Vice-PGR critica retrocessos de Bolsonaro e diz que prisão de Lula foi “uma grande dor no Brasil”

Em Cúpula no Vaticano, Luciano Mariz Maia mencionou a prisão de Lula como “uma grande dor no Brasil” e as ameaças que representam o governo de Jair Bolsonaro no país

Foto: Reproduçaão

Jornal GGN – A prisão do ex-presidente Lula gerou “uma grande dor no Brasil” e o governo de Jair Bolsonaro trouxe “de volta um medo de um retrocesso político para ainda a época de regimes militares”, afirmou o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, durante a Cúpula Pan-Americana de Juízes, no Vaticano, nesta terça-feira (06).

O encontro contou com a participação do Papa Francisco, que também deu um forte discurso contra o uso da Justiça para intervir na política, com práticas que “minam processos políticos emergentes e se inclinam para a violação sistemática dos direitos sociais”.

Mas foi a fala do vice-PGR na Cúpula que tratou diretamente de Lula e de Bolsonaro. Mariz detinha 15 minutos, assim como diversos juízes e outros convidados de peso no encontro, para expor suas ideias sobre como o Judiciário deve ser aperfeiçoado para promover o respeito aos direitos humanos.

No bloco em que participou, de um total de três partes do evento, Luciano Mariz Maia ocupou 1 minuto e meio para mencionar a prisão de Lula como “uma grande dor no Brasil” e as ameaças que representam o governo de Jair Bolsonaro no país.

“O caso Lula poderá ser apreciado em grau de apelação, não falarei sobre ele, mas eu posso mencionar que há uma grande dor no Brasil com essa matéria, porque o governo de Lula, em seguida o de Dilma, foi o que teve mais sensibilidade social com as políticas públicas para resgatar da pobreza, para programas de alimentação, programas de habitação”, afirmou.

Em seguida, defendeu que a “luta contra a corrupção” no Brasil teve uma “dificuldade imensa”, relacionando a Lava Jato com a queda de Dilma Rousseff: “No próprio processo de investigação houve o uso político da investigação, que resultou na antecipação do fim do mandato da ex-presidente Dilma”, disse, ao se referir ao impeachment da ex-presidente.

E mesmo sem mencionar o nome do atual mandatário, concluiu seus últimos segundos criticando os retrocessos da linha militar adotada por Jair Bolsonaro: “O Brasil está dividido ainda em razão disso, o que permitiu que um candidato, valendo-se da luta contra a corrupção, terminasse ganhando as eleições, e trazendo de volta um medo de um retrocesso político para ainda a época de regimes militares. E isso assusta não só o Brasil, mas toda a nossa região.”

Abaixo, a íntegra da segunda parte do encontro, com todo o discurso de Luciano Mariz Maia, começando a partir dos 03:03:04:

As menções a Lula e Bolsonaro foram feitas na sessão de debates ao final do dia anterior, a partir dos 07:43:48:

 

 

 

Redação

1 Comentário

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  1. Tudo fora do lugar pra democracia. Este cara deveria ser o PGR e nunca o vice. Mas como diz a música “tudo tão errado que parece certo”.

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