Temer aposta em Torquato Jardim para Ministério da Transparência

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Para substituir Fabiano Silveira no polêmico Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, que extinguiu a antiga Controladoria Geral da União (CGU), Temer apostou em Torquarto Jardim, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
Com respeitado currículo na área jurídica e reconhecido por sua atuação no Tribunal, o novo ministro, por outro lado, possui bom trânsito entre os parlamentares. Assim como o ex-conselheiro Fabiano Silveira, Torquato também recebeu o aval do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
 
O objetivo de Temer foi evitar resistências no Congresso Nacional, de servidores da antiga CGU e com apoio da bancada do PMDB, tanto na Câmara, quanto no Senado. Calheiros foi quem indicou o antigo ministro, que pediu demissão nesta segunda-feira (30), após o vazamento de áudio em que Fabiano teria aconselhado Renan e investigados na Operação Lava Jato.
 
De acordo com reportagem da Folha, o interino Michel Temer não mudou a estratégia para a pasta, que significou o principal órgão de transparência e combate à corrupção nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Para a reformulação do Ministério, ainda manteve a influência do senador peemedebista. 
 
Assim, Renan Calheiros teria sido informado, por meio de um interlocutor de Temer, a sua disposição em ouvi-lo antes de definir o nome do substituto. Antes da palavra final que pontuou Torquato, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Andrighi e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Velloso, também teriam sido estudados para o cargo.
 
Andrighi e Velloso chegaram a ser soldados para o Ministério da Justiça, quando a presidente Dilma ainda nem tinha sido afastada e Michel Temer já planejava sua equipe Ministerial. 
 
O jurista de 66 anos, Torquarto Jardim, assumirá a cadeira de primeiro escalão do governo Temer nesta quinta-feira (02). Cumprindo carreira de advocacia desde 1979, em Brasília, além de ministro do TSE, foi também presidente do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral. Em 2013, atuou na defesa da ex-senadora Marina Silva, junto ao TSE, pela negativa do registro do partido Rede Sustentabilidade, à época, por falta de assinaturas.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Lá vem coisa de novo…

    1) Se teve a benção de Renan, boa coisa não deve se esperar…

    2) Se a intenção (pelo menos a declarada…) era não ter resistência de servidores da CGU, já falhou. Foram os próprios servidores da CGU que descobriram, hoje pela manhã, que o Torquato Jardim foi sócio de um escritório que hoje advoga para empreiteiras enroladas na Lava-Jato…

    3) De resto, pra quem queria um ministério de “notáveis”, é um ilustre desconhecido. Parece que convidaram a Eiana Calmon e ela não topou. Se é que convidaram mesmo, talvez tenham dito que convidaram só pra dar uma “densidade” à coisa, ou pra dizer que convidaram uma mulher…

  2. Ai Jesus

    É só o que falta agora barnabé ter que aprovar Ministro. Daqui a pouco vão querer autonomia do órgão, feito um MPF.

    Ministro é cargo político, aqui e em qualquer lugar do mundo civilizado.

    Aliás, esse pessoal da CGU tem que explicar porque só descobriu a corrupção da Petrobras depois que tava na mídia.

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