TEX: aventuras em quadrinhos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Voltei a ler as Revistas do TEX, o herói ranger dos EUA criado pelos italianos Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini(Galep) são parte viva da minha fase infanto-juvenil, como disse no post Cheiro e Sabores dos Livros sobre minhas leituras de Tex: “aí fui mais longe ao rememorar as minhas mãos suadas de emoção quando juntava meus trocados e comprava um desejado livro ou uma revista na banca de revista. As revistas em quadrinhos, era viciado em Tex, naquela edição antiga, ainda morava no interior do Ceará, as revistas chegavam uma vez por semana, as do Tex uma vez por mês, vinha dois ou três números, ficava esperando o ônibus chegar e acompanhava o desembalar para ver se tinha chegado”. 

E era mesmo assim, a aventura para ler, começava na hora de comprar, lembro-me da cara de frustração quando o pacote com as revistas não chegava lá no meu interior. A pequena quantidade de revistas era disputada por mim, pelo Walter “piru” e pelo Neil Sedaca, o sacristão da igreja. Sedaca era uns 12 ou 13 anos mais velhos que nós e tinha uma incrível coleção de revistas, muito bem guardadas numa mala grande. Às vezes, para aguçar nossa curiosidade, ele nos chamava na casa dele e ia limpar as revistas na nossa frente. Walter e Eu ficávamos maravilhados com aqueles clássicos, pois ele tinha de tudo, edições de Tarzan, uns clássicos de Alexandre Dumas e de Júlio Verne em quadrinhos, mas, principalmente, a coleção do Tex, desde o número 1: “O Signo da Serpente”.

Estes números mais raros, números 1, 2 e 3, ele raramente nos mostrava, emprestar JAMAIS. Passado alguns anos, o Sedaca cansou da coleção e por um golpe de sorte, comprei quase todas as revistas, que mantive por uns 10 anos. Morava em Bela Cruz, quando me mudei para Fortaleza, levei cuidadosamente as revistas, que mantinha organizadas número a número, até o número 168. Sem saber a razão, deixaram de publicar o TEX, aquilo foi quase uma facada nas costas, foi por volta de 1986 ou 1987, simplesmente não tinha mais edições nas bancas. Por esta época já tinha todas as revistas publicadas, até as edições especiais.

Alguns anos depois vim embora para São Paulo, como não tinha residência fixa, trabalhava viajando, então demorei a resgatar as revistas, todas perdidas comidas pelas traças, uma tristeza, uma perda irreparável. Salvei alguns livros de capa dura, a obra de Érico Veríssimo, parte de Jorge Amado, mas as minhas maravilhosas revistas e os livros em quadrinhos como “Os filhos do Capitão Grant”, “Oliver Twist” se perderam. No início dos anos de 1990 soube que voltaram a publicar o TEX, mas de forma não sequenciada, duas editoras disputavam o direito, perdi o contato com a obra, outras preocupações literárias e certo desgosto pela perda, foram me afastando definitivamente do grande TEX.

Neste ano, passando pelas bancas vi umas edições grandes, formato estranho, mas com início e fim, resolvi comprar uns dois números, apenas para matar a saudade, rever os quatro personagens centrais: Tex Willer, Kit Carson, Kit Willer e Jack Tigre. Além de tentar ver novas aventuras com os eventuais parceiros como Pat, o irlandês, Montales, ou bandidos como Mefisto e Yama, que morria de temor de suas bruxarias e embustes. Os preços são proibitivos, estou buscando em sebos os números mais antigos, quem sabe refaça o caminho das leituras tão prazerosas.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. TEX

    Olá….também lia TEX, que meu pai chegou a colecionar! Me lembro especificamente de “Diablero”…cuja a sequência “Rainha da noite” não possuia…uma pena.

    Outra pena é lembrar que a coleção de meu foi desfeita a um pouco mais de 20 anos atrás.

    1. tex

      Argh, Paulo, por mil coiotes!!!

      Pela leitura do Tex e revistas congêneres o Tio Jahyr (assim mesmo, com agá e ipsilon) se tornou profundo da geografia do velho oeste — vale por vale, rio por rio, caverna por caverna.

      Argh, foi-se, meu velho tio.

      Por um ninho de cascavéis…

       

  2. Preferia Ken Parker

    Eu li muito gibi do Tex, mas ai a editora vechi lançou o Ken Parker e eu deixei de ler Tex.

    Ainda tenho vários exemplares de Ken Parker jogados em algum canto.

    Recentemente houve um relançamento mas não prosperou. Uma pena.

  3. Fumetti, os quadrinhos italianos!

    Os quadrinhos italianos tem minha admiração, especialmente os da Casa Bonelli (espécie de Estúdios Maurício de Sousa de lá). Gosto dos Comics americanos/britânicos, dos Gibis brasileiros, dos Mangás japoneses e dos Fumetti italianos. Tex (as histórias de Tex travando uma guerrilha contra o exército americano são impagáveis), Zagor, Dylan Dog (que tem como assistente ninguém mais ninguém menos que um clone de Groucho Marx! Pena que tiveram que cortar esse “pormenor” no filme do personagem), Martin Mystère (um de meus favoritos e uma de minhas primeiras portas ao Ocultismo), Nick Raider, Nathan Nemo, Mágico Vento e outros são muito interessantes para quem gosta de boas histórias.

    Procurem pela história “Johnny Freak” de Dylan Dog. É uma obra-prima das HQ!

  4. tex

    Li Tex e Ken Parker. Do Tex nao tenho uma revista sequer, já do Ken Parker devo ter umas 30. As quais pretendo apresentar ao meu filho, assim que ele atingir a idade.  O herói Ken Parker marcou minha pré-adolescencia, pela primeira vez vi em uma revista conceitos de filosofia, espíritas, respeito a cultura do indio americano, caráter, respeito aos animais. A revista me fascinou desde o 1. volume. pelas histórias humanas, o desenho fiel, sem apelações e fantasias. Ah, um detalhe, o herói tem a cara do Robert Redford, inclusive, tem um filme com o ator que parece retirado da revista.

  5. Opa Arnobio Rocha tambem

    Opa  tambem curti muito e ainda curto, só que eu era do interior do Paraná e as dificuldades eram as mesmas, mas isso só fazia aumentar o prazer da leitura. Mande um e-mail pra mim pois de repente tenho algum número que vc queira [email protected] 

    abraços

  6. Post antigo sobre o TEX

    Prezados, eu lembrava que já haviam publicado alguma coisa no Nassif sobre o Tex, há algum tempo. Achei esse post do Alencastro Penaverde, que era assíduo comentarista do blog e que sumiu faz tempo.

    Vejam:

     

    sex, 20/05/2011 – 17:00 – Atualizado em 17/07/2011 – 00:38

    Alencastro Penaverde

    Tex Willer continua vivo no Brasil

     

     

    Não só continua vivo por essas bandas, assim como vai muito bem, obrigado, a publicação da sua revista de história em quadrinhos, onde o famoso ranger e chefe dos índios navajos enfrenta os bandidos do velho oeste. Tex Willer, cuja revista é publicada por aqui há 63 anos, conta uma legião de fãs e leitores espalhados por todo o País, o que assegura ao Brasil o segundo melhor mercado do mundo para a publicação e vendas dessa revista, depois da Itália, é claro. Tex ou “Águia da Noite” como também é conhecido, me foi apresentado por um primo na porta do cinema em uma dessas matinês da infância, lá pelo início dos anos 70. Troquei um gibi do Fantasma, “o Espírito-que-Anda”, pela revista daquele herói ainda desconhecido para mim. Lembro disso como se fosse hoje, pois essas coisas gravadas na memória quando criança, a gente não esquece. A revista recebida em troca foi a edição que trouxe a aventura “O Mistério das Pedras Venenosas”. O herói foi criado em 1948 pelo italiano Giovanni Luigi Bonelli (o G.L. Bonelli dos quadrinhos) e desenhado por décadas por Aurélio Galleppini. A saga desse herói e seus parceiros (seu amigo Kit Carson, o filho Kit Willer e o índio navajo Jack Tigre) rendeu em 1985 o filme “Tex e o Senhor dos Abismos”, estrelado pelo inesquecível Giulliano Gemma. Tex é acompanhado no Brasil, por fã-clubes, sites e blogs. No portal Texbr, os fãs de plantão podem se inteirar a respeito de tudo sobre esse herói do faroeste em quadrinhos. Aos “texianos”, saudações de um fã do Tex há exatos 37 anos!

    Tex e seus parceiros

    O Homem-Serpente, pag. 8, edição 245 (1990), Editora Globo

  7. Na verdade, Tex nunca deixou de ser publicado, quando a Editora Vecchi parou de publicá-lo a Rio gráfica continuou a publicar da onde a Vecchi parou e foi até o número 206 ,quando a Editora Globo assumiu e depois a editora Mythos que o pública até hoje, abraço!

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