma.

        O colunista demonstra, em 2 linhas, que não sabe o que é política e escreve sobre. Faz 2 anos que o País está virado do avesso, a interminável crise política e institucional colocou a expressão na ordem do dia, basta assistir a uma única sessão do STF na TV Justiça, que algum ministro vai dizer. E só agora ele descobriu, para aplicar ao sistema político dos …EUA.

        Também não acho ranzinzice do autor, mas sim um apreço nostálgico com o que um dia foi a página 2, veja o que ele diz: (https://jornalggn.com.br/noticia/ruy-lopes-o-magistral-colunista-da-pagina-2-da-folha): (…) “Mesmo assim, durante um longo tempo, antes e após o episódio, a página 2 da Folha tornou-se uma referência de jornalismo opinativo de peso.

        Nela, pontificaram três grandes jornalistas: Cláudio Abramo, Samuel Wainer e Ruy Lopes, que assinava a coluna de Brasília.”

        Perceba o trio: Abramo, Wainer e Ruy Lopes. No fecho do artigo do Nassif  –  “…  E não ousem culpar as jovens gerações pelo atual nível da imprensa. “ – vejo nessas palavras a mesma preocupação que o professor Nilson Lage dedica diariamente nos seus textos no Facebook  com os rumos do jornalismo e as gerações que estão chegando. Convenhamos, não são bons exemplos.

        PS.: 1) Há alguns anos, a Folha começou a conspurcar a página 2 ao abrigar ali o Nelson Motta (que dupla formariam). Quando o eterno enfant terrible começou a dar pitacos na política, Nirlando Beirão, na Carta Capital, não se segurou e chamou-o muito apropriadamente de “o Norberto Bobbio da Farme de Amoedo”. Portanto, a Folha é reincidente;

        2) Tenho todos os livros do Ruy Castro, sem exceção, cronista musical é a definição perfeita que lhe cabe. Tenho um prazer enorme em ler seus textos/crônicas sobre o Rio idílico dos anos 50/60 e sua vida boêmia. Joaquim Ferreira dos Santos é outro, viajo no seu belíssimo texto, porém tem mais juízo, não fala de política. Ambos me fazem lamentar não ter nascido no Rio, em 1940, e não em 1955, no interior de SP. 

        https://jornalggn.com.br/noticia/ruy-lopes-o-magistral-colunista-da-pagina-2-da-folha

         

         

    2. Respondo a Fernando

      Respondo a Fernando J.,21/12/2016- 13:13.Você tem certeza que Ruy Castro só tem 69 anos de idade?Se a razão lhe acolhe,começou a falar e escrever asneiras antes da hora,ou tá comendo agua às escondidas.

      1. Jr.

        Olha, meu caro, quem diz que ele tem 68 quase 69 é o tio Google/Wikipedia, agora quanto a estar comendo água às escondidas, não creio, como também não acredito em senilidade precoce. Acredito mesmo é na simples ignorância sobre o assunto. Enveredou por um assunto fora da sua área. 

        1.  De pleno acordo meu

           
          De pleno acordo meu caro.Você´primou pela boa educação.O nome mais correto para a prática desse tipo de coisa é “safadeza”.Para seu governo,não é só ele.Tem uma cacetada deles.Duvidas,procure Nassif se a razão não me acolhe.

  10. Estranho fenomeno…

    Acho que virou um traço da “personalidade cultural brasileira” de uns anos para ca…. Eu tenho uma opinião e pronto, pouco importa se tenho a reflexão e a argumentação que devem acompanhar a “tomada de posição”.Tenho a impressão que muitas pessoas acham que ter uma opinião é algo “afetivo” ou algo como questão de gosto, como prefiro azul ou não gosto de brocoli……questão de gosto ja se dizia que não se discute, mesmo se eu pessoalmente ache que tudo pode ser discutido(inclusive o brocoli….), mas recebendo brasileiros de tempos a outros nesta paragens onde moro, os dialogos tem se tornado aborrecidissimos visto o numero de “verdades  lapidares e petreas” que que sou obrigado a ouvir dos meus conterraneos de mais de 11 anos…..acho que voce tem toda a razão quanto ao excesso de informação pre mastigada e superficial da internet, mas me pergunto se não teriamos um certo “aburguesamento” que seria um pouco responsavel desse fenomeno tambem, algo como “agora sou quase primeiro mundo”, na mundialização, tudo é igual em todo lado, sou cidadão do mundo pois fui a Miami 2 vezes e a Paris uma e ja entendi tudo……voltando a internet, eu diria que temos muita gente que tem opinião”selfie”…..o importante é se “auto” ouvir, os outros não vem ao caso, tempos de egocentrismo infantil……….de todo jeito a inteligencia não esta mais na moda……          

    1. É, Manu Guitars, inteligência tá em falta

      Outro dia, numa festinha de aniversário que promovi aqui em casa, veio um amigo meu de quase 20 anos, que se por um lado (diz que) vota no PSTU aqui no Brasil, vota no Berlusconi na Itália (tem dupla cidadania) e estava com mania de encaminhar textão do Reinaldo Azevedo. Após dizer que “se Renan não for condenado, ele vai ter que se juntar à turma do PT que diz que foi golpe”, ele saiu com esta outra pérola: “mas convenhamos, o processo de impeachment da Dilma seguiu o devido processo legal”.

      Fiquei imaginando se o genocídio perpetrado pelo 3º Reich, se as deportações de dissidentes para os gulags soviéticos e as arbitrariedades cometidas por governos autoritários em geral não tinham todas o selo do “devido processo legal”… Cacilda, uma coisa é ter que explicar isso para um adolescente ou um jovem adulto; outra completamente diferente é ter que explicar isso para um burro velho de quase 55 anos.

      Felizmente, a caipirinha que ele fazia era melhor do que os argumentos dele. Por outro lado, se as pessoas que eu reputava inteligentes estão nesse pé, imagine as outras…

  11. All in da Elite em 2017

    Quem financiou o golpe quer um all in em 2017, reforma trabalhista e reforma previdência. a primeira não passará a segunda se passar será toda deformada. Nessa de all in quem mais perde são eles… o recado do congresso ontem para o governo e quem pagou o golpe foi claro. o arrego acabou. A globo hoje já esta vendendo a reforma trabalhista subindo carahorária semanal para 48 horas…

     

    Boa sorte a elite mais burra do planeta o/

  12. A grande verdade é….

    A maioria  absoluta dos jornalistas que trabalham ou trabalharam na grande midia, se acham donos da verdade , o maor exemplo é o nosso desatre economico que insistem em  ‘naoticiar’ ou quando o fazem ,culpam a atual situaçao ao governo anterior, sem esquecer os adjetivos .

     

  13. Hahaha, genial, Nassif! Há
    Hahaha, genial, Nassif! Há anos deixei de ler os textos desse cidadão, pois havia me dado conta que suas análises tinham a profundidade de poça d’agua no asfalto. Você agora foi definitivo.

  14. mais um que envelheceu mal

    parece que boa parte da geração do Rui Castro não está sabendo envelhecer…de imediato aqui me lembro de Nelsinho Mota, Gabeira, e Nei Matogrosso

  15. Nassif, muito latim pra pouco

    Nassif, muito latim pra pouco assunto. Isso tudo para analisar o que o Ruy Castro acha do Trump? Nem fiquei curioso. 

    Enquanto isso Temer almoça e janta com parlamentares, supremos e MPs os direitos dos brasileiros, na base do cartão corporativo. Cada almoço e jantar do temer deveria ser mais fiscalizado que uma licitação da Petrobrás. Neles, diariamente, avança o golpe.

  16. Quem se acha bom em tudo, fica mal em quase…

    Caro Nassif, caros leitores.

    Há poucos anos, Ruy Castro se vangloriava de ser uma espécie de ‘analfabeto digital’. Em entrevistas nas quais era chamado a falar sobre aquilo de que entende bem (biografias e música), sempre alguém lhe perguntava ou ele se arriscava a dar pitacos sobre outros temas, inclusive sobre internet e redes sociais.

    Mas ao contrário de um Luís Antônio Giron ou de um saudoso (e como dói essa saudade) Ivan Lessa, Ruy Castro sempre tentou, mas jamais conseguiu produzir o humor inteligente, que permita equipará-lo a algum desses dois. Ruy Castro participou várias vezes do programa Sem-Censura, da extinta TV Brasil. Após o golpe e desmonte das emissoras da EBC, ele ancora um programa na Rádio MEC. Após o golpe de Estado, não dou mais audiência a NENHUMA emissora da EBC.

    O problema de Ruy Castro é que alguns bajuladores disseram que ele é bom em tudo e ele acreditou. Quando se mete a escrever sobre política e relações entre poderes e instituições ou entre países, Ruy só fala ou escreve besteiras. As patacoadas de Ruy Castro me lembram esse militante tucano que se diz historiador: marco antonio villa. Num programa em que o entrevistado era Almino Afonso, Ministro do Trabalho de João Goulart, villa tentou corrigir e narrar fatos vivenciados por Almino, que com sabedoria, calma e pachorra, botou o historiador de padaria (que não vale um peido seco, conforme o escritor e jornalista Fernando Morais) no devido lugar.

    Jô Soares é outro que se acha mais inteligente e multitalento do que realmente é. Não foram poucas as vezes que Jô se meteu a sabichão e quebrou a cara. O ego de Jô é enorme e ele sempre quis aparecer mais que o entrevistado; isso é um problema sério, pois quem assiste está interessado em ver ouvir o entrevistado, não o entrevistador. Quando o entrevistado era fraco ou medroso, Jô tripudiava; mas quando encontrou quem o desafiasse e estivesse afiado para responder às perguntas, Jô teve de se recolher ou foi devidamente enquadrado.

    Ruy Castro aposta na ignorância de quem o lê, para assim se fazer mostrar ou parecer ‘a última bolacha do pacote’. Mas quando encontra um leitor atento, inteligente, arguto e experiente como Luís Nassif, ele é desmascarado em poucas linhas, como mostrado nesta análise.

  17. Bem que podia existir vida eterna após a morte

    Daqui a uns 20/25 anos, mesmo contra a vontade, Ruy Castro morre e vai para algum plano espiritual, onde desfrutará da vida eterna, já se imaginando ao lado da Carmem Miranda. Ilusão. Lá chegando, alguém estará aguardando a sua chegada ansiosamente, o velho Montesquieu, com um porrete na mão, dizendo em francês (lá tem tradução simultânea): “Vem aqui, seu safado, que vou te mostrar o fenômeno da física norteamericano de freios e contrapesos”. 

  18. O PASQUIM

    Debate interditado

    por Fernando Nogueira da Costa

    Em um momento de retrocesso do social-desenvolvimentismo para o neoliberalismo, o debate das decisões cruciais – aquelas que mudarão o contexto brasileiro de maneira irreversível a não ser à custa de muitas perdas de rendas e riquezas –, na mídia (impressa e televisa) nacional, está interditado. O denominado PIG (Partido da Imprensa Golpista) só publica colunas e artigos daqueles que apoiaram (e ainda mantêm o apoio a) o golpe parlamentarista”

     

    Nossa, e eu que lia e acreditava naquilo que escreviam TODOS lá n’O Pasquim nos idos de 60/70.

    De repente fui colocando um “X” e interditando suas memórias…

  19. Olavianas

    Talvez pouca gente tenha se dado conta que o grande intelectual do Brasil dos últimos tempos é Olavo de Carvalho, um perito em dar opiniões definitivas em assuntos que não entende patavinas. Não é à toa que se lê tanta bobagem espalhada pelos jornais, revistas e, principalmente, redes sociais. O Brasil está perdido por décadas adiante não por questões econômicas e políticas insolucionáveis, mas pela incrível capacidade de querer ser expert sem conhecimento prévio nenhum.

  20. Contexto

    Ler Ruy na página 2 vale(e como vale!) pelo estilo, pela ironia , pela leveza da narração . O conteúdo é apenas um detalhe que agrada a uns e a outros não. Em regra geral a sua coluna não trata das  mazelas da política partidária.Assim seja.

    1. Inteligência, artigo em falta

      O conteúdo é apenas um detalhe que agrada a uns e a outros não.

      Ou seja, Ruy Castro é mais um colunista do “pós-verdade”!

      Viu Manu Guitars, falei que inteligência é um artigo em falta no mercado.

  21. As fotos acima não deixam

    As fotos acima não deixam margem a dúvida:

    Aos 69(?) anos, Ruy Castro goza de boa saúde e ainda não usa dentaduras.

  22. Melhor ser analfabeto do que

    Melhor ser analfabeto do que ler Ruy Castro. Brincadeirinha, nada é melhor do que ser analfabeto e nada ler. Similar à estória do escorpião e do sapo, minha natureza não me deixa ficar quieto diante do peso que estamos carregando,e augurando, ao menos augurando, um contrapeso devastador, vindo das ruas, e que destrua o peso morto que se diz presidente, juntamente com sua camarilha. O contrapeso ao pesotrump, que também pesará aqui, deixo para os comentaristas Somebody e Ivan do Union as devidas considerações. E o Nassif provando que é rindo que se castiga os ruis, exceção os dahers que não merecem castigo nenhum, só recompensas.

  23. Vocabulário “gourmet”, rs…

    Quem disse que uso de gíria é apenas para criança e adolescente? É que quando a pessoa fica posuda de “madura”, chama de jargão, não de gíria. Mas o modismo é o mesmo, o objetivo é o mesmo: “Nós, do clubinho, não dizemos ‘agendar’, dizemos ‘esquedular’. E se quiser prestígio mesmo dê um jeito de enfiar aí a expressão ‘freios e contrapesos’. Mas a oposição ‘ônus / bônus’ também vai bem. E ainda por cima, rima.”

    Gerundismo, rs…

  24. Não sei de quem é a autoria,

    mas a montagem das imagens que ilustram o post, hein seu Nassif? É de matar de desgosto qualquer asno de verdade.

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