Esta história de país do futuro… Por Antonio A. B. Neto

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Antonio A. B. Neto

Você hoje está pensando no Brasil, no seu rumo, em política?

Não, não penso mais não, cuido da minha rotineira vida pessoal, levo os filhos na escola, trabalho, cuido da minha vida.

Mas e o Brasil, sua desigualdade, seu descalabro político, sua violência urbana, sua miséria endêmica?

Não, nada, penso não, isso aqui não tem jeito não, é um caso patológico de controle do estado, da economia e da política por máfias que representam a plutocracia, os interesses de uma minoria e isso não vai mudar nos próximos mil anos.

É um caso perdido, a esquerda está dizimada, não tem tem força, não tem liderança capaz de dar uma a volta por cima, o estado controlado por uma burocracia que trabalha apenas para si mesma e para manter seus privilégios e que considera a esquerda um mal a ser estirpado, hoje é quase proibido fazer qualquer manifestação de defesa de valores de esquerda no serviço público, há uma censura permanente.

Estaremos caminhando cada vez mais para um estado permanente de violência física, moral e intelectual, os homicídios vão aumentar a cada ano, os crimes comuns, como já o são, serão a tônica diária das periferias com difusão para toda a vida urbana em função da desigualdade acachapante, da eliminação da políticas sociais e do aumento do desemprego.

A corrupção não será eliminada definitivamente como nos quer fazer acreditar os pseudo-heróis da Lava Jato, a corrupção dos amigos donos do poder é nermal, será no máximo um crime eleitoral.

A favelização crescerá e elmoldurará as grandes cidades, enquanto a classe média aplaude o discurso bolsonarista de higienização contra os pobres, os negros, os índios, pregando a violência pura e simples como solução da criminalidade, o Brasil se transformará num laboratório perfeito para o desenvolvimento da banalidade do mal.

Como em Elysium uma minoria rica, opulenta, abastada, poderosa e violenta controlará tudo e a todos.

Não adianta ser utópico com o Brasil, é um desgaste inútil, é tempo perdido, esta história de país do futuro é uma piada de auto engano coletivo.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Eu sei, eu sei. Mas que posso fazer?

    Tenho conversado com muita gente. E a resposta, quase sempre é: eu sei, eu sei, mas que posso fazer?

    Já lhes disse que sua vez chegará. Mas a resposta continua, no mesmo tom. O que eu posso fazer? 

    Outra resposta é que todos os políticos não prestam. Nenhum presta. Precisamos que as Forças Armadas voltem e feche este bordel todo. 

    A mídia conseguiu. O espírito de Goebbels está vivo e mantém a ideia fixa de apoiar o judiciário e o militar, coisa que aconteceu no tempo de Hitler. É a renúncia da democracia e a concordância com o estabelecimento de uma ditadura.

    Tem coisas que não consigo ouvir mais: o Lula é ladrão. E perguntamos o que ele tem? Conta na Suíça? Imóveis no Brasil ou no exterior? O patrimônio dele, assevero, é coerente com seus rendimentos, pois foi presidente de nosso País por oito anos. Você tem que dar valor a um ex-presidente que retirou 40 milhões de pessoas na linha da pobreza extrema, do mapa da fome.

    Ah, mas seus fihos estão ricos?

    E aí eu digo: prove! Ora, digo, como foi um político muito influente,  reconhecido no mundo todo, é claro que as oportunidades na vida dos seus filhos foram melhores. Agora, o que eles têm? Você ainda um daqueles que acreditam que o Friboi é dos filhos do Lula? 

    A resposta é que sou otário, porque todo mundo sabe disto.

    Como sou idoso, sei que não mais poderei ver meu País como há alguns anos atrás, quando chegamos a ser respeitado no mundo, a sexta economia, um País que tinha muito futuro.

    Agora, não deixo de lutar, sempre pacificamente.

    Tento convencer as pessoas,, mostrando, v. gratia, como será o seu futuro, quando a energia elétrica que temos passar para o setor privado, principalmente multinacional, máxime quando as tarifas de energia elétrica ^subirem, como hoje acontece com a gasolina e o óleo diese. E aí pergunto:  para quem você vai reclamar?

    A resposta continua sendo a mesma. Eu sei, eu sei. Mas o que posso fazer?

     

     

     

  2. Individualismo beneficia a quem ?

    O Antonio Neto fez uma descrição do brasileiro individualista que tem consciência do que está acontecendo.

    Elimina a memória (pois o passado não interessa) e elimina a imaginação (utopias não existem). Vive em absoluto estado de “carpe diem” (o aqui e agora da minha família e o resto que se foda).

    Até o dia em que a realidade o golpeará…

  3. Jornalista não é Profeta

    Nunca valorizei previsões jornalísticas, pois apesar de sermos capazes de supor a realidade futura, suposição não é fato.

    E quando o autor de um texto jornalístico opinativo está tomado pelo desânimo, ou pela depressão, deveria abster-se de escrever.

  4. Também acho

    Estou neste mesmo barco à deriva. às vezes me pego tentando fantasiar uma bóia de salvação, mas logo descarto: prefiro ser um desiludido à mercê de acasos imprevisíveis (será algum positivo?) a ser um porco oba-oba e feliz. Os males se sucedem, mas se dissipam: lembram da “minha gente…” do Chico, no Apesar de você?

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