Espetáculo sobre a história do Brasil na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Montagem faz imersão em territórios marcados pela luta em busca dos direitos humanos. O público é convidado a escrever recados para o futuro que serão enterrados em espaços da memória cultural de São Paulo e do Brasil

Na apresentação de Utopias da Memória público e elenco ocupam o mesmo espaço. | Foto: Fernando Solidade

Jornal GGN – A Companhia Estudo de Cena mergulha na memória social do Brasil para dar vida a Utopias da Memória, espetáculo em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. Em uma experiência cênica onde público e elenco ocupam o mesmo espaço, são desvendados territórios como Canudos, Eldorado dos Carajás, Mariana e Carandiru. As apresentações são gratuitas e acontecem de quinta-feira a sábado, até 27 de abril.

Transitando entre passado, presente e futuro, a peça teatral narra histórias de pessoas e lugares por onde a Estudo de Cena esteve durante o processo de pesquisa, que durou cinco anos. Neste período, o grupo trabalhou em territórios em parceria com coletivos de cultura, núcleos universitários, organizações comunitárias e movimentos sociais que lutam pela defesa dos direitos humanos.

Foto: Fernando Solidade

É nesta viagem no tempo, por meio de elementos ficcionais e documentais, que em uma cabine o público é convidado a enviar recados para o futuro, que serão guardados em uma cápsula do tempo e enterrados posteriormente em espaços da memória cultural da cidade de São Paulo e do Brasil. Ao final, o cenário se transforma em uma exposição de fotos e a narrativa segue a partir do olhar das pessoas presentes.

Em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Estudo de Cena atuou em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, local que é marco da luta mundial pela terra. Já com o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) a atuação ocorreu em cidades mineiras e paulistas que tem sua população atingida pelo avanço da mineração.  

Continuando essa viagem, com apoio do Prêmio Myriam Muniz, o grupo percorreu a região de Canudos, sertão da Bahia, onde realizou uma experiência de troca cultural, ações conjuntas e estudos com movimentos que reivindicam a memória popular do Arraial de Belo Monte (Canudos). Em 2018, por meio do Edital Proac, o grupo esteve em cidades do Estado de São Paulo em parceria com organizações que lutam contra a violência de estado.

Todo esse processo de pesquisa contou com peças de teatro, intervenções de rua, experimentos cênicos e atividades artístico-pedagógicas. E são os acúmulo desta caminhada de encontros, trocas e reflexões sobre a história que constroem Utopias da Memória.

Foto: Fernando Solidade

Ficha técnica

Criação e produção: Estudo de Cena | Direção e texto final: Diogo Noventa | Direção musical: Roberto Kroupa | Direção de transição de cena e coreografia: Juliana Liegel | Atrizes e atores criadores: Carolina Maluf, Cau Peracio, Juliana Liegel, Marilza Batista, Roberto Kroupa | Criação de luz: Melissa Guimarães | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini | Fotografias: Fernando Solidade

Sinopse – Utopia da Memória

Utopia da Memória poderia ser um caderno de anotações, fragmentos de memória de quem pisa a terra e não representa apenas uma pessoa. Em nossa caminhada encontramos muita gente! Muitos ocupam terra, outras disputam ideias e imaginários… tem gente que constrói a soberania popular na mineração… tem gente, muita gente em becos e vielas, em beiras de estrada, muita gente que luta contra a invasão de nossos direitos. Em comunhão preparamos o terreno, acendemos fogueiras e refletores para celebrar a vida e morte da memória de luta do passado que virá.

Serviço 

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Sala 03

Endereço: Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, próximo ao metrô Tiradentes – São Paulo (SP)

Temporada: até 27 de abril, quintas e sextas-feiras às 20h / Sábados às 18h

*19 de abril (feriado), a apresentação acontece às 18h

Programação gratuita.

Redação

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